Paulo Whitaker / Reuters
Odebrecht: unidade de defesa registrou queda nas receitas depois que governo cancelou a produção de submarinos nucleares
Paula Sambo e Gabrielle Coppola, da Bloomberg
A Elbit Systems, empresa de defesa israelense conhecida por fabricar drones e sistemas eletrônicos para aviação, planeja comprar alguns ativos da Odebrecht Defesa e Tecnologia no Brasil, de acordo com duas pessoas familiarizadas com o assunto.
Os ativos estão avaliados em cerca de US$ 50 milhões, disseram as
pessoas, que pediram anonimato porque a informação não é pública. Os
ativos fazem parte da Mectron, unidade da Odebrecht Defesa e Tecnologia
que desenvolve e fabrica produtos e sistemas de alta tecnologia para
usos militares e civis.
A AEL Sistemas, subsidiária brasileira da Elbit, não quis comentar. A
Odebrecht Defesa e Tecnologia disse, por meio de sua assessoria de
imprensa, que, “em relação à Mectron, a Odebrecht Defesa e Tecnologia
segue em negociação com diversas empresas internacionais”, mas que
“permanecerá no setor de defesa, mesmo diante do cenário desafiador, e
mantém o compromisso de oferecer soluções estruturantes para o Brasil
neste mercado”.
A unidade da Odebrecht, conhecida como ODT, registrou queda nas receitas
depois que o governo reduziu o gasto com seu programa de submarinos
nucleares pela metade em um momento em que as autoridades trabalham para
reduzir o crescente déficit orçamentário em meio à pior recessão do
país em um século.
A empresa controladora, que é o maior conglomerado de construção da
América Latina, anunciou o congelamento dos novos investimentos no
Brasil no ano passado porque a crise de crédito restringiu o acesso ao
financiamento após a prisão do então presidente da empresa, Marcelo
Odebrecht, em junho de 2015, como parte da Operação Lava Jato.
Ele renunciou ao cargo para se concentrar em sua defesa e continua preso. Marcelo Odebrecht nega irregularidades.
A Elbit, que no ano passado obteve cerca de 11 por cento de suas
receitas na América Latina, ganhou contratos no Brasil em um momento em
que o governo está transferindo recursos militares convencionais para a
proteção de sua infraestrutura e de seus recursos naturais, em
particular na Amazônia e nas regiões costeiras ricas em petróleo.
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