A expectativa é que as propostas, ainda não vinculantes, sejam analisadas nas próximas semanas e a aquisição seja concluída até outubro
O grupo JBS
começa a receber em agosto propostas para a venda do frigorífico Moy
Park, que tem sede na Irlanda e é um dos maiores processadores de frango
da Europa, apurou a reportagem. Grupos e fundos de investimentos de
países europeus, como Reino Unido e França, além de gigantes chinesas,
estão interessados no ativo, que é avaliado em cerca de ¤ 1 bilhão.
A expectativa é que as propostas, ainda não vinculantes, sejam
analisadas nas próximas semanas e a aquisição seja concluída até
outubro, segundo fontes a par do assunto.
A Moy Park, que pertencia ao grupo brasileiro Marfrig, foi adquirida
pela JBS, em junho de 2015, por US$ 1,5 bilhão. A aquisição foi
considerada estratégica à época, uma vez que marcou a entrada do grupo
dos irmãos Batista na Europa.
A companhia irlandesa foi colocada à venda junto com outros ativos do
grupo, depois que as delações da família Batista vieram à tona, no dia
17 de maio. O grupo, que assinou um acordo de leniência no valor de R$
10,3 bilhões, também está reestruturando suas dívidas.
Entre os grupos europeus interessados na empresa estão o fundo de
private equity CapVest e a companhia Two Sisters Food Group, ambos do
Reino Unido; os franceses LDC e Bigard; além da chinesa WH Group,
controladora da Smithfield, apurou o Estado. Procuradas, nenhuma das
companhias retornou os pedidos de entrevista. A J&F não comenta.
“O processo será bastante competitivo. Há interesse nesse ativo
porque a Moy Park é uma das maiores processadoras de frango da Europa”,
disse uma fonte a par do assunto. Outra pessoa familiarizada com o
assunto afirmou que as empresas europeias de alimentos passaram por
problemas financeiros no passado e agora não querem a entrada de grupos
de fora do bloco em setores estratégicos.
Vendas
Desde que as delações vieram à tona, o JBS e a holding J&F correm
para reduzir seu portfólio. O grupo vendeu as operações da JBS da
América do Sul para o grupo Minerva, por US$ 300 milhões, e negociou a
Alpargatas para Cambuhy e Itaúsa, por R$ 3,5 bilhões. A família está
prestes a vender a Vigor – que tem acordo de exclusividade fechado com a
mexicana Lala -, além de estar negociando a Eldorado Celulose, que tem a
chilena Arauco como principal interessada.
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