sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Presidentes se tornam investidores-anjos de startups


Altos executivos de empresas têm diversificado os negócios atuando como investidores-anjo de startups

 




Marcio Fernandes deixou a presidência da Elektro em setembro do ano passado. Desde então, está investindo em uma startup de desenvolvimento profissional – e procurando outras. “Tento conectar esses negócios com coisas que estejam ligadas ao meu propósito de vida”, diz Marcio. A empresa que recebeu o dinheiro dele não levou só isso. “Dedico muito do meu tempo ajudando a fazer dar certo. Não penso só no retorno financeiro. Quero contribuir de outras formas”, afirma.
 
 Atualmente, os rendimentos de Marcio são bem maiores do que o salário que ele recebia como presidente da distribuidora de energia, mas a transição foi feita de maneira gradual. “Planejo essa mudança há dois anos”, conta. “Passei 30 anos trabalhando no mundo corporativo e comecei a questionar o que poderia fazer de diferente na minha vida. Sinto saudades da empresa e, principalmente, das pessoas, mas sei que estou no caminho certo agora”, diz Marcio.

Dois anos atrás, Romero Rodrigues, CEO e fundador da plataforma de pesquisa de produtos e preços Buscapé, deixou a companhia depois de 16 anos para trilhar o mesmo caminho que Marcio seguiu. Na ocasião, Romero anunciou em um texto publicado no LinkedIn que pretendia ser um investidor e incentivador de startups. “Sim, vou dedicar meu tempo livre ao empreendedorismo. Ajudar outros empreendedores nessa travessia”, escreveu.

Não são apenas os executivos brasileiros que investem dinheiro próprio em startups. Tim Cook, CEO da Apple, e Eric Schmidt, ex-chairman do Google, colocaram a mão no bolso para colaborar com a Nebia, que criou chuveiros que economizam água e energia. Nenhum dos executivos revelou o montante investido. Já Mark Zuckerberg, do Facebook, anunciou que colocou 4 milhões de dólares, como pessoa física, na Panorama Education, empresa que usa análise de dados para melhorar a educação nas escolas americanas.

Há quem se lance sozinho como investidor. E há quem prefira reunir um grupo de executivos com o objetivo de ajudar determinado tipo de empresas iniciantes. É o caso da House of Fintech, com executivos de empresas como Via Varejo, Banco Volkswagen, Rico e Banco GM que colocaram dinheiro e tempo em companhias com potencial de mudar os serviços financeiros no Brasil.


Barreiras para investir




No ano passado, o investimento-anjo feito por pessoas físicas cresceu 9% no Brasil e chegou a 851 milhões de reais. Para a advogada Beatriz Dainese, da Giugliani Advogados, esse tipo de investimento – considerado de risco, já que 97% das startups no Vale do Silício vão à falência – ganhou outro obstáculo em julho de 2017, quando a Instrução Normativa 1719/2017 passou a sujeitar a incidência de Imposto de Renda Retido na Fonte com alíquotas entre 15% e 22,5% nos aportes de capital nessas transações. “O investidor-anjo não arca com o risco do negócio da empresa investida nem com os prejuízos que a mesma venha a sofrer, por não pertencer ao quadro societário”, afirma Beatriz. “Mas passou a ser tributado nos recebimentos, o que constitui um empecilho para que as startups possam se desenvolver.”

Diante da questão, 50 investidores enviaram ao Senado uma carta pedindo mudanças na normatização. “Um projeto de lei com isenção ajudaria a fomentar o ecossistema de empreendedorismo no país”, diz o investidor-anjo Marcio Kogut, dono de uma aceleradora e consultoria de inovação.

Para não errar na escolha de qual startup investir, Marcio Fernandes segue algumas regras. “Você tem que ter um interesse genuíno no trabalho que a startup faz”, afirma. “Caso contrário, dará dicas genéricas e só vai ajudar de maneira marginal.” Outro ponto é determinar com qual tipo de empresa você quer se envolver: se são aquelas que só precisam de dinheiro ou as que estão abertas para receber conhecimento também.

Kogut ressalta que um dos pontos importantes é conhecer os profissionais por trás dos negócios. “O empreendedor é a alma da startup”, diz. “Você precisa ser capaz de confiar nele.” Ser racional e saber muito bem onde está pisando são outros bons conselhos. Afinal, colocar dinheiro em uma companhia iniciante pode multiplicar seus rendimentos por dez – ou então dar em nada.
 
Pela Web

Fornecedora de materiais de escritório, Staples Brasil é vendida


O grupo agora controla três empresas que atuam em vendas de materiais de escritório e informática ao segmento corporativo

 





São Paulo – As operações da Staples no Brasil foram adquiridas pelo empresário Cesar Folle, controlador das redes BrSupply e Korpex.
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As três empresas atuam no mesmo ramo, de vendas de materiais de escritório e informática ao segmento corporativo. De acordo com nota, elas passam a contar com um portfólio de 12 mil itens disponíveis e geram, em média, 40 mil pedidos por mês e com vendas de 2 milhões de itens mensais.

Entre seus clientes, estão Ambev, BRF, Coca-Cola, Itaú BBA, Kroton, Pão de Açúcar, Raia Drogasil, TIM, Vale e Vivo. “Entrar para uma holding focada em suprimentos para o mercado corporativo nos fortalece ainda mais”, afirmou João Paulo Delbucio Amadio, diretor geral da Staples Brasil.

No Brasil, a empresa chegou em 2004, mas sem a intenção de brigar diretamente com a Kalunga, gigante do setor. “Não temos como concorrer com eles, chegamos muito tarde para isso”, afirmou Leo Piccioli, presidente da Staples no Brasil e Argentina, em entrevista ao site EXAME em agosto de 2017. “Queremos complementar o que eles oferecem, apostamos nisso para crescer”.

Venda da operação global

 

A venda da Staples Brasil faz parte do plano estratégico global da companhia, que em 2016 anunciou que se dedicaria aos seus negócios na América do Norte.

Ela vendeu a participação majoritária das operações europeias e a Staples Austrália-Nova Zelândia e, em maio de 2017, passou a buscar novos investidores para as operações na América do Sul e Ásia.

Poucos meses depois, em setembro do mesmo ano, a Sycamore Partnerts concluiu a aquisição total da própria Staples Inc.

Embraer estuda entrar no mercado de aeronaves turboélice


De acordo com executivo, essa aposta estaria em linha com a estratégia da empresa de ser a líder no segmento de até 150 assentos

 






São José dos Campos – A Embraer está estudando entrar no mercado de turboélices, aeronaves de menor porte que costumam ser operadas em rotas regionais, afirmou Rodrigo Souza e Silva, vice presidente de Marketing da divisão de Aviação Comercial.

De acordo com o executivo, essa aposta estaria em linha com a estratégia da empresa de ser a líder no segmento de até 150 assentos. “Com o E2, estamos nos posicionando na faixa de cima. O que estamos olhando agora são aviões menores, de outras capacidades ou outros segmentos”, disse a jornalistas após evento da empresa.

Silva conta que a Embraer tem interagido com vários clientes, que vêm com bons olhos a possibilidade de a empresa trazer um produto para esse mercado. Potencial existe, já que as aeronaves disponíveis hoje são consideradas antigas, e há grande espaço para ganhos de eficiência e redução de custos operacionais na indústria. “Se lançarmos, vai ser com tecnologia igual ou superior à do E2”, diz Silva.

Caso venha de fato a seguir com o projeto, a Embraer desenhará um produto para concorrer diretamente com o ATR 72, da fabricante francesa ATR, e com o Dash 8 Q-400, da Bombardier – ambos com capacidade para cerca de 70 assentos. O principal mercado para o eventual turboélice da companhia seria o da Ásia Pacífico, aponta Silva. “Seria um bom complemento, em termos estratégicos, ao E2”. Os E-Jets são produtos fortes principalmente nas Américas, Europa e China.

O executivo ressalta que este é um projeto ainda em estágio bem preliminar, visando o médio e longo prazos. Mas conta que há um grupo de trabalho se debruçando em estudos de mercado e análises técnicas para tornar essa uma oportunidade viável para o futuro. “Mas, agora, nosso foco é vender e integrar a família E2.”

A primeira entrega da nova geração dos E-Jets está prevista para abril deste ano. O primeiro E190-E2 pertencerá à Widerøe, maior companhia aérea regional da Escandinávia, que pretende começar a voar comercialmente com o jato logo após a entrega. O próximo modelo da geração a entrar em atividade é o E195-E2, o maior deles – quem receberá o primeiro jato, no primeiro semestre de 2019, é a companhia aérea Azul. Por último, fica o E175-E2, com entrega prevista para 2021.

Porém, a entrada do E175-E2 no mercado norte-americano – um dos maiores do mundo – permanece incerta devido à chamada “cláusula de escopo”, uma determinação do sindicato local de pilotos que impede que a nova aeronave da Embraer opere regionalmente no País.

Segundo Rodrigo Souza e Silva, a companhia continua acreditando que, com a chegada das aeronaves, mais eficientes e modernas, ao mercado, uma renegociação com os pilotos tome um tom mais favorável. Ele reforça, porém, que há potencial para a aeronave em diversos outros mercados além dos Estados Unidos.

Silva foi questionado sobre o andamento das negociações da Embraer com a Boeing, mas não quis fazer comentários.

A Embraer entregou nesta quinta-feira, 22, duas aeronaves à holandesa KLM. Os jatos, um E175 e um E190, serão operadas pela KLM Cityhopper, subsidiária da empresa que atua em aviação regional.

Com essa entrega e mais três programadas para os próximos meses, a Cityhopper completa uma frota de 49 jatos, todos da Embraer. Segundo o Warner Rootliep, diretor da Cityhopper, as aeronaves da brasileira são ideais ao modelo de negócios da companhia, que demanda flexibilidade e eficiência.


Fitch rebaixa Brasil a “BB-” com desistência da Previdência


Com isso, o Brasil ficou ainda mais longe do chamado grau de investimento, que classifica os países como bons pagadores

 






São Paulo – A agência de classificação de risco Fitch rebaixou nesta sexta-feira o rating do Brasil a “BB-” com perspectiva estável, citando a situação fiscal do país e o que chamou de “importante retrocesso” na agenda de reformas após o governo do presidente Michel Temer ter desistido de votar a reforma da Previdência.

Com isso, o Brasil ficou ainda mais longe do chamado “grau de investimento”, que classifica os países como bons pagadores.

“O rebaixamento do Brasil reflete seus persistentes e grandes déficits fiscais, alto e crescente peso da dívida pública e a falta de legislação sobre reformas que melhorem o desempenho estrutural das finanças públicas”, trouxe a Fitch em nota.

E acrescentou: “A decisão do governo de não colocar a reforma da Previdência em votação no Congresso representa importante retrocesso na agenda de reformas, que mina a confiança na trajetória de médio prazo das finanças públicas e do compromisso político para abordar o problema”.

Até então, a Fitch classificava o Brasil como “BB” com perspectiva negativa e nesta semana já havia indicado que faria o movimento de rebaixamento, explicando justamente que o fracasso na reforma da Previdência pressionava a nota do país.

Na segunda-feira, o governo jogou a toalha sobre a votação da matéria e apresentou um conjunto de medidas econômicas, boa parte delas já em tramitação no Congresso, para tentar amenizar o impacto da decisão no ambiente econômico.

Apesar de esperada, a desistência oficializa o adiamento da solução para colocar as contas públicas do Brasil em ordem, o que deve pressionar o próximo governo a ser eleito neste ano.

No início de janeiro, a Standard & Poor’s já havia cortado o rating do Brasil a “BB-“, ante “BB”, justamente em função da demora na aprovação de medidas para reequilibrar as contas públicas e de incertezas ligadas às eleições.

 

ELEIÇÕES


A Fitch argumentou agora que o ambiente “político desafiador” afetou a capacidade do governo de garantir aprovações do Congresso de medidas que possam consolidar as contas públicas em 2018. Lembrou que o governo não conseguiu aprovar, por exemplo, tributação sobre fundos exclusivos.

“As eleições presidenciais e parlamentares de outubro significam que a reforma da Previdência será adiada até as eleições e há incerteza quanto sobre se a próxima administração poderá garantir sua aprovação em tempo hábil”, escreveu a agência.

Do lado positivo, a Fitch destacou que o balanço de pagamentos do Brasil permanecerá relativamente forte e, assim, servindo de colchão para choques domésticos. A agência informou ainda que projeta crescimento médio de 2,6 por cento do país entre 2018 e 2019, acima da expectativa de expansão de 1 por cento para 2017.

Em nota, o Ministério da Fazenda reagiu ao rebaixamento argumentando que governo segue comprometido em progredir com a agenda de reformas macro e microeconômicas destinadas a garantir o equilíbrio das contas públicas”. A Fazenda, contudo, não fez nenhuma menção direta à Previdência em sua nota.

Os mercados financeiros brasileiro não reagiram ao rebaixamento da nota soberana brasileira pela Fitch nesta sexta-feira, por ser um movimento esperado e já precificado.

A agência Moody’s, também nesta semana, afirmou que a desistência da reforma da Previdência era ruim para a nota brasileira por colocar em risco o cumprimento da regra do teto de gasto. No entanto, ela ainda mantém o país com nota “Ba2”, com perspectiva negativa, já sem o chamado “grau de investimento”.


 https://exame.abril.com.br/mercados/fitch-rebaixa-brasil-a-bb-com-desistencia-da-previdencia/

Para que servem os ministérios, afinal?








Tenho certeza de que esta pergunta, feita em qualquer país com instituições estáveis e racionais, pareceria uma infantilidade. Formulada no Brasil, será percebida, de imediato, com um sentido dúbio que salta aos olhos. Afinal, para que servem os ministérios?

Você poderia pensar, por exemplo, que o Ministério do Trabalho e Emprego serve para organizar as ações e políticas do governo com vistas a ampliar o mercado de trabalho, formalizar e fiscalizar as relações trabalhistas e coisas assim. Poderia, mas não pensa. No fundo, você sabe que esse ministério pode servir, por exemplo, para que Roberto Jefferson, presidente do PTB, proporcione um mimo à própria filha, com direito a lágrimas de emoção e beijos de gratidão.

Não tapemos o sol das fotos com a peneira dos decretos de nomeação. Ademais, o PTB tem, no Congresso, uma bancada de 20 deputados federais e 2 senadores que fazem peso quando o placar de votação fica apertado. Revela-se, assim, outra finalidade dos ministérios: eles são intercambiáveis com votos das bancadas partidárias que se credenciam ao direito de designar seu titular. Enfim, poderíamos seguir alinhando outras utilidades e usos maliciosos dos gabinetes na Esplanada: nomear afilhados, fazer negócios, arrecadar contribuições e comissões, ajudar a mídia amiga, atender a companheirada, angariar prestígio, e por aí vai.

Nos regimes de gabinete, parlamentaristas ou semiparlamentaristas, é a maioria formada por afinidade das bancadas eleitas que escolhe o chefe do governo e governa junto com ele. Quando o governo perde a maioria, por abandono ou traição dentro da base, cai. Esse preceito, ao contrário do que parece, tem consequência muito benéfica na conduta dos parlamentos. No presidencialismo, é o governante eleito que, permanentemente, precisa estar no balcão comprando, voto a voto, uma base que o sustente e isso corrompe o governo e o Congresso.

Se você achava ruim a concessão de um ministério à filha do presidente do PTB com vistas aos votos partidários, imagine a criação de 15 ministérios novos com objetivos semelhantes! Em 2002, o governo federal tinha 24 ministérios. Catorze anos mais tarde, o governo Dilma chegou a seu melancólico fim com 39 cadeiras ao redor daquela mesma mesa. E a vida, como se sabe, só piorou. O governo Temer voltou aos 24 e, agora, está criando o 25º para a Segurança Pública.

Muito mais importante do que reprovar o tipo de negócio feito nos prédios da Esplanada dos Ministérios é compreender o quanto é perniciosa a regra desse jogo político que transforma o governo num loteamento e o voto parlamentar em mercadoria com cotação unitária flutuante na bolsa política. 

É hipocrisia reprovar o eleitor que vende seu voto quando os membros do parlamento, a toda hora, fazem o mesmo com seu “Sim” e seu “Não” no painel de votação.


http://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/artigos/para-que-servem-os-ministerios-afinal/?utm_medium=feed

Relações internacionais: 5 pontos para você ficar atento


Temas como comércio exterior e Mercosul não podem ficar fora do debate em 2018

 


Com as eleições se aproximando, temas importantes precisam ocupar o debate público, e a política externa brasileira não pode ficar de fora do contexto. Questões ligadas às negociações da União Europeia com o Mercosul e a gestão do BRICS, por exemplo, precisam fazer parte da abordagem político-eleitoral em 2018, bem como a necessidade de debatermos, como sociedade, mais abertura e menos protecionismo no comércio exterior.

A fim de esclarecer o assunto, o Instituto Millenium convidou o especialista, diplomata e mestre em planejamento econômico, Paulo Roberto de Almeida, para listar cinco pontos essenciais das relações internacionais brasileiras que precisam estar no centro do debate nessas eleições.




1 – Protecionismo: um obstáculo para a abertura econômica brasileira

 
Entre todos os integrantes do Grupo dos 20 (G-20), o Brasil é o país menos aberto ao comércio internacional. Enquanto a média mundial equivale a mais de 40% do PIB em transações externas, o Brasil alcança apenas 20%. A carga fiscal brasileira atinge a média de 35% de tributos, o equivalente a um país desenvolvido, enquanto a renda per capita é seis vezes menor que algumas destas nações. Para Almeida, um dos maiores objetivos para o governo brasileiro é justamente a abertura econômica e a liberalização comercial.

“Precisamos corrigir esses problemas que impedem o Brasil de participar do fenômeno mais conspícuo que existe na atualidade, as chamadas cadeias globais de valor. O Brasil não participa dessas cadeias devido ao protecionismo e isso é muito negativo”, avalia o entrevistado. As cadeias globais auxiliam nas atividades produtivas de cada país e otimizam os investimentos de acordo com o podem oferecer: mão-de-obra, engenharia ou energia mais baratas, por exemplo.


2 – A volta do Mercosul como um tratado de integração comercial

 
Há alguns anos, o Mercosul perdeu seu intuito principal de criar um mercado de livre comércio entre países membros e se tornou uma organização fechada. Almeida diz que os Estados associados passaram a fazer suas compras e negociações com seus “vizinhos de comércio”, ou seja, deixaram de comprar de países terceiros devido às altas taxas e passaram a obter de seus vizinhos, reduzindo o custo tarifário. “A tarifa não é uma agressão contra o produto estrangeiro, é uma agressão contra o consumidor nacional. O diferencial no preço das tarifas é que faz com que sejamos pouco competitivos internacionalmente. Isso chama-se desvio de comércio e não criação de comércio”, explica. Caso o Mercosul não retorne à sua proposta original, talvez o Brasil deva retomar sua liberdade comercial, conclui o especialista.


3 – Atuação do BRICS como propulsor de investimentos financeiros

 
O BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) surgiu com a intenção de proporcionar oportunidades de investimentos econômicos em países emergentes. Não existe, no entanto, acordo de liberalização comercial entre os membros. O grupo criou ainda o New Development Bank (NDB), um banco de desenvolvimento a fim de concorrer entre os demais, como o Banco Mundial. Para o especialista, contanto que o BRICS trabalhe em caráter técnico, estará no caminho certo para o avanço do grupo como um todo, contudo, caso atenda critérios políticos das grandes empresas em detrimento dos fundamentos específicos de financiamento, será ruim para o futuro do grupo.


4 – Relações bilaterais e cooperação internacional


Apesar de ser um assunto relevante e corrente nas orientações de políticas externas, o especialista acredita que talvez não seja abordado nas eleições de 2018. Ele explica que no governo do ex-presidente Lula, os parceiros estratégicos foram escolhidos de acordo com a preferência do sistema político, situados no “sul global”, e essa foi uma medida tola; a política externa de um país deve envolver as relações bilaterais, isto é, buscar em comunidades internacionais oportunidades econômicas e estruturais para ambos, ultrapassando as barreiras geográficas, explica Almeida.


5- Adesão à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)

 
Em junho de 2017, o Brasil solicitou adesão à OCDE após um longo período afastado. Para o diplomata, esta foi uma decisão inteligente uma vez que o país vem enfrentando diversas crises. A OCDE é uma espécie de “clube de boas práticas”, como atribui o especialista, onde são discutidas políticas econômicas e selecionadas as mais eficientes para os países associados, a fim de aperfeiçoá-los. Ele assegura ainda que, assim como o Brics, esta organização não deve ser vista como um objetivo exclusivo e sim, uma oportunidade de mercado, abrindo a economia brasileira para o campo internacional. “Independentemente da crise fiscal que temos hoje, a palavra de ordem para o Brasil nesse momento é: integração à economia mundial”, destaca.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

CEO da Boeing diz que pode desistir de acordo com a Embraer




CEO da Boeing diz que pode desistir de acordo com a Embraer
Composição dos logos da Boeing e da Embraer - AFP


O diretor-executivo da Boeing, Dennis Muilenburg, disse que a companhia não deixou a cautela de lado em relação às negociações em andamento com a Embraer, enfatizando que ainda pode abandonar as conversas.

“Esse é um grande complemento para a nossa estratégia, mas não é algo que precisamos fazer”, disse o CEO da companhia americana em um evento com investidores.

As palavras de Muilenburg ecoam as do diretor financeiro da Boeing, Greg Smith, ao passo em que especulações obscurecem a possível aquisição de estruturas da Embraer com foco nos negócios de aeronaves comerciais.