terça-feira, 19 de julho de 2016

Brasil Kirin pode vender fábricas para Heineken




Lia Lubambo
Fábrica da Brasil Kirin, em Itu
Fábrica da Brasil Kirin, em Itu: em 2015 o grupo japonês Kirin teve seu primeiro prejuízo da história, por conta da subsidiária brasileira
 
 
 
 
São Paulo - A Brasil Kirin negocia a venda de duas fábricas para a Heineken, como parte da estratégia para economizar até R$ 200 milhões ainda esse ano.

Segundo o jornal Valor Econômico, a dona da cerveja Devassa quer se desfazer das unidades em Horizonte, no Ceará, e em Alexânia, em Goiás.
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De acordo com o jornal, a Heineken poderia se interessar principalmente pela rede de distribuição da Brasil Kirin, que atinge mais de 80% do território nacional com 170 distribuidores independentes e 20 centros de distribuição.

No início de julho, o Cade aprovou a venda da fábrica da Brasil Kirin em Cachoeiras de Macacu, no Rio de Janeiro, para a Ambev.

No entanto, isso não foi o suficiente para alcançar os cortes de custos planejados pela companhia, que também é dona das cervejas Schin e Baden Baden, de acordo com o jornal.

A intenção de vender os ativos veio depois que o grupo japonês Kirin teve seu primeiro prejuízo da história em 2015, principalmente por conta da subsidiária brasileira, que sofre com a crise econômica.

Ela perdeu 25% de sua participação de mercado no ano passado e teve queda de 25,4% nas receitas, por conta da depreciação do real ante o dólar e queda de 16,8% na venda de cervejas.

Por isso, o presidente da Brasil Kirin, André Salles, apresentou um plano de recuperação do negócio para a matriz japonesa.

Para economizar R$ 200 milhões já nesse ano, ela espera reorganizar seu portfólio, vender fábricas e cortar custos internos.

A Brasil Kirin não confirmou que estaria negociando a venda dessas unidades e disse que "está permanentemente buscando alternativas para otimizar a utilização de seus ativos e elevar a sua eficiência operacional".

Por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que, além de cortes nos custos internos, investirá R$ 400 milhões no reposicionamento de algumas marcas.

Um exemplo é a mudança de posicionamento da Devassa, que abandonou suas formas mais populares e decidiu investir apenas na versão premium. 

Procurada, a Heineken afirmou que não iria comentar.


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