Seja para abocanhar uma concorrente ou para entrar em um segmento novo, dezenas de companhias realizaram fusões e aquisições de peso
São Paulo – O ano mal chegou na metade e grandes negociações
já abalaram diversos mercados. Seja para abocanhar uma concorrente ou
para entrar em um segmento novo, dezenas de companhias realizaram
operações de peso.
A Amazon fez sua maior aposta no mundo físico, a Heineken se tornou a
segunda maior companhia de cervejas do Brasil e a Natura ganhou o
mercado internacional com a compra da The Body Shop.
Confira um resumo das 15 principais fusões e aquisições bilionárias que sacudiram o mercado no primeiro semestre do ano.
Luxottica e Essilor
Uma companhia de armações de óculos se uniu à uma que fabrica as
lentes. A empresa francesa de lentes ópticas Essilor International e a
fabricante de armações de óculos italiana Luxottica anunciaram, em 16 de
janeiro, um acordo de fusão que dará origem a um gigante do setor com
valor de mercado estimado em 46,3 bilhões de euros.
British American Tobacco (BAT) e Reynolds
A British American Tobacco (BAT) assumiu o controle total
da Reynolds, dona do Camel, por 49,4 bilhões de dólares. Com a
operação, a BAT, dona da marca Lucky Strike, incorpora as 57,8% ações
restantes que não estavam sob seu controle e cria a maior companhia de
tabaco listada em receita e valor de mercado. A compra foi fechada no
dia 17 de janeiro.
Reckitt Benckiser e Mead Johnson Nutrition
A Reckitt Benckiser afirmou,
em 10 de fevereiro, que comprou a Mead Johnson Nutrition, fabricante do
suplemento alimentar Sustagen. A RB é dona dos materiais de limpeza
Veja e Vanish, além dos preservativos Durex e das pastilhas Strepsils. O
valor total da aquisição foi de cerca de 16,7 bilhões de dólares. A
compra deverá impulsionar os ganhos da RB, que em 2016 cresceu mais
lentamente por conta de dificuldades na Europa e em países emergentes
como o Brasil.
Heineken e Brasil Kirin
O mercado de cerveja no Brasil ficou mais concentrado. No dia 13 de fevereiro, a Heineken anunciou
que adquiriu a Brasil Kirin, dona da Schin e Devassa. Com a compra, a
companhia holandesa passa a ser a segunda maior fabricante de cervejas
do mercado brasileiro, atrás da Ambev. A japonesa Kirin diz que deixou o
Brasil por conta da crise econômica. O valor da aquisição foi de 664 milhões de euros. Em comunicado, a Heineken afirmou que o portfólio da Brasil Kirin é complementar ao seu negócio. Os fluxos da internacionalização:
O Mundo Corporativo te mostra que conexão é a palavra de ordem da nova globalização
Johnson & Johnson e Actelion
O gigante americano da farmácia e dos produtos de higiene Johnson & Johnson pagou
30 bilhões de dólares pelo para tomar o controle do laboratório suíço
Actelion, a maior empresa biofarmacêutica da Europa. A Johnson &
Johnson prevê que esta transação, fechada em 26 de janeiro, leve
imediatamente a uma alta de seu lucro líquido.
Restaurant Brands Internacional e Popeyes Louisiana Kitchen
Depois que sua oferta de 143 bilhões de dólares pela Unilever foi
recusada, a Kraft Heinz, do fundo 3G Capital e da Berkshire Hathaway, buscou novas oportunidades de compra.
A Restaurant Brands International, rede controlada pelos fundos, fechou
em fevereiro a aquisição da rede Popeyes Louisiana Kitchen, baseada em
frango frito. A RBI é controladora do Burger King e, desde 2014, da
canadense Tim Hortons, de doughnuts e cafés. Agora, acabou de abocanhar
mais uma concorrente. O valor da aquisição é de 1,8 bilhão de dólares.
Opel, da GM, para Peugeot e BNP Paribas
A General Motors (GM) vendeu
sua unidade europeia, a Opel, para a Peugeot e o BNP Paribas, por 2,2
bilhões de euros (US$ 2,33 bilhões). Pelo acordo, firmado em 6 de março,
a Peugeot pagará 1,3 bilhão de euros pelas marcas Opel e Vauxhall. Já
as operações financeiras da Opel serão adquiridas em conjunto pela
Peugeot e pelo BNP Paribas, por cerca de 900 milhões de euros. Com a
transação, a GM ganha a possibilidade de adquirir até 4,2% do capital da
Peugeot.
HPE e Nimble Storage
A Hewlett Packard Enterprise informou
que vai comprar a empresa de soluções de armazenamento de dados Nimble
Storage, como parte de sua estratégia voltada ao mercado de tecnologia
da informação, em rápido crescimento. A compra foi feita no dia 7 de
março por 1,09 bilhão de dólares em dinheiro. Além disso, em janeiro, a
HPE adquiriu a empresa de software em nuvem SimpliVity por 650 milhões
de dólares em dinheiro.
Coach e Kate Spade
De olho na Geração Y, A Coach anunciou
no dia 8 de maio que comprou a Kate Spade por US$ 2,4 bilhões. A
varejista de luxo estava à venda desde o início do ano. Para Victor
Luis, CEO da fabricante de bolsas e acessórios de luxo, “a Kate Spade
tem uma posição de marca verdadeiramente única e diferenciada com amplo
sortimento de produtos de estilo de vida e de forte reconhecimento entre
os consumidores, especialmente millienials”.
Itaú Unibanco e XP Investimentos
Em maio, uma operação surpreendeu a muitos. O Itaú Unibanco comprou
uma participação de 49,9% da XP Investimentos por 6,3 bilhões de reais.
A maior corretora independente do país cresceu se dizendo contrária a
cultura dos bancos. A companhia acalmou o mercado e fez questão de
frisar que o Itaú não terá voz no comando da corretora, já que os papéis
com direito a voto continuam, pelo menos até 2023, com o fundador
Guilherme Benchimol e seus sócios originais.
Neoenergia e Elektro
O grupo de energia elétrica Neoenergia irá incorporar
a Elektro. As duas elétricas têm como sócio comum a espanhola
Iberdrola. A fusão, anunciada em 8 de junho, irá criar a maior empresa
de distribuição de energia do Brasil, com faturamento próximo de R$ 20
bilhões. A Neoenergia ainda tem como sócios a Previ (fundo de pensão do
Banco do Brasil) e o Banco do Brasil.
Natura e The Body Shop
Com uma aquisição, a Natura entrou com força no mercado
internacional. A fabricante de cosméticos brasileira disse em dia 9 de
junho que comprou a
The Body Shop, da francesa L’Oréal, por 1 bilhão de euros. Com o
negócio, a companhia atinge números grandiosos: o faturamento salta para
11,5 bilhões de reais, serão 17.000 funcionários, 3.200 lojas
espalhadas pelo mundo e um portfólio de mais de 2.000 produtos. A Natura
já havia comprado a Aesop no ano passado.
Amazon e Whole Foods Market
Em 16 de junho, aconteceu uma transação que sacudiu o varejo internacional. A Amazon comprou a rede de supermercados Whole Foods Market por cerca de 13,7 bilhões de dólares, incluindo dívida.
A Whole Foods, uma rede de lojas com foco em produtos naturais e
orgânicos, continuará a operar sob sua marca, disseram as empresas. A
Amazon, que até então operava principalmente por meio de vendas online,
fez sua maior aposta no mundo físico. Com a aquisição, ela ganhou uma
importante rede logística e novos pontos de contato com o cliente.
Triunfo e TIL
A Triunfo Participações vendeu 50%
no terminal portuário Portonave para a TIL, do MSC Mediterranean
Shipping, parceiro da empresa no empreendimento. O valor da operação,
feita em 20 de junho, foi de 1,3 bilhão de reais.
Casamigos e Diageo
Três amigos decidiram começar a fabricar tequila para suas festas no México. A marca se tornou tão conhecida que foi comprada pela Diageo,
dona de marcas como Smirnoff, Guinness e Johnnie Walker, por 1 bilhão
de dólares. A história já seria surpreendente, mas se torna ainda mais
impressionante quando o dono da tequila comprada é ninguém menos que
George Clooney. A marca de bebida Casamigos foi criada pelo ator com com
Rande Gerber (marido de Cindy Crawford) e Mike Meldman e comprada no
dia 22 de junho.
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