quarta-feira, 3 de março de 2021

PIB de 2020 no Brasil cai 4,1% com pandemia, o pior resultado em 24 anos


Resultado do quarto trimestre apontava recuperação da atividade econômica, mas segunda onda do coronavírus faz país bater recordes de morte, o que pode afetar outra vez a economia neste trimestre

 

São Paulo - 03 mar 2021 - 09:24

 

Jovem sem máscara caminha em uma movimentada rua comercial em São Paulo, no momento em que o Brasil vive uma aceleração da pandemia.
Jovem sem máscara caminha em uma movimentada rua comercial em São Paulo, no momento em que o Brasil vive uma aceleração da pandemia.Sebastiao Moreira / EFE

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A pandemia da covid-19 no Brasil derrubou o Produto Interno Bruto (PIB), que registrou uma queda de 4,1% no ano passado, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A retração causada pelo confinamento social e a redução da atividade econômica foi atenuada pelas 9 parcelas de auxílio emergencial entre 300 e 600 reais no ano passado, mas o país não fugiu das consequências vividas no mundo inteiro com o coronavírus. O caos provocado pelo vírus gerou uma queda significativa no PIB, o pior resultado desde 1996. No quarto trimestre, no entanto, a soma das riquezas produzidas no país apontou uma recuperação das perdas anteriores, com o resultado positivo de 3,2% em comparação aos três meses anteriores, numa melhora que já tinha sido observada no trimestre anterior, quando a economia subiu 7,7%, em comparação ao período de abril a junho do ano passado. O PIB totalizou 7,4 trilhões de reais em 2020. O PIB de 2019 registrou um minguado crescimento de 1,1%.

O quadro econômico do Brasil foi desestruturado pela pandemia, que chegou a um desemprego de 14,6% entre julho e setembro, quando o isolamento social e a retração da economia com a pandemia da covid-19 reduziu a oferta de postos de trabalho. Um dos setores mais impactados foi o de construção, com uma queda de 7% da atividade. Também a indústria de transformação, que engloba o setor automotivo, metalúrgico e de vestuário, registrou queda de 4,3% no ano. A economia na corda bamba no mundo todo afetou também o setor externo. O país registrou queda das exportações e importações – 1,8% e 10%, respectivamente. A agricultura, por sua vez, registrou uma queda de 0,4% no último trimestre em contraste com o mesmo período de 2019. Na comparação anual, os agronegócios avançaram 2% sobre 2019.

Em setembro, porém, houve uma redução no quadro de mortes por coronavírus - caíram de uma média diária de 1000 para 800 — o que levou a população a enxergar uma luz no fim do túnel e o otimismo aqueceu um pouco a economia. A partir dali, a indústria e serviços tiveram variação positiva de 1,9% e 2,7%, respectivamente, sendo que a indústria de transformação avançou 4,9%. Até o desemprego recuou, caindo de 14,6%, para 13,9%. No final do ano o país contava com 13,4 milhões de desempregados.

Na evolução dos trimestres, os últimos três meses do ano mostravam uma redução do impacto da pandemia. Depois da queda abrupta de 10,9% no segundo trimestre de 2020 em comparação com o mesmo período de 2019, o terceiro trimestre registrou queda de 3,9% e de outubro a dezembro o recuo foi de 1,1%, o que parecia confirmar a recuperação em V apontada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

A taxa de investimento em 2020 chegou a 16,4% do PIB, melhor do que no ano anterior, quando os recursos investidos na economia foi equivalente a 15,4% do PIB. Entram nessa conta o investimento em maquinários e na expansão de negócios. O consumo das famílias, por sua vez, caiu 5,5% comparado ao ano anterior, como reflexo da pandemia. Também o Governo apertou os cintos e teve um consumo 4,7% menor neste ano. O PIB per capita alcançou 35.172 reais em 2020, um recuo, em termos reais, de 4,8%, a menor marca dede o início da série histórica em 1996.

Na comparação com outros países, a queda do PIB no Brasil foi menor do que em outros países da América Latina, como destaca a nota da Secretaria de Política Econômica: México teve queda de 9,7% e a Colômbia, 6,8%.

A dúvida, a partir de agora, é como o país vai reagir nestes primeiros meses de 2021. Com a guarda baixa para a covid-19, as festas de final de ano se multiplicaram e os números de infectados por covid-19 explodiram outra vez. O número de mortes voltou com força numa segunda onda, e tem batido recordes diariamente. Nesta quarta, foram mais de 1.600 mortes, o pior resultado desde o início da pandemia. Hoje grande parte dos governadores pressionam por restrições mais severas, o que deixa em aberto as consequências para a economia neste primeiro trimestre. Ao mesmo tempo, o auxílio emergencial deve voltar no valor de 250 reais, bem abaixo dos 600 reais pagos no início da pandemia. “As incertezas econômicas continuam elevadas, especialmente, o primeiro trimestre deste ano será desafiador”, destaca a nota da Secretaria de Política Econômica. O Governo aposta ainda numa pauta de reformas como o caminho para o controle das finanças para recuperar a confiança da economia.

Economistas apontam, ainda, o prejuízo da inflação para este ano, cujas projeções sobem há oito semanas, na leitura do mercado financeiro. A alta nos preços deve levar a uma alta de juros que deve inibir a atividade econômica.

A grande esperança é o avanço da vacinação, que ainda é incipiente no Brasil. São 6,7 milhões de vacinados para um país de 211 milhões. O Governo e o Congresso acenam com a aceleração da compra e produção de vacinas, que garantiria ter metade da população vacinada até metade do ano. Com esse resultado, seria mais rápida a retomada de atividades econômicas. Até lá, no entanto, o país se digladia numa guerra entre governadores e o presidente Jair Bolsonaro pela manutenção sem restrições das atividades econômicas em um momento que o Brasil registra pico de mortes por covid-19. Os Estados querem toque de recolher diante da iminência do colapso da saúde num momento em que 19 unidades federais têm mais de 80% dos leitos de UTI comprometidas. Ao mesmo tempo, ainda reverbera a interferência do Governo na Petrobras. O presidente Jair Bolsonaro demitiu no último dia 19 o presidente Roberto Castello Branco, substituído por um militar, o general Joaquim Silva e Luna. Nesta terça, 2, quatro membros do Conselho de administração da Petrobras pediram demissão após a troca de comando. 

 https://brasil.elpais.com/economia/2021-03-03/pib-de-2020-fecha-em-queda-de-41-no-brasil-com-pandemia-de-covid-19.html

 

terça-feira, 2 de março de 2021

Desabastecimento de peças nas montadoras e 2ª onda derrubam vendas de veículos


Crédito: Agência Brasil

Desabastecimento nas montadoras e a segunda onda da pandemia explicam o resultado negativo das vendas de veículos no mês passado (Crédito: Agência Brasil)

O desabastecimento nas montadoras e a segunda onda da pandemia explicam o resultado negativo das vendas de veículos no mês passado, segundo avaliação da Fenabrave, entidade que representa as concessionárias de automóveis.

Ao comentar o balanço de fevereiro, quando as vendas caíram 16,7% no comparativo anual, marcando também o pior volume para o mês em três anos, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, lembrou que a indisponibilidade de peças nas linhas de produção provocou paralisações de montadoras – causando falta de modelos nas revendas -, enquanto o aumento de casos de contaminações restringiu o funcionamento do comércio em várias cidades.

“Na indústria, mesmo com os esforços das montadoras, para aumentar a produção, a falta de peças e componentes ainda persiste, fazendo com que algumas fábricas tivessem de paralisar, temporariamente, a produção em fevereiro, afetando, de forma importante, a oferta de produtos”, comentou Alarico em nota.

“Além disso, o aumento dos casos de covid-19, que provocou o retrocesso da abertura do comércio em várias cidades, também contribuiu para a queda de vendas do mês de fevereiro”, acrescentou. O executivo também relaciona o enfraquecimento do mercado ao aumento, em meados de janeiro, das alíquotas de ICMS cobradas em São Paulo, o maior mercado do País.

Alarico diz que no segmento de caminhões, onde as concessionárias estão trabalhando praticamente sem estoque, parte das entregas está sendo programada para setembro e outubro.

Já nas revendas de motos, que também registram falta de produtos em razão de atrasos, motivados pela crise sanitária, da produção no polo industrial de Manaus (AM), os estoques estão “extremamente baixos”, o que leva à lista de espera de até 40 dias por alguns modelos, informa Alarico.

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/desabastecimento-de-pecas-nas-montadoras-e-2a-onda-derrubam-vendas-de-veiculos/

Conheça o investidor brasileiro que só investe em “deep tech”

Ele formou um fundo milionário para aportar em startups com negócios baseados em descobertas científicas e grandes inovações

Coluna - Guy Perelmuter - Estadão
  • Época Negócios Online

Quando o engenheiro de computação Guy Perelmuter fez seu mestrado em inteligência artificial, em 1995, no Rio, uma das discussões mais acaloradas era o reconhecimento de padrões em imagens (coisa hoje comum, já que há softwares capazes de identificar até logomarcas em partes pequenas de uma foto no Instagram). Outros tempos. Sem internet em alta velocidade, smartphone e sensores potentes, a aplicação da tecnologia era limitada. Não havia carros autônomos ou internet das coisas a encher os olhos de ninguém.

O jovem de 24 anos acabou, então, indo parar no mercado financeiro, onde o perfil de exatas caía bem também. Afinal, para saber o quanto se pode perder ou não com um investimento, os bancos precisam de quem faça bem as contas. Mais de 20 anos depois, o investidor Perelmuter, cujo currículo inclui passagens pelo Banco Pactual e pela Vinci Partners, uniu o conhecimento em investimentos com a paixão por inteligência artificial (e tudo que tem a ver com inovações científicas) em um novo trabalho: colocar dinheiro em startups de deep tech.

Deep tech é o termo usado, em geral, para definir jovens empresas cujos negócios estão amparados em descobertas científicas ou inovações tecnológicas que buscam mudar o mundo. A expressão foi criada por Swati Chaturvedi, CEO da companhia de investimentos Propel(x), para diferenciar as startups baseadas em tecnologias existentes (Uber, por exemplo) das que buscam um grande progresso por meio de tecnologias inovadoras (uma startup que tenta desenvolver uma técnica para combater o câncer, por exemplo). São negócios baseados fortemente em matemática, física, biologia ou engenharia.

É nas startups desse segundo grupo que Perelmuter aposta. Por meio de sua empresa de investimentos, a GRIDS Capital, ele formou um fundo de US$ 45 milhões para fazer aportes em jovens companhias das áreas de inteligência artificial, robótica, nanotecnologia, internet das coisas, tecnologia aeroespacial, entre outras. O dinheiro veio de 26 grupos de investidores brasileiros — de family offices a investidores de setores que vão de varejo a agronegócio. (Os nomes não são revelados.)

No momento, seu portfólio inclui 50 startups, todas dos Estados Unidos e Israel. A maior parte delas (18) busca resolver problemas na área da saúde, assunto sobre o qual Perelmuter palestrou na Wired Conference 2018 - Health and Wellness. Discreto, ele prefere não listar as startups nas quais investe (apesar de ter citado a Auris Health). Com Época NEGÓCIOS, o investidor compartilhou sua visão sobre deep tech, critérios de investimento e Brasil. A seguir, os principais trechos.

Você diz optar por investir em inovações que vão causar impacto duradouro. Como saber o que vai causar impacto tão profundo assim?
Não é uma questão de aposta no produto, mas no tipo de tecnologia. Muitas vezes, você não sabe em qual equipamento ou produto deve apostar. Quando a internet surgiu, ninguém podia garantir qual ferramenta de busca daria certo. Havia Altavista, Google, Lycos, Yahoo (Cadê)... Mas todo mundo sabia que uma delas seria duradoura. Existem tecnologias se mostrando tão obviamente necessárias que vários players tentam se qualificar para ser dominantes nessas áreas. Há tendências que a gente sabe que são duradouras. Os sensores, por exemplo, são o novo vetor para o mundo conectado. Qual fabricante vai dominar esse espaço? Vamos ver. Mas sabemos que haverá uma profusão de sensores circulando na cidade, no campo, onde quer que seja. Procuro investir em tendências que vão alterar significativamente a vida das pessoas.

Você diz nunca ter visto tanto interesse por parte dos investidores em direção à área da saúde. O que explica isso?
Há uma convergência de fatores que justificam isso. Para começar, fazer a análise do genoma está virando algo acessível economicamente para pessoas comuns (para identificar genes com predisposição a doenças, por exemplo). Além disso, estamos vendo o uso real de big data para tratar doenças. É que problemas de ordem biológica e bioquímica produzem quantidade enorme de informação e, agora, a gente tem tecnologia para processar e digerir essas informações. Temos equipamentos com capacidade alta de processamento e memória, sensores, smartphones… Isso tudo está mostrando aos investidores que, se tem uma área que nos próximos cinco a dez anos vai apresentar mudanças muito significativas, é a área da saúde. É um setor gigantesco em termos econômicos, porque compreende os laboratórios, as empresas farmacêuticas, as clínicas, os hospitais, os médicos, todo um ecossistema ativo. É a convergência desses elementos tecnológicos individuais com o tamanho do setor e do capital que ele atrai que explica o interesse inédito e crescente dos investidores em startups do segmento de saúde.

Quais são as startups mais interessantes em saúde no momento?
Há várias. A Auris Health (que recebeu investimento da Grids), por exemplo, é uma empresa que está desenvolvendo equipamento para cirurgia robótica sem incisão, usando apenas orifícios naturais do corpo humano. Foram aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) para a realização de endoscopia pulmonar. Trata-se de um braço robótico que navega até o pulmão.

Quais critérios você usa para definir o setor e a startup em que vai investir?
Olho para vários segmentos que parecem prontos para ter bom resultado econômico e cuja barreira de entrada é significativa. Dezoito das nossas 50 startups estão na área da saúde, mas temos investimentos em inteligência artificial, robótica, infraestrutura tecnológica, novos materiais, sensoreamento artificial, internet das coisas… Os fundadores dessas empresas têm, em geral, um perfil acadêmico sólido, com doutorado e, em muitos casos, pós-doutorado no currículo. Eles comandam empreendimentos que têm como base a matemática, a química, a física, a biologia ou engenharia.

Estamos em um processo de “silver tsunami” da população, que será composta por 1,5 bilhão de idosos em 2050. Qual será o papel das startups de deep tech nesse contexto?
O envelhecimento da população será alvo de muitas startups ligadas a “home care” (cuidados em casa), a equipamentos especiais de medição (monitoramento de sinais vitais, por exemplo), impressão de prótese e órgãos, entre outras invenções. Existe um grande interesse por parte dos empreendedores em atacar e prevenir doenças típicas da velhice. Prevenção, aliás, é a grande característica da medicina do século XXI. Há uma hoje uma cultura do check-up, da antecipação dos problemas. Antes, a ideia era remediar. Agora, até mesmo por conta da gravidade das doenças, importa mais evitar que elas se instalem.

Na hora de investir, você considera os riscos éticos que o negócio pode gerar? A mesma startup que identifica genes com defeitos poderia programar embriões sem doenças, por exemplo.
Tecnologia disruptiva é sempre algo muito novo. Essas discussões estão acontecendo. Mas os empreendedores que entrevistamos apresentam antes o uso de caso (onde eles acham que o produto tem aplicação). O empreendedor informa a sua intenção. Ele diz “estou montando isto porque quero criar uma forma menos invasiva de realizar exames em seres humanos”, por exemplo. O risco ético vai ser tão menor quanto melhor você (investidor) conhecer o uso de caso. Há aí um processo de diligência técnica e pessoal.

Seus investimentos estão concentrados em startups dos Estados Unidos e Israel. Não há deep tech no Brasil? Estaria o país fadado a ser apenas usuário dessas tecnologias, e não criador?
O Brasil tem boas escolas, bons alunos e bons professores. Mas o mundo de deep tech exige laboratório. Exige verba governamental para sustentar pesquisa em matemática, física, biologia… Essa é uma preocupação que a gente deveria ter. Não deveríamos ser só espectadores. Deveríamos produzir. O Brasil, de qualquer forma, está no nosso radar.

 

 https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2018/08/conheca-o-investidor-brasileiro-que-so-investe-em-deep-tech.html

 

 

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Braskem investe mais de R$ 300 milhões no Sul para expandir produção de biopolímeros


Projeto em Triunfo deve ser finalizado no quarto trimestre de 2022 
 
Unidade industrial da Braskem no Polo Petroquímico de Triunfo, onde a empresa produz a resinas termoplásticas a partir do etanol da cana-de-açúcar

A Braskem expandirá sua capacidade de produção de eteno verde, matéria-prima produzida a partir do etanol da cana-de-açúcar e utilizada para a produção de resinas renováveis que capturam CO2 da atmosfera, um dos gases causadores do efeito estufa. A unidade industrial desse produto fica em Triunfo (RS) e a capacidade atual, de 200 mil toneladas por ano, passará para 260 mil toneladas anuais. O projeto de expansão iniciará ainda em 2021, está orçado em US$ 61 milhões (aproximadamente R$ 332 milhões) e deve ser finalizado no quarto trimestre de 2022.

Os estudos da Braskem para produção dos biopolímeros produzidos a partir da cana-de-açúcar começaram em 2007, no Centro de Tecnologia e Inovação do Polo Petroquímico de Triunfo. A empresa investiu US$ 290 milhões na construção da unidade industrial e, em 2010, apresentou ao mercado o primeiro polietileno (PE) de origem renovável a ser produzido em escala industrial no mundo, representado hoje pela marca I'm greenTM bio-based. "A expansão da capacidade de produção de biopolímeros é reflexo do crescimento na demanda da sociedade e dos nossos parceiros por produtos sustentáveis, que tem aumentado consideravelmente nos últimos anos", explica Marco Jansen, responsável global por biopolímeros na Braskem.

Nos últimos anos a Braskem ampliou a produção com a oferta de novas soluções renováveis, como o EVA I'm greenTM bio-based, resina utilizada em setores como automobilístico e calçadista, entre outros. Em 2020, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) da ONU e a Rede Brasil do Pacto Global reconheceram a marca I'm greenTM como um dos casos mais transformadores em desenvolvimento sustentável no Brasil. No ano passado, durante o Financial Outlook & Sustainability Forum, a marca também recebeu o prêmio Sustainability Awards como melhor iniciativa sustentável. A iniciativa foi promovida pela publicação norte-americana Chemical Week e avaliou cerca de 75 projetos entre os mais inovadores do setor químico e petroquímico.

O polietileno renovável da Braskem mantém a mesma qualidade e versatilidade do produto de origem fóssil, mas com a vantagem de capturar, ao longo de sua cadeia de produção, até 3,09 toneladas de gás carbônico por cada tonelada produzida. Na produção de EVA renovável a captura é de até 2,1 toneladas de CO2 por tonelada produzida. No caso do polietileno, como o produto é fabricado pela Braskem há 10 anos, a estimativa é que a solução tenha evitado a emissão de 5,54 milhões de toneladas de CO2 neste período.

A expansão da capacidade de produção de biopolímeros vai representar uma redução de 185 mil toneladas de CO2 na meta da Braskem de se tornar uma empresa carbono neutro até 2050. "A neutralização de carbono é um dos caminhos mais viáveis para minimizar os impactos das mudanças climáticas. Nesse sentido, aumentar a nossa produção de plástico feito a partir da cana-de-açúcar trará ganhos significativos para nós e para nossos clientes mundo a fora em questões relacionadas à sustentabilidade", destaca Jansen. O executivo também afirma que todas as etapas para o processo de expansão da capacidade de produção de eteno verde da Braskem serão realizadas sem interrupção da produção atual, atendendo normalmente aos clientes.

 

 https://amanha.com.br/categoria/negocios-do-sul1/braskem-investe-mais-de-r-300-milhoes-no-sul-para-expandir-producao-de-biopolimeros

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Doria anuncia programa de emprego de 100 mil vagas e remuneração de R$ 450 ao mês

 


Crédito: Valter Campanato/Agência Brasil

Governador de São Paulo, João Doria: programa inclui jornada de trabalho reduzida e capacitação profissional (Crédito: Valter Campanato/Agência Brasil)

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta segunda-feira, 22, um novo programa de empregos, promovido pelo governo estadual, que prevê 100 mil novas vagas de trabalho com remuneração mensal de até R$ 450 pelo Bolsa Trabalho. O programa inclui jornada de trabalho reduzida e capacitação profissional.

Segundo informou a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen, o projeto depende de aprovação da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) para que o pagamento seja estendido por até cinco meses.A previsão é de que o Executivo apresente o texto à Casa até a sexta-feira, 26.

Patricia Ellen anunciou também que o governo encaminhará outro projeto de lei para o parlamento, a fim de viabilizar pagamento de R$ 210 para 30 mil alunos matriculados nos Cursos ViaRápida.

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/doria-anuncia-programa-de-emprego-de-100-mil-vagas-e-remuneracao-de-r-450-ao-mes/

XP rebaixa para venda recomendação para ações da Petrobras


Crédito: Arquivo Agência Brasil - Marcello Casal Jr

O governo anunciou a troca de Roberto Castello Branco pelo general Joaquim de Silva e Luna para comandar a Petrobras (Crédito: Arquivo Agência Brasil - Marcello Casal Jr)

 

A XP rebaixou a recomendação das ações da Petrobras para “venda”, de “neutro” anteriormente, revisando, ao mesmo tempo, o preço-alvo do papel para R$ 24,00, de R$ 32,00. Em relatório distribuído neste domingo, 21, o analista Gabriel Francisco atribuiu a alteração à sinalização negativa em termos da perspectiva de governança da estatal e à atual gestão de preços com o anúncio de substituição do presidente da companhia. O governo anunciou na sexta-feira a troca de Roberto Castello Branco pelo general Joaquim de Silva e Luna para comandar a Petrobras.

“Vemos esse anúncio como uma sinalização negativa, tanto de uma perspectiva de governança, dados os riscos para a independência de gestão da Petrobras, como também por implicar riscos de que a companhia continue a praticar uma política de preços de combustíveis em linha com referências internacionais de preços, ou seja, que reflitam as variações dos preços de petróleo e câmbio”, diz Francisco.

Segundo a XP, existem muitas incertezas para justificar uma tese de investimento na Petrobras. “Acreditamos que as ações deverão daqui em diante negociar com um desconto mais alto em relação ao histórico e a outras petroleiras globais”, acrescenta no relatório.

Francisco nota ainda que “as incertezas para a política de preços de combustíveis da Petrobras implicam uma menor correlação das ações em relação aos preços do petróleo daqui para frente, dados os riscos de que não sejam totalmente repassados aos preços dos combustíveis. Com isso, esperamos uma deterioração nos resultados no futuro, não apenas devido às margens de refino mais baixas, mas também devido aos riscos que a Petrobras deva realizar importações de combustível com prejuízo para evitar qualquer risco de desabastecimento no mercado local”.

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/xp-rebaixa-para-venda-recomendacao-para-acoes-21/

 

Acionistas temem maior ingerência política na Petrobras

 Como se troca um presidente da Petrobras | Brazil Journal


A interferência do presidente Jair Bolsonaro na Petrobras, com o anúncio da troca do presidente Roberto Castello Branco pelo general da reserva Joaquim Silva e Luna, espalhou temor entre os acionistas minoritários da empresa. Apenas na sexta-feira, antes de o anúncio da troca ser oficializado, o valor de mercado da empresa caiu de R$ 383 bilhões para R$ 354,8 bilhões. A expectativa é de que caia ainda mais nesta segunda-feira. E a avaliação é que, se os próximos passos do governo forem no sentido de interferir na política de preços dos combustíveis, essa queda será potencializada, trazendo fortes perdas.

Para o presidente da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), Fábio Coelho, o episódio da última sexta-feira, com a demissão do presidente da Petrobras pelas redes sociais, é uma demonstração de “abandono de práticas consagradas de governança”. As críticas são, principalmente, quanto ao modo como a demissão aconteceu, sem que o conselho de administração tivesse oportunidade para, internamente, avaliar a indicação do general Luna ao cargo, antes de ela ser anunciada publicamente. “O ponto que chamou mais atenção não foi exatamente a qualificação profissional do novo presidente, mas o desrespeito ao conselho de administração”, acrescentou.

A Amec e o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) divulgaram nota conjunta na qual destacam a preocupação dos minoritários com uma possível interferência política no comando da estatal. “Nessas situações, a observância de práticas consagradas de governança corporativa se torna ainda mais relevante para garantir que os interesses de todos – acionista controlador, investidores e outras partes interessadas – sejam levados em consideração”, diz a nota.

O ataque a Castello Branco começou ainda na quinta-feira, depois de a estatal ter anunciado novo reajuste no preço do óleo diesel. Bolsonaro passou, então, a dar declarações de que iria mexer na empresa. O combustível é a principal fonte de custo dos caminhoneiros, uma das suas bases eleitorais com mais poder de pressão sobre a economia. Em sua defesa, a Petrobras argumenta que segue uma política de paridade internacional, em que os seus valores de venda no Brasil acompanham as cotações do petróleo nas principais bolsas de negociação do mundo.



A primeira reação do mercado foi de descontentamento com a atitude de Bolsonaro. Agora, os minoritários avaliam os riscos de uma ingerência política no dia a dia da estatal. 

 

Valor de mercado

 
Caso a avaliação dos minoritários seja de que a atual política de preços da Petrobras e o programa de venda de ativos vão ser abandonados, as ações tendem a derreter ainda mais e conduzir a companhia a uma retração do valor de mercado superior aos R$ 28 bilhões registrados na sexta-feira. Mas, se a sinalização for de continuidade das principais bandeiras da atual gestão, os papéis devem sofrer apenas algum desconto, segundo os analistas.

“Não me surpreenderia se o valor de mercado caísse agora 15% (cerca de R$ 50 bilhões). O que não pode é, por exemplo, alguém falar de repente que o aumento do preço dos combustíveis anunciado pela Petrobras na última semana não vai ser aplicado. Mas, se o novo presidente da empresa mantiver a política de preço de paridade internacional (PPI), o que vai acontecer é que o mercado vai dar um desconto na ação relativo à percepção de risco”, avalia Glauco Legat, analista-chefe da Necton Investimentos.

Para Cristiano Costa, analista da J Global Energy, a tendência é que o governo queira controlar a Petrobras. “A Petrobras segurava o preço do combustível porque estava fazendo dinheiro com a produção de petróleo. Então, um bolso segurava o outro. Mas, para o acionista, isso não é positivo. Não vejo com bons olhos no longo prazo.”

Neste domingo, a XP rebaixou a recomendação das ações da Petrobras de “neutro” para “venda”, por conta das mudanças. Também revisou o preço alvo do papel de R$ 32 para R$ 24. “Vemos esse anúncio (da troca de presidente) como uma sinalização negativa, tanto de uma perspectiva de governança, dados os riscos para a independência de gestão da Petrobras, como também por implicar riscos de que a companhia continue a praticar uma política de preços de combustíveis em linha com referências internacionais de preços, ou seja, que reflitam as variações dos preços de petróleo e câmbio”, diz, em relatório, o analista Gabriel Francisco. 

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.