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Chips: compra da ARM pela SoftBank, se concretizada, será a maior aquisição de empresa de tecnologia da Europa
São Paulo - A companhia japonesa de tecnologia SoftBank anunciou nesta segunda-feira, 18, um acordo para comprar a projetista britânica de chips ARM por 24,3 bilhões de libras - o equivalente a US$ 32,2 bilhões - em dinheiro.
A transação é considerada uma aposta audaciosa de que o segmento de máquinas conectadas à internet vai transformar o grupo japonês.
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A tecnologia da ARM, a maior companhia da área tecnológica em valor de
mercado listada na Bolsa de Londres, é usada em processadores que
equipam aparelhos de gigantes da eletrônica como Samsung, Huawei e
Apple.
Se concretizada, esta deverá ser a maior aquisição de uma empresa de tecnologia da Europa.
Os componentes baseados na tecnologia licenciada pela ARM estão
presentes em uma ampla maioria dos celulares inteligentes do mundo e o
grupo britânico tem se expandido para outras frentes que incluem
dispositivos conectados à internet.
A ARM é considerada como ponto central da mudança da indústria da
tecnologia em direção à internet das coisas - omo é conhecida a
tecnologia em que aparelhos domésticos, veículos e sensores em
edifícios, por exemplo, coletam e trocam dados.
O negócio é o maior já feito pela japonesa SoftBank, que atua nos
mercados de tecnologia e telecomunicações. Seus investimentos são os
mais variados: tem ativos na operadora norte-americana Sprint,
participação na gigante chinesa de comércio eletrônico Alibaba e até
investimentos no robô humanóide Pepper. A empresa, porém, não tinha uma
grande presença na indústria de semicondutores.
Sob a oferta apoiada pelo conselho de administração da ARM, a SoftBank
vai pagar 17 libras por cada ação da empresa britânica, um ágio de mais
de 40% sobre o fechamento do papel na sexta-feira, 15. As ações da ARM,
logo após o anúncio da compra, disparavam mais de 42%.
"Esta é uma das mais importantes aquisições já feitas e eu espero que a
ARM seja um pilar fundamental da estratégia de crescimento da SoftBank",
disse o fundador da companhia japonesa, Masayoshi Son, em comunicado.
Son afirmou que quer "cimentar a SoftBank 2.0", recuperar a deficitária
Sprint e ainda "trabalhar em algumas ideias loucas". A empresa ainda
afirmou que pretende criar 1,5 mil novos postos de trabalho no Reino
Unido, além de aumentar contratações no exterior. A empresa também disse
que a ARM manteria sua sede em Cambridge.
A aquisição da Sprint por US$ 22 bilhões em 2013 deixou a SoftBank com
pesadas dívidas. A empresa tinha endividamento de 11,9 trilhões de ienes
no final de março, incluindo 4 trilhões de ienes na Sprint.
Brexit
Com a aquisição da ARM, empresa tradicionalmente britânica,
representantes do governo do Reino Unido afirmaram que o Brexit não foi
negativo para a economia do país.
Novo ministro das Finanças do Reino Unido, Philip Hammond, celebrou a
compra. "A aquisição ocorre apenas três semanas após a decisão do
referendo", disse ao jornal Financial Times. "Mostra que a Grã-Bretanha
não perdeu nada de sua atratividade para os investidores
internacionais."
Quando o Reino Unido votou pela saída da União Europeia, muitos
especialistas e analistas consideraram que o país perderia seu poder de
atrair novos investidores internacionais, com medo de um cenário
instável na Grã-Bretanha.
"Eu não fiz o investimento por causa da Brexit. A mudança de paradigma é a oportunidade", disse Masayoshi Son.
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