segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Empresas deverão ter mais escritórios na mesma cidade


Crédito: Arquivo / Agência Brasil

Esta será uma forma de reduzir deslocamentos dos funcionários e também de economizar com aluguel (Crédito: Arquivo / Agência Brasil)

Uma tendência que começa a se desenhar na capital paulista, na vida pós-home office, é a de múltiplos escritórios para uma mesma empresa. Segundo Roberto Patiño, diretor da JLL, companhia especializada em propriedades corporativas, esta será uma forma de reduzir deslocamentos dos funcionários e também de economizar com aluguel. Isso porque, assim como a taxa de disponibilidade de imóveis pode variar muito entre as regiões de São Paulo – de módico 1% a trágicos 55% -, os preços são bastante díspares entre os bairros.

“A gente está vendo um momento de disrupção, um processo de aprendizado forte e muito rápido durante a pandemia. O home office é uma possibilidade bastante forte, que está sendo calibrada, assim como a descentralização dos escritórios”, diz Patiño.

As administradora de planos de saúde Qualicorp está testando novas formas de trabalhar com sua equipe de 2,3 mil funcionários – chamados internamente de “Qualis”. “Tivemos muita segurança em mudar porque o nível de avaliação favorável ao home office que tivemos em pesquisas internas foi de 98%”, explica Flávia Bossolani, diretora de pessoas e cultura da companhia.

O processo de apostar em um nível bastante elevado de trabalho remoto permitiu que a empresa devolvesse 12 dos 15 andares que ocupava anteriormente em sua principal sede – o que resultou na redução do espaço total em mais de dois terços. Agora, a sede terá apenas 436 posições de trabalho disponíveis – ou seja, a presença de cada funcionário no escritório terá de ser muito bem planejada.

A redução de escritórios, no entanto, deverá ser da ordem de 40%, explica a executiva. Isso porque a empresa está criando uma estrutura de trabalho separada, em outro local, denominada “espaço do corretor”, que será dedicada aos vendedores.


Em casa, para sempre. Desta forma, grande parte dos trabalhadores da Qualicorp vai ficar em casa a maior parte do tempo, com presença no escritório permitida uma ou duas vezes na semana. Já outros times, como os de atendimento ao cliente, deverão ser 100% remotos – ou, no termo usado pela Qualicorp, “home based”.

A companhia fez 800 contratações durante a pandemia, sendo que algumas pessoas já entraram nessa nova modalidade a distância. É o caso do supervisor de relacionamento Orlando João do Nascimento, de 38 anos, que entrou na companhia há seis meses.

Agora confinado à sua “casa/escritório” por causa da pandemia, Orlando tinha planos bem diferentes para 2020. Depois de ser desligado do emprego anterior, no fim de 2019, programou-se para tirar um ano sabático. “Queria viajar, colocar a mochila nas costas, ganhar o mundo.” Quando deu por si, após a explosão do coronavírus, viu-se sozinho e sem emprego. Decidiu voltar ao mercado de trabalho.

“Como eu moro sozinho, estava me sentindo muito só nessa pandemia. E assim que eu arranjei emprego, mesmo estando distante, eu não me senti mais sozinho”, conta. Além disso, ele gastaria cerca de duas horas no transporte coletivo para ir de São Miguel Paulista, onde mora, ao escritório central da Qualicorp. “Agora, eu acordo às 9h30, faço meus exercícios, tomo café da manhã e estou pronto para trabalhar às 11h. Se puder continuar assim (para sempre), eu continuo.” As informações são do jornal

 O Estado de S. Paulo.


 

Vivendi revela planos de cindir Universal Music Group e ação salta 18,5% em Paris


Crédito: Divulgação / Universal

A ação da Vivendi saltava 18,5% na Bolsa de Paris por volta das 9h30 desta segunda-feira (Crédito: Divulgação / Universal)

O conglomerado de mídia francês Vivendi revelou no fim de semana que planeja distribuir a acionistas 60% do capital da subsidária Universal Music Group (UMG) e cindir sua lucrativa gravadora até o fim do ano. Em reação ao comunicado, que foi divulgado no sábado (13), a ação da Vivendi saltava 18,5% na Bolsa de Paris por volta das 9h30 desta segunda-feira (de Brasília).

A distribuição de ações do UMG a investidores será na forma de um dividendo especial, explicou a Vivendi. A Vivendi já havia anunciado planos de listar ações do UMG em Amsterdã, há cerca de um ano, e agora estabeleceu uma meta mínima de 30 bilhões de euros para o valor da subsidiária.

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/vivendi-revela-planos-de-cindir-universal-music-group-e-acao-salta-185/

 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

O fenômeno Coamo, uma cooperativa de R$ 20 bilhões


Em pleno ano de pandemia, a gigante do Paraná comemora um salto de 43% no faturamento 
 
“Os preços elevados motivaram os associados a comercializarem praticamente todo o volume entregue. Registramos, também, uma grande demanda pelos bens de fornecimento”, avalia Gallassini

 

A Coamo, de Campo Mourão (PR), registou R$ 20 bilhões em receita global em 2020. O valor representa um crescimento de 43,2% em relação ao ano anterior. Esse foi o melhor resultado dos 50 anos da cooperativa, celebrado em novembro do ano passado. A sobra líquida atingiu o montante de R$ 1,1 bilhão, um crescimento de 40% em relação ao ano anterior. As sobras serão distribuídas aos associados a partir desta sexta-feira (12), conforme a movimentação de cada um na cooperativa.

De acordo com José Aroldo Gallassini, presidente do Conselho de Administração da Coamo, em 2020 a cooperativa recebeu a maior safra de todos os tempos. "Os preços elevados motivaram os associados a comercializarem praticamente todo o volume entregue. Registramos, também, uma grande demanda pelos bens de fornecimento", avalia. Ele acrescenta que a grande safra foi reflexo de altas produtividades em todas as regiões da área de ação. "Tivemos um comportamento diferente dos associados, Mais atentos e conectados ao mercado, eles analisaram seus custos de produção e aproveitaram o bom momento da comercialização e, consequentemente, 80% da soja colhida em 2020 foi comercializada até abril", conta.

A Coamo recebeu em suas 111 unidades, localizadas no Paraná, em Santa Catarina e no Mato Grosso do Sul o volume recorde de 9,2 milhões de toneladas, o que representa 3,6% da produção brasileira de grãos. Em 2020 os investimentos totalizaram R$ 414,8 milhões, com destaque para o Terminal Portuário II em Paranaguá, unidade de recebimento de produtos no distrito de Macaúba em Dourados (MS) e o laboratório de sementes em Campo Mourão. As exportações foram para os continentes europeu, americano e asiático num total de 19 países. Em 2020 o volume exportado pela Coamo foi de 4,6 milhões de toneladas de produtos, com um faturamento de US$ 1,5 bilhão e um crescimento de 2% em relação ao ano anterior.

 

https://amanha.com.br/categoria/agronegocio/coamo-registra-receita-global-de-r-20-bilhoes

Secretária Municipal de Relacionais Internacionais participa de reuniões para apresentar as ações da nova gestão


Reuniões ocorreram na Prefeitura de São Paulo com foco em maior articulação da pasta com potenciais parceiros


A Secretária Municipal de Relações Internacionais Marta Suplicy participou de três reuniões na tarde desta quarta (10), com o objetivo de apresentar os projetos prioritários da pasta e dialogar sobre possíveis parcerias internacionais para a cidade de São Paulo. Acompanhada pela Secretária-Adjunta de Relações Internacionais, Embaixadora Débora Vainer Barenboim-Salej, as agendas foram realizadas na sede da Prefeitura de São Paulo e seguiram todas as medidas de segurança sanitárias.

 

Tecnologia e empoderamento feminino

No primeira agenda da tarde, a Secretária Marta Suplicy recebeu o Cônsul-Geral dos Estados Unidos, Adam Shub, e a Conselheira Econômica e política do Consulado-Geral dos EUA, Holy Kirking Loomis. Durante o encontro, foram apresentados os temas de trabalho da nova gestão, com destaque para a pauta ambiental e de políticas de combate ao racismo estrutural. Além disso, foi pontuada a importância da inserção de jovens mulheres no campo da tecnologia como uma ferramenta de empoderamento.

O encontro resultou em uma maior aproximação ainda maior entre esta cidade e o país.

Foto da Secretária Marta Suplicy  com o Cônsul-Geral dos Estados Unidos, Adam Shub.

O Cônsul-Geral dos Estados Unidos, Adam Shub, e a Secretária Marta Suplicy. (Foto: Fabio Andrade/ PMSP)

 

Segurança e combate ao racismo

A segunda reunião realizada foi com a Secretária Municipal de Segurança Urbana, Elza Paulina de Souza, que estava à frente da Guarda Civil Metropolitana (GCM) da cidade de São Paulo que foi reconduzida ao comando da pasta para gestão 2021/2024. O encontro também contou com a participação da Assessora Especial de Relações Internacionais, Adriana Vasconcellos, e possibilitou o diálogo sobre as experiências da Secretária Elza sobre o combate ao racismo e proteção à mulher, por meio de uma remodelação de gestão e da implementação de treinamentos e capacitações na GCM.

 

Foto da reunião, com a Assessora de Relações Internacionais, Adriana Vasconcellos, à esquerda, a Secretária Elza Paulina de Souza ao centro e a Secretária Marta Suplicy à direita.

Da esqueda para a direita: a Assessora de Relações Internacionais, Adriana Vasconcellos, a Secretária Elza Paulina de Souza e a Secretária Marta Suplicy. (Foto: Fabio Andrade/ PMSP)


Inovação e parcerias internacionais

A reunião com a Secretária Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, Aline Cardoso, ocorreu no final da tarde e teve como pauta a inclusão da cidade de São Paulo no contexto global de tecnologia e inovação. A Secretária Aline apresentou o plano de sua pasta, com múltiplas ações, como por exemplo, iniciativas para startups do verde e microcrédito. Neste sentido, a atuação da SMRI estará direcionada para conectar esses projetos a investidores internacionais.

As Secretárias Aline Cardoso e Marta Suplicy na sala de reuniões, com um quadro do mapa mundo ao fundo.
A Secretária Aline Cardoso ao lado da Secretária Marta Suplicy na sala de reuniões de Relações Internacionais. (Foto: Fabio Andrade/ PMSP)

 

 https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/relacoes_internacionais/noticias/?p=308543

Vinícola Aurora comemora 90 anos com vendas acima de R$ 700 milhões

 


Vinícola Aurora comemora 90 anos com vendas acima de R$ 700 milhões

Associados após assembleia da Cooperativa Vinícola Aurora, em 1930

O ano de 2020 foi histórico para o vinho brasileiro tanto em termos de qualidade, com a “Safra das safras”, quanto na quantidade consumida, que atingiu a marca inédita de 2,8 litros per capita. Para a Cooperativa Vinícola Aurora, de Bento Gonçalves (RS), o ano também foi de recordes. Com crescimento de 26% nas vendas de todos os produtos na comparação com 2019, o faturamento chegou a R$ 701 milhões, o maior da empresa que é líder de mercado em vinhos finos e suco de uva no Pais. Bons motivos para celebrar os 90 anos da Cooperativa, fundada em 14 de fevereiro de 1931.

Para o diretor superintendente Hermínio Ficagna, por trás das conquistas está a dedicação das 1,1 mil famílias cooperadas e dos mais de 500 funcionários. “A Aurora chega aos 90 anos podendo se orgulhar desta caminhada. O ano de 2020 provou que existem valores que vão além do resultado comercial, de negócios, mas que é fundamental termos empatia, valorizarmos as pessoas que fazem a história da nossa empresa”, afirmou. Para o futuro, ele reforça o compromisso com os avanços tecnológicos e a busca constante do aprimoramento dos produtos e do estreitamento da relação da empresa com o consumidor.

Presidente do Conselho de Administração para o biênio 2020-2022, Renê Tonello entende que a Aurora é feita de pessoas para pessoas, como uma verdadeira família. “Há associados que estão na quarta, quinta geração. Famílias que viram a Aurora nascer em 1931. Ver a empresa chegar aos 90 anos é motivo de orgulho para todos nós.”

Em suas nove décadas, a Aurora conquistou 731 medalhas em concursos nacionais e internacionais chancelados pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), que faz com que ela seja a vinícola mais premiada do Brasil Em 2020, a Vinícola Aurora envasou mais de 80 milhões de litros entre todos os produtos, divididos em 220 itens que compõem o portfólio de suas 13 marcas.

Aurora - Unidade Vale dos Vinhedos _Crédito André Majola (1)
Unidade do Vale dos Vinhedos: inaugurada em 2019, marca modernização da produção (Crédito:André Majola)


https://www.istoedinheiro.com.br/vinicola-aurora-comemora-90-anos-com-vendas-acima-de-r-700-milhoes/


Embraer entrega 71 jatos no 4º tri e fecha ano com carteira firme de US$ 14,4 bi



No ano de 2020, a companhia entregou um total de 130 jatos, sendo 44 comerciais e 86 executivos

A Embraer Serviços & Suporte foi criada para alavancar os negócios pós-venda. Foto: Divulgação/Embraer

A Embraer informou na manhã desta sexta-feira, 12, que entregou 71 jatos no quarto trimestre de 2020, sendo 28 comerciais e 43 executivos (23 leves e 20 grandes), o que representa uma queda de 10 aeronaves entregues no trimestre em relação ao mesmo período de 2019.

Em 31 de dezembro, a carteira de pedidos firmes a entregar totalizava US$ 14,4 bilhões.

No ano de 2020 a companhia entregou um total de 130 jatos, sendo 44 comerciais e 86 executivos (56 leves e 30 grandes), o que representa uma redução de quase 35% em relação a 2019, quando 198 jatos foram entregues.


O doce desafio da Mondelez


Operação brasileira da gigante americana de chocolates e biscoitos fatura US$ 1 bilhão em 2020 e projeta US$ 30 milhões em investimentos para ampliar a liderança de mercado.

Crédito:  Fábio Cordeiro

MAIS VOLUME Para o CEO Liel Miranda, a alta na receita foi puxada pelo aumento dos produtos consumidos em casa. (Crédito: Fábio Cordeiro )

Enquanto o mundo amargou um 2020 de enormes desafios a partir da crise provocada pela pandemia da Covid-19, a unidade brasileira da gigante americana de chocolates, biscoitos, balas e chicletes Mondelez chegou ao fim da travessia do ano celebrando um doce período de alta. Quarto maior mercado da companhia no mundo, a filial do Brasil fechou o ano com faturamento de US$ 1 bilhão – equivalente a 40% da receita da América Latina, e 5% de crescimento em relação à receita de 2019. “Foi um ano surpreendentemente bom porque as categorias de consumo em casa tiveram volume de vendas maior do que tínhamos planejado”, disse Liel Miranda, CEO da Mondelez Brasil. “A gente também se beneficiou pelo fato de o consumidor ir atrás de marcas conhecidas.”

Justamente nessas categorias estão os biscoitos da companhia, que registraram alta de 7,2% em vendas no período, impulsionados pela performance de Oreo, que, segundo a consultoria Nielsen, passou da sexta posição para a liderança em vendas no setor de recheados. Com um terço do mercado de chocolates no Brasil, a companhia obteve resultado 5% superior ao de 2019 nesse segmento. Os números da Associação Brasileira de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) refletem os bons resultados da companhia.

Segundo a entidade setorial, a taxa de penetração da categoria nos lares brasileiros entre janeiro e setembro foi de 90,1%. A frequência de compra aumentou 4% no período. A alta desses produtos para a Mondelez foi robusta o suficiente para neutralizar a queda dos chamados itens de impulso, como chicletes e balas, que dependem basicamente de vendas em pontos como bares e bombonieres, afetados pelo período em que precisaram ficar de portas fechadas. No auge da crise, a redução desse segmento chegou a 50%. “Essas linhas ainda não se recuperaram. Hoje estão cerca de 25% abaixo do que eram antes da pandemia”, afirmou Miranda.

PARCERIAS DIGITAIS Companhia planeja produzir 10 milhões de ovos de chocolate para a Páscoa e ampliar conexão com as redes varejistas e em canais on-line. (Crédito:Divulgação)

Em compensação, vendas em atacarejo cresceram 20% e, em supermercados, 5%. No geral, a companhia também cresceu em volume, com alta de 2% sobre o ano anterior. A evolução da Mondelez no Brasil é ainda mais significativa quando se leva em conta o aumento dos custos no período, pressionados pela grande desvalorização do real frente ao dólar, já que boa parte da matéria-prima, como açúcar e trigo, é precificada pela moeda americana. Outro ponto que pesou foi o chamado custo-Covid. “A gente está falando em um aumento de 1,5% de custos. E isso come a margem da indústria.”

Para o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), Cláudio Zanão, a questão cambial afetou diretamente no preço dos produtos como biscoitos. “Tivemos de repassar custos durante o ano”, disse. Isso, no entanto, não afetou a venda de produtos de uma forma geral. Pelo contrário. “O setor cresceu 5% em volume e 8% em receita em relação ao anterior”, afirmou o dirigente da Abimapi. O faturamento do segmento de biscoitos no Brasil em 2019 foi de R$ 18,8 bilhões, com volume de 1,5 milhão de toneladas.

Ainda que com a participação significativa do mercado brasileiro na receita da América Latina da companhia, o bloco registrou queda de 17,9% no faturamento em comparação a 2019, com US$ 2,5 bilhões, e alta de14,8% na Europa, alcançando US$ 8,1 bilhões. Globalmente, a Mondelez faturou em 2020 US$ 26,6 bilhões, crescimento de 2,75% em relação ao ano anterior. “Os outros mercados da América Latina são muito mais dependentes das categorias de impulso, consumidas fora de casa, e que tiveram queda. Essa variável atrapalhou a região, além da grande desvalorização cambial na Argentina.”

 

 

 

 

RESULTADO POSITIVO O segmento de biscoitos na Mondelez teve alta de 7,2% em 2020, impulsionado pela performance da marca Oreo. (Crédito:Divulgação)
 

PÁSCOA DIGITAL O desafio da companhia no Brasil, agora, é garantir a distribuição e venda de 10 milhões de ovos de chocolate para a Páscoa. No ano passado, a Mondelez teve de buscar uma solução rápida e eficiente para minimizar os efeitos iniciais do isolamento social, que teve início no Brasil poucas semanas antes do terceiro evento mais importante para o mercado brasileiro, após Natal e Dia das Mães, e que é responsável por 20% do faturamento da categoria. Foi aí que a empresa acelerou o processo de e-commerce, até então quase inexistente. Para conseguir vender chocolate em um momento em que parcela significativa de varejistas estava fechada, foi necessário a criação de um ecossistema digital.

A companhia conectou cerca de 300 varejistas à plataforma digital da Lacta, e realizou parcerias com redes como Rappi e Uber para garantir a logística do last mile (última milha) ao consumidor, em um formato B2B-2C. Também foi implementado um sistema de pedidos on-line dos produtos, sem que os vendedores precisassem ir ao estabelecimento. A medida deu certo e resultou em um aumento de 700% nas vendas no canal virtual entre 2019 e 2020. “Esse foi nosso grande aprendizado. Por meio desse sistema, a gente conseguiu garantir a entrega dos ovos de Páscoa. A gente simplesmente descobriu que o e-commerce era solução de alguns problemas”, disse Miranda.

Ainda assim, a empresa não conseguiu evitar que 8% da produção sobrassem nas gôndolas dos estabelecimentos. Para compensar, a companhia doou 500 mil ovos a entidades sociais, número dez vezes maior do habitual. Mesmo com queda nas vendas, a participação da Mondelez aumentou 5%, a partir das ações mais agressivas de comercialização e de marketing.

Para a Páscoa deste ano, a empresa terá distribuição em cerca de 2 mil clientes, incluindo maior presença digital. Com isso, a previsão é de que haja sobra de, no máximo, 3% da produção. “A competitividade nesse ano será maior. Se o crescimento for igual ao do ano passado, será um ótimo resultado”, afirmou o CEO.

PRODUÇÃO EM ALTA A fábrica da companhia em Curitiba recebeu investimento de US$ 100 milhões em três anos. (Crédito:Divulgação)

Para aproveitar o embalo, acelerar e ampliar ainda mais sua participação no mercado, a Mondelez planeja investir, em 2021, US$ 30 milhões em tecnologia, em melhoria de sistemas e de pesquisas em produtos. Somente no processo de modernização e ampliação da fábrica de Curitiba, o maior parque fabril de chocolates do mundo entre as operações da companhia e que exporta para 11 países, foram aportados US$ 100 milhões nos últimos três anos. Além de chocolate, são produzidos na capital do Paraná também balas e chicletes. A produção de biscoitos fica em Vitória de Santo Antão (PE). A empresa tem 8 mil funcionários no Brasil.

A segunda onda de Covid-19 ainda é uma forte preocupação. “A atividade econômica segue paralisada em função da pandemia”, afirmou Miranda. Para ele, o primeiro trimestre ainda não deixou claro o tamanho da continuidade do auxílio emergencial, pelo desemprego e porque o vírus ainda presente. A mudança desse panorama pode significar mais crescimento. “Para a gente continuar ganhando nas categorias de consumo em casa e recuperar o volume das categorias fora do lar”, disse o CEO da Mondelez. Um cenário com mais vacina. E mais doce.

 

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