sexta-feira, 28 de julho de 2017

Zurich Airport apresenta novo aeroporto de Florianópolis


Serão investidos R$ 500 milhões nos próximos dois anos e meio 

 

Da Redação

 

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Zurich Airport apresenta novo aeroporto de Florianópolis

A Zurich Airport, vencedora do leilão de concessão do Aeroporto Internacional Hercílio Luz, prevê um investimento de R$ 500 milhões para os próximos dois anos e meio no aeroporto da capital catarinense. A empresa, representada pelo CEO do Aeroporto de Florianópolis, Tobias Markert, assinou o contrato de concessão com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), logo após cerimônia realizada no Palácio do Planalto, quinta-feira (27). 

A empresa pretende lançar um novo terminal (foto) no prazo de dois anos e meio, que seja o "estado da arte na construção", com previsão de entrega para o último trimestre de 2019, ampliar o estacionamento para 2,5 mil veículos, construir uma pista secundária para taxiamento de aeronaves e aumentar em 100 metros a atual pista. A multinacional também pretende criar novas oportunidades de negócios para empresas nacionais e internacionais.

"Estamos muito contentes por incluir Florianópolis em nosso portfólio. Queremos criar negócios e oferecer um serviço de alta qualidade para os passageiros, melhorando a infraestrutura e as operações do local, utilizando nossas boas práticas e o conhecimento no setor, sempre com o intuito de preservar os valores locais", afirma Markert.  O executivo adianta que pretende ampliar o número de profissionais do aeroporto na cidade, já que hoje parte da operação é centralizada em Brasília. "Neste momento estamos conversando com todos os funcionários do Aeroporto de Florianópolis. Ficaremos felizes em contar com muitos deles no nosso time, pois serão essenciais para a estruturação da equipe final, que deve estar atuando a partir de abril do ano que vem", explica.

A Zurich Airport venceu a concessão para operar o aeroporto até 2047 e assume efetivamente a partir de 1º de janeiro de 2018. A companhia tem participado de todas as rodadas de privatização dos aeroportos brasileiros até agora e faz parte do consórcio que opera o Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, desde 2014. Atualmente, o Aeroporto de Zurique opera 10 aeroportos em todo o mundo. 

Além do Aeroporto Internacional Bengaluru na Índia, a empresa participa ativamente em nove operações na América Latina, Bogotá, Curaçao, três aeroportos no Chile e quatro aeroportos em Honduras.

 http://www.amanha.com.br/posts/view/4316

Compliance, a bíblia para fazer a coisa certa


Executivos respondem sobre como manter as marcas protegidas em tempos de forte crise ética na sociedade brasileira

 

Da Redação

 

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Executivos respondem sobre como manter as marcas protegidas em tempos de forte crise ética na sociedade brasileira


Não bastasse terem enfrentado a pior recessão econômica da história, as grandes empresas se depararam nos últimos anos com um desafio tão grave quanto a estagnação dos negócios: o crescente ceticismo da sociedade brasileira com as instituições em geral, em razão da crise ética e moral  instalada a partir das investigações da Operação Lava Jato. Em um cenário desse tipo, como fazer para que a desconfiança generalizada não respingue sobre a credibilidade das m arcas? 

Como proteger as grifes e os negócios que elas representam? Essas foram as perguntas que AMANHÃ TV fez para executivos da de grandes empresas no evento que premiou as marcas mais lembradas do Rio Grande do Sul na 27ª edição da pesquisa Top of Mind RS, pioneira no Brasil. Para a maioria dos dirigentes entrevistados, as companhias que adotam regras compliance estão mais protegidas de opiniões negativas dos consumidores.

 Acompanhe o vídeo a seguir.
 http://www.amanha.com.br/posts/view/4293

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Por Que Jornalistas Deixarão de Existir



Se você tem um filho/a/x ou amigo/a/x que está prestando vestibular de jornalismo, leia e avise a fria que irá lhe ocorrer.

Jornalistas estão se iludindo ao acharem que sempre haverá a necessidade de bons jornalistas, que o “mundo precisa ser bem informado” mesmo por via digital.

A morte deles virá de outra maneira que ninguém está percebendo.

O jornalista depende do trabalho voluntário das pessoas que eles entrevistam.

O único que recebe dinheiro pelo tempo desprendido é o jornalista, nunca o entrevistado que tem de fato o conteúdo e a informação.

O jornalista ganha bem, mas no fundo vive da “mais valia” extraída do entrevistado.

Criar conteúdo como eu fazia com a edição Melhores e Maiores é uma coisa. Colar, copiar, usurpar conteúdo de graça das pessoas que os têm, está com seus dias contados.

Responda a um jornalista, como fazem muitos engenheiros, administradores e contadores, que você custa R$ 300,00 a hora, e você jamais será entrevistado, como a maioria não o é.

Por isso o jornalismo acaba entrevistando narcisistas compulsivos, aqueles que adoram aparecer de graça, a qualquer hora da noite, e se deslocam com prazer para as rádios e estúdios de TV.

Trabalhar de graça para alguém que não diz obrigado nem sequer manda a revista ou jornal para você ver?

E apesar de sobreviverem da exploração do homem pelo homem jornalista são todos marxistas de carteirinha, uma enorme contradição.

Hoje quem tem de fato conteúdo, quem tem o que dizer, utiliza os blogs, FB e WordPress; e recebe por isso.

A Veja me pagava R$ 900,00 por mês, mas cobrava R$ 9,00 por um milhão de revistas.

Eu que era lido por 20% desses leitores em meia, ganhava somente 0,01% desse total, minha mais valia ficava com quem?

Agora eu ganho R$ 8.090,00 de anúncios nos meus blogs, e tenho os mesmos page views por mês, com muito mais repercussão.

Faz sentido dar entrevistas de graça e concorrer comigo mesmo?

Aqueles que têm conteúdo não precisam mais de um “gate keeper” ou o jornalista.

Que anota tudo errado, e só confunde tudo.

Hoje eles só conseguem entrevistar os “losers” da sociedade, aqueles com enorme necessidade de “aparecer”.

Eu parei de ler jornal e de ler esses “losers” de esquerda, que só sabem reclamar e nada contribuem.

Se você quer ser jornalista, faça uma faculdade que lhe dê de fato conteúdo como Física, Psicologia, Direito, Administração, e abra um blog.

Para não ter que viver da exploração a la Marx do conteúdo dos outros, do conhecimento de quem de fato estuda, produz pesquisa, e entende do assunto.

Quanto mais rápido vocês jornalistas desaparecerem, mais bem informada será a nossa sociedade.

Essa é a verdade.


Stephen Kanitz


 http://blog.kanitz.com.br/jornalistas/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+stephen_kanitz+%28Fa%C3%A7a+Uma+Pausa.+Levante%2C+estique+os+bra%C3%A7os%2C+leia+algo+diferente.%29
 

JBS começa a receber ofertas pela Moy Park


A expectativa é que as propostas, ainda não vinculantes, sejam analisadas nas próximas semanas e a aquisição seja concluída até outubro

 






O grupo JBS começa a receber em agosto propostas para a venda do frigorífico Moy Park, que tem sede na Irlanda e é um dos maiores processadores de frango da Europa, apurou a reportagem. Grupos e fundos de investimentos de países europeus, como Reino Unido e França, além de gigantes chinesas, estão interessados no ativo, que é avaliado em cerca de ¤ 1 bilhão.

A expectativa é que as propostas, ainda não vinculantes, sejam analisadas nas próximas semanas e a aquisição seja concluída até outubro, segundo fontes a par do assunto.

A Moy Park, que pertencia ao grupo brasileiro Marfrig, foi adquirida pela JBS, em junho de 2015, por US$ 1,5 bilhão. A aquisição foi considerada estratégica à época, uma vez que marcou a entrada do grupo dos irmãos Batista na Europa.

A companhia irlandesa foi colocada à venda junto com outros ativos do grupo, depois que as delações da família Batista vieram à tona, no dia 17 de maio. O grupo, que assinou um acordo de leniência no valor de R$ 10,3 bilhões, também está reestruturando suas dívidas.

Entre os grupos europeus interessados na empresa estão o fundo de private equity CapVest e a companhia Two Sisters Food Group, ambos do Reino Unido; os franceses LDC e Bigard; além da chinesa WH Group, controladora da Smithfield, apurou o Estado. Procuradas, nenhuma das companhias retornou os pedidos de entrevista. A J&F não comenta.

“O processo será bastante competitivo. Há interesse nesse ativo porque a Moy Park é uma das maiores processadoras de frango da Europa”, disse uma fonte a par do assunto. Outra pessoa familiarizada com o assunto afirmou que as empresas europeias de alimentos passaram por problemas financeiros no passado e agora não querem a entrada de grupos de fora do bloco em setores estratégicos.


Vendas


Desde que as delações vieram à tona, o JBS e a holding J&F correm para reduzir seu portfólio. O grupo vendeu as operações da JBS da América do Sul para o grupo Minerva, por US$ 300 milhões, e negociou a Alpargatas para Cambuhy e Itaúsa, por R$ 3,5 bilhões. A família está prestes a vender a Vigor – que tem acordo de exclusividade fechado com a mexicana Lala -, além de estar negociando a Eldorado Celulose, que tem a chilena Arauco como principal interessada.

Amparada no mercado externo



Linea segue apostando na exportação que, em 2016, ajudou a limitar o impacto da menor demanda interna 

 

Da Redação*

redacao@amanha.com.br
Elio Pavanato, diretor-geral da Linea Brasil



A recessão do último ano não escolheu vítimas e espalhou seus efeitos nefastos por todos os setores da economia brasileira. Mas Elio Pavanato, diretor-geral da Linea Brasil, respira aliviado ao lembrar de 2016 – ano de desempenho negativo também para a indústria moveleira, que sofreu diretamente os efeitos da crise do mercado imobiliário e da restrição de crédito. O alívio tem justificativa: enquanto o setor moveleiro paranaense amargou um déficit de 35,9% nas vendas, a Linea registrou perda de apenas 5% no faturamento, encerrando o exercício com resultado consolidado de R$ 120 milhões, acumulando um crescimento de 22% no último triênio.

Com sede em Arapongas (PR), um dos maiores polos moveleiros do Brasil, a Linea trabalha exclusivamente com móveis para sala de painéis seriados – racks, estantes, homes e complementos produzidos em MDF ou MDP –, linha que responde por apenas 5% do total das vendas em lojas de móveis no país. Apesar da queda na receita anual, a Linea alcançou um recorde de 619 mil peças fabricadas, um aumento de 13% em relação à produção de 2015. “Foi um ano terrível, muito duro. Mas enfrentamos as dificuldades, aumentamos a nossa participação de mercado, ampliamos a base de distribuidores. Trabalhamos com estoques baixos e margens de lucros mais apertadas”, expõe Pavanato.

O desempenho da Linea no último exercício se deve, principalmente, à forte atuação da empresa no mercado externo. As exportações foram responsáveis por 19% do faturamento. Um alto índice, considerando que as vendas externas representam em média 3% do mercado nacional de móveis. Além disso, enquanto em 2016 o setor registrou queda de 5% nas operações de exportação – somando US$ 493 milhões –, a Linea apresentou crescimento de 7%.

Na análise de Cândida Cervieri, diretora executiva da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), as empresas que exportam, mesmo com a crise, conseguiram obter pequenos avanços. Mas, segundo Cervieri, essa não é a realidade da indústria moveleira. Das 20,7 mil fábricas do país, somente 200 são exportadoras. Nos anos anteriores, os incentivos governamentais para o segmento e o aquecimento do ramo da construção civil incentivaram as empresas a manter o foco no mercado interno. Por outro lado, existem também as dificuldades em trabalhar com o mercado externo, que exige escala, certificação e a manutenção de equipes específicas para atender a essas operações. “O mercado externo é cativo, e reconquistar espaço é muito mais difícil. Não é possível entrar hoje e voltar em três meses. Exige uma relação de confiança, reposição de produtos e atendimento ao consumidor”, explica Cândida.

Em sua carta de clientes no exterior, composta por 27 países, a Linea exporta principalmente para a América Latina – Peru, Argentina, Colômbia, Uruguai – , além de África e Emirados Árabes, e projeta o desenvolvimento de produtos específicos para investir no mercado do Estados Unidos. O faturamento próximo a R$ 19 milhões por ano no mercado externo faz da empresa a maior exportadora de móveis de painéis seriados para sala do Brasil, e a quinta maior no ramo de móveis de painéis seriados como um todo no país. Porém, os planos de Pavanato são mais audaciosos. “Há cinco anos, nossa exportação não representava nem 7% do total. Há um mercado monstruoso lá fora, e esse número ainda é insignificante”, considera. 

A empresa pretende aumentar em 10,5% o valor nominal de exportação, em 2017, elevando a fatia para 21% a 22% do seu faturamento. A estratégia se baseia na entrada em distribuidores com maior potencial de venda e em um melhor aproveitamento dos clientes atuais. Na visão do diretor, por trabalhar exclusivamente com racks e estantes, há um limite para o crescimento no mercado nacional – diferentemente do potencial de desenvolvimento do exterior, em mercados mais maduros e com maior participação de móveis no varejo.

Para atender ao exigente mercado externo, a Linea aposta na qualidade dos seus produtos. A confiabilidade alcançada possibilitou o fim das vistorias de pré-embarcação – prática comum de grandes players mundiais. A conquista reflete os baixos índices de avaria e assistência técnica: somente 0,04% dos seus produtos apresentam defeitos ou não conformidade, e apenas 0,2% necessitam de assistência após a instalação. Ano a ano, a empresa vem derrubando ainda mais esses números. Pavanato aponta que isso é consequência da produção verticalizada da linha, com o aprimoramento constante dos processos internos. 

O realinhamento de processos da Linea tem um objetivo claro: melhorar a produtividade. A mão de obra empregada e a estrutura industrial – uma planta fabril de 22,5 mil metros quadrados e um centro de distribuição de 7,5 mil metros quadrados – são suficientes para aumentar em 20% o volume de peças. A indústria também mudou as suas práticas de recebimento de pedidos, programação de produtos e faturamento, trabalhando com estoques inferiores aos de 2015. No Brasil, a empresa tem o cuidado de trabalhar com a venda pulverizada entre grandes distribuidores, como estratégia para não colocar em risco seus resultados. Para ter ideia, seu maior cliente representa tão somente cerca de 3,5% no faturamento. “O grande varejo pensa que é muito mais saudável para uma empresa trabalhar com alguns grandes distribuidores. Mas entendemos que, por conta de o mercado não ser tão maduro, o mais seguro é essa capilarização”, defende Pavanato.


Otimismo cauteloso
 

Após passar com certo fôlego pelas dificuldades econômicas do ano de 2016, e até aumentar seu quadro de funcionários em 2,6%, a Linea planeja retomar o crescimento em 2017, baseada nos sinais de recuperação econômica do Brasil. No início do ano, a meta de planejamento orçamentário da companhia era manter o resultado do exercício de 2016. Porém, com os resultados positivos do primeiro quadrimestre indicando um aumento nas vendas, a empresa prevê crescimento de 5%. “Essa é uma meta conservadora para planejamento. Mas o nosso objetivo é mais arrojado: aumentar em 10% o faturamento”, avisa Pavanato, estimando que o resultado desses primeiros meses fique 4% acima do de mesmo período em 2016.


A companhia segue investindo em inovação. Tanto é que participará da feira de Hannover, buscando tecnologia para o desenvolvimento de novos produtos. “Estamos lançando uma coleção de complemento de sala que mescla painel seriado com madeira, home e balcão também com base em madeira maciça. Para um produto popular, é uma inovação”, empolga-se Panavato. Este ano, a Linea está apostando em uma política de lançamentos contínuos, com novas coleções a cada dois meses. Outra novidade é a coleção de produtos Flex Collor, com duas opções de cores no mesmo produto, dando ao consumidor a possibilidade de escolha no momento da montagem.

O otimismo cauteloso da Linea converge com as expectativas do setor – a não ser que o agravamento da crise política contamine a retomada. A queda da inflação e a redução das taxas de juros trouxeram um alento aos empresários moveleiros. Os dirigentes e industriais do setor revelam que o primeiro quadrimestre de 2017 trouxe indícios do início de uma recuperação lenta e gradual, com reação do comércio varejista, e também nas exportações. A produção de móveis no Brasil passou de 31 milhões de unidades em março de 2016 para 34, 9 milhões no mesmo período de 2017, um acréscimo de 12%, segundo dados divulgados pela Abimóvel. Para este ano, em comparação com 2016, a estimativa de crescimento é de 7,1% em valores nominais e 2% em volume de peças produzidas. A região Sul deve puxar o crescimento do país com 9,1% de acréscimo em valores nominais, considerando que é responsável por 50% da produção de móveis do país. Tal cenário é explicado por Marcelo Prado, diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI – Inteligência de Mercado). “O Sul tem foco em móveis seriados, com forte posicionamento em grandes redes de varejo e em móveis planejados. São dois setores que apontam para uma retomada mais rápida do mercado. E as empresas são mais estruturadas, com produtos melhores e com força de marca”, avalia. 


Madeira maciça e painéis, os trunfos do Sul lá fora
 

A indústria brasileira de móveis é maciçamente voltada ao mercado interno, que absorve 97% de sua produção. Mas do pouco que é embarcado para o exterior,  80% tem origem em fábricas instaladas no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, além de São Paulo. Com foco em produtos de madeira maciça voltados para os Estados Unidos e a Europa, o polo catarinense de São Bento do Sul lidera a exportação de móveis da região Sul. Na segunda posição se situa o polo da serra gaúcha, que tem como ponto forte uma linha de móveis prontos de madeira, dirigidos especialmente aos países da América do Sul.

O terceiro polo moveleiro do Sul é o de Arapongas, no Paraná, que tem como especialidade a produção de móveis de MDF e MDP, materiais classificados no jargão do setor como “painéis seriados” – em oposição à madeira maciça. A região de Arapongas exporta apenas 6% da produção, destinada em grande parte à América Latina. De acordo com a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), o polo de Arapongas é responsável por 9,9%  do valor movimentado pela indústria de móveis do país, e é também o maior consumidor de painéis seriados (MDF e MDP), centrando-se em produtos de custo econômico reduzido, direcionado às classes B, C e D. A cidade paranaense abastece tanto grandes redes de varejo quanto pequenas lojas. “É um polo diversificado, com linhas para todas as necessidades da residência. A maior parte das indústrias são de móveis de painéis seriados, com alta qualidade reconhecida no Brasil e no exterior”, atesta Irineu Munhoz, que comanda o Conselho Moveleiro da Fiep e preside também o Sindicato das Indústrias Moveleiras de Arapongas. Segundo o industrial, após a segunda perda consecutiva de 4% em faturamento, em 2016, o polo prevê crescimento entre 8% e 10% em 2017.

Na avaliação de Marcelo Prado, diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi – Inteligência de Mercado), o Sul tem uma vocação exportadora que se apoia em vantagens competitivas, como a diversidade de produtos e a disponibilidade de madeira. “O Sul se especializou e encontrou um nicho importante lá fora, onde há pouca oferta desse tipo de produto. Poucas nações têm móveis de madeira maciça para exportar. O mercado avançou também para outras linhas, antes destinadas ao mercado doméstico, como os móveis de painéis seriados”, analisa o diretor do Iemi, ressaltando que 85% da exportação da indústria moveleira é de móveis de madeira. Com o desaquecimento do mercado interno e a alta do dólar, as indústrias procuram retomar os negócios internacionais, voltando a pauta para os móveis de painéis seriados. A exportação já representou cerca de 8% a 9% do mercado nacional, mas esta fatia foi encolhendo à medida que o real passou por períodos de valorização, travando a competitividade brasileira lá fora. A estimativa do Iemi é que a exportação, neste ano, alcance um crescimento de 6,4% em relação a 2016, em valores nominais. Apesar disso, o Sul deve apresentar uma retração de  10,1% na receita das vendas internacionais de suas moveleiras.


*Com reportagem de Isadora Duarte.

 http://www.amanha.com.br/posts/view/4303


terça-feira, 25 de julho de 2017

PGR triplica orçamento da Lava Jato e aprova alta salarial de 16%

Reajustes devem gerar impacto de R$ 116 milhões para o Ministério Público Federal 

 




Brasília – Em um sinalização política à opinião pública, o Conselho Superior do Ministério Público Federal decidiu nesta terça-feira, 25, aumentar a previsão orçamentária destinada à força-tarefa da Lava Jato, reservando R$ 1,65 milhão para os trabalhos dos procuradores que se debruçam sobre o esquema de corrupção instalado na Petrobras.

A previsão inicial era de aproximadamente R$ 522 mil, o que provocou atritos entre o atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e sua sucessora, Raquel Dodge.

A proposta de aumentar a previsão orçamentária da força-tarefa da Lava Jato foi apresentada durante a reunião pelo vice-procurador-geral da República, José Bonifácio Andrada, que propôs um remanejamento dos recursos. Para incrementar a previsão da força-tarefa da Lava Jato, foi preciso deslocar recursos da Secretaria Geral.

“Insisto que esse acréscimo deve ser feito. Embora não haja necessidade imediata desse acréscimo, há uma boa sinalização de já informar à sociedade e ao próprio Congresso Nacional que o Ministério Público está empenhado em que os trabalhos da força-tarefa sejam cumpridos a contento”, disse Bonifácio Andrada.

De  acordo  com  o  vice-procurador-geral  da  República,  a  reserva  e R$ 1,65 milhão sob a rubrica 
“Lava Jato” abarca despesas com diárias e passagens.

Raquel Dodge, que assume o comando da Procuradoria-Geral da República (PGR) no dia 18 de setembro, também pediu que um reajuste de 16,38% no contracheque dos procuradores fosse incluído na proposta orçamentária, o que deve gerar um impacto de R$ 116 milhões.

Ainda não foi definido como será feito o remanejamento de recursos para incorporar esse aumento, que ainda depende do aval do Congresso Nacional para entrar em vigor.

 

Janot


Durante a sessão, Janot observou que, diferentemente de anos anteriores, não faria a defesa da proposta orçamentária apresentada pela sua administração já que a execução dos recursos será feita por uma outra gestão.

“100% da execução do orçamento que vier a ser aprovado por esse colegiado será da nova administração. Portanto, eu fiz a proposta para iniciar a discussão, mas não vou defendê-la. Acho importante, para que tenhamos um balizamento, ouvir a ilustre conselheira Raquel Dodge. Ela inicia a administração num momento difícil para o país, para o próprio Ministério Publico brasileiro e seria uma demonstração que daríamos de apoio à nova administração”, ponderou Janot.

Segundo Janot, mesmo que a previsão inicial não tenha representado redução nos repasses à força-tarefa da Lava Jato, o aumento proposto por Bonifácio Andrada é uma sinalização “muito positiva”.

“O relator sinalizou que seria importante a sinalização de que o Ministério Público não pretende abrir mão, não pretende abdicar das investigações da Lava Jato. Essa seria uma sinalização muito positiva, um bom sinal, uma boa sinalização de demonstrar a todos que o Ministério Público não abre mão das investigações em curso na Lava Jato. É um sinal político”, afirmou o procurador-geral.

“Orçamento é isso mesmo: é uma proposta que se faz através de uma previsão, que, com o passar do tempo, principalmente nesse momento da economia, tem de sofrer ajustes de rota, de direcionamento mesmo”, completou.

Para Raquel Dodge, o aumento da previsão orçamentária para a força-tarefa da Lava Jato passa uma mensagem clara.

“Nossa instituição apoia a atuação contra a corrupção empreendida no âmbito da Operação Lava Jato, de modo a fixar o montante exatamente solicitado pelos integrantes da força-tarefa. Passa uma mensagem clara de que não estamos fazendo nenhuma redução, de que estamos acolhendo integralmente o pretendido”, comentou a futura procuradora.

Ficou acertada na reunião do conselho a criação de uma comissão de transição, que reunirá as equipes de Janot e de sua sucessora.

Questionamentos


Em ofício encaminhado semanas atrás a Janot, Raquel fez uma lista de 40 perguntas sobre a proposta orçamentária para 2018.

A nova procuradora-geral da República destacou que a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba tinha solicitado R$ 1,65 milhão, mas na proposta orçamentária inicial, foi disponibilizado somente R$ 522,655 mil.

“Qual a razão dessa redução para a FT (força-tarefa) Lava-jato? Qual o valor programado para a Força Tarefa em 2017?”, questionou a futura procuradora-geral da República. Na época, a PGR negou que houvesse redução.

Conversas para venda de Belo Monte para chineses esfriam


 

Segundo fontes, os sócios da usina fizeram uma lista de "sete problemas" a serem resolvidos, a maior parte referente a disputas regulatórias e judiciais

 





São Paulo – Negociações iniciais dos sócios da enorme hidrelétrica de Belo Monte para vender participações na usina no Pará a investidores chineses esfriaram e devem ser retomadas apenas após uma solução para alguns problemas que geram riscos ao empreendimento, disseram à Reuters três fontes com conhecimento do assunto.

Segundo uma das fontes, os sócios da usina fizeram uma lista de “sete problemas” a serem resolvidos, a maior parte deles referente a disputas regulatórias e judiciais, antes de voltar à mesa para negociar o ativo.

“A ideia é alinhar esses problemas regulatórios para em seguida começar um movimento mais forte para a venda”, disse essa fonte.

Atualmente em construção no rio Xingu e prevista para ser uma das maiores hidrelétricas do mundo quando concluída, Belo Monte chegou a ser oferecida à chinesa Zhejiang Electric Power Construction (ZEPC), disseram duas das fontes, mas as conversas não avançaram, em parte devido a desentendimentos sobre valores.

A ideia é que avanços nas discussões regulatórias elevem o valor que pode ser obtido com a venda do empreendimento, que está orçado em mais de 35 bilhões de reais e tem como principais sócios a estatal Eletrobras, as elétricas Neoenergia, Cemig e Light, a mineradora Vale e os fundos de pensão Petros e Funcef.

“Esses ativos muito grandes, quando têm muitos riscos associados e muitas incertezas… às vezes você chega em um ‘deal-breaker’. Há divergências (de preço) e é melhor arrumar um pouco a casa e esperar um cenário mais limpo de riscos para a venda”, explicou outra fonte.

A busca por interessados em Belo Monte foi iniciada por parte dos sócios ainda no final do ano passado, em meio a problemas financeiros de alguns deles, como Eletrobras e Cemig, que anunciaram planos de venda de ativos para reduzir dívidas, e dos fundos de pensão, que enfrentaram déficits bilionários nos últimos anos por problemas em alguns investimentos.

Procuradas, Eletrobras, Cemig, Light, Vale e Petros não quiseram comentar. Funcef, Neoenergia e Norte Energia não responderam a pedidos de comentário. A ZEPC também não se manifestou.

Os impasses


Um dos impasses associados à hidrelétrica é um processo administrativo da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que cobra de Belo Monte a compra de energia no mercado para compensar um atraso na entrada em operação de suas turbinas.

Atualmente, uma decisão judicial livra a usina de uma pesada conta por esse atraso, enquanto os acionistas aguardam o julgamento de um recurso pelo Ministério de Minas e Energia.

Belo Monte também tem buscado um comprador para uma fatia de 30 por cento de sua produção que ainda não foi comercializada, mas fechar um bom negócio com essa eletricidade tem se mostrado um desafio para os sócios em meio a um mercado com sobra de oferta após a redução da demanda com a crise econômica do país.

Está no radar ainda o risco de a usina ter a produção limitada a partir da reta final deste ano, no caso de um possível atraso nas obras da linha de transmissão que está sendo construída para conectá-la ao sistema elétrico.

Como se não bastassem esses fatores, Belo Monte também está no alvo de investigações, após denúncias sobre o pagamento de propinas a partidos políticos no empreendimento, confirmadas por apurações internas da Eletrobras.

Atualmente a usina opera com cerca de 3,8 mil megawatts em capacidade, o que já a coloca entre as maiores do Brasil. Quando concluída, em 2019, a usina terá 11,2 mil megawatts, o suficiente para atender à demanda de 60 milhões de consumidores.