Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
Para Cesar Gon, os líderes precisaram se reinventar para trabalhar à distância
Para
a CI&T, após o momento inicial de redesenhar a estratégia e cuidar
da saúde dos funcionários, chegou a hora de imaginar – e se preparar –
para a retomada ou para o mundo pós-pandêmico. "Isso significa, do ponto
de vista empresarial, redesenhar radicalmente suas estratégias de
negócios. Do ponto de vista pessoal, você também revê seu modelo de
trabalho, seu estilo de liderança. É hora de se reinventar", diz Cesar
Gon, co-fundador e CEO da empresa, em home office há um ano.
Para ele, todo esse processo envolve muito
autoconhecimento, para entender a forma como se exercia a liderança
antes e como traduzir esse modelo para a nova realidade. "A gente perdeu
a presença física, e foi preciso exercitar a empatia – e empatia
através de zoom não é tão simples." Outra dificuldade foi manter um
senso de propósito entre as equipes: "a criação de propósito
compartilhado é muito mais simples quando é presencial, quando é olho no
olho, sem uma tela entre a gente".
A necessidade de ter uma
liderança mais humana, diz Gon, se contrapõe à distância física,
necessária para evitar o contágio pela covid-19. "Você perde a
frequência e a casualidade dos encontros no café e no corredor, e
precisa se organizar para não perder esses momentos. É preciso simular
esses encontros não planejados de uma maneira planejada. E precisa se
mostrar ainda mais aberto."
Além de adaptar seu estilo de
liderança, o executivo disse que teve de se mostrar ainda mais aberto.
"Eu sempre me achei um líder acessível, mas você tem que deixar mais
claro ainda que está aberto à discussão e acessos não planejados",
indica ele. "Para o líder, nada é pior que as pessoas terem dificuldade
de acesso com você."
Por
outro lado, Gon aponta as oportunidades trazidas pelo home office,
entre elas, a otimização da agenda. "Você consegue ser radicalmente mais
produtivo, porque tem menos deslocamentos, menos viagens, reuniões mais
curtas, consegue falar com bem mais gente."
*Esta
matéria faz parte de um especial sobre liderar à distância. Confira o
site de Época NEGÓCIOS para ter acesso ao depoimento de outros CEOs
O crescimento das fontes renováveis de energia
elétrica, que até pouco tempo atrás eram figurantes na matriz energética
nacional, repercute agora dentro do Congresso Nacional. Por meio da
mobilização de parlamentares e da indústria nacional, a geração de
usinas eólicas e solares passará a contar com uma frente parlamentar na
Câmara dos Deputados, com o objetivo de ampliar a participação dessas
fontes no País.
De cada cem casas que acendem a luz no Brasil diariamente, dez usam
energia eólica. Em tempos de ventos fortes, esse número sobe para 15
residências. A energia solar, que até quatro anos atrás era praticamente
uma experiência casual na matriz elétrica, hoje já chega a 2% da
potência nacional e supera a geração nuclear.
Para ampliar a relevância dessas fontes e turbinar o mercado
nacional, a Frente da Energia Renovável (FER) terá o papel de
concentrar, no Congresso, os principais pleitos do setor, envolvendo
mudanças legislativas que possam estimular o segmento no País.
A FER, que nasce com a participação de 212 deputados, vai incluir
entre suas prioridades a geração por meio de tecnologia de exploração de
hidrogênio e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).
Um evento para oficializar a criação da FER acontece nesta
quarta-feira, 17, em Brasília. Um encontro presencial e com transmissão
online será feito em uma área cedida da Frente Parlamentar da
Agropecuária (FPA). Há expectativa de presença dos ministros Bento
Albuquerque (Minas e Energia), Tereza Cristina (Agricultura) e Ricardo
Salles (Meio Ambiente).
A frente será presidida pelo deputado Danilo Forte (PSDB-CE). “Há uma
convicção no mundo todo de que a proteção do clima e uma menor geração
de gases de efeito estufa passam pela produção de energia limpa. A
frente é de interesse de todos, por isso nasce com parlamentares de
esquerda e direita, gente do PCdoB ao PSL”, disse Forte ao jornal
O Estado de S. Paulo.
O governo tem especial interesse no tema devido à Conferência das
Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 26, prevista para
novembro, em Glasgow, na Escócia. “A COP está batendo à nossa porta e o
mundo pede uma resposta do Brasil.”
O parlamentar disse que já há uma agenda inicial prevista, como a
criação de um novo marco regulatório para a micro e minigeração
distribuída de energia, ou seja, a instalação de painéis solares em
residências e empresas. O deputado também menciona a necessidade de
criar regras gerais para orientar o licenciamento ambiental de projetos
eólicos no País. “Hoje cada Estado estabelece uma regra e isso gera
problemas.”
Uma das prioridades da geração renovável continua a ser a instalação
de novas linhas de transmissão de energia. Nos últimos anos, o Brasil
viu centenas de parques eólicos instalados na região Nordeste concluídos
serem impossibilitados de entregar energia porque os projetos de
transmissão atrasaram.
Apesar do interesse do governo em lançar novas plantas de geração
nuclear, sob o argumento de que se trata de uma geração limpa, essa
fonte não fará parte dos esforços da FER. “A geração nuclear é uma
energia cara, em que o preço depende de dinheiro público”, comentou.
Expansão
Pesquisa realizada pelo Fórum Econômico Mundial, em parceria com a
consultoria Accenture, estima que, nos próximos cinco anos, os
investimentos da indústria de energia solar e eólica podem gerar mais de
1,2 milhão de novos empregos no País, além de reduzir em 28 toneladas a
emissão de gases de efeito estufa. Os dados foram apurados com 25
empresas de serviços públicos globais e empresas de tecnologia voltada
ao setor elétrico.
Hoje, o Brasil ocupa o 7º lugar no ranking mundial de capacidade
instalada em energia eólica – com 18 GW, em 695 parques de geração,
segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). Em
2012, era o 15º colocado. A eólica é a segunda fonte de geração de
energia elétrica nacional e, em dias de recorde, já chegou a atender até
17% do País. “A frente representa a existência de um grupo de
parlamentares que se dedicará a discutir temas importantes do setor, num
ambiente de diálogo e troca de experiências”, diz Elbia Gannoum,
presidente da Abeeólica. “O Brasil já tem uma das matrizes mais
renováveis do mundo, mas não podemos parar por aí. Há muitas inovações
tecnológicas que precisam ser discutidas e apoiadas.”
Solar
O parque de geração solar (fotovoltaica) está distribuído em 4.440
plantas, respondendo por 8% da potência total do País, se considerados
todos os projetos em operação, em construção e planejados, segundo a
Aneel. Em muitos parques eólicos, a geração solar passou a ser um
complemento importante, com a instalação de painéis abaixo dos
cataventos. Dessa forma, o aproveitamento da área é total,
principalmente no Nordeste do País, que tem forte incidência de sol, com
vento mais forte no período noturno.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Em recuperação judicial nos Estados Unidos desde setembro de
2019, a loja Forever 21 agora enfrenta diversas ações judiciais de
administradoras de shoppings cobrando pagamento de aluguel atrasado.
A situação da rede é mais complicada no Rio de Janeiro, onde a
Justiça fluminense acatou pedido do Riosul e deu 30 dias para que a
marca deixe o espaço ocupado no centro comercial de Botafogo.
Segundo o jornal O Globo, há pelo menos dois processos por
inadimplência no aluguel: um movido pelo Shopping Tijuca e outro pelo
Plaza Shopping Niterói, ambos controlados pela brMalls.
Desde que entrou em recuperação judicial no final de 2019, a Forever
21 perdeu lojas em todo o País. Deixou de controlar 36 espaços e está
com 19 atualmente. No começo do ano, a companhia encerrou acordo com a
Multiplan, o que levou ao fechamento de 11 lojas nos shoppings do grupo.
No caso do Riosul, o aluguel está atrasado desde abril de 2020. A
dívida no ano passado já era superior a R$ 700 milhões. A marca alega
que perdeu dinheiro com o fechamento das lojas desde o início da
pandemia, mas o shopping afirma que entre julho e dezembro a unidade
local gerou R$ 1,85 bilhão em vendas.
Verallia está instalada em Jacutinga, no Sul de Minas
A multinacional francesa Verallia, terceira maior
produtora global de embalagens de vidro para alimentos e bebidas,
anunciou a construção de um segundo forno em Jacutinga, no Sul de Minas,
com aporte de 60 milhões de euros (cerca de R$ 400 milhões).
A informação foi divulgada pelo governo de Minas nesta segunda-feira
(1º). Com isso, conforme a Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Econômico (Sede), a empresa dobrará a capacidade de produção, passando
de 1,2 milhão de garrafas para 2,5 milhões, diariamente, a partir de
2023.
"Mais um grande investimento que vai gerar emprego e renda em Minas
Gerais. O grupo francês Verallia vai aplicar cerca de R$ 400 milhões na
montagem de um novo forno de garrafas de vidro da unidade em Jacutinga.
Só no decorrer das obras, cerca de 1 mil pessoas serão empregadas",
afirmou o governador de Minas, Romeu Zema (Novo).
Segundo ele, desde o início da gestão, já foram atraídos cerca de R$
95 bilhões para o Estado. Conforme o governo, a Sede, por meio do Indi,
foi responsável por fazer a intermediação entre empresa e órgãos
públicos, viabilizando a vinda da multinacional para Minas.
Expansão
Ainda de acordo com o Estado, quando o novo forno estiver em
operação, serão gerados pelo menos outros 90 postos de trabalho diretos
em Jacutinga, além de 50 indiretos. Já a obra demandará mil
trabalhadores temporários", informou o Estado, em nota.
A expansão anunciada ocorre pouco tempo depois do início das
atividades em Minas, em julho de 2019. De acordo com informações
divulgadas pela empresa, toda a produção da unidade mineira será
destinada ao mercado interno, que está em crescimento.
Atuação em Minas
Para instalar a companhia no estado, a Verallia investiu, à época, €
77 milhões de euros (aproximadamente R$ 300 milhões), no que foi a
primeira operação do tipo em território mineiro.
A planta é uma das mais modernas do mundo, com tecnologia de ponta e
grande zelo por questões de sustentabilidade, contando, por exemplo, com
sistemas de tratamento de emissões atmosféricas e efluentes.
De acordo com informações da companhia, a Verallia atende a cerca de
10 mil clientes ao redor do mundo, com indústrias em 11 países. No
Brasil são três fábricas. Além da unidade mineira, há indústrias
localizadas em Campo Bom (RS) e em Porto Ferreira (SP).
Os valores dos imóveis
disponíveis variam de R$ 54.863, casa em São Gonçalo (RJ) a R$
19.595.400, galpão em São João da Boa Vista (SP) (Crédito: Divulgação -
Zukerman)
A Zukerman Leilões vai leiloar 105 imóveis do banco Santander
em março. As oportunidades são casas, apartamentos e salas comerciais,
ocupados e desocupados, com lances abaixo do valor de mercado. As
negociações acontecem nos dias 25 e 26 de março, a partir das 13h, e
podem ser feitas pelo site.
A ampliação irá gerar mais de 1 mil empregos diretos e indiretos
Redação
“A
ampliação irá aportar ao Brasil uma das mais modernas plantas do mundo,
altamente produtiva, sustentável e com equipamentos de última geração”,
comenta Ricardo Pedroso, CEO da Guararapes
As
obras estão previstas para começar no final do primeiro semestre deste
ano. A unidade deverá iniciar suas operações no último trimestre de
2022. Quando iniciar a operação, a terceira linha de produção vai gerar
mais de 220 empregos diretos e cerca de 800 indiretos, totalizando a
criação de mais de mil postos de trabalho. Além disto, mais de 700
pessoas trabalharão no canteiro de obras, dentro dos mais rigorosos
protocolos de higiene e segurança, ampliando o efeito de geração de
emprego e renda na região.
Com esta expansão, a Guararapes se
consolida entre os maiores produtores de painéis de madeira da América
Latina. "A ampliação irá aportar ao Brasil uma das mais modernas plantas
do mundo, altamente produtiva, sustentável e com equipamentos de última
geração como um scanner para verificar a qualidade superficial dos
painéis e um inovador sistema em que a umidade natural da madeira é
reaproveitada, através de um evaporador, para geração de vapor, em
circuito fechado, sem emissão de efluentes", comenta Ricardo Pedroso,
CEO da Guararapes.
Segundo ele, 2020 foi um ano recorde para a
companhia. "Com a pandemia, os brasileiros mudaram os hábitos e
investiram na compra de móveis e isso refletiu direta e positivamente na
performance da empresa. Com a expansão, conseguiremos atender essa
crescente demanda com mais agilidade, flexibilidade e muita tecnologia".
Em 2019, a receita líquida da Guararapes alcançou R$ 546 milhões, 9% de
crescimento comparado à 2018. No ano passado, o avanço foi de 21%.
De
acordo com a IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores), entidade que
representa o setor, o mercado doméstico de painéis de MDF cresceu 9,3%
de 2019 para 2020, passando 3,893 milhões de metros cúbicos para 4,257
milhões de metros cúbicos. As exportações do setor também cresceram:
5,9%, passando de 1,025 mil metros cúbicos para 1,085 mil metros
cúbicos.
Nos diálogos em que citam um possível grampo envolvendo o ministro Gilmar Mendes,
do Supremo Tribunal Federal, procuradores de Curitiba e o ex-juiz
Sergio Moro fazem referência ao processo 50279064720184047000, em que
estariam as conversas interceptadas. Estranhamente, porém, a ação não
está registrada no site do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
Segundo um juiz que atua no Paraná, só há uma explicação para isso:
trata-se de um processo secreto.
Embora os procuradores insinuem, sem afirmar por escrito, que o "GM"
mencionado nas mensagens seja o ex-ministro Guido Mantega, não Gilmar,
profissionais que atuam no Paraná suscitam outra hipótese: a de que os
grampos sejam de conversas entre advogados e seus clientes. As
possibilidades não se excluem. Há frases dos próprios procuradores que
revelam a existência de interceptação de advogados.
Em 31 de
agosto de 2018, o procurador Deltan Dallagnol encaminhou aos seus
colegas uma mensagem de Moro dando conta de que estavam sendo
interceptadas conversas entre Maurício Ferro, ex-vice-presidente
jurídico da Odebrecht, e sua defesa, feita pelos advogados Gustavo Badaró e Mônica Odebrecht.
"Prezado,
amanhã de manhã dê uma olhada por gentileza no 50279064720184047000. Há
algo estranho nos diálogos", diz Moro na mensagem encaminhada. Julio
Noronha terceiriza o trabalho a Laura Tessler: "Laurinha, bom dia! CF
[possivelmente o ex-procurador Carlos Fernando dos Santos Lima] me
mandou msg falando q a Rússia [Moro] disse haver algo estranho nos
diálogos do GM. CF disse ser urgente, para ver agora pela manhã. Será
que você consegue ver?".
Em seguida, o próprio Noronha antecipa um
pouco do que ouviu nas conversas interceptadas: "Vi por alto: diálogos
do Ferro com Emílio [Odebrecht], Mônica e Badaró. Usam codinomes 'M',
advogado próximo do 'Peruca', e preparação de uma movimentação para
novembro e recesso".
Deltan responde afirmando que "peruca" deve
ser o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal. Também diz que
dificilmente será possível usar o material interceptado, já que envolve
advogados e é ilegal ouvir conversas entre cliente e defesa.
Interceptação não autorizada
A conversa de 31 de agosto de 2018 ocorreu poucos dias depois de Moro
aceitar uma denúncia contra Ferro. Não há nos autos da ação penal
nenhuma menção a eventuais autorizações de grampos ou interceptações
telefônicas envolvendo Ferro e seus advogados.
"Não sei de
escutas ou interceptações telemáticas. De qualquer modo é muito grave.
E, o que é mais grave, é que nos autos da ação penal que tramitou contra
o Maurício Ferro, agora extinta por decisão do DF, não há nos conteúdos
interceptações, telemáticas ou telefônicas, autorizadas judicialmente",
disse Badaró à ConJur. Ele também afirmou que não tem acesso ao processo 50279064720184047000, ainda que aparentemente envolva o seu cliente.
"O
processo começou em Curitiba. O Moro tinha acabado de receber a
denúncia, antes dessa mensagem. Depois, o processo foi para o DF, por
força de uma reclamação concedida no STF, pelo Gilmar Mendes. É
fundamental saber quem foi alvo das interceptações e o procedimento em
que foi autorizada", complementa.
Fábio Tofic Simantob,
que defende Guido Mantega, o "GM", de acordo com os procuradores,
também diz que não consegue acessar o misterioso processo e que não tem
conhecimento de quebras de sigilo telefônico envolvendo o seu cliente.
"Esta
escuta é absolutamente sigilosa. Nunca tomamos conhecimento dela. Seria
imperioso que fosse dada publicidade a este procedimento, até porque
estes autos foram para o DF. O procedimento de escuta devia ter ido
também. Os procuradores precisam vir a público esclarecer o conteúdo
dessas conversas, que procedimento é esse, quem teve o sigilo afastado e
qual o fundamento para afastar o sigilo. Por que este procedimento não
foi enviado para o DF, junto com a ação penal?", questiona.
A ação
penal que envolve tanto Ferro quanto Mantega foi enviada ao DF após um
pedido feito por Tofic. Por causa disso, uma fase inteira da "lava
jato" foi anulada e os dois réus foram absolvidos.
Vale lembrar
que essa não é a primeira vez que os procuradores do Paraná ouviram
conversas entre clientes e advogados. Conforme revelou a ConJur em 2016, os integrantes do MPF, com o respaldo de Moro, grampearam o escritório que defende o ex-presidente Lula.
Gilmar ou Guido Mantega?
Embora os procuradores de Curitiba tenham sugerido à ConJur
que o "GM", alvo das interceptações, é Guido Mantega, e não Gilmar
Mendes, a sigla sempre foi utilizada pelo MPF do Paraná fazendo alusão
ao ministro do STF.
Exemplos do uso de "GM" para designar Gilmar Mendes estão em situações como quando os procuradores de Curitiba criaram um grupo para atacar o ministro; em outra ocasião, quando Deltan elencou razões para pedir o impeachment; e, ainda, fazendo referência a um HC concedido por Gilmar a Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, empresa mista paulista de rodovias.
De
todo material analisado até agora, por outro lado, Guido Mantega é
tratado pelo nome completo e não por "GM", o que deixa em aberto a
possibilidade de que o ministro do Supremo, e não os advogados de
Mantega, foram grampeados.
Também é vasto o material apontando
que os procuradores tinham uma obsessão pelo ministro Gilmar. O complô
contra o ministro, quase sempre liderado por Deltan, não incluía apenas a
"força-tarefa" de Curitiba, mas também as franquias criadas em São
Paulo e no Rio de Janeiro.
Em entrevista concedida à CNN Brasil
em dezembro do ano passado, por exemplo, o hacker Walter Delgatti Neto,
responsável por invadir os celulares dos procuradores, disse que o
plano do MPF em Curitiba era prender Gilmar e Toffoli.
Uma conversa divulgada pela ConJur em fevereiro deste ano respalda a narrativa de Delgatti Neto. Em 13 de julho de 2016, Dallagnol disse que "Toffoli e Gilmar todo mundo quer pegar".
Já uma reportagem do El País, em parceria com o Intercept Brasil,
revelou que os procuradores planejaram buscar na Suíça provas contra
Gilmar. Segundo a notícia, os membros do MPF pretendiam usar o caso de
Paulo Preto, operador do PSDB preso em um desdobramento da "lava jato",
para reunir munições contra o ministro.
Outro lado
A ConJur questionou o MPF sobre o conteúdo do
processo 50279064720184047000 e perguntou quem estava envolvido na ação
penal. Em nota apócrifa, os procuradores de Curitiba se limitaram a
afirmar que "sempre seguiram a lei".
"Importante reafirmar que os
procedimentos e atos da força-tarefa da 'lava jato' sempre seguiram a
lei e estiveram embasados em fatos e provas. As supostas mensagens são
fruto de atividade criminosa e não tiveram sua autenticidade aferida,
sendo passível de edições e adulterações. Os procuradores não reconhecem
as supostas mensagens, que foram editadas ou deturpadas para fazer
falsas acusações que não têm base na realidade", disseram.
A reportagem também perguntou se Maurício Ferro foi grampeado, mas até o momento não obteve reposta por parte do MPF no Paraná.