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Imagem ilustrativa: bactérias podem tornar-se motores para dispositivos microscópicos.
São Paulo - Nos últimos 30 anos, as turbinas eólicas e suas pás mais do que quadruplicaram de tamanho, passando a entregar energia limpa e renovável em grande escala. No mundo da nanotecnologia e das micromáquinas, entretanto, o desafio é encontrar fontes menores que um grão de pólen.
Pois um grupo de pesquisadores da Universidade de Oxford empenhados
nessa busca descobriu que o movimento natural de bactérias pode ser
aproveitado na construção de 'microparques eólicos'.
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O estudo, publicado na revista Science Advances,
demonstra como o movimento caótico de micro-organismos como bactérias
pode ser organizado com o uso de rotores cilíndricos e fornecer uma
fonte constante de energia.
Bactérias em soluções aquosas salinas fluem espontaneamente, mas quando
os cientistas inseriram seis dezenas de microrotores no fluído, elas se
organizaram de tal modo que os rotores vizinhos começaram a girar em
direções opostas — uma organização estrutural simples que, segundo os
cientistas, lembra a de um parque eólico (no caso, uma espécie de parque
eólico bacteriano).
Essas usinas biologicamente alimentadas podem, no futuro, se tornar
motores microscópicos para dispositivos minúsculos e autossuficientes em
energia, e os cientistas estão empolgados com as oportunidades que a
descoberta abre.
"A capacidade de obter até mesmo uma pequena quantidade de trabalho
mecânico a partir desses sistemas biológicos é valiosa, porque eles não
precisam de uma potência de entrada e utilizam processos bioquímicos
internos para se movimentar", diz o coautor do estudo Dr. Amin
Doostmohammadi.
"A natureza é brilhante na criação de motores pequenos, e há um enorme
potencial se pudermos entender como explorar projetos similares",
completa a principal autora do estudo, a professora Julia Yeomans.
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