quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Kraft Heinz anuncia compra da brasileira Hemmer


A Hemmer foi criada há 106 anos e é sediada em Blumenau (SC). A marca incrementa o portfólio da Kraft Heinz no segmento de molhos e condimentos no país 

 


  

A Kraft Heinz anunciou nesta quinta-feira a compra da empresa brasileira de alimentos Hemmer por valor não revelado, ampliando sua plataforma internacional nas categorias de condimentos e molhos chamada "Taste Elevation" e em um apoio para sua estratégia de ampliação de presença em mercados emergentes.

A Hemmer foi criada há 106 anos e é sediada em Blumenau (SC) e a marca incrementa o portfólio da Kraft no segmento no país que conta também com Quero e Heinz.

A Hemmer vai se beneficiar da rede de distribuição e modelo de atendimento da Kraft Heinz no Brasil, incluindo o canal de atendimento a restaurantes e hoteis "que está crescendo rapidamente", afirmou a Kraft em comunicado à imprensa.

O negócio ainda precisa de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

 

 https://exame.com/negocios/kraft-heinz-anuncia-compra-da-brasileira-hemmer/

 

Petrobras deve regularizar contratação de escritórios de advocacia estrangeiros



A 23ª Vara Federal do Rio de Janeiro concedeu, nesta quarta-feira (22/9), liminar determinando que a Petrobras regularize imediatamente a contratação de escritórios de advocacia estrangeiros.

Petrobras deve regularizar contratação de escritórios estrangeiros

Em sua decisão, a juíza Maria Amelia Senos de Carvalho destacou que a o exercício profissional da advocacia no país exige a inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil. Além disso, ressaltou que o registro do advogado estrangeiro na OAB é disciplinado pelo Provimento 91/2000, que exige autorização do conselho para o exercício profissional.

"A observância dessas regras se impõe a todo e qualquer contratante em solo nacional, incluindo sociedades de economia mista", afirmou a juíza.

Dessa maneira, Maria Amelia ordenou que a Petrobras "exija em todas suas contratações, com ou sem licitação, já efetivadas ou a serem efetivadas, que os escritórios de advocacia estrangeiros cumpram o disposto" no Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/1994) e no Provimento 91/2000, "providenciando imediata inscrição ou sua regularização perante a OAB".

Ação da OAB
A ação civil pública foi movida pelo Conselho Federal da OAB. A ação tem origem na atuação da Coordenadoria Nacional de Fiscalização da Atividade Profissional, que instaurou procedimento administrativo com o objetivo de apurar a regularidade da atuação de escritórios de advocacia estrangeiros contratados pela Petrobras para prestarem consultoria em direito estrangeiro.

Ao analisar os contratos, a Ordem encontrou irregularidades como a contratação de escritórios de advocacia estrangeiros sem inscrição ou com inscrição fora das normas estabelecidas pela OAB. Além disso, alguns escritórios estrangeiros, que possuem inscrição em seccional da OAB, estavam atuando fora da localidade onde o serviço foi prestado sem possuir inscrição suplementar.

Durante o procedimento administrativo, a Petrobras se mostrou incapaz de demonstrar que as consultorias jurídicas contratadas foram prestadas exclusivamente em território estrangeiro, segundo a OAB.

A prestação de serviços de assistência/orientação jurídica no território nacional é atividade privativa aos inscritos na OAB e é irregular quando praticados por sociedades não inscritas na Ordem, o que, em tese, constitui contravenção penal de exercício ilegal da profissão.

Além disso, da análise da atuação desses escritórios estrangeiros em território brasileiro, ainda que por atuação remota, constata-se violação à legislação aplicável à assessoria jurídica estrangeira no território nacional, especialmente o Estatuto da Advocacia e o Provimento 91/2000, sustentou a Ordem.

Clique aqui para ler a decisão
Processo 5054454-35.2021.4.02.5101

 

 https://www.conjur.com.br/2021-set-22/petrobras-regularizar-contratacao-bancas-estrangeiras

terça-feira, 21 de setembro de 2021

A Evergrande é um novo Lehman Brothers?


Para o gestor Ruy Alves, da Kinea, o caso deve gerar mais desaceleração na China e afugentar investimentos de mercados emergentes. E está nas mãos do governo evitar um colapso global

 

A Evergrande tem dívida de mais de US$ 300 bilhões

Segunda maior empresa de construção civil da China, a Evergrande ganhou as manchetes da imprensa mundial nesta segunda-feira, 20 de setembro. O excesso de endividamento da empresa – que tem mais de US$ 300 bilhões em débitos abertos – acendeu o sinal de alerta dos investidores, preocupados com o possível contágio na economia global, uma vez que o setor imobiliário representa 25% da segunda maior economia do mundo.

A Evergrande é uma empresa focada em vender imóveis antes que estes fiquem prontos, o que costuma resultar em endividamento para bancar a construção, enquanto a sua receita vem dos pagamentos feitos por compradores que também tomaram empréstimos.

A companhia, fundada em 1996, cresceu favorecida pela cultura dos chineses de investir em imóveis. De todas as residências vendidas na China, 80% são para quem está comprando, pelo menos, o segundo imóvel. Isso levou a especulações e a preços mais altos, inviáveis para a classe média. De olho nisso, o governo chinês tem agido para conter o mercado especulativo e reduzir os preços, o que afeta empresas como a Evergrande.

Os problemas da companhia começaram a ficar evidentes em agosto do ano passado, quando os executivos pediram socorro financeiro às autoridades, pois não teriam recursos para pagar as dívidas que venciam em janeiro. A situação, porém, não melhorou desde então e o mercado teme que a companhia quebre e isso gere uma onda de calotes. Nesta segunda, a ação da empresa, listada em Hong Kong, caiu 10%.

Entre investidores, tem sido inevitável lembrar do Lehman Brothers, o banco americano que quebrou em 2008 e deu início à crise financeira internacional daquele ano. Há quem considere que a comparação seja exagerada.

“Não é caso de pensar no Lehman Brothers. É algo que vai desacelerar ainda mais o crescimento da China, o que afeta mercados emergentes e afeta o Brasil”, disse, ao NeoFeed, Ruy Alves, gestor de ativos macro globais da Kinea Investimentos, casa de gestão de fundos ligada ao grupo Itaú e que administra R$ 57,2 bilhões em ativos.

Para ele, trata-se de mais um elemento complicador para o já difícil cenário para o Brasil em 2022 e reforça a necessidade de buscar investimentos em empresas “defensivas”, pouco relacionadas ao crescimento econômico brasileiro. Acompanhe a entrevista a seguir:

O quão preocupante é a situação da Evergrande para os mercados?
O setor imobiliário representa 25% do PIB da China e há forte cultura local para investir em imóveis. De todos os imóveis vendidos na China, 80% não são para um primeiro comprador. São pessoas que compram, não alugam e fecham a casa. Isso começou a gerar uma bolha que foi crescendo enormemente, elevando os preços, fazendo com que muitas pessoas não conseguissem comprar a casa. A Evergrande é muito focada em vendas feitas antes de a casa ficar pronta e tem um estoque que é duas vezes maior que as vendas anuais dos Estados Unidos. O governo chinês, então, começou uma política para limitar a especulação e diminuir os preços, para que os imóveis sejam para viver e não para investir, para que as pessoas de renda média pudessem comprar casas. A Evergrande, que parece que vai quebrar, precisa vender ativos para honrar compromissos. Isso deixa todo o sistema apreensivo.

Mas é o caso de pensar em uma crise como a de 2008, gerada pela quebra do Lehman Brothers?
Não é o caso de pensar em Lehman Brothers. É algo que vai desacelerar ainda mais o crescimento da China, o que afeta mercados emergentes e afeta o Brasil. Os emergentes vão crescer menos e os investidores vão se perguntar: por que eu vou tirar meu dinheiro dos EUA para colocar em emergentes, se os emergentes vão crescer menos, uma vez que se investe em emergentes para ter retorno maior?

Então, não será o caso de uma nova quebradeira global?
Está na mão de Pequim. O Partido não vai deixar quebrar o setor inteiro. Pequim não é suicida. O Partido quer aplicar uma lição, como estão fazendo também com as empresas do setor de tecnologia. Em algum momento, eles vão entrar para controlar a situação. Nada diz que Pequim não pode errar a mão, mas isso não está no nosso cenário-base.

E qual o efeito disso para o Brasil? Que setores serão mais afetados?
O Brasil saiu de uma situação muito frouxa do ponto de vista monetário e vai para um cenário de juro real positivo no fim desse ano. Além disso, no aspecto social, com o fim do auxílio emergencial, só vai ter o Bolsa Família no ano que vem, em um cenário de desemprego muito alto e uma eleição difícil. E não vai haver um controle do arcabouço fiscal durante a eleição. Só depois. Então, já tem muita coisa no preço. Já estava difícil se comprometer com posições estruturais no Brasil.

Mas a situação na China piora o que já estava ruim?
Vamos ter menos crescimento. E já está piorando. O preço do minério de ferro saiu de US$ 220 para US$ 90. Um dos grandes afetados será o agronegócio, com uma demanda menor por commodities. A China, por exemplo, é quem compra o nosso milho.

É para fugir de ações ligadas a commodities, então?
Eu não vou dizer de onde é para fugir, mas sim onde é para estar. No momento, o ideal é procurar empresas defensivas, que pouco dependem do crescimento econômico do Brasil. Nós, por exemplo, estamos comprados em empresas como Hapvida, Assaí e Porto Seguro. Não estamos com uma visão estruturalmente positiva para a Bolsa brasileira. Dos investimentos de risco nos nossos fundos multimercado, só 20% estão no Brasil. Os outros 80% estão no exterior.

Mas essa perspectiva de crescimento menor pode ser positiva para a inflação?
Sim. Estamos sem crescimento, com fiscal e monetário mais apertados e com o ambiente político incerto. Por enquanto, a inflação deve continuar subindo, mas em dois anos deve convergir para a meta. Além disso, grande parte da alta da inflação se deve a alimentos, e as commodities estão começando a ceder. Mas, para ter juros mais baixos, não precisa só de inflação. É preciso também mais conforto fiscal no País.

 

 https://neofeed.com.br/negocios/a-evergrande-e-um-novo-lehman-brothers-este-gestor-acha-que-nao/?utm_source=Emails+Site&utm_campaign=8e0f061bff-EMAIL_CAMPAIGN_2021_09_21_11_07&utm_medium=email&utm_term=0_c1ecfd7b45-8e0f061bff-404839180

 

Com startups e algoritmos, a Falconi busca um caminho além da gestão




 


A consultoria de Vicente Falconi renova seu conselho, estrutura um corporate venture capital e vai criar duas novas companhias: uma de segurança digital e outra para atender pequenas empresas

Vicente Falconi, o fundador da Falconi

Ao longo dos anos, o consultor Vicente Falconi ganhou fama e clientes com o método de gestão PDCA (do inglês Plan, Do, Check, Act). Em seis décadas de carreira, o professor, como é mais conhecido, colecionou pupilos do calibre de Jorge Paulo Lemann, Jorge Gerdau e Roberto Setubal e consagrou a Ambev, a maior cervejaria do Brasil, como um modelo de eficiência.

Agora, isso parece não ser mais suficiente para fazer a consultoria que leva o seu nome a seguir crescendo em meio um mercado de consultoria que resolveu trilhar outros caminhos além da gestão pura e simples. “Num futuro próximo, nossa concorrência virá de produtos e serviços tecnológicos, não de consultorias tradicionais”, diz Viviane Martins, CEO da Falconi, ao NeoFeed.

Para enfrentar esse novo cenário, a Falconi está mergulhando de cabeça em conceitos como inteligência artificial e big data. A adaptação a esse contexto envolve ainda a renovação no seu board, a criação de novos e futuros spin-offs, um corporate venture capital e produtos e serviços digitais vendidos como assinatura.

“Antes, a Falconi entendia que o seu método resolvia tudo”, diz um executivo do setor. “Hoje, a companhia está buscando parcerias onde não tem expertise, inclusive com empresas que, em algum momento, possam ser suas rivais.”

Para essa fonte, o modelo que a Falconi está perseguindo, com boa dose de tecnologia embarcada, está mais em linha com a nova realidade do mercado de consultoria e com a proposta de rivais como americanas Accenture e McKinsey.

“A McKinsey deixou de pensar só no planejamento e partiu também para a execução. E a Accenture passou a investir mais na transformação cultural”, afirma outra fonte do setor. “A Falconi está alguns passos atrás, mas também está seguindo esse caminho, pois percebeu que o argumento anterior de sucesso com empresas como a Ambev já não era suficiente.”

Um exemplo dessa nova postura da Falconi aconteceu com a renovação do board. No fim de abril, três novos membros se juntaram a Vicente Falconi, Márcio Fróes e Silvio Morais no Conselho de Administração da Falconi. Todos eles, donos de uma extensa bagagem nos campos que interessam agora à consultoria.

Um dos assentos passou a ser ocupado por Guga Stocco. Cofundador da gestora Domo Invest e da empresa de capital de risco Futurum Capital, ele tem passagens pelas áreas de inovação e tecnologia de empresas como Buscapé, Banco Original e Microsoft.

Outra integrante é Mônica de Carvalho, que já ocupou cargos de liderança em empresas como DM9DDB e, há 7 anos, é diretora de negócios do Google. Professor emérito do departamento de Ciência da Computação da UFMG, Nivio Ziviani completa o trio.

Viviane Martins, CEO da Falconi

“O Guga tem um olhar de modelos de negócios de base tecnológica e crescimento exponencial”, diz Viviane. “A Mônica traz um ângulo de dados e também de marketing. E o Nivio é uma das grandes referências em inteligência artificial no País.”

A maneira de se relacionar com as startups também mudou. Hoje, a consultoria tem mais de 300 delas mapeadas. A cada projeto que desenvolve, a empresa identifica se há alguma solução criada por esse ecossistema que possa encurtar a obtenção de resultados naquele cliente.

Para a Falconi, um dos ganhos dessa equação é a agilidade. Antes, um projeto durava de 12 a 15 meses, em média. Hoje, leva de 4 a 5 meses. Para as startups, a empresa já gerou uma receita de mais de R$ 43 milhões e plugou essas ofertas em cerca de 90 projetos.

Outra tendência que vem de consultorias internacionais que a Falconi está abraçando é a formação de veículos de investimentos em startups e empresas de outros setores. A americana Bain & Company, nome tradicional do setor, é uma das consultorias que usa esse expediente, por meio dos braços Bain Capital e Bain Capital Ventures.

A Falconi está também estruturando o seu veículo de corporate venture capital que, a princípio, terá 10% do lucro líquido anual da empresa reservado para os seus investimentos.

Em 2020, a Falconi reportou um lucro líquido de R$ 44,4 milhões, contra os R$ 45,8 milhões contabilizados em 2019. A receita líquida da consultoria foi de R$ 261,5 milhões, um recuo diante dos R$ 305,8 milhões apurados um ano antes.

“Nossa tese é encontrar empresas que tenham um diferencial em tecnologia e inteligência artificial”, afirma Viviane. “Serão cheques pequenos e a ideia é buscar investimentos conectados ao desenvolvimento a quatro mãos.”

O pontapé dessa estratégia está sendo dado com dois aportes – de valor não revelado. O primeiro deles, na Innovation Intelligence, startup do Vale do Silício especializada em big data e deep learning. O segundo, na brasileira H:Data, healthtech dona de uma plataforma de dados e de gestão hospitalar.

Spin-offs à vista

O corporate venture capital dá sequência a uma estratégia iniciada em 2019, com a criação da gestora de private equity Falconi Capital. Esse braço tem foco em empresas mais maduras de segmentos como educação, alimentos, cosméticos e cibersegurança.

É a partir de um investimento neste último setor que a Falconi está criando mais um spin-off. No fim do ano, a Falconi vai lançar uma empresa de serviços de segurança da informação, ainda sem nome definido, em parceria com a GC Security, que recebeu um aporte da Falconi Capital no início de 2020.

Em um segundo projeto, a consultoria programa para março de 2022 o lançamento da Step 1, unidade que irá atender pequenas empresas, com faturamento anual de R$ 350 mil a R$ 10 milhões, por meio de um modelo 100% digital.

A divisão nasce dentro da estrutura da Falconi, mas a ideia é que siga o mesmo caminho da FRST, edtech lançada em 2020 e que foi o primeiro spin-off da consultoria, dentro da estratégia de investir em novos modelos de negócio.

Ainda em 2020, uma segunda iniciativa nessa direção veio com a MID, unidade de consultoria para médias empresas, com receita anual entre R$ 10 milhões e R$ 300 milhões, e que já tem mais de 100 clientes e que deve ter uma no México, no primeiro semestre de 2022.

É também nesse intervalo que a Falconi prevê colocar no mercado outra iniciativa, batizada provisoriamente de Falconi Brain. O projeto talvez seja aquele que melhor ilustra o encontro entre o modelo tradicional e os novos ingredientes da consultoria.

Hoje, os mais de 600 consultores da operação dividem espaço com uma recém-formada equipe de ciência de dados e de inteligência artificial. E com um pacote de algoritmos que está sendo desenvolvido por esse time, composto por 25 profissionais e em expansão.

Esses algoritmos serão alimentados pelo conhecimento acumulado pela Falconi em mais de 6 mil projetos. A ideia é oferecer aplicações baseadas nesses e em outros dados, especializadas em segmentos da economia e que serão vendidas como serviço, por meio de assinaturas.

O primeiro fruto é um algoritmo para o agronegócio, focado em ampliar a produtividade no cultivo de soja e de milho. A aplicação foi testada em um projeto-piloto com 1,6 mil produtores.

“Agora, além dos projetos, vamos ter serviços e produtos digitais, com receita recorrente”, diz Viviane. “E a inteligência artificial vai ser o motor por trás dessa jornada, além de ajudar o trabalho dos próprios consultores.”

Para uma fonte do mercado de consultorias ouvida pelo NeoFeed, é justamente no equilíbrio entre o passado e o futuro que reside o maior desafio para a transformação da Falconi.

“O board já está mais diverso e alinhado com os novos tempos. Em contrapartida, ainda carece de uma participação maior dos consultores, que entendem, de fato, desse mercado”, diz essa fonte. “Entretanto, ainda há consultores presos às tradições e que podem tornar essa reinvenção muito mais lenta.”

O desafio da Falconi, que durante seis décadas reestruturou as maiores empresas brasileiras, é fazer a lição de casa em si mesmo. E provar que em casa de ferreiro, espeto não é de pau.

 

 

 https://neofeed.com.br/blog/home/com-startups-e-algoritmos-a-falconi-busca-um-caminho-alem-da-gestao/?utm_source=Emails+Site&utm_campaign=8e0f061bff-EMAIL_CAMPAIGN_2021_09_21_11_07&utm_medium=email&utm_term=0_c1ecfd7b45-8e0f061bff-404839180

Pedidos de falência recuam 8% em agosto


Já para os pedidos de recuperação judicial houve aumento de 9,2% 
 
Os números refletem a comparação com uma base elevada em função do impacto trazido pela pandemia, sobretudo, aos pequenos negócios

Os pedidos de falência das empresas recuaram 8% na média móvel trimestral finda em agosto, na comparação com julho, segundo dados com abrangência nacional da Boa Vista. Por outro lado, mantida a base de comparação, os pedidos de recuperação judicial avançaram 9,2%. As falências decretadas apontaram alta de 2,1% e as recuperações deferidas caíram 6,7%.

Na análise acumulada em 12 meses, todas as ocorrências apresentam queda. As recuperações judiciais deferidas registraram a maior variação, queda de 23,9%. Mantida a base de comparação, os pedidos de recuperação judicial diminuíram 22,2%, enquanto os pedidos de falência e as falências decretadas caíram 18,7% e 10,6%, respectivamente.

Segundo os economistas da Boa Vista, na análise de longo prazo, os números refletem a comparação com uma base elevada em função do impacto trazido pela pandemia, sobretudo, aos pequenos negócios.

O cenário econômico ainda é adverso e algumas variáveis tendem a ser um obstáculo, por um pouco mais de tempo, dentre elas a inflação, que continua resistente em níveis altos mesmo após o Banco Central ter elevado a taxa básica de juros, a Selic, de 2% para 5,25%. Por sinal, a expectativa, agora, é de que a Selic encerre o ano em 8%, o que encarece, de forma mais rápida, o crédito para as empresas.

Além disso, os dados referentes ao mercado de trabalho ainda não são animadores. Apesar da taxa de desemprego ter recuado de 14,6% para 14,1% em junho, essa variação se deveu, significativamente, ao aumento da informalidade no período, de 40% para 40,6%.

Metodologia
O indicador de falências e recuperações judiciais da Boa Vista passou a ser construído com base na média móvel de três meses da apuração dos dados mensais registrados na base do SCPC (Serviço Central de Proteção de Crédito), oriundos dos fóruns, varas de falências e dos Diários Oficiais e da Justiça dos estados.

 

 

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Brasil sobe cinco posições no ranking mundial de inovação


País ainda está onze posições atrás de sua melhor colocação 
 
Produtividade no trabalho e gastos com software impulsionaram alta

Em ranking divulgado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), o Brasil ocupa a 57ª posição no Índice Global de Inovação (IGI) entre 132 países. O país subiu cinco posições em relação ao ano passado, mas está onze posições atrás de sua melhor colocação, 47º, alcançada em 2011. A classificação começou a ser publicada anualmente em 2007.

As principais fraquezas do país apontadas no ranking são formação bruta de capital, facilidade para abrir uma empresa, facilidade para obtenção de crédito e taxa tarifária aplicada. Os maiores avanços do Brasil em relação aos dados de 2020 se deram nos indicadores de crescimento da produtividade no trabalho e de gastos totais com software.

Na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a colocação brasileira é incompatível com o fato de o país ser a 12ª maior economia do planeta, em 2020, e com a realidade de ter um setor empresarial sofisticado.

Para o presidente da entidade, Robson Andrade, os investimentos em ciência, tecnologia e inovação são fundamentais para a competitividade do país no cenário internacional.

"Uma estratégia nacional ambiciosa, que priorize o desenvolvimento científico, tecnológico e a inovação para o fortalecimento da indústria, tornará a economia mais dinâmica, promovendo maior equidade e bem-estar social", afirmou.

O IGI é um dos principais instrumentos de referência para dirigentes empresariais, formuladores de políticas públicas e aos que buscam conhecimentos sobre a inovação no mundo. As diferentes métricas do ranking podem ser usadas para monitorar o desempenho de um país, comparando-o com economias da mesma região ou mesmo grupo de renda.

 

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Renda habitual do trabalhador teve queda de 6,6% no segundo trimestre

 

Os trabalhadores por conta própria tiveram o maior impacto 
 
O afastamento da ocupação atinge 16,2% dos trabalhadores, afetando mais de 13,5 milhões

Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que houve queda de 6,6% na renda habitual e aumento de 0,9% na renda efetiva do trabalhador brasileiro no segundo trimestre de 2021, na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o pior momento do mercado de trabalho durante a pandemia.

O levantamento Retrato dos Rendimentos e Horas Trabalhadas durante a Pandemia tomou como base os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) e da Pnad Covid, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a análise do Ipea, os trabalhadores por conta própria tiveram o maior impacto em suas rendas, com crescimento de 19,5% na renda efetiva no segundo trimestre de 2021, na comparação com o mesmo trimestre de 2020.

No segundo trimestre deste ano, eles receberam 76% do habitual. Os trabalhadores com carteira do setor privado tiveram aumento de 2% na renda efetiva, enquanto para os trabalhadores sem carteira, a alta foi de 6,9%.

"A análise mostra que, apesar da melhora nos rendimentos no segundo trimestre deste ano, a recuperação ainda é lenta. O afastamento da ocupação atinge 16,2% dos trabalhadores, afetando mais de 13,5 milhões", disse, em nota, o pesquisador do Ipea e autor do estudo, Sandro Sacchet.

A Região Nordeste foi a que teve a renda mais afetada pela segunda onda da pandemia, com queda de 2,6% na renda efetiva no segundo trimestre de 2021. Na análise por gênero, o crescimento da renda efetiva das mulheres (1,4%) foi superior ao dos homens (0,48%), no mesmo período.

De acordo com o estudo, apesar do grande número de domicílios sem renda do trabalho, no segundo trimestre de 2021 houve pequena redução nesse percentual, em relação ao primeiro trimestre deste ano, de 29,3% para 28,5%, o que demonstra lenta recuperação no nível de ocupação aos patamares anteriores à pandemia para as famílias de renda mais baixa.

A renda dos jovens adultos (entre 25 e 39 anos de idade) foi a mais afetada pela pandemia, com queda de 3,2% nos rendimentos efetivos reais médios no segundo trimestre deste ano. Em contrapartida, os rendimentos dos ocupados com mais de 60 anos de idade cresceram 1,3% no período, influenciados pela alta proporção de trabalhadores por conta própria nessa faixa etária.

 

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