Segundo fontes, a empresa RuasInvest, que já tem 17,65% da Ótima, vai pagar cerca de R$ 50 milhões pela participação de 58,7% da Odebrecht
São Paulo – A Odebrecht
Transport fechou a venda de sua participação na concessionária de
mobiliário urbano Ótima para o grupo RuasInvest Participações, apurou o
Estado.
A empresa é responsável pela instalação e manutenção dos pontos de
ônibus em São Paulo e no Rio de Janeiro, além de fazer a exploração
comercial dos painéis publicitários instalados junto aos abrigos.
Em São Paulo, o contrato da empresa com a prefeitura envolve
investimentos de R$ 636 milhões durante 25 anos de concessão. No Rio, a
concessionária tem contrato para atender os pontos da área do Porto
Maravilha por 15 anos.
Segundo fontes, a empresa RuasInvest – que já tem 17,65% da Ótima –
vai pagar cerca de R$ 50 milhões pela participação de 58,7% da Odebrecht
na concessionária. Com isso, o grupo passará a deter 76,35% da empresa.
As negociações para a venda da Ótima começaram no segundo semestre do
ano passado. Com o envolvimento da Odebrecht na Operação Lava Jato e
necessidade de fazer caixa para honrar outros compromissos, quase todos
os ativos foram colocados à venda, especialmente aqueles que não fazem
parte de seus negócios estratégicos, afirmou uma fonte próxima à
empreiteira.
Durante esse tempo, a Ótima foi oferecida – sem sucesso – para alguns
fundos de investimento e quase foi vendida para a multinacional
francesa JC Decaux, responsável pelos relógios públicos em algumas
cidades do Brasil, como São Paulo.
No entanto, a RuasInvest sempre teve o direito de preferência, ou
seja, ainda que um outro comprador se interessasse, a empresa poderia
intervir e comprar a participação.
O grupo é dono da Caio – Induscar, empresa do segmento de carrocerias
para ônibus. Além disso, tem participação na concessionária da Linha 4
do Metrô de São Paulo; na concessionária Move São Paulo, responsável
pela construção da Linha 6 de Metrô de São Paulo; e no Banco
luso-brasileiro.
Agora, o grupo será controlador da Ótima ao lado dos acionistas Band
(17,65%) e Kalitera (6%). A concessionária tem dívida de quase R$ 250
milhões e faturou cerca de R$ 150 milhões em 2016.
Neste ano, com a crise econômica, as receitas devemcair. Uma fonte a
par do assunto afirma que a empresa ainda não está dando lucro, já que
está em fase de realização de investimentos pesados.
A venda da concessionária já foi aprovada pelo Conselho de
Administração da Odebrecht TransPort e está sujeita à aprovação do
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Mas a expectativa é
que não haja nenhum entrave na conclusão do negócio.
Ativos à venda
Além da Ótima, vários outros ativos da Odebrecht Transport estão
sendo negociados no mercado. A canadense Brookfield, por exemplo,
assinou contrato de exclusividade com a empresa para avaliar todos os
ativos rodoviários, que somam 1.779 quilômetros de estradas.
Na concessionária RioGaleão, que administra o aeroporto do Rio, a
participação da Odebrecht deve ficar com o grupo chinês HNA, sócio da
Azul Linhas Aéreas. Na Embraport, terminal portuário em Santos, a
expectativa é que sócia DP World fique com a fatia da empreiteira.
Procuradas, Odebrecht e RuasInvest não se manifestaram.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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