Presidente da mineradora quer reduzir dívida de US$ 22 bilhões para US$ 17 bilhões
São Paulo – A dívida líquida da Vale
atingiu 22,12 bilhões de dólares no segundo trimestre de 2017.
Por
estar na moeda estrangeira, valorização do dólar em relação ao real
impactou a dívida e foi uma das principais causas para a queda do
resultado da mineradora.
O lucro líquido da Vale no segundo trimestre do ano somou 60 milhões
de reais, recuo de 98,3% em relação ao observado no mesmo intervalo do
ano anterior.
Por isso, para tornar a empresa mais sustentável e saudável, a mineradora tem planos para reduzir o endividamento para 15 a 17 bilhões de dólares.
No entanto, a redução de quase um terço da dívida não é o suficiente
para Fábio Schvartsman, presidente da companhia desde maio deste ano.
“Uma dívida de 15 bilhões de dólares ainda é muito alta. Vamos
continuar perseguindo números menores”, afirmou ele, em conferência à
imprensa sobre os resultados trimestrais.
A companhia depende muito de minério de ferro, disse o presidente,
uma commodity muito volátil. Cerca de 50% do faturamento vem desse único
mineral.
Por isso, Schvartsman declara que “não faz nenhum sentido a empresa
carregar uma dívida, com esse grau de volatilidade no seu principal
produto. É muito perigoso”.
No intuito de diminuir a dependência da commodity, a Vale está realizando uma pesquisa para diversificar seus negócios.
Mudança de estratégia
A estratégia para o níquel será modificada. Em vez de continuar
investindo em novas plantas e em aumentar a capacidade de produção, a
ordem agora é tornar o negócio rentável.
Grande parte do dinheiro alocado até então era tendo em vista a
melhora futura do preço do níquel.
“Vamos parar de sonhar com um preço
que não existe e que ninguém tem condições de fazer acontecer e
transformar a exploração do níquel em um negócio viável com o preço que
temos hoje”, disse o presidente.
Já o cobre, cada vez mais escasso e necessário, será foco de
investimentos da empresa. “É o extremo oposto do níquel. Temos grande
oportunidade de transformar a divisão em rentável”, afirmou.
A visão de rentabilidade já tem seus primeiros reflexos no balanço da
companhia. No trimestre, os investimentos totalizaram 894 milhões de
dólares, menor número desde 2006. O objetivo é reduzir ainda mais o Capex para 2018.
http://exame.abril.com.br/negocios/uma-empresa-como-a-vale-nao-deveria-ter-divida-diz-ceo/
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