Enquanto alguns deixaram o cargo em meio a escândalos, outros presidentes passaram o bastão por motivos pessoais
São Paulo – Escândalos e polêmicas levaram a trocas de presidentes de empresas
no primeiro semestre deste ano. É o caso do cofundador do Uber, que
deixou o cargo depois da divulgação de casos de assédio moral e sexual
dentro da companhia, e Shigenori Shiga, que renunciou à presidência da
japonesa Toshiba por perdas bilionárias em uma unidade de energia nos
Estados Unidos.
Já outros presidentes passaram o bastão por motivos pessoais, aposentadoria ou pelo desejo de se dedicar mais à família, como Victor Mezei, da Pfizer, e Hélio Magalhães, que deixa o Citi Brasil depois de 33 anos no banco.
Há também casos de diretores que receberam uma promoção para liderar uma área maior, como Guilherme Ribenboim, então presidente do Twitter Brasil, que irá liderar a área global de desenvolvimento de soluções para clientes. No seu lugar, Fiamma Zarife se tornou a nova diretora-geral da rede social no país.
Confira na lista abaixo as danças das cadeiras na liderança de empresas.
Pfizer
Após 11 anos à frente da Pfizer no Brasil, o executivo Victor Mezei vai deixar o comando
da companhia. O anúncio foi feito no início de julho e ainda não foi
escolhido seu sucessor. Segundo a farmacêutica, a saída é por motivos
pessoais. Sob a liderança de Mezei, a Pfizer comprou a Teuto, estreando
em genéricos.
BNDES
O economista e advogado Paulo Rabello de Castro ocupa, a partir de
junho, a liderança do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES). É o maior banco de fomento da América Latina, comandado
até então por Maria Silvia Bastos, que deixou a posição por motivos
pessoais, segundo ela.
Uber
Travis Kalanick, cofundador do Uber, se afastou
e, mais tarde, renunciou ao cargo de presidente da companhia em junho. A
Uber tenta reconstruir sua imagem depois que vieram à tona relatos de
assédio sexual, machismo e uma cultura de trabalho tóxica e agressiva. A
saída e renúncia do executivo foi pedida pelos investidores.
Citi Brasil
Depois de 33 anos no Citi Brasil, o presidente do banco, Hélio Magalhães, anunciou em junho sua intenção de se aposentar no fim do ano.
O Citi informou que anunciará o novo presidente para o país nos
próximos meses. Magalhães começou no Citi em 1984. Ele trabalhou ainda
por 11 anos na American Express, onde foi presidente no Brasil e no
México, antes de retornar ao Citi, em 2012, para comandar a operação
brasileira.
Twitter Brasil
Outra empresa que ganhou uma nova liderança no Brasil é o Twitter.
Fiamma Zarife é a nova diretora-geral da rede social no país. Ela
substitui Guilherme Ribenboim, que segue como vice-presidente da empresa
para a América Latina e passa a liderar a área global de
desenvolvimento de soluções para clientes. A executiva já estava no
Twitter desde 2012.
Vale
Em fevereiro, a Vale anunciou a saída de Murilo Ferreira, que estava
no comando da presidência da mineradora desde maio de 2011. No
comunicado enviado ao mercado no início do ano, a companhia ressaltou
que o executivo esteve à frente da mineradora “durante um período de
muita turbulência na indústria da mineração mundial e enfrentou alguns
dos momentos mais difíceis da história da empresa.”.
Murilo deixou a Vale com o registro de um lucro de 1,6 bilhão de reais nos últimos três meses de 2016 – no quarto trimestre de 2015, o prejuízo acumulado era de 33,2 bilhões de reais, pior resultado desde a privatização da empresa, em 1997.
Quem assumiu o lugar de Ferreira foi Fabio Schvartsman, que era presidente da Klabin desde 2011. Já o ex-presidente da Vale, assumiu, em junho, o cargo de diretor independente da Brookfield.
Alelo
Raul Francisco Moreira deixou em janeiro
a vice-presidência de negócios de varejo do Banco do Brasil, que passa a
ser ocupada Marcelo Labuto, até então presidente da BB Seguridade. Em
seguida, ele assumiu a presidência da Alelo, empresa de benefícios
corporativos controlada pelo BB, juntamente com o Bradesco. Funcionário
de carreira, Moreira trabalhava há mais de 29 anos no banco.
Toshiba
Uma perda multimilionária levou o presidente da Toshiba, Shigenori Shiga, a renunciar em fevereiro.
A empresa japonesa deixará a construção de usinas nucleares por causa
de uma deterioração de ativos que poderá custar 6 bilhões de dólares. A
causa para a perda foi a compra e mal gerenciamento de uma unidade de
energia nuclear da Toshiba nos Estados Unidos.
Bloomin Brands Brasil
O grupo Bloomin’ Brands perdeu o presidente da operação brasileira em janeiro
deste ano. O empresário Salim Maroun faleceu depois de ocupar o cargo
de CEO por dois anos. Foi ele, com mais dois sócios, que trouxe a
Outback Steakhouse para o Brasil. No cargo de CEO do grupo, também
inaugurou, no país, as marcas Abbraccio Cucina Italiana, Fleming’s Prime
Steakhouse & Wine Bar e Mexcla. Em seu lugar, foi nomeado Pierre
Berenstein em maio deste ano. Pierre comanda mais de 100 restaurantes em
37 cidades, 14 estados brasileiros e Distrito Federal, além de mais de
11 mil colaboradores.
Decolar
Em fevereiro deste ano, Robert Souvirón deixou a presidência da Decolar,
empresa que ajudou a fundar há 17 anos. Ele estava na liderança da
agência digital de viagens desde 1999 e deixou o cargo para se dedicar
mais à sua família. A busca pelo novo presidente demorou dois anos,
afirmou a companhia. Ele foi substituído por Damián Scokin, executivo
que trabalhou por 11 anos na consultoria McKinsey.
Nextel
Roberto Rittes assumiu em abril o comando da Nextel Brasil.
Francisco Valim, que ocupava o cargo há 18 meses, deixa a função.
Rittes tem passagens como diretor da Brasil Telecom e da Oi, e mais
recentemente era diretor do fundo de private equity HIG Capital. Ele
precisará resolver a questão da dívida da companhia, que inviabiliza a
capitalização para novos investimentos.
Tok&Stok
Em abril, a então presidente da Tok&Stok, Ghislaine Dubrule,
deixou o cargo. Da família fundadora da loja de móveis, ela foi para o
conselho de administração da companhia. No seu lugar, entrou Luiz Fazzio, ex-presidente do Carrefour. Ele assumiu em maio, com o compromisso de recuperar as vendas da loja.
Claro
Paulo Cesar Pereira Teixeira retornou ao mercado de telefonia. Ele
havia sido CEO da Telefônica Vivo até 2015 e, após sua saída, assinou um
compromisso de não concorrência: por dois anos não trabalharia em outra
companhia do setor. Em 2017, esse período venceu e, em abril, ele se tornou presidente da Claro.
O cargo era ocupado interinamente por José Félix, presidente do Grupo
América Móvil Brasil (controladora da Claro, Net e Embratel).Teixeira
buscará a liderança do mercado.
Ultrapar
A dona de negócios como os postos Ipiranga, a Ultragaz e a Extrafarma trocou seu presidente. Quem ocupará o cargo na Ultrapar
é Frederico Curado, ex-presidente da Embraer, a partir de outubro deste
ano. Em junho, o então presidente, Thilo Mannhardt, informou que não
tinha intenção de renovar seu contrato com a companhia. Como
consequência, a Embraer também trocou o comando, que passou para Paulo
Cesar de Souza e Silva.
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