Construtora estima receita de R$ 80 milhões com
empreendimentos na região metropolitana de Porto Alegre
Por Laura D'Angelo
laura.cauduro@amanha.com.br
A
ascensão da classe C foi o símbolo da pujança econômica brasileira do início da
segunda década dos anos 2000. De 2013 para cá, porém, o desemprego e a escalada
dos preços fizeram com que muitas famílias adiassem seus sonhos de consumo –
inclusive o de adquirir casa própria. Mesmo em um momento aparentemente pouco
promissor, os sócios da Zas Construtora apostam nesse nicho para ganhar corpo
nos seus primeiros anos de vida e entrar de forma incisiva no concentrado
mercado da construção civil. Todos os projetos da empresa fundada em 2011 estão
focados no público atendido pelo programa federal Minha Casa Minha Vida, que
auxilia o financiamento de residências de até R$ 160 mil.
“Todos os
setores imobiliários diminuíram as vendas, é verdade. Mas é no Minha Casa Minha
Vida onde ainda há mais dinheiro. O segmento foi o que menos sentiu [a crise
econômica]. O brasileiro está deixando de comprar carro para sair do aluguel e
ter sua casa própria. É a mesma faixa de parcela mensal a pagar”, explica
Lorenzo Zaluski (na foto, ao centro), sócio da Zas em conjunto com Nélio
Azeredo (à esquerda) e Edgar Schlusen, cujas iniciais dos sobrenomes dão forma
ao nome da construtora. O empreendimento mais recente da construtora destinado
ao público da classe C é o Bella Vista, primeiro bairro planejado de Viamão, na
região metropolitana de Porto Alegre.
A cidade
não foi escolhida por acaso. A Zas realizou uma pesquisa que detectou o
desenvolvimento da capital gaúcha no sentido da vizinha Viamão. “Todos os
lançamentos do Minha Casa Minha Vida em Porto Alegre acontecem na direção de
Viamão. E o município está carente de lançamentos imobiliários”, diagnostica
Edgar Schlusen. O objetivo é que o novo bairro atraia não somente os moradores
locais, mas também de regiões próximas. A Zas é responsável pelo loteamento dos
520 terrenos, a construção de toda a infraestrutura e das áreas conjuntas, como
praças e o centro comercial. O investimento será de cerca de R$ 12 milhões,
todo realizado com recursos próprios.
O prazo
oficial de entrega é março do próximo ano, mas os sócios da Zas acreditam que
as obras devem ser finalizadas entre outubro e novembro de 2016. Na mesma
época, a construtora lançará outro empreendimento, o Monte Bello, bairro
planejado em Nova Santa Rita.
Também destinado à classe C, o projeto terá
aporte de cerca de R$ 15 milhões e será o maior já realizado pela construtora,
com mais de 700 lotes. O município, que fica a 21 quilômetros da capital
gaúcha, possui um complexo logístico que tem atraído centros de distribuição de
diversas empresas. “Existe um polo potencial de moradores”, projeta Zaluski.
Os
dois bairros, além de três condomínios residenciais em São Leopoldo cujas obras
devem iniciar neste ano, devem gerar um VGV [ou Valor Geral de Vendas, índice
calculado pela soma do valor potencial de comercialização de todas as
unidades de um empreendimento a ser lançado] de mais de R$ 80 milhões. A Zas
quer ainda tirar do papel o loteamento de mais três áreas em Viamão e Novo
Hamburgo.
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