Walter Torre, dono da WTorre,
cuja condução coercitiva para depor em caso ligado à Operação Lava Jato
foi determinada pelo juiz Sergio Moro nesta semana, enviou carta por
e-mail a funcionários da empresa em que nega envolvimento em
investigação da Polícia Federal.
Os
procuradores do Ministério Público Federal (MPF) acusam a WTorre de
receber R$ 18 milhões para desistir de uma oferta na obra de
ampliação do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras
(Cenpes). Na carta, o empresário afirma que "ofereceu o melhor preço e
foi pressionado a abrir mão do trabalho pelo simples fato de não
pertencer ao cartel". A obra ficou com o Consórcio Novo Cenpes, composto
pelas empreiteiras OAS, Carioca Engenharia, Construbase Engenharia,
Schahin Engenharia e Construcap CCPS Engenharia.
"Tenho dúvidas se
o fator 'surpresa' que permeia toda a ação da Justiça nas investigações
recentes visa 'preservar provas' ou subjugar e humilhar seus alvos. O
espetáculo a que fomos submetidos nesta semana me faz acreditar na
segunda hipótese", escreveu Walter.
"Me pergunto qual teria sido a
finalidade de mandados de condução coercitiva a que fomos submetidos no
dia 4 de julho. Pois, quando houve suspeitas sobre nossa conduta, não
me escondi e não me omiti. Compareci ao Congresso Nacional e prestei
todos os esclarecimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito, como
muitos de vocês devem lembrar", prosseguiu. Ele se refere às perguntas
feitas por parlamentares na CPI da Petrobras em setembro de 2015.
O
dono da WTorre voltou a dizer que "não faz obras públicas", que "não é
empreiteiro" e que "nunca recebeu dinheiro de nenhum governo e não faz
parte de clube algum".
A empresa, procurada por ÉPOCA, afirmou
por meio de sua assessoria que não se posicionará sobre a carta e que
ela foi endereçada apenas aos funcionários.
Fora do país, Torre ainda não depôs. Seu advogado afirmou que espera o agendamento por parte da delegada do caso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário