quarta-feira, 31 de maio de 2017

Brasil só ganha de Mongólia e Venezuela em competitividade


Brasil caiu 23 posições desde 2010 no ranking da escola de negócios suíça IMD e agora está no 61º lugar entre 63 países

 






São Paulo – O Brasil só é mais competitivo do que Mongólia e Venezuela, de acordo com um ranking da escola de negócios suíça IMD divulgado hoje.

“É esperado que esses países ocupem estas posições por tudo o que acompanhamos nos noticiários sobre as questões políticas atuais. Mas estas questões estão na raiz da má eficiência dos governos, e isso diminui as posições no ranking”, diz Arturo Bris, diretor do Centro Mundial de Competitividade do IMD.

Ficamos na 61ª posição entre 63 países, atrás de Índia, Turquia, Bulgária, Grécia e Argentina.

A queda brasileira é de 4 posições em relação ao ano passado e de 23 posições em relação a 2010, quando o país atingiu sua melhor posição (38º).

O Brasil obteve, em 2017, 55.829 pontos no índice agregado. Foi um avanço de 4.153 pontos em relação a 2016, mas insuficiente para gerar avanços no ranking geral.

Em competitividade, não é preciso apenas melhorar, mas melhorar mais do que os outros. Se o mundo avança rapidamente, correr atrás do prejuízo não é suficiente.

Ainda assim, “a queda apresentada pelo Brasil em 2017 não é apenas relativa, mas também absoluta se observada no longo prazo”, explica um dos autores, o professor Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, que faz o levantamento da parte brasileira.

Hong Kong e Suíça lideram pelo segundo ano consecutivo e os Estados Unidos saíram do top 3 pela primeira vez em uma década.

Os 10 primeiros lugares são, na ordem: Hong Kong, Suíça, Singapura, Estados Unidos, Holanda, Irlanda, Dinamarca, Luxemburgo, Suécia e Emirados Árabes Unidos.


Metodologia


O ranking é publicado desde 1989 e tem quatro pilares: performance econômica, eficiência do governo, eficiência empresarial e infraestrutura.

Dos 260 indicadores utilizados, dois terços são dados estatísticos e um terço vem de uma pesquisa de opinião com 6.250 executivos de alto escalão.

No Brasil, esse levantamento foi feito entre fevereiro e março, antes da crise política disparada pelas denúncias que enfraqueceram o presidente Michel Temer, em um momento em que os índices de confiança do empresariado estavam em forte alta.


Resultados


A recessão profunda e prolongada levou a uma queda acentuada do Brasil no pilar “Desempenho Econômico”, com perda de 23 posições em um ano no item “Emprego”.

O desemprego no país ficou em 13,6% no trimestre até abril, segundo números divulgados hoje pelo IBGE, contra 11,2% no mesmo período de 2016.

“A recessão é algo que explicita e afeta nossa capacidade de concorrer com outros”, diz Ana Burcharth, professora e pesquisadora do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral e uma das autoras do estudo.

O país também caiu 5 posições em um ano no pilar de “Infraestrutura”. A infraestrutura científica, por exemplo, teve impacto da queda de recursos e de pessoas empregadas em pesquisa e desenvolvimento. No momento da crise, as empresas estão mais preocupadas em sobreviver do que em novar.

“Em um contexto político abalado e extremamente incerto, é um desafio mover pessoas e recursos em prol de um projeto de nação”, diz Carlos Arruda.

Outros problemas citados são a dificuldade em atrair talentos de fora e as questões trabalhistas, assim como a baixa eficiência no uso de recursos.

Nosso gasto em educação, por exemplo, é compatível com nosso nível de renda e está na média de países comparáveis, mas nossos indicadores de qualidade ficam muito aquém na comparação.

Para Arturo, os países que conseguiram subir no ranking adotaram uma agenda de produtividade, melhora de ambiente de negócios e abertura para o comércio internacional. Ana diz que falta ao Brasil essa visão mais estratégica e consistente:

“Muitas vezes a gente fica refém de questões conjunturais, economia volátil e instabilidade institucional. Os países que conseguem melhorar e sustentar competitividade são aqueles que pensam em investimentos de longo prazo”, resume.


Comissão do Senado aprova PEC das eleições diretas


CCJ aprovou o texto original da PEC que prevê eleições diretas em caso de vacância da Presidência

 






São Paulo – A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou o texto original da PEC 67/2016, do senador José Reguffe (sem partido-DF), que prevê eleições diretas se a Presidência da República ficar vaga em até três anos de mandato.

O texto aprovado determina que as regras eleitorais só podem ser alteradas no mínimo um ano antes da eleição.

O relator da PEC, Lindbergh Farias, tinha apresentado um substitutivo no qual as novas regras não teriam que cumprir a anualidade, mas a proposta foi rejeitada.

Na prática, isso significa que, se a PEC for aprovada e Michel Temer cair até outubro deste ano, haverá uma eleição direta antes do calendário oficial.

O texto ainda segue para ser votado em plenário, por todos os senadores. Depois, deve passar pela Câmara dos Deputados.

 

Caminho


De acordo com a Constituição e com o Regimento Interno do Senado Federal, uma PEC originada no Senado deve primeiro ser apreciada na CCJ.

Depois, é incluída na ordem do dia do Plenário e precisa ser discutida, em primeiro turno, durante cinco sessões deliberativas consecutivas. Nessas sessões, podem ser apresentadas emendas, que devem ser assinadas, cada uma, por um terço dos senadores.

Se ao final da discussão não tiver sido apresentada nenhuma emenda, a PEC pode ser votada em primeiro turno. Se houver emendas, a PEC volta à CCJ para receber parecer sobre elas.

 

Outra proposta


Existem duas propostas em tramitação que dizem respeito às eleições diretas: essa, que acabou de passar pela CCJ do Senado; e a PEC 227/16, que tramita na Câmara dos Deputados.

A proposta da Câmara, que prevê a convocação de eleições diretas faltando até seis meses para o fim do mandato atual, teve a votação adiada pela quinta sessão seguida.

:)

O Futuro da Agricultura – Cultivando com Inteligência – Por Mauricio Lopes




A concorrida palestra e apresentação feita pelo presidente da Embrapa, Mauricio Lopes, no último dia 19 de abril de 2017 no auditório do IAC – Centro de Cana em Ribeirão Preto e iniciativa da ABAG-RP – Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto e do IBISA, Instituto Brasileiro para Inovação e Sustentabilidade do Agronegócio, está disponibilizada aos leitores do BrasilAgro.

Para tanto, basta entrar no link na capa do nosso site www.brasilagro.com.br ou então acessar diretamente http://www.brasilagro.com.br/imagens/o-futuro-da-agricultura.pdf para conhecer a visão estratégica de Mauricio Lopes em relação ao futuro da agricultura digital bem como ao protagonismo e as mudanças que ocorrem para transformar o Brasil no maior celeiro mundial de produção de alimentos e energias renováveis.

 (Da Redação, 31/5/17)

 http://www.brasilagro.com.br/conteudo/o-futuro-da-agricultura-cultivando-com-inteligencia-por-mauricio-lopes.html?utm_source=Newsletter&utm_medium=E-mail-MKT&utm_campaign=E-Mkt_RGB/

terça-feira, 30 de maio de 2017

Goldman Sachs defende compra de bônus venezuelanos


No fim de semana, o Wall Street Journal publicou que o banco pagou um total de US$ 865 milhões pelos bônus emitidos pela estatal PDVSA em 2014

 





Nova York – O banco Goldman Sachs defendeu nesta terça-feira sua decisão de comprar US$ 2,8 bilhões em bônus do Banco Central da Venezuela após as críticas recebidas por parte de lideres opositores no país sul-americano.

“Investimos em bônus da Petroleos de Venezuela (PDVSA) porque, como muitos outros neste setor, acreditamos que a situação nesse país deve melhorar com o tempo”, afirmou o banco em comunicado enviado à Agência Efe.

Um porta-voz do Goldman Sachs explicou que esses títulos, emitidos em 2014, foram comprados nos mercados secundários através de um corretor em uma operação na qual não houve interação direta com o governo venezuelano.

“Reconhecemos que a situação é complexa e mudável e que a Venezuela está em crise. E concordamos que a vida (nesse país) tem que melhorar e, em parte, fizemos este investimento porque acreditamos que assim será”, acrescenta a nota.

No fim de semana, o “The Wall Street Journal” publicou que o departamento de gestão de ativos do banco pagou 31 centavos de dólar, ou um total de US$ 865 milhões, pelos bônus emitidos pela estatal PDVSA em 2014 com vencimento em 2022.

O investimento foi feito em meio a uma onda de protestos a favor e contra o governo de Nicolás Maduro, que em algumas ocasiões acabam em violência.

Em quase dois meses, foram contabilizadas 59 mortes ligadas às manifestações, segundo dados do Ministério Público.



Dráuzio Varella vai assessorar programa de Doria na Cracolândia


Além do famoso médico brasileiro, Anthony Wong e Wagner Gattaz também participarão dos programas Recomeço e Redenção no combate ao uso de drogas

 






São Paulo – Os médicos Anthony Wong, Dráuzio Varella e Wagner Gattaz foram os três nomes escolhidos pelo governo de São Paulo e pela Prefeitura para formar o “comitê de notáveis” que vão assessorar os programas estadual Recomeço e municipal Redenção no combate ao uso de drogas, com foco inicial na região da Nova Luz, no centro da capital paulista. O Comitê Superior de Saúde vai acompanhar e auditar as ações governamentais na Cracolândia.

Internação forçada


Nesta segunda-feira, 29, o prefeito João Doria (PSDB) nomeou o psiquiatra Arthur Guerra para o comando do Redenção. Ao assumir o cargo, o especialista sugeriu que a gestão municipal desistisse da autorização judicial para avaliação médica forçada e que aproveitasse o modelo de internações adotado pelo Estado no Recomeço.

Embora a hospitalização forçada já esteja prevista na legislação federal e venha sendo adotada pelo governo estadual há quatro anos em casos excepcionais, a Prefeitura criou polêmica ao entrar com pedido na Justiça para que a autorizasse a fazer busca e apreensão de usuários de drogas nas ruas para avaliação médica sem aval caso a caso.

O Tribunal de Justiça de São Paulo, porém, determinou a extinção do pedido da Prefeitura. O TJ-SP acolheu pedido de recurso da Defensoria Pública e do Ministério Público Estadual (MPE), que destacaram que uma ação municipal do tipo poderia levar a uma “caçada humana”.


Os fabulosos Wesley e Joesley


A delação dos reis da carne, donos do JBS, pode decretar o fim do governo de Michel Temer.

José Batista Sobrinho ajudou a construir Brasília. Em 1957, seu açougue fornecia carne para os refeitórios dos operários que trabalhavam na construção da capital modernista do Brasil. Agora, seus dois filhos mais novos, Wesley e Joesley, estão pondo o lugar abaixo. No comando da empresa fundada pelo pai, rebatizada de JBS em sua homenagem, os dois irmãos estão no centro de um escândalo capaz de fazer com que um presidente brasileiro deixe o cargo antes do tempo pela segunda vez em um ano.

A JBS é a maior exportadora de carne bovina do mundo. Suas receitas, que eram de R$ 3,9 bilhões em 2006, chegaram a R$ 170 bilhões no ano passado, impulsionadas pelo apetite da China e pelo entusiasmo do Brasil por suas “campeãs nacionais”. Entre 2007 e 2015, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) injetou mais de R$ 8 bilhões em aportes e empréstimos nas empresas dos irmãos Batista. A maior parte desses recursos foi utilizada na aquisição de concorrentes, entre as quais se incluem empresas americanas, como Swift e Pilgrim’s Pride. A holding da família, a J&F, também procurou se diversificar, e hoje é dona, entre outras, da Alpargatas, fabricante das sandálias Havaianas.

Enquanto a JBS comprava empresas, Wesley e Joesley compravam políticos. De R$ 20 milhões em 2006, as doações eleitorais declaradas da JBS passaram para quase R$ 400 milhões em 2014, quando a empresa foi a maior doadora da campanha. Nos últimos dez anos, os dois irmãos apoiaram financeiramente 1.829 candidatos a cargos eletivos.

Com tanta generosidade, ajudaram a eleger um terço do Congresso atual. Na grande maioria dos casos, as doações eram ilegais. Wesley e Joesley confessaram que quase todos os recursos doados oficialmente, além dos milhões distribuídos por baixo do pano, representavam propinas pagas a políticos para que eles atuassem em favor dos interesses da J&F.

No ano passado, as empresas dos Batista foram incluídas em cinco investigações criminais. A mais recente delas tem como foco os negócios da J&F com o BNDES, que financiou a expansão do grupo a mando de políticos que depois teriam embolsado parte dos recursos disponibilizados pelo banco.

Para salvar suas empresas, e a si mesmos, Wesley e Joesley propuseram um acordo de delação premiada aos procuradores que investigam o metastático escândalo de corrupção centrado na Petrobrás. Foi o melhor negócio que a dupla fez até hoje. Em troca de provas de crimes cometidos por importantes figuras políticas – incluindo, possivelmente, o presidente Michel Temer – os dois obtiveram imunidade quase total. Ao contrário de Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo Odebrecht, não passarão nem um dia na cadeia ou em prisão domiciliar. Livre para deixar o Brasil, Joesley já se mudou para o suntuoso apartamento que tem em Nova York. Ele e o irmão terão de pagar uma multa de R$ 110 milhões cada um – valor que não deve doer muito em seus bolsos bilionários.


Perigos


Os reis da carne não estão totalmente a salvo. É possível que a JBS venha a ser investigada por corrupção nos EUA; e os americanos que investiram em títulos da empresa podem processá-la judicialmente. Além disso, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) investiga a JBS pela prática do crime de “insider trading”.

Semanas antes dos detalhes da delação dos irmãos Batista vazarem para a imprensa, em 17 de maio, os controladores da JBS venderam mais de R$ 300 milhões em ações da empresa; e, no mesmo dia, horas antes da notícia cair como uma bomba no mercado, a J&F comprou grande quantidade de dólares. Wesley e Joesley negam ter manipulado o mercado. Aparentemente, foram abençoados com o mesmo tino comercial do pai 

(The Economist, 29/5/17)

MPF propõe multa de R$ 10,9 bi para acordo de leniência com a J&F


O montante representa 6% do faturamento das empresas do grupo em 2016 que, segundo a própria J&F, foi de 183,244 bilhões

 





Em nova tentativa de selar o acordo de leniência com a holding J&F, controladora da empresa JBS, o Ministério Público Federal (MPF) propôs o pagamento de multa no valor de R$ 10,994 bilhões, em prestações semestrais ao longo de 13 anos.

O montante representa 6% do faturamento das empresas do grupo em 2016 que, segundo a própria J&F, foi de 183,244 bilhões.

Na semana passada, a força-tarefa da Operação Greenfield havia proposto o pagamento de multa de R$ 11,169 bilhões, que não foi aceita pelo grupo econômico, que tem como principais sócios os irmãos Joesley e Wesley Batista.

Já o grupo J&F apresentou cinco propostas: R$ 700 milhões, R$ 1 bilhão, R$ 1,4 bilhão, R$ 4 bilhões e R$ 8 bilhões, todas rejeitadas pela força-tarefa.

Pela nova proposta, os pagamentos serão iniciados em dezembro, com correção pela Selic, e deverão ser feitos exclusivamente pela holding J&F.

Segundo o MPF, a medida tem o objetivo proteger acionistas minoritários.

O dinheiro arrecadado, de acordo com o MPF, deverá ser destinado às entidades públicas e fundos de pensão que foram lesados pela atuação de empresas controladas pela J&F, como a Fundação dos Economiários Federais (Funcef) e a Petros, além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Em nota, o MPF informo que a divisão dos valores se dará da seguinte forma: os fundos de pensão Funcef e Petros, além do BNDES, receberão, cada um, 25% do total a ser pago pela J&F.

O restante (25%) será distribuído entre FGTS (6,25%), Caixa Econômica Federal (6,25%) e União (12,5%).

“Além disso, a proposta prevê que, caso o grupo firme acordos no exterior, 50% do valor pago fora do país sejam destinados às entidades brasileiras, na mesma proporção prevista no acordo de leniência”, diz nota do MPF.

Negociação


O novo valor estipulado pelo MPF leva em conta a gravidade dos delitos e, por isso, a multa foi inicialmente fixada em 20% do faturamento, percentual máximo previsto na Lei Anticorrupção (12.846/13) e no decreto 8.42/15, que regulamentou a norma.

Em seguida, foi aplicado um redutor de 2% em razão da existência de programa de integridade e da colaboração parcialmente espontânea dos crimes.

Os 18% restantes sofreram um abatimento de dois terços em razão da efetiva colaboração. Os principais acionistas do grupo – os irmãos Joesley e Wesley Batista – firmaram acordo de colaboração premiada como o Ministério Público, homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“Também foram mencionados outros indicadores e números que foram considerados na definição do total a ser pago, em decorrência de eventual acordo de leniência. Um deles é o Ebtida (indicador usado para medir o desempenho de uma empresa, a partir de aspectos como lucro operacional, em que se desconsidera impostos e outros efeitos financeiros para medir a eficiência e a produtividade de uma companhia), que no caso do Grupo J&F, está projetado de R$ 17,1 bilhões para 2017. A multa proposta pelo MPF para o acordo de leniência representa 64,11% do valor de projeção do Ebtida. O índice é 10% superior ao aplicado no acordo firmado com a construtora Odebrecht, que foi de 54%”, diz nota do MPF