Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
Gigante
japonesa confirma o fechamento da fábrica brasileira neste mês e
engrossa a lista de multinacionais que desistem de um país em forte
deterioração do ambiente de negócios.
ATIVIDADE ENCERRADA A fábrica
da empresa em Manaus fechará as portas neste mês, depois de quase meio
século de produção no Brasil. (Crédito: Sandro Pereira)
Hugo Cilo
Gostem ou não de seu estilo de gestão, o ministro da
Economia, Paulo Guedes, é certeiro em suas profecias econômicas. Em
março do ano passado, o fiel escudeiro do presidente Jair Bolsonaro
afirmou que se o governo fizesse muita besteira, o dólar poderia ir a R$
5. Acertou. Naquela mesma época, disse que de câmbio a R$ 1,80, que
estimulava empregadas domésticas a viajar para a Disneylândia, “numa
festa danada”, era coisa do passado e que os brasileiros deveriam
passear em Foz do Iguaçu, no Nordeste e em Cachoeiro do Itapemirim,
cidade natal do cantor Roberto Carlos. Em partes, acertou de novo, não
fossem a pandemia e a crise que inibem a circulação de turistas. Na
semana passada, o ministro voltou a descrever sua visão sobre o Brasil,
afirmando que se o País fizer errado pode virar a Argentina em seis
meses e a Venezuela em um ano e meio.
A julgar pela debandada de multinacionais, a mais recente profecia de
Guedes é uma realidade já em curso. Na segunda-feira (1), a japonesa
Sony confirmou que encerrará até o final do mês a venda de aparelhos
televisores, câmeras e equipamentos de áudios no País. A fábrica na Zona
Franca de Manaus, com cerca de 300 empregados, será fechada após 48
anos. A empresa continuará a operar no Brasil nas áreas de videogames,
soluções profissionais, música e audiovisual, mas tudo sob o selo da
importação.
A decisão da Sony é uma entre muitas desde o ano passado, dentro de
um processo de desindustrialização e fuga de mais de US$ 300 bilhões em
investimentos estrangeiros. Apenas no ano passado, 5,5 mil fábricas
encerraram suas atividades, conforme levantamento realizado pela
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Segundo a série histórica iniciada em 2002, até 2014, o número de
fábricas crescia, mesmo com a indústria de transformação perdendo
relevância na economia diante do avanço de outros setores. Há seis anos,
o País tinha 384,7 mil estabelecimentos industriais. No acumulado entre
2015 e 2020, Brasil perdeu 36,6 mil estabelecimentos industriais. Isso
equivale a quase 17 indústrias extintas diariamente. Além da Sony, a
Ford, a Mercedes-Benz e a Roche anunciaram o encerramento de atividades e
fechamento de fábricas no Brasil.
Sem capacidade e reputação de atrair novos investimentos, o País
segue os passos dos vizinhos sul-americanos. E o êxodo das empresas
mostra que, ao menos nas previsões econômicas, Guedes está certo.
Montadora
anuncia R$ 1,1 bilhão em recursos para o Brasil e condiciona futuros
aportes ao avanço das reformas e à melhora da competitividade.
APOSTA NO BRASIL Na fábrica de São José dos Pinhais serão produzidos cinco novos modelos e um motor . (Crédito: Luiz Costa)
Sérgio Vieira
Discretamente e na contramão do impacto negativo que a crise
provocada pela Covid-19 causou na indústria automotiva, a unidade
brasileira da gigante francesa Renault anunciou, no início da semana,
investimentos no parque fabril do Paraná para impulsionar as vendas nos
próximos 18 meses. O montante previsto é de R$ 1,1 bilhão, dinheiro que
será aplicado na produção de cinco modelos e na produção de um novo
motor 1.3. A companhia não revelou quais serão as mudanças nas linhas
que produz atualmente.
O curto ciclo de investimentos, que irá até o primeiro semestre de
2022, difere do modelo habitual, que gira entre seis e sete anos. Para
colocar a mão no bolso a partir de 2023, a montadora não esconde que
aguarda o caminho das reformas. Segundo o presidente da Renault no
Brasil Ricardo Gondo, “o que se discute é a complexidade da carga
tributária, além de altos custos logísticos e de fabricação. Como
indústria, estamos lutando contra tudo isso para aprovar novos
investimentos no País.”
Além dos cinco modelos, a companhia francesa também irá lançar no
mercado brasileiro dois veículos elétricos até o ano que vem. O primeiro
deles, a nova versão do Zoe, chega no fim do primeiro semestre. O
crescimento desse segmento, na avaliação do presidente da Renault
brasileira, também passa por mudanças na política econômica. “Na França e
Espanha, há incentivos fiscais. Isso ajuda a impulsionar e precisa
estar na pauta de prioridade do governo”, disse Gondo. “O mercado ainda é
pequeno e não há política pública para esse tipo de produto”, afirmou,
referindo-se aos veículos elétricos.
Gabriel Reis
“O que se discute é a complexa carga tributária, além de
altos custos logísticos e de fabricação. Como indústria, estamos lutando
contra tudo isso” Ricardo Gondo, presidente da Renault no Brasil.
MEIO AMBIENTE Mesmo sem incentivos, a companhia
enxerga um aumento na procura desses modelos por clientes corporativos,
como Mercado Livre e DHL, principalmente pelo aumento de ações ligadas
ao impacto do meio ambiente. Segundo dados da Associação Nacional dos
Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), dos 162.587 automóveis e
comerciais leves licenciados em janeiro, 10.456 foram da montadora
francesa. Hoje a Renault tem 6,4 mil funcionários diretos e 25 mil
indiretos.
Gondo disse que o crescimento significativo do número de casos e de
mortes pela Covid-19 no Brasil preocupa, além do risco real de queda no
faturamento a partir da maior necessidade de restrição de circulação em
boa parte dos estados. “Isso impacta no curto prazo, porque algumas
concessionárias já não estão funcionando. O que a gente precisa agora é
monitorar, acompanhar e ter equipe capaz de se adaptar e tomar decisões
certas”, disse. À francesa, a Renault deixa claro que aposta no País.
Falta agora que o País faça a sua parte.
A Jacto, fabricante de máquinas agrícolas com base em
Pompeia, no interior paulista, anunciou nesta sexta-feira (5) a
construção de uma nova fábrica no município, que deverá ser concluída em
março de 2023. A planta terá uma área construída de 96 mil metros
quadrados, mais do que o dobro da área da fábrica atual de produtos
agrícolas da companhia, também em Pompeia, de 39 mil metros quadrados.
Com a expansão, a Jacto pretende atender à demanda crescente tanto por
produtos que já vinham sendo comercializados há anos como pelos
recém-lançados em 2020, segundo nota da empresa.
A nova unidade contará com tecnologias e instalações dentro dos
conceitos de “Indústria 4.0”, como sistemas automatizados de pintura e
de armazenagem, movimentação de materiais por veículos autônomos e um
centro avançado de treinamentos, de acordo com o comunicado. Também
haverá reúso de água, manufatura sem papel e painéis solares que
garantirão energia equivalente a todo o consumo da fábrica.
“O projeto faz parte de um conjunto de ações que tem como principal
objetivo oferecer excelência na experiência do agricultor. Lançamos uma
nova linha de produtos em agosto do ano passado com três modelos de
plantadeiras, uma colhedora de cana-de-açúcar e um pulverizador
autônomo, e agora estamos dando mais um grande passo, investindo em uma
fábrica moderna para sustentar o crescimento previsto para os próximos
anos”, afirmou no comunicado o diretor presidente da Jacto, Fernando
Gonçalves Neto.
No ano passado, Gonçalves Neto disse em entrevista ao Estadão/Broadcast
que a companhia pretendia duplicar seu faturamento de 2019, de R$ 1,650
bilhão, nos próximos três anos. Há expectativa também de que peso das
exportações no negócio cresça de 25% para cerca 35%, e de que empresa
ganhe participação no mercado brasileiro, subindo de 5% a 8% sobre sua
fatia atual, não revelada.
Lucro também é recorde para o período, mas não foi suficiente para reverter o prejuízo anual
Marcos Graciani
“Alguns
mercados já têm apresentado recuperação significativa, como os veículos
comerciais leves nos Estados Unidos e caminhões pesados no Brasil”,
contou Rizzo em recente entrevista para o anuário 500 MAIORES DO SUL
A
Tupy segue com a trajetória de recuperação iniciada no terceiro
trimestre, fechando o intervalo entre outubro e dezembro com a maior
receita para este período até hoje: R$ 1,2 bilhão, crescimento de 11,6%
em relação ao quarto trimestre de 2019. O lucro bruto de R$ 217 milhões
também é o maior já registrado num quarto trimestre. Já o lucro líquido
atingiu R$ 86 milhões, crescimento de 19% na comparação com o ano
anterior. Porém, o resultado não foi suficiente para reverter o prejuízo
que terminou em R$ 76,2 milhões (veja todos os principais resultados na
tabela ao final desta reportagem).
Os resultados, obtidos em meio
a pandemia, representam a junção de fatores primordiais, que vêm
garantindo o crescimento da companhia catarinense, como a atuação em
economias dinâmicas e segmentos de mercado essenciais para a sociedade,
flexibilização da produção, eficiência operacional e controle de custos.
"Contamos
com uma sólida estrutura de governança e ferramentas de gestão de
risco. Isso nos possibilitou um enfrentamento adequado da pandemia,
protegendo as pessoas e a empresa. No segundo semestre, observamos uma
retomada gradual dos volumes e aumento expressivo das margens em razão
de uma série de projetos e iniciativas, que vêm sendo desenvolvidos e
implementados por um time de alta performance, composto por novos
gestores e executivos com experiência na organização e em seus
processos-chave", destaca Fernando Cestari de Rizzo, CEO da Tupy.
"Alguns
mercados já têm apresentado recuperação significativa, como os veículos
comerciais leves nos Estados Unidos e caminhões pesados no Brasil",
contou Rizzo em recente entrevista para o anuário 500 MAIORES DO SUL.
Ele antecipou, na ocasião, que segmentos como máquinas e equipamentos
utilizadas em setores de mineração e construção não-residencial devem
apresentar recuperação ao longo de 2021. O CEO também revelou que
pacotes de infraestrutura nos Estados Unidos, o Marco do Saneamento e a
nova Lei do Gás no Brasil podem impactar substancialmente a demanda da
companhia nos próximos anos. "Os próximos anos serão marcados por
investimentos em produtos e serviços de alto valor agregado, como
usinagem, além de pesquisa e desenvolvimento de novos materiais e
negócios", vislumbrou Rizzo.
Empresa aportará R$ 131 milhões especialmente em tecnologia
Redação
Apesar
da queda de 36% no fluxo de clientes, a Hering destaca a evolução nos
indicadores de eficiência, como o crescimento de 12% no ticket médio
Ao
relevar os números do quarto trimestre de 2020, assim como os
resultados alcançados em 2020, a Cia. Hering informou que terá seu maior
investimento da história de 140 anos. O aporte totalizará totalizando
R$ 131 milhões, direcionados especialmente para programas de tecnologia
focados na reestruturação da arquitetura de sistemas e dados,
desenvolvimento de infraestrutura, plataformas digitais e estratégia de
inovação, modernização do parque industrial e logístico, além de
melhorias na experiência de lojas. No acumulado de 2020, a empresa
aportou R$ 47 milhões, queda de 27,4% em relação ao exercício de 2019,
resultado das medidas adotadas para evitar a deterioração do caixa
durante o período da pandemia. Clique aqui para acessar o release de resultados da Hering na íntegra.
De
acordo com a Hering, o faturamento anual atingiu R$ 1,3 bilhão, queda
de 29,9% em relação ao exercício de 2019. "A instabilidade na operação
devido aos fechamentos de lojas, horários de funcionamento reduzidos e
limitação da circulação de pessoas contribuíram para a queda no
faturamento dos canais físicos. Por outro lado, destaca-se a performance
do canal digital com crescimento de 230,6% e aumento de 9,9 pontos
percentuais na penetração das vendas", explica a companhia catarinense
em seu balanço. O lucro líquido totalizou R$ 342,9 milhões em 2020,
avanço de 59,7% na comparação com 2019 (veja alguns dos principais
indicadores na tabela ao final desta matéria).
As vendas das lojas
físicas totalizaram R$ 115,6 milhões, 11,6% inferior ao quarto
trimestre de 2019. Apesar da queda de 36% no fluxo de clientes,
impactado pelo fechamento do comércio em alguns dias de dezembro nos
estados de São Paulo e Minas Gerais – praças onde primordialmente
as lojas próprias estão localizadas – a Hering destaca a evolução nos
indicadores de eficiência da operação, como o crescimento de 12% no
ticket médio, impulsionado pelo maior volume de peças por atendimento,
por exemplo.
A companhia encerrou o ano com 778 lojas, das quais 758 no Brasil e 20 no mercado internacional.
Entre outubro e dezembro foram abertas 29 lojas cumprindo o plano de
expansão anunciado no segundo trimestre, inaugurando 130 lojas no ano.
Para o ano de 2021, a Hering expandirá seu varejo físico através de
aberturas de 110 novas lojas em formatos compactos e conversão de 25
mega lojas.
Aliansce compra mais 21% do Shopping Leblon e se torna acionista controladora
04 março 2021
Por Ana Carolina Siedschlag, da Investing.com - A Aliansce (SA:ALSO3) Sonae comunicou aos acionistas
a compra de mais 21% da participação no Shopping Leblon, no Rio de
Janeiro, por R$ 275 milhões, passando a acionista controlador, com 51%
do empreendimento.
Segundo o documento divulgado nesta quinta-feira (4), o investimento
resulta em uma taxa de capitalização de 6,9% sobre o resultado
operacional do shopping para 2021. A companhia estima a taxa interna de
retorno real e desalavancada em 8,8%.
Para a última aquisição de 4,9% de participação no shopping, ocorrida
em maio de 2019, a taxa de capitalização estimada era de 6,7% e foi
convertida em 7,3% no final de 2019, informou a companhia.
A empresa diz ainda que a venda e aluguel por m² das lojas satélites
do shopping foi de R$ 3.777e R$ 341 em 2019, respectivamente, contra a
média do portfólio Aliansce de R$ 2.104 e R$ 155.
Ontem, os papéis da administradora foram negociados a R$ 6,59, com
queda acumulada de 16,3% nos últimos trinta dias e alta de 3,78% nas
últimas 52 semanas.
Marcelo
Silva, presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) e
um dos coordenadores do Unidos pela Vacina, explica a situação que o
grupo tem encontrado nos municípios do País e os próximos passos do
Movimento
Carlos Sambrana • 04/03/21 •
No início de fevereiro, o movimento Unidos pela Vacina,
encabeçado pela empresária Luiza Trajano, presidente do conselho de
administração do Magazine Luiza, foi lançado ao lado de grandes nomes do
capitalismo com a meta de ajudar a acelerar a vacinação no Brasil.
Executivos como Paulo Kakinoff, CEO da Gol; Walter Schalka, da Suzano; Nizan Guanaes, fundador da Nideias; Chieko Aoki, CEO da rede de hotéis Blue Tree; João Carlos Brega, CEO da Whirpool na América Latina, e outros pesos-pesados da economia fazem parte do projeto.
Marcelo Silva, presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo
(IDV), também está nesse time e tem feito a ponte entre o Movimento e o
Governo Federal. O Unidos Pela Vacina, diz ele, já mapeou a situação em
1.541 municípios brasileiros. O cenário encontrado até agora é
preocupante.
“Há uma falta de estrutura nos municípios. Faltam seringas, agulhas, geladeiras, batas”, diz Silva ao NeoFeed.
Mas o Movimento, que já conta com a participação de cerca de 1 mil
empresários, executivos e profissionais liberais, está trabalhando para
acelerar a entrega de suprimentos.
O Unidos pela Vacina tem organizado um plano de distribuição ao lado
dos poderes públicos e, para isso, conta com o apoio de uma extensa
malha formada pelos transportadores que atuam no varejo. As companhias
aéreas Gol e Azul também estão nesse plano.
Paralelo a isso, o grupo prepara uma campanha nacional para
conscientizar a população da importância da vacinação. “Temos de acabar
com esses mitos de chip e mais não sei o quê. Isso não existe. A gente
tem de vacinar. Enquanto não vacinarmos a maioria da população
brasileira, não vamos sair desse problema”, diz Silva. Acompanhe os
principais trechos da entrevista:
Qual é o propósito do movimento?
Ajudar a acelerar o processo de vacinação. Queremos que toda a sociedade
se engaje com a gente. Os poderes público, privado e movimentos que
estejam acontecendo.
E qual é o diagnóstico que vocês já têm?
Há uma falta de estrutura nos municípios. Faltam seringas, agulhas, geladeiras, batas.
Como vocês estão mapeando isso?
Com uma pesquisa através do Instituto Locomotiva, do Renato Meirelles. É
um questionário num aplicativo, fácil de preencher as demandas de cada
município. Estamos conversando também com os secretários estaduais e os
governadores para entender quais são os gargalos. E tudo de acordo com o
plano nacional de imunização.
Quantos municípios vocês já conseguiram mapear?
A última posição que tive dava conta de mais 1.541 municípios mapeados. E
temos um movimento muito importante de fazer campanhas.
Que tipo de campanhas?
Vamos fazer campanhas em redes sociais para conclamar a população a se
vacinar. Os mais velhos, todos. Temos de acabar com esses mitos de chip
em vacina e mais não sei o quê. Isso não existe. A gente tem de vacinar.
Enquanto não vacinarmos a maioria da população brasileira, não vamos
sair desse problema. Porque aí vem as cepas, as variantes e aí não
saímos desse ciclo vicioso.
“Temos de acabar com esses mitos de chip em vacina e mais não sei o quê. Isso não existe. A gente tem de vacinar”
As fake news estão atrapalhando muito? Você falou de as pessoas acreditarem que tem chip na vacina…
Estão e as pesquisas estão mostrando que tem muita gente nas periferias e
nas favelas que acreditam nisso. Tem até uma pesquisa feita pela
Central Única das Favelas (Cufa) que traz esse dado.
Mas o movimento vai participar da logística, ajudar na distribuição?
Estamos nos preparando, contatando empresas de transportes, empresas
aéreas como a Gol e a Azul, e todos os transportadoras que trabalham com
o varejo estão a nossa disposição. O gargalo maior é a vacina. Chegando
as vacinas, temos condições de ajudar para acelerar. Um dos nossos
lemas é não querer saber do passado, o que não foi feito não nos
interessa. Agora, o que nos interessa é o daqui para frente.
Entendo que você não queira olhar para o passado, mas o
presente é muito preocupante, aliás, os números são piores. Como você
está vendo esse nosso presente?
Com imensa preocupação. Cada dia que passa, a gente fica mais angustiado
em obter as vacinas. É a única alternativa para quebrarmos esse círculo
vicioso.
Quando teremos as vacinas?
O comprador de vacina é o Ministério da Saúde. O nosso target é vacinar a maioria da população brasileira até setembro.
Do ponto de vista econômico, como está enxergando esse projeto?
A economia só vai deslanchar quando 70% da população estiver vacinada. Enquanto isso, vamos viver esse drama de fecha, abre, lockdown,
abre parcialmente. A área de serviços é penalizadíssima. Bares,
restaurantes, hotéis, lazer. Tudo isso é, absolutamente, prejudicado. A
economia fica travada. Essa queda de 4,1% do PIB só não foi maior porque
o auxílio emergencial ajudou muito o consumo.
Qual será o desempenho do PIB nesse ano?
Não quero ser pessimista, mas acho que o primeiro trimestre será
prejudicado. Ninguém esperava que em janeiro, fevereiro e março
tivéssemos um pico desse. Por isso que a vacina é necessária. A única
saída é vacina, vacina e vacina.
Até quando você acha que vamos viver esse abre e fecha?
Nossa esperança é até o fim de março, mas tem experts falando que vai até abril. Depende muito da vacina.