sexta-feira, 26 de agosto de 2022

As oportunidades que cercam o evento Person of the Year em Nova York - O evento, promovido pela Brazilian-American Chamber of Commerce, é realizado desde 1970

As oportunidades que cercam o evento Person of the Year em Nova York

O evento, promovido pela Brazilian-American Chamber of Commerce, é realizado desde 1970
 (Arturo Holmes/Getty Images)
(Arturo Holmes/Getty Images)
Money Report – Aluizio Falcão FilhoPublicado em 09/05/2022 às 18:24.

O evento Person of the Year, promovido pela Brazilian-American Chamber of Commerce, é realizado desde 1970. Neste jantar de gala, são homenageadas duas personalidades que se destacaram no ano, tanto do lado brasileiro como do americano. Por conta da pandemia, a cerimônia de 2020 ocorrerá finalmente na noite de hoje. Luiza Helena Trajano, pelo Brasil, e Virginia Rometty (CEO da IBM), são as escolhidas. Pela primeira vez, duas mulheres serão agraciadas simultaneamente com o prêmio.

De alguns anos para cá, o evento da Câmara acabou estimulando uma agenda paralela com seminários, workshops, jantares e almoços que reúnem o público que vem a Nova York do Brasil. Esta agenda cresceu tanto que a semana em que a homenagem da entidade ganhou o apelido de Brazilian Week.

MONEY REPORT, desde 2018, traz sua comitiva para o POY e também realiza eventos dentro deste período. Em 2022, teremos um debate no dia 10 sobre macroeconomia e sustentabilidade no edifício-sede da Organização das Nações Unidas, em parceria com Aya, iniciativa do empresário Alex Allard e da ex-secretária estadual Patricia Ellen (teremos também como palestrantes Paula Gala, economista-chefe do Banco Master, e Rafael Tello, diretor do Ambipar Group).

No dia seguinte, realizaremos um almoço com a Solstic Advisors, comandada por Flavio Batel, e um jantar em parceria com o Banco Master, cujas principais lideranças são de Mauricio Quadrado e Daniel Vorcaro. Em 12 de Maio, haverá uma visita de nossa comitiva à NYSE, a bolsa de valores nova-iorquina.

 

O evento Person of the Year, promovido pela Brazilian-American Chamber of Commerce, é realizado desde 1970. Neste jantar de gala, são homenageadas duas personalidades que se destacaram no ano, tanto do lado brasileiro como do americano. Por conta da pandemia, a cerimônia de 2020 ocorrerá finalmente na noite de hoje. Luiza Helena Trajano, pelo Brasil, e Virginia Rometty (CEO da IBM), são as escolhidas. Pela primeira vez, duas mulheres serão agraciadas simultaneamente com o prêmio.

De alguns anos para cá, o evento da Câmara acabou estimulando uma agenda paralela com seminários, workshops, jantares e almoços que reúnem o público que vem a Nova York do Brasil. Esta agenda cresceu tanto que a semana em que a homenagem da entidade ganhou o apelido de Brazilian Week.

MONEY REPORT, desde 2018, traz sua comitiva para o POY e também realiza eventos dentro deste período. Em 2022, teremos um debate no dia 10 sobre macroeconomia e sustentabilidade no edifício-sede da Organização das Nações Unidas, em parceria com Aya, iniciativa do empresário Alex Allard e da ex-secretária estadual Patricia Ellen (teremos também como palestrantes Paula Gala, economista-chefe do Banco Master, e Rafael Tello, diretor do Ambipar Group).

No dia seguinte, realizaremos um almoço com a Solstic Advisors, comandada por Flavio Batel, e um jantar em parceria com o Banco Master, cujas principais lideranças são de Mauricio Quadrado e Daniel Vorcaro. Em 12 de Maio, haverá uma visita de nossa comitiva à NYSE, a bolsa de valores nova-iorquina.

 Em 2022, o grupo de MONEY REPORT, em um total que supera 60 empresários e executivos, conta com o principais patrocinadores a Ambipar e o Banco Master. A terceira edição desta série de eventos em Nova York também conta com o patrocínio de BTG Pactual, Carrefour, Grupo Comolatti, Global Forest Bond, Agência Pátria, Promoação, Sinerlog, Solstic e Instituto Ybi – além do apoio de Adobe e da Macquarie.

Nos últimos anos, a quantidade de brasileiros que vem a Nova York para prestigiar a Brazilian-American Chamber cresce substancialmente. Mas muitos acabam vindo à Big Apple apenas para usufruir da agenda que ocorre nos dias próximos à premiação. Praticamente todos os grandes bancos, por exemplo, realizam encontros para oferecer aos seus clientes os mais variados conteúdos e debates de alto nível.

Trata-se de um momento único. CEOs de grandes empresas e fundadores de grandes grupos brasileiros são vistos em restaurantes ou passeando na Quinta Avenida, como turistas anônimos. Essa situação permite aproximações que seriam impossíveis em solo brasileiro. Por isso, muitos investem tempo e dinheiro para obter alguns minutos de atenção dos grandes líderes da iniciativa privada nacional. Afinal, uma oportunidade como essa acontece apenas uma vez por ano. Quem tem uma ideia boa para vender – nem que seja durante um minuto – agarra essa chance com unhas e dentes.

Já vi isso acontecer algumas vezes. E, assim, testemunhar o nascimento de empreitadas de sucesso. Neste ano, certamente ocorrerá a mesma coisa – e veremos novos empreendimentos florescendo por conta destas conversas daqui a alguns meses.Nestas situações, a capacidade de se comunicar e vender rapidamente um novo conceito de negócios, sem ansiedade ou impetuosidade exagerada, fala mais alto. E os empresários, mais que nunca, estão com os ouvidos abertos para escutar propostas do gênero. Especialmente em um ambiente como o proporcionado pela câmara americana.

 

 https://exame.com/colunistas/money-report-aluizio-falcao-filho/as-oportunidades-que-cercam-o-evento-person-of-the-year-em-nova-york/?gclid=EAIaIQobChMIlrOnzJXl-QIVYxPUAR1H1wfwEAAYASAAEgJ5XPD_BwE

Wall Street tem queda com negociações instáveis após discurso de Powell


Wall Street tem queda com negociações instáveis após discurso de Powell

Operadores trabalham no salão da Bolsa de Valores de Nova York


Por Bansari Mayur Kamdar e Devik Jain

(Reuters) – Os principais índices de Wall Street ampliavam perdas nesta sexta-feira, depois que comentários do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, sugeriram que o banco central norte-americano continuará elevando a taxa de juros para controlar a inflação, levando os operadores a apostar em uma grande alta no próximo mês.

A economia dos Estados Unidos precisará de uma política monetária rígida “por algum tempo” antes que a inflação esteja sob controle, um fato que significa crescimento mais lento, um mercado de trabalho mais fraco e “alguma dor” para famílias e empresas, disse Powell, alertando para o rápido aumento dos preços.

Os operadores do mercado de juros veem cerca de 55% de chances de um aumento de 75 pontos-base na taxa em setembro, contra 45% antes do discurso. [FEDWATCH]

As ações de alto crescimento, que tendem a ter desempenho superior em um ambiente de juros baixos, também caíam. Apple Inc , Amazon.com Inc e Alphabet Inc caíam entre 0,2% e 2,1%.

Dados anteriores mostraram que os gastos do consumidor nos EUA aumentaram pouco em julho, mas a inflação diminuiu consideravelmente, o que poderia dar ao Fed espaço para reduzir seus aumentos agressivos na taxa de juros.

Às 11:37 (de Brasília), o índice S&P 500 perdia 0,62%, a 4.173,27 pontos, enquanto o Dow Jones caía 1,21%, a 32.888,76 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuava 0,75%, a 12.544,70 pontos.

 

Arrecadação federal cresce 7,5% em julho e tem recorde para o mês


Crédito: REUTERS/Bruno Domingos

De janeiro a julho, o crescimento real da arrecadação foi de 10,44% (Crédito: REUTERS/Bruno Domingos)


Por Isabel Versiani
 

BRASÍLIA (Reuters) -A arrecadação do governo federal voltou a bater recorde em julho, com alta real de 7,47% sobre o mesmo mês do ano passado, ainda beneficiada pelo maior recolhimento das empresas ligadas à exploração de commodities, em particular petróleo, mostraram números divulgados pela Receita Federal nesta sexta-feira.

A arrecadação somou 202,588 bilhões de reais no mês passado, maior resultado para o mês da série histórica da Receita corrigida pela inflação, iniciada em 1995.

De janeiro a julho, o crescimento real foi de 10,44%, somando 1,292 trilhão de reais, também com o desempenho mais forte para o período da série.

O crescimento da arrecadação se deu a despeito de desonerações promovidas pelo governo no IPI e o PIS-Cofins sobre combustíveis, que somadas tiveram impacto negativo de 3,9 bilhões de reais sobre as receitas do mês, segundo o fisco.

As receitas administradas pela Receita cresceram 5,2% em termos reais em julho, para 181,3 bilhões de reais, enquanto aquelas administradas por outros órgãos, com peso grande do recolhimento de royalties sobre a exploração de petróleo, subiram 31,4%, a 21,3 bilhões de reais.

No geral, os setores da economia em que a arrecadação mais cresceu no mês foram combustíveis, com alta de 88% sobre julho do ano passado, para 10 bilhões de reais, e extração de petróleo e gás (+197,6%, a 1,243 bilhão de reais) –cujos preços internacionais têm se mantido elevados em meio à guerra da Ucrânia.

A Receita também destacou a alta de 52,5% do recolhimento do imposto de renda sobre rendimentos de capital, que somou 6,376 bilhões de reais, impulsionado principalmente pela arrecadação dos investimentos em renda fixa, cuja rentabilidade tem aumentado em meio à elevação da taxa básica de juros.

A arrecadação bateu recordes em todos os meses deste ano. O coordenador de Previsão e Análise da Receita Federal, Marcelo Gomide, afirmou que a expectativa é de desaceleração da alta nos meses à frente, uma vez que a base de comparação do segundo semestre de 2021, quando as receitas já tinham ganho tração após o baque maior da pandemia, é mais elevada.

A expectativa do governo é que as receitas administradas fechem o ano com crescimento de 4% a 5%, com a alta total podendo ficar acima disso com o impulso da taxação do petróleo.

(Por Isabel Versiani; edição de Luana Maria Benedito e José de Castro)


 

Como manter uma grife inesquecível ao longo do tempo

 


Encontrar o ponto de equilíbrio entre preservar e evoluir é um dos segredos 
 
 
A Visa se tornou o cartão de consumo preferido para compras familiares e pessoais, para viagens pessoais e entretenimento, e até mesmo para viagens internacionais

Algumas teorias do branding revelam o caminho das pedras para que as marcas continuem presentes – e relevantes – no cotidiano das pessoas, ao longo de tempo "Manter uma marca forte significa acertar no correto equilíbrio entre a continuidade e a mudança", ensina Kevin Lane Keller, autor do livro Strategic Brand Management. A obra é focada no "como" e "porquê" da gestão da marca e fornece diretrizes táticas específicas para o planejamento, construção, medição e gestão de brand equity.

Na visão de Keller, qualquer grife que pretenda ser importante para um público específico deve seguir alguns passos indispensáveis. O primeiro deles é oferecer os benefícios que os consumidores realmente desejam. Além disso, a estratégia de preço tem de ser baseada na percepção de valor dos clientes. "A combinação certa de qualidade, design, recursos, custos e preços do produto é muito difícil de alcançar, mas vale a pena o esforço. Muitos gerentes desconhecem lamentavelmente como o preço pode e deve se relacionar com o que os clientes pensam de um produto e, portanto, cobram muito pouco ou muito", alerta o também professor de marketing da Tuck School of Business da Dartmouth College, universidade sediada no estado de New Hampshire, nos Estados Unidos.

Permanecer relevante, ser consistente e estar devidamente posicionada completam os cinco primeiros mandamentos do que Keller chamou de "boletim da marca". Posicionamento, aliás, é fundamental, na visão do especialista. Ele cita a Visa como um bom exemplo para esse caso. Nas décadas de 1970 e 1980, a American Express manteve a marca de alto perfil no mercado de cartões de crédito por meio de uma série de programas de marketing altamente eficazes. Alardeando que "a adesão tem seus privilégios", a American Express passou a significar status, prestígio e qualidade. Em resposta, a Visa introduziu os cartões Gold e Platinum e lançou uma campanha de marketing agressiva para aumentar o status de seus cartões para corresponder aos cartões American Express.

"A Visa também desenvolveu, junto aos comerciantes, um extenso sistema de entrega para se diferenciar com base em conveniência e acessibilidade superiores", relata. As campanhas publicitárias exibiram locais desejáveis, como restaurantes famosos, resorts e eventos que não aceitaram a American Express enquanto proclamavam "Visa. Está em todos os lugares que você quer estar." A mensagem aspiracional reforçou de forma inteligente a acessibilidade e o prestígio e ajudou a Visa a conquistar uma posição formidável para a marca. A Visa se tornou o cartão de consumo preferido para compras familiares e pessoais, para viagens pessoais e entretenimento, e até mesmo para viagens internacionais, um antigo reduto da American Express. No Rio Grande do Sul, a marca permaneceu por duas décadas como Top of Mind.

O guia ainda aconselha as marcas a sustentarem um portfólio que faça sentido, além de desenvolver e implementar atividades de marketing que lhes permitam fortalecer seu patrimônio ao longo do tempo. Para Keller, a Coca-Cola mostra como ninguém a melhor forma de cumprir essa tarefa. Keller afirma que a grife norte-americana faz excelente uso de muitos tipos de atividades de marketing, incluindo publicidade na mídia, promoções e patrocínio. Importante, também, manter um catálogo que vende mercadorias licenciadas e mídia interativa.

"Se os gestores de marca quantificarem, numa escala de um a dez, essas características, podem obter uma medida do brand equity que lhes permite maximizar todos os elementos referidos com o objetivo de conseguir uma marca forte", destaca Keller. "O brand equity estabelece a ponte entre o passado, o presente e o futuro da marca. Se em última instância a força da marca reside na mente dos seus consumidores, serão eles a decidir o futuro da marca. Nesse sentido, o brand equity permite aos gestores perceberem se as atividades de marketing desenvolvidas atingiram os resultados esperados e, caso seja necessário, adequá-las ao futuro", escreveu.

Esse conteúdo é parte integrante do caderno Top of Mind RS 2022, publicação do Grupo AMANHÃ. Consolidado como uma espécie de Oscar das marcas mais lembradas pelos consumidores do Rio Grande do Sul, o Top of Mind, realizado desde 1991, é pioneiro no país.

Leia a publicação completa clicando aqui, mediante pequeno cadastro.

Confira na íntegra o evento no canal do YouTube do Grupo AMANHÃ.

 

 https://amanha.com.br/categoria/branding/como-manter-uma-grife-inesquecivel-ao-longo-do-tempo?utm_campaign=NEWS+DI%C3%81RIA+PORTAL+AMANH%C3%83&utm_content=Como+manter+uma+grife+inesquec%C3%ADvel+ao+longo+do+tempo+-+Grupo+Amanh%C3%A3+%283%29&utm_medium=email&utm_source=EmailMarketing&utm_term=News+Amanh%C3%A3+26_08_2022

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Reforma tributária deve priorizar simplificação para alavancar pequenos negócios


Complexidade e regime de substituição tributária do ICMS são os principais nós que a reforma precisa desatar


 Redação JOTA


reforma tributária Direito público
Crédito: José Cruz/Agência Brasil

Para que a reforma tributária melhore o ambiente de negócios do país, as mudanças no complexo sistema tributário brasileiro devem dar uma atenção especial aos Microempreendedores Individuais (MEI), às microempresas e às empresas de pequeno porte, que representam 9 em cada 10 das empresas existentes no Brasil, de acordo com dados de junho da Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia.

O setor composto pelos pequenos negócios foi, segundo o Caged, o responsável, em 2021, por 78% dos empregos formais e beneficia 86% dos brasileiros, 40% da população. Gera ainda uma renda para os empreendedores e demais trabalhadores do segmento de R$ 35 bilhões por mês. Por ano, esse montante chega a R$ 420 bilhões, segundo dados do Atlas dos Pequenos Negócios, levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) lançado em julho passado.

Mas o setor, além de ser um grande gerador de emprego e renda, é uma grande fonte de impostos. Somente o Simples Nacional arrecadou, no ano de 2021, mais de R$ 128 bilhões de reais em impostos para os cofres públicos, e até junho de 2022 já arrecadou R$ 73,1 bilhões de reais, indicando um aumento de arrecadação no ano. Desde a sua criação, o Simples já arrecadou R$ 1.032 trilhão para os cofres.

Especialistas ouvidos pelo JOTA destacam que o principal caminho para melhorar a tributação dos pequenos negócios no Brasil passa por reduzir a complexidade do sistema tributário e repensar a substituição tributária do ICMS, com cuidado para não onerar desproporcionalmente o setor de serviços.

1) A complexidade exagerada do sistema tributário brasileiro

De acordo com o gerente de Políticas Públicas do Sebrae Nacional, Silas Santiago, o principal foco da reforma tributária deve ser a simplificação das regras tributárias do país.

Para além do peso da carga tributária, os pequenos negócios sofrem com obrigações acessórias exageradamente complexas, que demandam do contribuinte ainda mais tempo e recursos para estar em conformidade com o fisco. Esse gasto extra é chamado por Santiago de Custo Brasil Tributário.

“Essa simplificação independe de uma reforma tributária constitucional, que unifique tributos, e já traria enormes ganhos para todas as empresas”, afirmou. 

A União, os estados e os municípios exigem do contribuinte que se adeque a diversos modelos de nota fiscal, além das diferentes declarações tributárias. Além disso, as empresas devem apurar o imposto devido para cada unidade da federação, cálculo que muitas vezes é contestado pelo fisco e gera contencioso nas esferas administrativa e judicial.

A economista e professora do Insper, Juliana Inhasz, especialista em macroeconomia, destacou que esse tipo de custo reduz a disponibilidade de dinheiro para outras necessidades das empresas, como investimentos para aumentar a produção, sobretudo no caso dos pequenos negócios. Assim, uma reforma tributária abriria caminho para um aumento de produtividade.

Se os fiscos fornecessem as guias para pagamento dos tributos, ou ao menos as declarações pré-preenchidas para confirmação dos contribuintes, os pequenos negócios não precisariam gastar tanto com contadores e tributaristas. Nesse sentido, para Inhasz, a complexidade do sistema tributário funciona ainda como um desincentivo à formalização e, consequentemente, diminui a arrecadação dos entes federativos.

“As empresas sabem que o custo de operação é extremamente alto para estar do lado formal da economia, então elas acabam de alguma forma abrindo mão disso”, avaliou.

“Com uma simplificação teríamos provavelmente uma redução no número de informais, uma arrecadação maior e uma maneira bem mais clara de se enxergar e compreender esse sistema tributário”, concluiu.

Como resolver?

Para resolver esse problema, o Sebrae participou ativamente das discussões e contribuiu para a construção dos Projetos De Lei Complementar (PLP) 145/2021 e 178/2021. Como as propostas não alteram a Constituição, o Sebrae avalia que há condições de serem aprovados ainda em 2022.

O PLP 145/2021 cria o Sistema Eletrônico de Apuração Fiscal – um sistema unificado para que o próprio fisco calcule o tributo devido pelo contribuinte e simplifique o recolhimento de tributos.

“Hoje, com a nota fiscal eletrônica, o fisco tem todos os elementos para fazer o cálculo dos tributos, mesmo que seja na forma de uma declaração pré-preenchida, como a Receita Federal vem fazendo com o imposto de renda das pessoas físicas”, afirmou o gerente de Políticas Públicas do Sebrae Nacional, Silas Santiago.

Os estados têm condições imediatas de efetuar os cálculos do ICMS e os municípios do ISS. A Receita Federal precisaria passar a receber os dados das notas fiscais de serviços dos municípios, bem como da área do varejo dos estados.

As declarações pré-preenchidas teriam dois grandes ganhos: diminuição de tempo para cumprir com as obrigações tributárias, permitindo que o empreendedor dedique mais atenção para seu negócio, e diminuição dos erros de preenchimento e da litigiosidade, reduzindo o contencioso tributário.

Já o PLP 178/2021 delimita os processos relacionados às obrigações tributárias, com vistas à padronização da legislação e dos sistemas fiscais. Entre os benefícios podemos citar a unificação de diferentes cadastros fiscais existentes no país e a instituição de uma nota fiscal eletrônica para ser usada em todo o Brasil. Para tanto, o projeto cria um comitê gestor a fim de que todos se sentem à mesa – União, estados e municípios – para simplificar obrigações acessórias e implementar as ações facilitadoras definidas na proposição.

Nesse sentido, independentemente da aprovação dos PLP, o Sebrae trabalha para criar uma nota fiscal unificada para o varejo em parceria com o Comitê Nacional de Política Fazendária (Confaz) – que reúne secretários estaduais de Fazenda.

No âmbito dos municípios, a nota fiscal nacional eletrônica de serviços (NFS-e) foi criada com apoio do Sebrae, realizada em uma parceria entre a Receita Federal do Brasil (RFB), a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), a Confederação Nacional de Municípios (CNM) e a Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais (Abrasf).

Nos termos da Resolução CGSN nº 169, de 27 de julho de 2022, para o MEI, a NFS-e Nacional terá validade em todo o território nacional a partir de janeiro de 2023. Para as demais empresas dependerá de adesão ao sistema pelos municípios. 

2) Substituição tributária do ICMS

O principal problema das micro e pequenas empresas optantes pelo Simples Nacional é o regime de substituição tributária do ICMS, segundo o gerente de Políticas Públicas do Sebrae Nacional, Silas Santiago.

A substituição tributária concentra o recolhimento do imposto no início ou no meio da cadeia produtiva. Dessa forma, exige que o contribuinte pague o ICMS antes de vender os produtos e receber as receitas do mês, com base apenas em uma projeção de vendas.

Esse adiantamento desequilibra o fluxo de caixa dos pequenos negócios. Traçando um paralelo com o IR das pessoas físicas, é como se a União cobrasse em janeiro o imposto do ano inteiro que está começando.

Santiago aponta que o adiantamento é útil para tributar indústrias com uma produção muito concentrada de produtos e uma distribuição pulverizada. Porém, o problema surgiu quando os estados aumentaram indiscriminadamente a lista de bens sujeitos ao regime.

“Hoje a gente brinca que tem de agulha a avião. O pequeno produtor de sorvete que produz para vender na rua, uma pequena fábrica de detergentes… Qualquer coisa tem substituição tributária”, afirmou.

Ao contrário da simplificação, uma mudança na substituição tributária do ICMS é mais demorada e exige mudanças legislativas mais profundas.

Como resolver?

O Sebrae propõe repensar a substituição tributária do ICMS no âmbito de uma reforma tributária mais ampla, que altere a Constituição e mude as regras estruturais do sistema tributário brasileiro. 

Como uma reforma desse nível não deve ser realizada neste ano, o Sebrae se prepara para apresentar as prioridades dos pequenos negócios a todos os candidatos à Presidência da República tanto na área tributária quanto em relação à desburocratização, à oferta de crédito e à inovação.

“Não importa quem seja o candidato vencedor, a gente vai apresentar a plataforma para todos. Proteger as micro e pequenas empresas e dar apoio vai continuar sendo a nossa prioridade”, afirmou Santiago.

O gerente adjunto de Políticas Públicas do Sebrae, Fábio Marimon, avalia que as questões caras às micro e pequenas empresas têm aderência de todo o espectro político – dos partidos de direita aos de esquerda.

“É uma causa que envolve o Brasil e o Congresso como um todo. A gente entende que quem assumir a Presidência vai ter esse olhar com muito cuidado e atenção para o segmento”, disse.

3) Carga tributária do setor de serviços

No curso de uma reforma mais ampla, é importante evitar que o setor de serviços seja desproporcionalmente onerado com alíquotas mais elevadas. 

O tributarista Andrey Biagini, sócio do Lobo & de Rizzo Advogados, destaca que historicamente o setor de serviços tem dificuldades de abater os custos com insumos da base de cálculo de tributos, como o PIS e a Cofins, já que nesse ponto a legislação tende a identificar mais claramente insumos da indústria.

“Não há previsão expressa de que mão de obra e outros custos que são claramente insumos para o setor de serviços também entrem como créditos de PIS e Cofins. Até a revenda gera direito ao crédito instantaneamente ao varejista. É uma situação anti-isonômica”, afirma.

Como resolver?

Para garantir que esse tipo de incongruência não seja repetida em uma reforma tributária mais ampla, o Senador Jorginho Mello (PL/SC), a partir de intenso diálogo e recepcionando a sugestão do Sebrae, apresentou uma emenda à PEC 110/2019 para prever que o setor de serviços tenha um tratamento especial no cálculo dos créditos de PIS e Cofins.

A emenda já foi acolhida no último relatório da PEC, apresentado neste ano pelo relator, senador Roberto Rocha (PSDB-MA). A PEC unifica tributos e cria o Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS).

Biagini também destaca o modelo de créditos semelhante ao Imposto sobre Valor Agregado (IVA) europeu, que dá o direito ao abatimento a tudo que adicione valor ao longo da cadeia de produção. “Isso já cortaria a discussão que temos no Brasil, do que é o conceito de insumo”, avalia.

Farmacêutica Novartis vai cindir negócio de genéricos Sandoz



Novartis Brasil

Por Natalie Grover

 

ZURIQUE/LONDRES (Reuters) – A Novartis planeja desmembrar sua unidade de genéricos de baixo custo Sandoz do restante do grupo para focar em medicamentos de prescrição patenteados, disse o grupo suíço nesta quinta-feira.

A empresa iniciou uma revisão estratégica da Sandoz em outubro passado – examinando uma série de opções, incluindo manter  o negócio,  cisão ou venda – após um período prolongado de fraco desempenho, impulsionado em grande parte pelas crescentes pressões de preços no setor de medicamentos genéricos.

Além de algum interesse preliminar, a Novartis não recebeu nenhuma oferta formal vinculante de compra da Sandoz até agora – mas se surgir alguma oferta “altamente atraente” a Novartis as considerará totalmente, disse o presidente-executivo Vas Narasimhan em uma teleconferência com analistas.

No entanto, “acreditamos que um spin-off é de longe a maneira mais provável e melhor de separar essas duas empresas”, disse ele.

A Sandoz – que gerou quase 10 bilhões de dólares em vendas no ano passado vendendo genéricos e biossimilares (versões baratas de medicamentos biológicos feitos de organismos vivos) – emergirá como a principal empresa de genéricos da Europa, de acordo com a Novartis.

Espera-se que a Sandoz independente esteja sediada no país de origem e listada na Bolsa de Valores da Suíça, com um programa de recibo de depósito de ações nos Estados Unidos. Richard Saynor permanecerá como presidente-executivo.


A transação, que deverá ser neutra em termos fiscais para a Novartis, deve ser concluída no segundo semestre do próximo ano, sujeita às condições de mercado, decisões fiscais e pareceres, endosso final do conselho e aprovações dos acionistas, disse a Novartis.

A Novartis vem reduzindo seus interesses comerciais. O grupo desmembrou seu negócio de cuidados com os olhos Alcon em 2019 e em novembro acertou a venda de participação com direito a voto de quase um terço da Roche.

A empresa tentou alienar parte da Sandoz em 2018, mas um acordo de 900 milhões de dólares com a indiana Aurobindo Pharma violou as regras antitruste.

Agora, Narasimhan pretende desmembrar toda a divisão, que respondeu por cerca de um quinto das vendas de 51,6 bilhões de dólares da Novartis no ano passado.

A Novartis também está implementando um programa de reestruturação que envolve o corte de até 8 mil empregos, ou cerca de 7,4% de sua força de trabalho globalmente.

(Por Silke Koltrowitz e Natalie Grover)


Mercado evita posições e deixa dólar estável antes de discurso de Powell


Mercado evita posições e deixa dólar estável antes de discurso de Powell

Notas de reais e dólares


Por José de Castro

 

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar fechou praticamente estável nesta quinta-feira, mas não sem antes oscilar entre altas e baixas, evidência da falta de consenso do mercado sobre o que esperar do ansiado discurso do chefe do banco central norte-americano na sexta-feira.

O dólar interbancário variou 0,01% para cima, a 5,1111 reais. Ao longo do dia, foi de 5,08575 reais (-0,49%) a 5,1444 reais (+0,66%).

Os mercados externos também mostraram algum vaivém, embora tenham tentado firmar melhora na sessão vespertina de olho em estímulos anunciados pela China. Ainda, contudo, operaram a dúvida sobre qual será a sinalização de Jerome Powell em sua fala no simpósio de Jackson Hole, a partir de 11h (de Brasília) de sexta.

 

As declarações de Powell serão examinadas em busca de qualquer sinal de que uma desaceleração econômica possa alterar a estratégia do banco central e de que a autoridade monetária conseguirá alcançar um “pouso suave” para a economia. Dados mostraram mais cedo que os EUA viram retração econômica menor que a anteriormente estimada no segundo trimestre.

“Acho que Powell vai sinalizar redução no ritmo de alta de juros, para 0,50 ponto percentual, mas também uma taxa terminal mais alta que o esperado pelo mercado”, disse Gabriel Cunha, especialista em mercados internacionais C6 Bank. “Se ele falar que o Fed terá de ir acima do nível neutro, como algumas autoridades do banco central já disseram, o mercado vai entender esse sinal como ‘hawkish'”, completou.

O termo “hawkish” indica maior disposição dos formuladores de política monetária a restringir as condições financeiras visando controlar a inflação, ainda que a um custo econômico.

O índice do dólar frente a uma cesta de divisas tinha leve queda de 0,18% nesta tarde, mas não longe de uma máxima em 20 anos alcançada em julho.

Por aqui, embora as medidas de volatilidade implícita para a taxa de câmbio tenham amenizado –a medida para um mês recuou de um pico de 19,5% na segunda-feira para 18,7% nesta quinta–, a movimentação no mercado de opções ainda sugere maior demanda por compra da moeda norte-americana como proteção.

A medida para um mês que compara a busca por contratos de opções de compra (“calls”) de dólar e a demanda por “puts” (opções de venda) de dólar alcançou 1,2 nesta quinta, maior valor desde 5 de julho.

A maior procura por “calls” de dólar estaria associada a apostas de que o preço da moeda pode subir a partir dos patamares atuais, já que o instrumento dá ao comprador da “call” o direito de adquirir moeda a um preço mais baixo ao exercer a opção.