Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
Encontrar o ponto de equilíbrio entre preservar e evoluir é um dos segredos
Redação
A Visa se tornou o cartão de consumo preferido para compras
familiares e pessoais, para viagens pessoais e entretenimento, e até
mesmo para viagens internacionais
Algumas teorias do branding
revelam o caminho das pedras para que as marcas continuem presentes – e
relevantes – no cotidiano das pessoas, ao longo de tempo "Manter uma
marca forte significa acertar no correto equilíbrio entre a continuidade
e a mudança", ensina Kevin Lane Keller, autor do livro Strategic Brand Management.
A obra é focada no "como" e "porquê" da gestão da marca e fornece
diretrizes táticas específicas para o planejamento, construção, medição e
gestão de brand equity.
Na visão de
Keller, qualquer grife que pretenda ser importante para um público
específico deve seguir alguns passos indispensáveis. O primeiro deles é
oferecer os benefícios que os consumidores realmente desejam. Além
disso, a estratégia de preço tem de ser baseada na percepção de valor
dos clientes. "A combinação certa de qualidade, design, recursos, custos
e preços do produto é muito difícil de alcançar, mas vale a pena o
esforço. Muitos gerentes desconhecem lamentavelmente como o preço pode e
deve se relacionar com o que os clientes pensam de um produto e,
portanto, cobram muito pouco ou muito", alerta o também professor de
marketing da Tuck School of Business da Dartmouth College, universidade sediada no estado de New Hampshire, nos Estados Unidos.
Permanecer
relevante, ser consistente e estar devidamente posicionada completam os
cinco primeiros mandamentos do que Keller chamou de "boletim da marca".
Posicionamento, aliás, é fundamental, na visão do especialista. Ele
cita a Visa como um bom exemplo para esse caso. Nas décadas de 1970 e
1980, a American Express manteve a marca de alto perfil no mercado de
cartões de crédito por meio de uma série de programas de marketing
altamente eficazes. Alardeando que "a adesão tem seus privilégios", a
American Express passou a significar status, prestígio e qualidade. Em
resposta, a Visa introduziu os cartões Gold e Platinum e lançou uma
campanha de marketing agressiva para aumentar o status de seus cartões
para corresponder aos cartões American Express.
"A Visa também
desenvolveu, junto aos comerciantes, um extenso sistema de entrega para
se diferenciar com base em conveniência e acessibilidade superiores",
relata. As campanhas publicitárias exibiram locais desejáveis, como
restaurantes famosos, resorts e eventos que
não aceitaram a American Express enquanto proclamavam "Visa. Está em
todos os lugares que você quer estar." A mensagem aspiracional reforçou
de forma inteligente a acessibilidade e o prestígio e ajudou a Visa a
conquistar uma posição formidável para a marca. A Visa se tornou o
cartão de consumo preferido para compras familiares e pessoais, para
viagens pessoais e entretenimento, e até mesmo para viagens
internacionais, um antigo reduto da American Express. No Rio Grande do
Sul, a marca permaneceu por duas décadas como Top of Mind.
O guia
ainda aconselha as marcas a sustentarem um portfólio que faça sentido,
além de desenvolver e implementar atividades de marketing que lhes
permitam fortalecer seu patrimônio ao longo do tempo. Para Keller, a
Coca-Cola mostra como ninguém a melhor forma de cumprir essa tarefa.
Keller afirma que a grife norte-americana faz excelente uso de muitos
tipos de atividades de marketing, incluindo publicidade na mídia,
promoções e patrocínio. Importante, também, manter um catálogo que vende
mercadorias licenciadas e mídia interativa.
"Se os gestores de marca quantificarem, numa escala de um a dez, essas características, podem obter uma medida do brand equity que lhes permite maximizar todos os elementos referidos com o objetivo de conseguir uma marca forte", destaca Keller. "O brand equity
estabelece a ponte entre o passado, o presente e o futuro da marca. Se
em última instância a força da marca reside na mente dos seus
consumidores, serão eles a decidir o futuro da marca. Nesse sentido, o brand equity
permite aos gestores perceberem se as atividades de marketing
desenvolvidas atingiram os resultados esperados e, caso seja necessário,
adequá-las ao futuro", escreveu.
Esse conteúdo é parte integrante
do caderno Top of Mind RS 2022, publicação do Grupo AMANHÃ. Consolidado
como uma espécie de Oscar das marcas mais lembradas pelos consumidores
do Rio Grande do Sul, o Top of Mind, realizado desde 1991, é pioneiro no
país.
Para
que a reforma tributária melhore o ambiente de negócios do país, as
mudanças no complexo sistema tributário brasileiro devem dar uma atenção
especial aos Microempreendedores Individuais (MEI), às microempresas e
às empresas de pequeno porte, que representam 9 em cada 10 das empresas
existentes no Brasil, de acordo com dados de junho da Secretaria
Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia.
O setor composto pelos pequenos
negócios foi, segundo o Caged, o responsável, em 2021, por 78% dos
empregos formais e beneficia 86% dos brasileiros, 40% da população. Gera
ainda uma renda para os empreendedores e demais trabalhadores do
segmento de R$ 35 bilhões por mês. Por ano, esse montante chega a R$ 420
bilhões, segundo dados do Atlas dos Pequenos Negócios, levantamento do
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)
lançado em julho passado.
Mas o setor, além de ser um grande
gerador de emprego e renda, é uma grande fonte de impostos. Somente o
Simples Nacional arrecadou, no ano de 2021, mais de R$ 128 bilhões de
reais em impostos para os cofres públicos, e até junho de 2022 já
arrecadou R$ 73,1 bilhões de reais, indicando um aumento de arrecadação
no ano. Desde a sua criação, o Simples já arrecadou R$ 1.032 trilhão
para os cofres.
Especialistas ouvidos pelo JOTA
destacam que o principal caminho para melhorar a tributação dos
pequenos negócios no Brasil passa por reduzir a complexidade do sistema
tributário e repensar a substituição tributária do ICMS, com cuidado
para não onerar desproporcionalmente o setor de serviços.
1) A complexidade exagerada do sistema tributário brasileiro
De acordo com o gerente de Políticas
Públicas do Sebrae Nacional, Silas Santiago, o principal foco da reforma
tributária deve ser a simplificação das regras tributárias do país.
Para além do peso da carga
tributária, os pequenos negócios sofrem com obrigações acessórias
exageradamente complexas, que demandam do contribuinte ainda mais tempo e
recursos para estar em conformidade com o fisco. Esse gasto extra é
chamado por Santiago de Custo Brasil Tributário.
“Essa simplificação independe de uma
reforma tributária constitucional, que unifique tributos, e já traria
enormes ganhos para todas as empresas”, afirmou.
A União, os estados e os municípios
exigem do contribuinte que se adeque a diversos modelos de nota fiscal,
além das diferentes declarações tributárias. Além disso, as empresas
devem apurar o imposto devido para cada unidade da federação, cálculo
que muitas vezes é contestado pelo fisco e gera contencioso nas esferas
administrativa e judicial.
A economista e professora do Insper,
Juliana Inhasz, especialista em macroeconomia, destacou que esse tipo de
custo reduz a disponibilidade de dinheiro para outras necessidades das
empresas, como investimentos para aumentar a produção, sobretudo no caso
dos pequenos negócios. Assim, uma reforma tributária abriria caminho
para um aumento de produtividade.
Se os fiscos fornecessem as guias
para pagamento dos tributos, ou ao menos as declarações pré-preenchidas
para confirmação dos contribuintes, os pequenos negócios não precisariam
gastar tanto com contadores e tributaristas. Nesse sentido, para
Inhasz, a complexidade do sistema tributário funciona ainda como um
desincentivo à formalização e, consequentemente, diminui a arrecadação
dos entes federativos.
“As empresas sabem que o custo de
operação é extremamente alto para estar do lado formal da economia,
então elas acabam de alguma forma abrindo mão disso”, avaliou.
“Com uma simplificação teríamos
provavelmente uma redução no número de informais, uma arrecadação maior e
uma maneira bem mais clara de se enxergar e compreender esse sistema
tributário”, concluiu.
Como resolver?
Para resolver esse problema, o Sebrae
participou ativamente das discussões e contribuiu para a construção dos
Projetos De Lei Complementar (PLP) 145/2021 e 178/2021. Como as
propostas não alteram a Constituição, o Sebrae avalia que há condições
de serem aprovados ainda em 2022.
O PLP 145/2021 cria o Sistema
Eletrônico de Apuração Fiscal – um sistema unificado para que o próprio
fisco calcule o tributo devido pelo contribuinte e simplifique o
recolhimento de tributos.
“Hoje, com a nota fiscal eletrônica, o
fisco tem todos os elementos para fazer o cálculo dos tributos, mesmo
que seja na forma de uma declaração pré-preenchida, como a Receita
Federal vem fazendo com o imposto de renda das pessoas físicas”, afirmou
o gerente de Políticas Públicas do Sebrae Nacional, Silas Santiago.
Os estados têm condições imediatas de
efetuar os cálculos do ICMS e os municípios do ISS. A Receita Federal
precisaria passar a receber os dados das notas fiscais de serviços dos
municípios, bem como da área do varejo dos estados.
As declarações pré-preenchidas teriam
dois grandes ganhos: diminuição de tempo para cumprir com as obrigações
tributárias, permitindo que o empreendedor dedique mais atenção para
seu negócio, e diminuição dos erros de preenchimento e da litigiosidade,
reduzindo o contencioso tributário.
Já o PLP 178/2021 delimita os
processos relacionados às obrigações tributárias, com vistas à
padronização da legislação e dos sistemas fiscais. Entre os benefícios
podemos citar a unificação de diferentes cadastros fiscais existentes no
país e a instituição de uma nota fiscal eletrônica para ser usada em
todo o Brasil. Para tanto, o projeto cria um comitê gestor a fim de que
todos se sentem à mesa – União, estados e municípios – para simplificar
obrigações acessórias e implementar as ações facilitadoras definidas na
proposição.
Nesse sentido, independentemente da
aprovação dos PLP, o Sebrae trabalha para criar uma nota fiscal
unificada para o varejo em parceria com o Comitê Nacional de Política
Fazendária (Confaz) – que reúne secretários estaduais de Fazenda.
No âmbito dos municípios, a nota
fiscal nacional eletrônica de serviços (NFS-e) foi criada com apoio do
Sebrae, realizada em uma parceria entre a Receita Federal do Brasil
(RFB), a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), a Confederação Nacional de
Municípios (CNM) e a Associação Brasileira das Secretarias de Finanças
das Capitais (Abrasf).
Nos termos da Resolução CGSN nº 169,
de 27 de julho de 2022, para o MEI, a NFS-e Nacional terá validade em
todo o território nacional a partir de janeiro de 2023. Para as demais
empresas dependerá de adesão ao sistema pelos municípios.
2) Substituição tributária do ICMS
O principal problema das micro e
pequenas empresas optantes pelo Simples Nacional é o regime de
substituição tributária do ICMS, segundo o gerente de Políticas Públicas
do Sebrae Nacional, Silas Santiago.
A substituição tributária concentra o
recolhimento do imposto no início ou no meio da cadeia produtiva. Dessa
forma, exige que o contribuinte pague o ICMS antes de vender os
produtos e receber as receitas do mês, com base apenas em uma projeção
de vendas.
Esse adiantamento desequilibra o
fluxo de caixa dos pequenos negócios. Traçando um paralelo com o IR das
pessoas físicas, é como se a União cobrasse em janeiro o imposto do ano
inteiro que está começando.
Santiago aponta que o adiantamento é
útil para tributar indústrias com uma produção muito concentrada de
produtos e uma distribuição pulverizada. Porém, o problema surgiu quando
os estados aumentaram indiscriminadamente a lista de bens sujeitos ao
regime.
“Hoje a gente brinca que tem de
agulha a avião. O pequeno produtor de sorvete que produz para vender na
rua, uma pequena fábrica de detergentes… Qualquer coisa tem substituição
tributária”, afirmou.
Ao contrário da simplificação, uma
mudança na substituição tributária do ICMS é mais demorada e exige
mudanças legislativas mais profundas.
Como resolver?
O Sebrae propõe repensar a
substituição tributária do ICMS no âmbito de uma reforma tributária mais
ampla, que altere a Constituição e mude as regras estruturais do
sistema tributário brasileiro.
Como uma reforma desse nível não deve
ser realizada neste ano, o Sebrae se prepara para apresentar as
prioridades dos pequenos negócios a todos os candidatos à Presidência da
República tanto na área tributária quanto em relação à
desburocratização, à oferta de crédito e à inovação.
“Não importa quem seja o candidato
vencedor, a gente vai apresentar a plataforma para todos. Proteger as
micro e pequenas empresas e dar apoio vai continuar sendo a nossa
prioridade”, afirmou Santiago.
O gerente adjunto de Políticas
Públicas do Sebrae, Fábio Marimon, avalia que as questões caras às micro
e pequenas empresas têm aderência de todo o espectro político – dos
partidos de direita aos de esquerda.
“É uma causa que envolve o Brasil e o
Congresso como um todo. A gente entende que quem assumir a Presidência
vai ter esse olhar com muito cuidado e atenção para o segmento”, disse.
3) Carga tributária do setor de serviços
No curso de uma reforma mais ampla, é
importante evitar que o setor de serviços seja desproporcionalmente
onerado com alíquotas mais elevadas.
O tributarista Andrey Biagini, sócio
do Lobo & de Rizzo Advogados, destaca que historicamente o setor de
serviços tem dificuldades de abater os custos com insumos da base de
cálculo de tributos, como o PIS e a Cofins, já que nesse ponto a
legislação tende a identificar mais claramente insumos da indústria.
“Não há previsão expressa de que mão
de obra e outros custos que são claramente insumos para o setor de
serviços também entrem como créditos de PIS e Cofins. Até a revenda gera
direito ao crédito instantaneamente ao varejista. É uma situação
anti-isonômica”, afirma.
Como resolver?
Para garantir que esse tipo de
incongruência não seja repetida em uma reforma tributária mais ampla, o
Senador Jorginho Mello (PL/SC), a partir de intenso diálogo e
recepcionando a sugestão do Sebrae, apresentou uma emenda à PEC 110/2019
para prever que o setor de serviços tenha um tratamento especial no
cálculo dos créditos de PIS e Cofins.
A emenda já foi acolhida no último
relatório da PEC, apresentado neste ano pelo relator, senador Roberto
Rocha (PSDB-MA). A PEC unifica tributos e cria o Imposto sobre Operações
com Bens e Serviços (IBS).
Biagini também destaca o modelo de
créditos semelhante ao Imposto sobre Valor Agregado (IVA) europeu, que
dá o direito ao abatimento a tudo que adicione valor ao longo da cadeia
de produção. “Isso já cortaria a discussão que temos no Brasil, do que é
o conceito de insumo”, avalia.
ZURIQUE/LONDRES (Reuters) – A Novartis planeja desmembrar sua
unidade de genéricos de baixo custo Sandoz do restante do grupo para
focar em medicamentos de prescrição patenteados, disse o grupo suíço
nesta quinta-feira.
A empresa iniciou uma revisão estratégica da Sandoz em outubro
passado – examinando uma série de opções, incluindo manter o negócio, cisão ou venda – após um período prolongado de fraco desempenho,
impulsionado em grande parte pelas crescentes pressões de preços no
setor de medicamentos genéricos.
Além de algum interesse preliminar, a Novartis não recebeu nenhuma
oferta formal vinculante de compra da Sandoz até agora – mas se surgir
alguma oferta “altamente atraente” a Novartis as considerará totalmente,
disse o presidente-executivo Vas Narasimhan em uma teleconferência com
analistas.
No entanto, “acreditamos que um spin-off é de longe a maneira mais provável e melhor de separar essas duas empresas”, disse ele.
A Sandoz – que gerou quase 10 bilhões de dólares em vendas no ano
passado vendendo genéricos e biossimilares (versões baratas de
medicamentos biológicos feitos de organismos vivos) – emergirá como a
principal empresa de genéricos da Europa, de acordo com a Novartis.
Espera-se que a Sandoz independente esteja sediada no país de origem e
listada na Bolsa de Valores da Suíça, com um programa de recibo de
depósito de ações nos Estados Unidos. Richard Saynor permanecerá como
presidente-executivo.
A transação, que deverá ser neutra em termos fiscais para a Novartis,
deve ser concluída no segundo semestre do próximo ano, sujeita às
condições de mercado, decisões fiscais e pareceres, endosso final do
conselho e aprovações dos acionistas, disse a Novartis.
A Novartis vem reduzindo seus interesses comerciais. O grupo
desmembrou seu negócio de cuidados com os olhos Alcon em 2019 e em
novembro acertou a venda de participação com direito a voto de quase um
terço da Roche.
A empresa tentou alienar parte da Sandoz em 2018, mas um acordo de
900 milhões de dólares com a indiana Aurobindo Pharma violou as regras
antitruste.
Agora, Narasimhan pretende desmembrar toda a divisão, que respondeu
por cerca de um quinto das vendas de 51,6 bilhões de dólares da Novartis
no ano passado.
A Novartis também está implementando um programa de reestruturação
que envolve o corte de até 8 mil empregos, ou cerca de 7,4% de sua força
de trabalho globalmente.
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar fechou praticamente estável nesta
quinta-feira, mas não sem antes oscilar entre altas e baixas, evidência
da falta de consenso do mercado sobre o que esperar do ansiado discurso
do chefe do banco central norte-americano na sexta-feira.
O dólar interbancário variou 0,01% para cima, a 5,1111 reais. Ao
longo do dia, foi de 5,08575 reais (-0,49%) a 5,1444 reais (+0,66%).
Os mercados externos também mostraram algum vaivém, embora tenham
tentado firmar melhora na sessão vespertina de olho em estímulos
anunciados pela China. Ainda, contudo, operaram a dúvida sobre qual será
a sinalização de Jerome Powell em sua fala no simpósio de Jackson Hole,
a partir de 11h (de Brasília) de sexta.
As declarações de Powell serão examinadas em busca de qualquer sinal
de que uma desaceleração econômica possa alterar a estratégia do banco
central e de que a autoridade monetária conseguirá alcançar um “pouso
suave” para a economia. Dados mostraram mais cedo que os EUA viram
retração econômica menor que a anteriormente estimada no segundo
trimestre.
“Acho que Powell vai sinalizar redução no ritmo de alta de juros,
para 0,50 ponto percentual, mas também uma taxa terminal mais alta que o
esperado pelo mercado”, disse Gabriel Cunha, especialista em mercados
internacionais C6 Bank. “Se ele falar que o Fed terá de ir acima do
nível neutro, como algumas autoridades do banco central já disseram, o
mercado vai entender esse sinal como ‘hawkish'”, completou.
O termo “hawkish” indica maior disposição dos formuladores de
política monetária a restringir as condições financeiras visando
controlar a inflação, ainda que a um custo econômico.
O índice do dólar frente a uma cesta de divisas tinha leve queda de
0,18% nesta tarde, mas não longe de uma máxima em 20 anos alcançada em
julho.
Por aqui, embora as medidas de volatilidade implícita para a taxa de
câmbio tenham amenizado –a medida para um mês recuou de um pico de 19,5%
na segunda-feira para 18,7% nesta quinta–, a movimentação no mercado de
opções ainda sugere maior demanda por compra da moeda norte-americana
como proteção.
A medida para um mês que compara a busca por contratos de opções de
compra (“calls”) de dólar e a demanda por “puts” (opções de venda) de
dólar alcançou 1,2 nesta quinta, maior valor desde 5 de julho.
A maior procura por “calls” de dólar estaria associada a apostas de
que o preço da moeda pode subir a partir dos patamares atuais, já que o
instrumento dá ao comprador da “call” o direito de adquirir moeda a um
preço mais baixo ao exercer a opção.
Está ocorrendo um rearranjo nos espaços ocupados pelas lojas nos
shopping centers. A tendência, segundo especialistas, é de que as lojas
compactas prevaleçam sobre as megalojas. Esse movimento, além de reduzir
o custo operacional, virou peça-chave na aproximação com o consumidor
por conta do crescimento do e-commerce.
“O que está acontecendo no Brasil e no mundo é o uso mais estratégico
da loja física”, diz o consultor Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da
Gouvêa Malls. Esse uso estratégico, segundo ele, pode ser para a
captura de novos clientes, a possibilidade de criar experiências, a
apresentação e a geração de valor da marca ou até para apoiar a
logística das entregas.
Em 2021, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, o número de lojas
abertas supera o de fechadas. O resultado, diz Marinho, contrariou a
expectativa do mercado, que era de redução diante da aceleração do
e-commerce na pandemia.
Nos EUA, esse movimento foi acompanhado pela diminuição do tamanho
médio das lojas para 300 m², pequenas para os padrões americanos, diz
Marinho. Nos EUA, a área média caiu 12,5% entre 2019 e 2021, chegando a
500 m², de acordo com dados da consultoria JLL.
No Brasil, exemplos de grandes marcas também apontam para essa tendência.
Perto do cliente
A companhia francesa de artigos esportivos Decathlon, que já tem uma
loja com menos de 1 mil m² num shopping em Niterói (RJ), inaugurou neste
ano mais duas unidades neste formato – uma num shopping de Salvador e
outra num edifício emblemático, onde funcionava o Cine Leblon, no Rio de
Janeiro – e, até dezembro, deve inaugurar mais duas em Recife. “Nosso
plano é chegar a cem lojas em quatro anos e todas as novas serão
compactas”, diz o CEO da Decathlon no Brasil, Cedric Burel.
O executivo diz que o modelo tradicional da rede, de megalojas em
eixos rodoviários distantes do centro das cidades, distanciou a
varejista dos potenciais consumidores. Burel também destaca o impacto
nos custos. “A gente consegue ter um custo operacional menor e isso só é
possível por causa da digitalização”, diz, sobre a possibilidade de o
cliente das lojas navegar em terminais que dão acesso a cerca de 8 mil
produtos. “É a prateleira infinita”, explica. “A loja perde um pouco a
função de armazém e vira mais um ponto de encontro.”
Fase de testes
A Lojas Renner também adotou um novo formato, em fase experimental.
Em maio, abriu uma loja de 300 m² no Shopping Villa-Lobos, na Zona Oeste
da capital paulista. É a segunda unidade deste tamanho, distante da
média entre 1,5 mil m² e 2 mil m² da varejista de moda, que abriu a
primeira unidade nesse formato em 2021, em Garibaldi (RS).
Fabiana Taccola, diretora de operações da Renner, conta que o
Shopping Villa-Lobos era um desejo antigo, mas a empresa não conseguia
um espaço ideal. “Aproveitamos este momento que estamos pilotando um
conceito diferente, uma loja mais digital, para entrar”, diz, sobre as
unidades com a assinatura Guide Shop. Nelas, a pessoa pode navegar
digitalmente pelos produtos, provar fisicamente, comprar e levar ou não a
mercadoria, que pode ser enviada depois à casa do cliente.
Fabiana diz que a Renner não está reduzindo o tamanho das lojas, mas
testando o modelo “figital”, que une o físico ao digital – formato que
poderá servir para a rede avançar em cidades menores do interior do
Brasil.
Na contramão
Diferentemente de Decathlon e Renner, a Cacau Show tem apostado
justamente em lojas maiores. “Percebemos que a gente poderia levar para o
consumidor uma experiência que vai muito além da compra de chocolate:
ter contato com a marca, oferecer serviço e entretenimento”, afirma o
diretor de novos canais e expansão da Cacau Show, Daniel Roque.
A primeira megaloja da marca foi aberta no Morumbi Shopping em agosto
de 2018. Hoje são 54 megalojas com tamanho médio que varia entre 150 e
300 m², num total de 3.170 pontos de venda, incluindo os tradicionais,
com 40 m². A meta é chegar a 200 megalojas até 2024.
Com as lojas-âncora tradicionais reduzindo de tamanho, Roque conta
que tem recebido muitas ofertas de shoppings para ocupar essas áreas.
Essa megaloja, para os padrões da marca Cacau Show, oferece serviços e
é um casamento perfeito com o novo papel que os shoppings estão
assumindo, após a forte digitalização do varejo. “A pandemia chacoalhou
os shoppings e os obrigou a acelerar a evolução do modelo de negócio”,
diz Marinho, da Gouvêa Malls, sobre uma transformação na ideia do
shopping como “templo do consumo”. “O mantra do shopping hoje é viver,
comer e comprar”, afirma.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
SÃO PAULO (Reuters) – O Bradesco adquiriu por meio da Bradescard
México a instituição financeira Ictineo Plataforma, que atua com pessoas
físicas, em passo que permitirá ao banco oferecer contas digitais no
país, disse a instituição em comunicado à imprensa nesta quinta-feira.
A aquisição não teve valor revelado.
A transação permitirá o acesso à autorização regulatória para
distribuir novos produtos no país, disse o Bradesco, que atualmente
opera como emissor de cartões de crédito no México por meio da sua
subsidiária Bradescard.
“Vamos ter a possibilidade de ampliar nossa atuação passando a ser
similar a um banco digital com o objetivo de ganharmos uma presença mais
robusta num mercado relevante como o mexicano”, disse o presidente do
Bradesco, Octavio de Lazari Junior, no comunicado.
Lazari havia dito em novembro de 2021 que o Bradesco considerava
expandir suas operações de banco digital para países como Estados Unidos
e México. Na ocasião, ele afirmou que a Bradescard poderia ser usada
como uma plataforma para esse fim no país latino-americano.
A Bradescard administra cerca de 3 milhões de clientes de cartões de
grandes redes varejistas no México, mas não possui uma licença para
atuar em outras frentes de negócios financeiros – o que muda com a
aquisição.
A ideia do Bradesco é posteriormente expandir a atuação no país, com
planos para distribuição de produtos como financiamento de automóveis e
crédito imobiliário.
“Queremos focar em uma estratégia digital para a Bradescard México. O
primeiro passo será oferecer a conta digital, o empréstimo consignado e
a conta de investimentos”, afirmou Alexandre Monteiro, diretor da
Bradescard México, no comunicado.
Sobre a atuação com cartões, a ambição é estar entre “os maiores
emissores de cartões no México”, disse o Bradesco. Para isso, o banco
afirmou que buscará acordos comerciais com novos varejistas e
fortalecerá o canal de distribuição digital por meio de investimentos em
tecnologia.
A conclusão da compra da Ictineo está condicionada a aprovações regulatórias no Brasil e no México.
Por volta de 10:40, as ações preferenciais do Bradesco rondavam a estabilidade, enquanto o Ibovespa subia 0,65%.
Universidade, que passa a se
chamar Atitus Educação, planeja o ingresso em novos mercados até final
de 2023, olhando prioritariamente para Santa Catarina, Paraná e São
Paulo
Redação
Recursos serão destinados à inovação, inclusive no modelo
educacional, e à continuidade ao plano de expansão nos próximos quatro
anos
Prestes
a completar 18 anos, em dezembro, a Imed anunciou R$ 100 milhões em
investimentos até 2026, destinados à ampliação da presença no Rio Grande
do Sul, para inovação no modelo educacional e à entrada em outros
estados. A companhia também uma nova marca e passa a se chamar Atitus
Educação. O nome, que remete à palavra atitude, traduz a proposta de
valor da empresa, de seus fundadores, funcionários e alunos, explica a
Imed em nota.
Fisicamente presente em Porto Alegre, Passo Fundo e
Ijuí, a Atitus Educação planeja o ingresso em novos mercados até final
de 2023, olhando prioritariamente para Santa Catarina, Paraná e São
Paulo. A expansão vem ocorrendo tanto com aquisições quanto com
crescimento orgânico. Além disso, no primeiro semestre de 2023, a Atitus
Educação inaugurará um novo campus, em Erechim.
Nos últimos dois
anos o trabalho que se consolidou com o lançamento da Atitus Educação
tem demonstrado diferenciação no mercado e fôlego para o crescimento.
Enquanto o Ensino Superior do Rio Grande do Sul registrou perda de 25%
nas matrículas entre os anos de 2018 e 2020, segundo o MEC, a Atitus
cresceu 40%. Em 2021, a instituição concluiu a aquisição da Faculdade
América Latina (FAL), de Ijuí, e em 2022 incorporou a Fasurgs, faculdade
especializada na área da Saúde, de Passo Fundo, agregando ao portfólio
novos cursos e reforçando ainda mais a presença na Medicina e no
segmento de Saúde em geral.
Plataforma educacional
A Atitus Educação, além de ser uma instituição de ensino, é também uma
plataforma educacional pela qual os estudantes poderão trilhar dois
diferentes caminhos: empreendedorismo ou empregabilidade. O suporte ao
aluno ocorre por meio de mentorias de carreira e direcionamentos
específicos para essas duas frentes. Entre os diferenciais da plataforma
está o acompanhamento do aluno desde que ingressa no curso, passando
pela avaliação e orientação para a trilha que quer seguir, com
acompanhamento ao longo dos anos que permanece na instituição e além
deste tempo.
Depois de formado, os egressos da Atitus serão
monitorados e apoiados no desenvolvimento de suas carreiras e vidas
empresariais. Para isso, a instituição contará com Head de Carreiras e
equipes dedicadas a esse acompanhamento, além de tecnologias de
inteligência artificial para apoiar essas jornadas. "Em salas de aulas
de todos os cursos, estamos levando desafios empresariais, colocando
alunos em contato com problemas reais do mundo corporativo. Essas
iniciativas são semelhantes aos modelos adotados por instituições
sediadas no Vale do Silício e em Israel, referências em inovação e
empreendedorismo", ressalta o vice-presidente de Inovação Acadêmica da
Atitus Educação, Daniel Quintana Sperb, responsável pela condução da
mudança no modelo educacional da instituição.