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St Marche: compra pelo fundo americano incluiria o Empório Santa Maria e a participação de 40% no Eataly
Mônica Scaramuzzo, do Estadão Conteúdo
São Paulo - O fundo americano Catterton está em negociações avançadas para a compra do controle da rede varejista St Marche, voltada para classes A e B, apurou o jornal O Estado de S. Paulo.
O negócio incluirá o Empório Santa Maria e a participação de 40% dos acionistas do grupo no Eataly, segundo fontes.
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A expectativa é de que o fundo americano assuma boa parte das dívidas
do St Marche, estimadas em cerca de R$ 230 milhões, e fique com até 70%
do negócio, que hoje estão nas mãos de cinco investidores brasileiros.
Também está previsto um pagamento em dinheiro.
Os outros 30% pertencem ao fundo Laço Managment, family office do
investidor americano Malone Mitchell, que deverá manter a participação
atual na rede, segundo fontes do mercado financeiro.
Os cinco acionistas brasileiros, entre eles, Bernardo Ouro Preto e
Victor Leal (com fatias mais relevantes) e Rodrigo Luna, deverão ser
diluídos, mas poderão voltar a comprar até 20% de participação nos
próximos anos.
Desde 2015, os sócios do grupo St Marche buscam um investidor para o
negócio. O que estava dificultando o avanço das conversas era a complexa
composição acionária da varejista.
Fundado em 2002, o grupo St Marche tem 18 unidades. Os principais
acionistas das cinco primeiras lojas do grupo são Ouro Preto e Leal.
Outros investidores foram entrando no negócio para bancar a expansão,
entre eles a Laço Management. "Nem todos têm participações iguais em
todas as lojas.
Essa questão dificultou um acordo", disse outra fonte do
mercado financeiro.
A expectativa é de que, com a entrada do novo investidor, a estrutura
acionária seja unificada, disseram duas fontes do mercado financeiro. O
grupo fatura cerca de R$ 350 milhões.
O banco Itaú BBA está com o mandato de venda do St Marche. Procurados, o
banco e a rede varejista não quiseram comentar o assunto. O fundo
Catterton e Laço Management não retornaram os pedidos de entrevista.
Estreia
O jornal apurou que executivos do Catterton estiveram semana passada no
Brasil. Caso o negócio se concretize, será a estreia do fundo no País.
"Eles estão animados e acreditam que, apesar da crise econômica, há
espaço para o varejo de alimentos voltado para as classes A e B retomar o
crescimento no médio prazo", diz uma fonte do setor financeiro.
Nos EUA, o fundo Catterton tem investimentos em cerca de 100 marcas, com
atuação no varejo de alimentos e bebidas, restaurantes e bens de
consumo.
Pessoas que estiveram com os executivos desse fundo disseram que eles
estão dispostos a olhar outros negócios no Brasil - dentro da área de
varejo, incluindo o setor de eletroeletrônicos, que passa por
dificuldades.
A rede St Marche foi oferecida a investidores estratégicos no Brasil -
entre eles, Carrefour, Grupo Pão de Açúcar e Península, braço de
investimentos da família de Abilio Diniz, segundo fontes.
"O problema é que investidores estratégicos não viam possibilidade de
retorno no negócio", disse uma fonte. Segundo essa fonte, para o
Carrefour, o St Marche, com atuação em São Paulo e Grande São Paulo, é
considerado mais elitista.
Para o Pão de Açúcar, por exemplo, era concorrente direto e, neste
momento, o grupo tem apostado mais em multicanais e no atacarejo.
Baixo desempenho
Fontes de mercado afirmaram ao jornal que o desempenho da rede Eataly
estaria muito abaixo do esperado pelos acionistas e que os sócios
brasileiros poderiam se desfazer do negócio.
A previsão era trazer a rede ao Brasil em 2014, mas a loja só foi inaugurada no ano seguinte.
"Há espaço para modelos como o Eataly no Brasil, mas a rede entrou no
País em um momento delicado da economia brasileira. A localização (na
Av. Presidente Juscelino Kubitschek, no Itaim) não é de alta circulação
de pedestres, o que limita as vendas", disse uma pessoa familiarizada
com o assunto.
Com a crise, a venda de alimentos frescos e de produtos importados foi
fraca - o portfólio foi revisto e muitos produtos desapareceram das
gôndolas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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