segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

As principais tendências para empreendedores em 2022, segundo o Sebrae


Guia traz o que deve nortear o mercado para as micro e pequenas empresas

 


Depois do forte impacto causado pela pandemia e um período cheio de incertezas, o mercado começa a dar sinais de como serão os negócios daqui para frente. O Sebrae-PR fez um levantamento do que deve ser tendência neste e no próximo ano.

O Guia de Tendências 2022- 2023 é uma ferramenta de grande utilidade para os empreendedores planejarem suas ações adaptadas às novas realidades. Nesta página, você encontra um resumo do que deve nortear os negócios, de acordo com o Guia. O material completo está disponível o site.

As principais tendências de negócios para 2022 e 2023

 

1 - Diversidade e inclusão

A inclusão de grupos minoritários, antes pouco percebidos ou atendidos pela indústria, é uma das grandes exigências do consumidor atual (mesmo daquele que não faz parte destes grupos diretamente). O que se espera é que as empresas se demonstrem, para além de discursos, preparadas na prática para lidar com públicos diversificados.

2 - Transparência

Atendentes que seguem consumidores em lojas físicas ou “programas de fidelidade” com cláusulas obscuras e juros altíssimos, são soluções não mais bem-vindas.

3 - Humanização

É preciso estar sempre atento às necessidades dos colaboradores, desde condições de saúde (física e mental) até experiências no ambiente de trabalho, a fim de implementar melhorias e oferecer suporte mais adequado.

4 - Digitalização

Disponibilizar o seu negócio no meio online traz uma série de vantagens, sendo talvez a principal delas o fato de que, a qualquer hora, em qualquer lugar, alguém pode adquirir seus produtos e serviços. A loja digital vende 24 horas por dia todos os dias.

5 - Lojas físicas

Não mais limitados a “pontos de venda”, as lojas físicas agora se tornam uma extensão experiencial do que as lojas virtuais não podem oferecer. Isso significa explorar as vantagens do mundo físico de modo mais elaborado ou estratégico que antes.

6 - Entender os canais de venda

Se antes o omnichannel era visto como “o futuro do mercado”, hoje já se entende que estar em todos os canais e redes sociais pode ser um tiro no pé. Aposte nos canais que realmente fazem sentido para o seu público, tenha controle de qualidade sobre cada um, unifique as informações e foque em aprimorar a fluidez das jornadas do cliente.

7 - Modelo de assinatura

A oferta de serviços no modelo de assinatura tem crescido a cada ano, fazendo com que a ideia de compra se desvencilhe aos poucos da ideia de posse: o consumidor não paga mais para adquirir, mas para acessar e experienciar.

8 - Delivery de tudo

O modelo na experiência de compra do cliente é tão (ou mais) fundamental para os negócios quanto a presença digital.

9 - Turismo instrospectivo

O turismo introspectivo se relaciona com o crescente desejo na população por fazer “retiros rurais” e passar temporadas em locais mais tranquilos e isolados, especialmente quando cercados por natureza. Este movimento cria uma grande oportunidade para os pequenos negócios destas áreas, com potencial para fortalecer a economia da região.

10 - Sustentabilidade

Essa é a nova base dos negócios. Essas questões têm se tornado tão fundamentais quando falamos em mercado e indústria que já é possível identificar uma espécie de setor econômico crescente originado dela.

11 - Economia circular

Os materiais que vão para descarte podem ser comercializados ou permutados entre empresas, doados pela ou para a população, reutilizados em novos processos de produção, transformados em bioenergia.

12 - Energias renováveis

Uso de energias renováveis e emergentes como a solar, eólica e bioenergia começam a ganhar cada vez mais espaço nos negócios.

13 - Conectividade

A conectividade deixou de ser uma grande novidade para a população e passou a fazer cada vez mais parte do seu cotidiano, especialmente a partir da pandemia. O público finalmente começa a desfrutar em peso das praticidades oferecidas por essas tecnologias e espera agora solucionar questões rotineiras, das mais triviais às mais complexas, a partir delas. Para o mercado, este é um ponto sem volta.

14 - Bem-estar

Como forma de compensar os desgastes psicológicos vividos recentemente, as pessoas estarão propensas a buscar por “momentos de fuga” de distintas maneiras. O público estará ainda mais ávido pela procura de serviços que contribuam para o seu bem-estar.


Embraer: Azorra assina contrato de US$ 3,9 bi para adquirir 20 novas aeronaves

Embraer muda de nome para Boeing Brasil e consolida entrega | Política


A Embraer informa que a americana Azorra assinou contrato para adquirir 20 novas aeronaves da família E2, além de mais 30 direitos de compra. A preços de tabela, a encomenda é avaliada em US$ 3,9 bilhões. Segundo a fabricante brasileira, o acordo é flexível e permite que a Azorra adquira aeronaves E190-E2 ou E195-E2.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Embraer detalha que a Azorra é uma empresa de leasing de aeronaves com sede na Flórida, EUA, especializada em aeronaves executivas, regionais e comerciais. As entregas terão início em 2023, adicionando mais 20 aeronaves da Embraer às 21 que constam no portfólio.

“Nossa equipe tem uma longa e produtiva história com a Embraer. Na Jetscape, fomos a primeira empresa de leasing independente a se comprometer com o programa E-Jet da Embraer em dezembro de 2007 e depois os E-Jets estabeleceram uma base global de clientes, com mais de 80 operadores. A primeira aeronave nova da Azorra foi um Phenom 300, adquirido da Embraer em dezembro de 2016”, lembra John Evans, CEO da Azorra.

“Esse compromisso reforça nossa crença no E2; uma família de aeronaves modernas com desempenho econômico e ambiental superior, proporcionando à Azorra uma excelente oportunidade para estabelecer uma posição de liderança nos mercados em que servimos”, acrescenta.

 

Santander Brasil faz acordo com BTG em central registradora

Crédito: REUTERS/Edgard Garrido

Logo do Santander (Crédito: REUTERS/Edgard Garrido)

SÃO PAULO (Reuters) – O Santander Brasil firmou acordo com o BTG Pactual para investimento minoritário na Central de Serviços de Registro e Depósito aos Mercados Financeiro e de Capitais (CSD BR), disseram os dois bancos nesta segunda-feira.

A CSD BR opera como uma registradora de ativos financeiros, derivativos, valores mobiliários e apólices de seguro, autorizada pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários e pela Superintendência de Seguros Privados, afirmou o Santander.

O valor do investimento não foi informado.

 

Queda da bolsa no Brasil cria alvos de aquisição

Queda da bolsa no Brasil cria alvos de aquisição

Queda da bolsa no Brasil cria alvos de aquisição


Por Carolina Mandl e Tatiana Bautzer

 

 

SAO PAULO (Reuters) – A grande atividade em torno de fusões e aquisições nas duas primeiras semanas do ano no Brasil surpreendeu os executivos de bancos de investimento.

Com a economia em recessão, inflação a duplos dígitos e a expectativa de uma eleição presidencial polarizada, muitas empresas perderam valor na bolsa e tornaram-se alvos fáceis de aquisição.

“Há muito tempo não via um início de ano com um volume tão alto de fusões e aquisições”, disse Roderick Greenlees, chefe global de investment banking do Itaú BBA.

O índice Ibovespa caiu 17% nos últimos seis meses, e o real perdeu 5% em relação ao dólar, com as preocupações relativas aos riscos macroeconômicos, piora da disciplina fiscal e incertezas eleitorais.

As empresas mais frágeis são aquelas listadas recentemente na bolsa e que perderam valor de mercado significativo desde suas ofertas públicas iniciais de ações (IPOs), segundo os executivos.

As varejistas de móveis Mobly e Westwing, a empresa de programa de fidelidade Dotz, a companhia de terceirização de serviços Getninjas e a Oceanpact , de engenharia marítima, perderam mais de 70% do valor desde seus IPOs, no ano passado.

“Há muitas empresas listadas de pequeno a médio porte que teriam dificuldades para acessar os mercados de capitais e levantar mais dinheiro, então as fusões e aquisições são uma alternativa mais confiável ou a única alternativa”, disse Gustavo Miranda, chefe de investment banking do Banco Santander Brasil.

O Banco Modal, por exemplo, perdeu quase 60% do valor desde seu IPO em abril, e recebeu uma oferta de aquisição da XP este mês.

A discussão entre as empresas de shopping Aliansce Sonae e BR Malls para uma fusão também ocorrem após queda de mais de 20% das ações de ambas companhias frente a um ano antes. O negócio parece ser motivado pela necessidade de mostrar crescimento e boas notícias aos investidores, mesmo com as dificuldades da recuperação do setor de shoppings.

A BR Malls rejeitou a oferta inicial da Aliansce Sonae, mas as negociações devem continuar. As varejistas Americanas e Marisa Lojas não chegaram a um acordo sobre uma potencial transação no ano passado.

Ricardo Lacerda, presidente-executivo e fundador do banco de investimentos BR Partners, disse que a turbulência recente na bolsa interrompeu planos de empresas recentemente listadas e elas podem ser forçadas a entrar em transações. “Algumas estavam contando com ofertas subsequentes para financiar sua expansão mas não conseguiram captar devido à volatilidade de mercado”, afirmou.

Captar dívida também ficou mais caro para as empresas, com a alta das taxas de juros básicas no ano passado de 2% em março para 9,25% em dezembro.

“Dada a volatilidade que está afetando as ofertas de ações, os volumes de fusões e aquisições em 2022 devem superar os do ano passado,” afirma Hans Lin, co-head de investment banking do Bank of America no Brasil. No ano passado, fusões e aquisições envolvendo empresas brasileiras atingiram 101,6 bilhões de dólares, 152% acima de 2020.

NOVAS OFERTAS

Os executivos de bancos preferem não estimar o volume de ofertas de ações este ano, mas vários esperam que os montantes caiam em relação ao ano passado.

As ofertas de ações levantaram 26,2 bilhões de dólares no ano passado, ligeiramente abaixo dos volumes de 2020 em dólares, mas o número de negócios aumentou 17%, para 78 ofertas.

“Tivemos no ano passado recorde em ofertas de ações, mas 2022 não será tão forte para as emissões como resultado da volatilidade macroeconômica e política”, disse Greenlees, do Itaú.

Algumas empresas já anunciaram planos para ofertas subsequentes, como a processadora de alimentos BRF e a petroquímica Braskem. Também é esperada para junho a privatização da Eletrobras.

Os executivos acreditam que as operações de follow-on serão mais comuns do que IPOs este ano, com os investidores preferindo ativos conhecidos durante períodos voláteis.

“Dependendo da recepção às ofertas subsequentes, o sentimento dos investidores pode melhorar e potencialmente permitir alguns IPOs,” disse Eduardo Miras, chefe da área de banco de investimento do Citi.

 

Ibovespa recua com exterior em sessão de aversão ao risco por tensão geopolítica

 Ibovespa perde patamar dos 120 mil pontos com recuo de blue chips |  Finanças | Valor Econômico

Por Andre Romani

 

 

SÃO PAULO (Reuters) – O principal índice de ações da bolsa brasileira caía nesta segunda-feira, diante de aversão ao risco no mercados internacionais dada a escalada de tensões na Ucrânia.

Investidores também mantinham o foco na expectativa pela decisão de política monetária nos Estados Unidos, enquanto na cena doméstica mercado avaliava a sanção do Orçamento de 2022 pelo presidente Jair Bolsonaro.

Às 11:45, o Ibovespa caía 1,32%, a 107.504,10 pontos. Empresas com atividade ligadas às commodities metálicas pressionavam o índice, enquanto alguns papéis de bancos e frigoríficos ajudavam a conter as perdas. O volume financeiro era de 7,4 bilhões de reais.

Os ativos de risco globais recuavam nesta segunda-feira, com investidores preocupados após a Rússia acumular tropas nas fronteiras com a Ucrânia. Algumas nações incluindo Estados Unidos e Reino Unido ameaçaram impor sanções caso os russos invadam o país vizinho, embora Moscou negue que tenha planos para uma ofensiva.

A aliança militar Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) disse que estava colocando forças em prontidão e reforçando o leste europeu com mais navios e jatos de guerra.

Rússia e EUA estão em negociações, com Moscou exigindo que a Otan retire a promessa de que a Ucrânia poderá se juntar à aliança um dia, e que a organização retire tropas e armas de ex-países comunistas no leste europeu que entraram no grupo após a Guerra Fria.

Os índices de ações nos EUA caíam mais de 1%, estendendo queda das últimas sessões, e o índice de volatilidade CBOE subiu mais cedo em Wall Street para o maior patamar desde o início de dezembro. O índice pan-europeu STOXX 600 também recuava firme.

A semana é importante para os mercados globais, que aguardam pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed) na quarta-feira. Embora as expectativas sejam de manutenção da taxa de juros, as atenções estão voltadas para o tom a ser adotado pelo banco central norte-americano e as potenciais pistas a serem divulgadas sobre se o início do ciclo de alta nos juros começará já em março.

Na cena doméstica, a pauta fiscal segue no radar após a sanção do Orçamento de 2022 pelo presidente Jair Bolsonaro, que incluiu previsão de 1,7 bilhão de reais para reajustes de servidores públicos.

A peça ainda projeta 4,9 bilhões de reais para alimentar o fundo eleitoral, enquanto Bolsonaro vetou 3,2 bilhões de reais com o objetivo de recompor verbas de pessoal, menos do que o estimado anteriormente.

DESTAQUES

– VALE ON cedia 1,8% e CSN ON caía 1,9%. Trata-se da terceira queda seguida de ambos os papéis. Os preços do minério de ferro recuaram na Ásia, com traders cautelosos antes do feriado do Festival da Primavera e dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim.

– LOCAWEB ON caía 8,2%, enquanto BANCO PAN PN cedia 6,4%, MÉLIUZ ON tinha queda de 5,7% e INTER UNIT recuava 5%.

– BRADESCO PN subia 1,5% e ON tinha alta de 0,7%, e BANCO DO BRASIL ON avançava 0,6%. Já ITAÚ UNIBANCO PN caía 0,3% e SANTANDER BRASIL UNIT recuava 0,5%.

– PETROBRAS PN caía 0,7% e ON cedia 1,1%, diante de queda nos preços do petróleo devido à alta do dólar — por conta das tensões na Ucrânia — e da perspectiva de aumento de juros nos EUA nos próximos meses.

– IRB BRASIL ON caía 4,2%, estendendo queda da última sessão. A empresa divulgou nesta segunda-feira prejuízo líquido de 113,8 milhões de reais em novembro, enquanto prêmios emitidos caíram 0,5% ante o mesmo período de 2020, enquanto o sinistro aumentou 13,5%.

 – MARFRIG ON subia 4,7%, enquanto JBS ON avançava 0,8%. O preço-alvo da ação da Marfrig foi elevado de 25 para 27 reais por Jefferies.

– HAPVIDA ON avançava 1,5% e INTERMÉDICA ON subia 1,1%, sétima alta consecutiva de ambos os papéis. As empresas planejam finalizar a combinação de seus negócios em fevereiro.

– EMBRAER ON caía 1,1%, após subir quase 5% na abertura. A fabricante de aeronaves recebeu pedidos da companhia de leasing norte-americana Azorra em transação de 3,9 bilhões de dólares.

– AMERICANAS ON caía 1,4%, menos que os pares MAGAZINE LUIZA ON e VIA ON, que cediam 4,5% e 5,5%, respectivamente. As ações de Lojas Americanas deixaram de ser negociados na B3 a partir desta segunda-feira, após combinação de bases acionárias com a Americanas.

"Ameaça". Após EUA, Reino Unido também retira alguns diplomatas de Kiev

Em causa está a "ameaça crescente" da Rússia. Medida surge após os EUA ordenarem a saída de familiares de funcionários da embaixada da Ucrânia. Já o chefe da diplomacia europeia afirmou que a UE não está a pensar ordenar a retirada do seu pessoal diplomático e sublinha que não se deve "dramatizar".

"Ameaça". Após EUA, Reino Unido também retira alguns diplomatas de Kiev

O Reino Unido começou a retirar "alguns funcionários" da embaixada em Kiev, na Ucrânia. Em causa está a "ameaça crescente" da Rússia.

Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Commonwealth sublinhou que a embaixada britânica "permanece aberta e continuará a realizar os serviços essenciais".

Segundo o jornal The Telegraph, a medida não foi tomada como resultado de um possível ataque direto aos diplomatas britânicos, mas sim como "uma resposta à crescente ameaça russa e ao potencial risco para os funcionários do Reino Unido".

 Também os Estados Unidos da América (EUA) autorizaram, no domingo, a saída voluntária de diplomatas norte-americanos de Kiev e ordenaram a saída de “familiares elegíveis” da embaixada. Em causa está a “contínua ameaça de ação militar russa”.

“Em 23 de janeiro de 2022, o Departamento de Estado autorizou a saída voluntária de funcionários contratados diretos dos EUA e ordenou a saída de familiares elegíveis da embaixada de Kiev devido à contínua ameaça de ação militar russa”, lê-se num comunicado, citado pela CNN.

Os funcionários podem abandonar a embaixada, se assim o desejarem, e os cidadãos norte-americanos a residir na Ucrânia “devem agora considerar” deixar o país em voos comerciais ou outros meios de transporte, acrescentou o comunicado.

O Aviso Global de Saúde Nível 4, que anteriormente se referia à pandemia de Covid-19, passou a desaconselhar as viagens para a Ucrânia “devido ao aumento das ameaças de ação militar e da Covid-19". Há ainda um alerta para as viagens para a Rússia e a “tensão contínua ao longo da fronteira com a Ucrânia”. 

"Não viaje para a Rússia devido à tensão contínua ao longo da fronteira com a Ucrânia, o potencial assédio a cidadãos dos Estados Unidos, a capacidade limitada da embaixada de ajudar os cidadãos dos Estados Unidos na Rússia, a covid-19 e restrições de entrada relacionadas, terrorismo, assédio por funcionários de segurança do governo russo e aplicação arbitrária da lei local”, lê-se aviso.

O governo norte-americano recusou-se a dar uma estimativa do número de cidadãos a trabalhar na embaixada de Kiev e a residir no país.

Em entrevista à CNN, o secretário de Estado norte-americano Anthony Blinken reiterou que qualquer ataque russo contra a Ucrânia merecerá uma resposta "rápida e dura por parte dos Estados Unidos e da Europa".

Já esta segunda-feira, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, afirmou  que a União Europeia não está a pensar ordenar a retirada do seu pessoal diplomático da Ucrânia, a menos que o secretário de Estado norte-americano partilhe hoje "mais informação" que justifique tal medida.
   
Em declarações à chegada de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, em Bruxelas, que volta a ter como assunto em destaque na agenda a tensão na fronteira da Ucrânia com a Rússia, o Alto Representante da União para a Política Externa e de Segurança, questionado sobre a decisão de Washington de ordenar a retirada das famílias dos diplomatas dos Estados Unidos colocados em Kiev, comentou que não se deve "dramatizar".

 

 https://www.noticiasaominuto.com/mundo/1917538/ameaa-aps-eua-reino-unido-tambm-retira-alguns-diplomatas-de-kiev?utm_medium=email&utm_source=gekko&utm_campaign=morning

 

Entrevista: O que uma gestora com US$ 420 bilhões em gestão pensa sobre o ESG no Brasil



Eletrobras
A matriz energética limpa coloca o Brasil em uma posição de destaque no mundo, avalia a Janus (Imagem: Divulgação/ Eletrobras)

Apesar de o Brasil ser visto internacionalmente como um país que tem perdido a batalha contra o desmatamento da Amazônia, outros aspectos ambientais, sociais e de governança, os critérios ESG, oferecem uma perspectiva positiva.

“O Brasil mostrou-se disposto e capaz de se tornar uma nação sustentável por meio de ações de base, engenhosidade e políticas públicas. Eu diria que o futuro é promissor”, explica Dan Raghoonundon, chefe de pesquisa ESG da Janus Henderson, gestora com cerca de US$ 420 bilhões sob gestão.

Em entrevista ao Money Times, Raghoonundon dá a sua visão sobre como os investidores internacionais têm visto o Brasil, além de uma visão única sobre quem trabalha com ESG no dia a dia e toma decisões de investimentos com base nelas. Confira:

As empresas no Brasil têm alguma vantagem ou desvantagem em relação ao ESG? O fato de termos uma matriz energética limpa nos favorece, ou reduz o espaço para melhorias e, portanto, estamos em desvantagem?

O Brasil deu passos significativos na transição para um planeta mais sustentável, mas ainda há muito a ser feito.

Como você aponta, o Brasil tem uma matriz energética que depende da hidroeletricidade. É importante ressaltar que o país também tem uma política bem estabelecida em energia nuclear, que poderia servir como um apoio juntamente com a hidreletricidade, caso haja necessidade.

Aproveitando a abundante disponibilidade de água, o Brasil também se tornou um ator fundamental na sustentabilidade alimentar global e é um dos principais produtores de vários produtos agrícolas, incluindo mandioca, café, açúcar, trigo, açúcar e proteínas, como carne bovina e aves.

Na frente social, o Bolsa Família foi um projeto social de referência que, desde então, foi replicado em muitos países ao redor do globo. O país fez muito pela igualdade de gênero, principalmente tendo uma mulher como chefe de Estado.

As investigações da Lava Jato lançaram luz sobre o nexo entre o Estado e as empresas no Brasil, e a governança corporativa melhorou consideravelmente desde então. Atualmente, a maioria das grandes empresas adere aos padrões globais de governança corporativa.

Dito isso, o país poderia se sair melhor em áreas como descarte de água e tratamento de esgoto. O desmatamento continua a um ritmo insustentável. A desigualdade é gritante no Brasil e a oferta de serviços básicos, como educação e saúde, está aquém das expectativas da população.

Em suma, o Brasil mostrou-se disposto e capaz de se tornar uma nação sustentável por meio de ações de base, engenhosidade e políticas públicas. Eu diria que o futuro é promissor.

O que conta mais: nossas credenciais ambientais ou a imagem que é mostrada internacionalmente?

O desastre da Barragem de Mariana e os derramamentos de óleo certamente atraíram a imprensa negativa, mas, para seu valor, as autoridades brasileiras responsabilizaram os responsáveis ​​e medidas corretivas foram adotadas após o ocorrido para evitar a repetição dos acidentes. Os protocolos de segurança do Brasil estão alinhados com os padrões globais e o registro é bom em sua maioria.

Dan Raghoonundon
“Podemos esperar com segurança uma melhora rápida nos próximos anos” (Imagem: Divulgação/ Janus)

São muitos os pontos positivos, inclusive o pioneirismo do país em biocombustíveis. O Brasil produz 30% do etanol do mundo e é o segundo maior produtor global. A Agência Internacional de Energia vê a liquidez global do mercado de biocombustíveis triplicar até 2030 em seu cenário net zero, e o Brasil vem aproveitando o momento por meio do programa RenovaBio e do desenvolvimento do etanol de segunda geração.

O Brasil desenvolveu seu primeiro mercado de carbono regulamentado em 2017 sob o programa RenovaBio, que busca obrigar os distribuidores de combustíveis a comprar créditos de carbono chamados CBios de produtores renováveis. O Brasil lançou os carros flex fuel em 2003 e hoje quase 100% dos carros vendidos são flex fuel. Nesse caso, o Brasil demonstrou notável previsão.

Em quais ações ou setores a Janus está investindo em ESG no Brasil? Os investidores têm pedido esse critério?

Todas as mesas de investimento da Janus Henderson Investors incorporam ESG em seu processo de investimento. Acreditamos firmemente que as considerações ESG melhoram as decisões de investimento tanto do ponto de vista da mitigação de risco quanto da geração de retornos superiores. Pesquisas abundantes mostraram que empresas com altas classificações ESG tendem a apresentar desempenho financeiro robusto, e nossa própria experiência sugere o mesmo.

Os investidores estão muito interessados ​​em ouvir sobre nossa avaliação de ESG e a incorporação do fator ESG em nossos processos de alocação e seleção há quase uma década. A Janus Henderson Investors acredita que o setor de gestão de ativos, incluindo nós mesmos, tem um papel fundamental para facilitar a transição contínua, canalizando capital para entidades que valorizam a sustentabilidade.

O ESG é um critério fundamental, ou seja, pode impedir a decisão de investimento de um fundo?

As considerações ESG certamente nos levam a evitar certas empresas e setores. Algumas das principais estratégias ESG que usamos são triagem negativa (ou seja, excluindo empresas ou setores específicos), triagem positiva (ou seja, concentrando-se em setores específicos), investimento de primeira linha (ou seja, selecionando o melhor em relação a ESG), ativismo (ou seja, apresentar petições e votar em assembleias gerais anuais de acionistas) e engajamento (ou seja, reunir-se com o conselho e a administração e tentar convencê-los a ter um melhor desempenho em ESG).

Adecoagro Cana-de-açúcar Sucroenergia
O Brasil produz 30% do etanol do mundo e é o segundo maior produtor global (Imagem: Reprodução/Adecoagro)

A Janus Henderson Investors tomou medidas para fornecer aos analistas de pesquisa e gerentes de portfólio as ferramentas e informações para identificar riscos e oportunidades dentro dos portfólios e tomar decisões de investimento que levem em consideração informações ESG financeiramente relevantes.

Isso inclui a criação de uma equipe de Pesquisa ESG liderada por mim para facilitar a identificação e incorporação de fatores ESG no processo de tomada de decisão de investimento.

Como a Janus avalia o ESG das empresas? São utilizados critérios próprios ou de terceiros?

A Janus Henderson Investors usa um complemento de dados proprietários e de terceiros. A empresa realiza milhares de compromissos relacionados a ESG anualmente, o que apóia nossa avaliação das questões ESG. Nosso envolvimento é personalizado, pois ESG não é uma questão neutra para empresa, setor ou país e precisa ser adaptada às circunstâncias.

Como as métricas objetivas para medir o desempenho ESG estão evoluindo e quando devemos esperar que elas amadureçam?

Subscrevo a opinião expressa pelo falecido economista americano Allan Meltzer de evitar colocar um número numa data. Dito isto, os dados ESG são de qualidade muito melhor agora. Podemos esperar com segurança uma melhora rápida nos próximos anos, à medida que os reguladores domésticos exigem divulgações padronizadas, aumentos de garantia ESG, empresas estabelecem equipes ESG e várias entidades são responsabilizadas em relação ao seu impacto nas pessoas e no planeta.

 

 https://www.moneytimes.com.br/entrevista-o-que-uma-gestora-com-us-420-bilhoes-em-gestao-pensa-sobre-o-esg-no-brasil/?e=