Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
A relação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido)
com o mercado financeiro, que ajudou a elegê-lo em 2018, parece ter
azedado de vez desde que o mandatário interveio na Petrobrás, na
tentativa de conter a alta de preços de combustíveis e acenar
positivamente para os caminhoneiros, parte importante da sua base
eleitoral.
Vale ressalta que esse cenário tende a fazer com que o presidente
continue impaciente e disposto a intervir. “A popularidade dele ainda
está baixa, a pandemia continua forte. Ele ficará tentado buscar
soluções mágicas – e não vai achá-las.”
“O governo está em uma encruzilhada”, resume o economista-chefe da
Necton, André Perfeito. Ele explica que, ao mesmo tempo que Guedes
propõe ajustes de longo prazo, Bolsonaro diz que os problemas no curto
prazo estão mordendo o calcanhar do governo. “Várias coisas acontecem no
curto prazo: preço dos combustíveis, o novo auxílio emergencial. E
talvez não haja mais tempo para ajustes antes de 2022.”
O economista avalia que o governo tem dado tantos sinais trocados de
mudança de rota, com medidas que o aproximam do populismo, que os
efeitos são sentidos no aumento da desconfiança. “Há um mal-estar na
Bolsa. O nível de tensão está alto.” / COLABORARAM ALTAMIRO SILVA JÚNIOR E DENISE ABARCA
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Proposta
do governo era que integrantes do conselho continuassem no cargo em uma
nova gestão sob comando do general Joaquim Silva e Luna.
Por G1
4 conselheiros da Petrobras pedem pra deixar os cargos após interferência de Bolsonaro
Quatro membros do conselho de administração da Petrobras informaram na
noite desta terça-feira (2) que não aceitarão a recondução ao cargo na
próxima assembleia geral extraordinária da estatal. São eles: João Cox
Neto, Nivio Ziviani, Paulo Cesar de Souza e Silva e Omar Carneiro da
Cunha.
O Magazine Luiza acaba de anunciar a aquisição da
VipCommerce, plataforma de e-commerce com foco no varejo de alimentos. A
ferramenta cria lojas digitais para desktop, celular e aplicativos para
supermercados, e oferece ainda tecnologia de gestão de estoques. Ao
todo, a empresa oferece tecnologia para mais de 100 redes de
supermercados, com 400 lojas localizadas em 18 Estados do País. O valor
da transação não foi divulgado.
Com a aquisição, o Magalu coloca todos essas parcerias para dentro de
sua carteira. O plano agora é trazê-los também para dentro do
aplicativo do Magazine Luiza, além de oferecer nos aplicativos de cada
supermercado os serviços de antecipação de recebíveis e logística da
companhia. Esse é o primeiro passo significativo do Magazine Luiza na
direção da venda de alimentos frescos, como produtos de hortifruti.
“Quando alguém faz compras de mercado, com cesta grande de produtos, a
experiência é melhor quando se faz essa compra dentro de uma loja
específica perto da casa do cliente”, diz o diretor executivo de
e-commerce do Magazine, Luiza Eduardo Galanternick.
Ele conta que, hoje, para fazer essa compra completa no aplicativo da
companhia o cliente acaba selecionando determinados produtos de estoque
próprio do Magalu e outros de lojas do marketplace, assim, a
experiência fica prejudicada, já que são necessárias várias entregas,
até em dias diferentes para finalizar a compra.
Com 1.237 lojas pelo país, o varejista Magalu anuncia a aquisição
da VipCommerce, plataforma de e-commerce white label focada no varejo de
alimentos. Segundo a empresa, a ferramenta funciona como um atalho para que varejistas
se conectem ao marketplace do Magalu e oferece a gestão do ciclo do pedido, da
compra à entrega final, e o controle de estoque em tempo real. A VipCommerce
permite que varejistas criem lojas digitais para desktop, celular e aplicativos.
Com a compra, o Magazine Luiza avança na venda de produtos de supermercado. A
categoria representa cerca de 40% dos itens vendidos no e-commerce. Atualmente,
a base da VipCommerce conta com mais de 100 redes de supermercados, com 400
lojas em 18 estados.
A gestora Mint Capital, controladora da Bahema Educação,
concluiu nesta terça-feira, 2, a aquisição do imóvel do Colégio Pop,
unidade da Rede Decisão localizada no bairro São Miguel Paulista, na
zona leste de São Paulo. O acordo, no valor de R$ 10 milhões, prevê a
utilização pela grupo vendedor por dez anos.
Por meio do fundo imobiliário Mint Educacional, a gestora adquire
imóveis de empresas do setor e aluga a prazos longos, geralmente para a
própria companhia que era proprietária. “Essas instituições já são os
melhores operadores (do setor), e acreditamos que serão os maiores
destaques educacionais no futuro. Com isso, o investidor tem uma
previsibilidade de receita e rendimento muito grande”, afirma Marcelo
Walton, sócio da Mint Capital.
O colégio é a terceira aquisição imobiliária para o portfólio do
fundo. Atualmente, o Mint Educacional possui a unidade da Faculdade Una
Aimorés, operada pela Ânima Educação em Belo Horizonte (MG), e da Escola
Parque Barra, operada pela Bahema na Barra da Tijuca, no Rio de
Janeiro. Juntos, os ativos equivalem a aproximadamente R$ 100 milhões em
patrimônio.
Segundo Walton, o fundo continua buscando oportunidades de aquisições
em diferentes cidades. O objetivo é entrar para o mercado do varejo, já
que o fundo atualmente é aberto somente para investidores qualificados
(que têm mais de R$ 1 milhão investidos no mercado financeiro). “Para
chegar ao varejo, o fundo precisa estar com um porte maior. Pretendemos
nos próximos meses concluir novas operações, no mesmo nível de
qualidade, para chegar a um fundo ao final do ano de pelo menos R$ 500
milhões de patrimônio”, afirma.
O sócio da Mint Capital acredita que, apesar da pandemia, o setor de
educação permanece aquecido em transações, e que a demanda das redes
educacionais por novas unidades está aumentando.
“É um setor extremamente resiliente, porque educação é um dos grandes
investimentos que as famílias fazem por seus filhos. Apesar dessa crise,
não tivemos nenhum tipo de ruído no nosso portfólio: todos os aluguéis
foram pagos. Isso mostra que soubemos selecionar o que acreditávamos ser
o melhor no setor. Em grandes linhas, conseguimos identificar boas
oportunidades dentro do setor de educação”, conclui Walton.
A Rede Decisão conta atualmente com doze colégios em São Paulo e
Minas Gerais. Para Walton, as aquisições pelo fundo proporcionam
liquidez para que as instituições façam novos investimentos, e paguem
contratos de aluguel para a Mint.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) avalia abrir um
processo para investigar operações atípicas com papéis da Petrobras nas
últimas semanas, quando eclodiu a crise entre o presidente da República,
Jair Bolsonaro, e a administração da companhia, que culminou com a
troca do comando da petroleira. Segundo apurou o Estadão/Broadcast,
a área técnica do órgão regulador do mercado de capitais está
analisando informações preliminares antes de formalizar uma investigação
sobre uso de informações privilegiadas (insider trading, no jargão do
mercado).
Os sinais de que alguém pode ter lucrado com a antecipação de
informações sobre o que ocorreria na estatal foram revelados pela coluna
de Malu Gaspar, no jornal O Globo. Segundo a coluna, um
investidor pode ter levantado R$ 18 milhões em transações opções de
venda de papéis da petroleira ao efetuar operações, na quinta-feira, 18,
em um volume que só faria sentido se realmente acreditasse que as ações
iriam cair pelo menos 8% na sexta-feira, 19.
Na operação de opção, o investidor adquire o direito de comprar ou
vender um ativo em uma data futura, a um preço fixo, para se proteger do
movimento contrário do papel ou especular. Dados públicos da B3
verificados pelo Estadão/Broadcast mostram que os detentores dos
papéis tinham garantida a venda de ações da Petrobras no vencimento – 22
de fevereiro – a R$ 26,50.
No dia 18, quando a ação fechou a R$ 29,27, antes de o presidente
anunciar durante live, à noite, que promoveria mudanças na estatal, duas
ordens de compra foram realizadas: uma de 2,6 milhões de opções às
17h35, e outra às 17h44, de 1,4 milhões de papéis, ambas com preço de R$
0,04, ou seja, a R$ 160 mil no total. O número de negócios com o papel
naquela data foi de 238, disparando para 1.097 no dia seguinte, após
Bolsonaro sinalizar mudanças.
Enquanto
lidam com incertezas para 2021, proprietários de cafeterias e
restaurantes tentam se recuperar da crise econômica causada pela
pandemia de coronavírus
No centro histórico de São Paulo, a Rua do Comércio já não faz jus ao nome. Quem entra nessa ruela não se depara com vitrines chamativas, mas sim com portas fechadas e placas de aluguel. “Ali era uma sapataria que existia há 60 anos. E ali tinha um bar que a fiscalização fechou por desrespeitar as medidas sanitárias”,
aponta Vitor Sapolnik, 55, proprietário do Caffè Latte, um dos únicos
comércios que sobreviveu na Rua do Comércio. Efeitos de uma pandemia
cuja crise causou uma queda de 4,1% no PIB em 2020, a maior em 24 anos, e
o desemprego na casa de 14 milhões de pessoas.
O Caffè Latte surgiu no mesmo lugar onde está até hoje, em
2004, quando Sapolnik decidiu ter uma vida “mais tranquila” e realizar o
sonho de montar uma cafeteria, após décadas trabalhando em
multinacionais. Nesses 16 anos, o negócio se expandiu para uma unidade
na Avenida Paulista (centro), duas em escritórios na Vila Clementino
(zona sul) e Lapa (zona oeste) e uma versão pocket, a duas quadras da original, também no centro, inaugurada um mês antes do Governo decretar a quarentena pelo novo coronavírus.
A
cafeteria cresceu tendo como público-alvo os executivos que, nos
intervalos pré e pós almoço, deixavam seus escritórios no centro para
tomar um café e comer um bolo. Exatamente a classe que, desde março de
2020, passou em sua grande maioria a adotar o home office.
“O fluxo caiu drasticamente e sofremos em todas as nossas lojas”, conta
o dono. O Caffè ficou fechado entre março e junho do ano passado, abriu
só para delivery e, hoje, funciona com 60% da capacidade e seguindo os
protocolos sanitários da Prefeitura — entre eles, a ausência de mesas na
calçada, o que Sapolnik considera “um absurdo de outro mundo, já que é o
lugar mais ventilado”.
Quando estava completamente fechado, Vitor publicou um texto nas redes sociais do estabelecimento
em que apelava para uma ajuda financeira dos Governos municipal,
estadual e federal, e alcançou mais de um milhão de visualizações.
“Presidente, Paulo Guedes, Maia, Alcolumbre, Doria, Covas, façam alguma
coisa para salvar os negócios, os empregos e a economia”, escreveu.
Através da repercussão, Sapolnik conseguiu financiamentos, renegociações
de aluguel e readequações na loja física, mas não o suficiente para
lidar com todas as dívidas. O proprietário não sabe o que fará com as
outras unidades; ele trabalha hoje com 30% do faturamento pré-covid e
precisou demitir 16 dos 40 funcionários, cinco deles na loja principal.
“E não posso demitir mais pelos períodos de estabilidade que eles têm
pelas suspensões de contrato. Se pudesse demitiria, porque não tenho
condições de pagar esses salários”, completa.
“O
ramo da alimentação sucateou”, resumiu Alexandre Azevedo, 42,
proprietário do restaurante self-service Retiro do Caçador, na zona
oeste de São Paulo. “Já vínhamos de uns três anos com falta de
crescimento antes da pandemia. Não acumulei dívidas [no último ano] porque usei todo o meu dinheiro,
mas a maioria [do setor] deve para bancos e distribuidores”, contou.
Segundo contas da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e
Restaurantes), mais de 50.000 estabelecimentos do ramo fecharam no
Estado desde o início da pandemia. Azevedo administra há 23 anos o
restaurante inaugurado pelo seu pai, em 1978, na Rua Heitor Penteado,
que funciona sete dias por semana; e uma filial no bairro de Perdizes,
que abre de segunda à sexta, mais voltada ao público executivo.
O
restaurante original fechou apenas no início da pandemia, enquanto o
secundário ficou parado por nove meses em 2020. Em Perdizes, onde seu
estabelecimento atendeu oito pessoas nesta terça-feira (2), trabalham
três funcionários onde antes eram 14. No outro, a mão de obra caiu de 19
para 13. Ao longo dos 30 minutos em que conversou com a reportagem, no
estabelecimento da Heitor Penteado, no fim da hora de almoço desta
terça, o dono do restaurante parou sete vezes para pesar pratos ou
receber os pagamentos de seus clientes. “Desculpa, preciso ficar de olho
no caixa”, justificou. A ANR (Associação Nacional de Restaurantes)
estima que 84.000 pessoas perderam o emprego no setor em São Paulo.
Azevedo viu o faturamento cair pela metade no início da crise, mas hoje
chegou a 80% do que tinha em janeiro do ano passado. Em comparação com a
situação de Sapolnik, ele tem uma vantagem: o delivery consolidado desde antes da covid-19.
“Antes, 30% do nosso faturamento já era com delivery. Agora foi para
70% e compensou o que eu perdi no salão. A diferença é que tenho o iFood
como sócio”, explicou.
Sobre as posturas dos Governos estadual e federal, Sapolnik e Azevedo convergem ao não tomar lado na briga entre Jair Bolsonaro e João Doria,
que tiveram posturas conflitantes na forma como lidaram com a pandemia.
“Eu achei que se precipitaram ao fechar o comércio no começo. Mas temos
que levar em consideração que o mundo não sabia o que fazer”, opinou
Alexandre. “Todos erraram. Faltou capacidade de se planejar e mudar
conforme a necessidade”, completou Vitor. Os empresários admitem que é
mais seguro confirar aos cientistas a tomada de decisão acerca das
medidas restritivas para o comércio. “Sou do time que acha que precisa resolver a saúde para resolver a economia. A culpa da crise é da pandemia, não da quarentena”, conclui Sapolnik.