Loja do Assaí na zona leste que mostra um visual mais "clean" (Crédito: Assaí/Divulgação)
Localizado na Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo, o Assaí
Anhanguera é considerado um dos pontos com maior potencial entre os
comprados no fim de 2021.
Quem entrar nas novas lojas do Assaí, as primeiras abertas onde antes
funcionavam hipermercados Extra, vai notar que houve um “banho de
glamour” no velho atacarejo: se antes tudo era empilhado nas próprias
caixas dos produtos, agora o visual será mais “clean”, com direito a
mercadorias antes associadas apenas a mercados de “rico”, como uma adega
de vinhos completa.
Até o fim do ano, serão 40 novas unidades do atacarejo, resultado da
compra de pontos comerciais da bandeira que deixou de existir – três
abriram as portas esta semana, sendo duas na capital (Anhanguera e
Guaianases) e uma em Palmas (TO). E, até o fim da semana, será
inaugurado o quarto estabelecimento, em Fortaleza (CE).
Localizado na Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo, o Assaí
Anhanguera é considerado um dos pontos com maior potencial entre os
comprados no fim de 2021.
Depois de 150 dias de obras, com investimento de cerca de R$ 50
milhões, o estabelecimento conta com mais de 30 mil m² de área
construída, sendo mais de 8,9 mil m² de área de vendas. A unidade tem
estacionamento para carros e motos com mais de 1,2 mil vagas. O espaço
conta ainda com três pontos de carregamento gratuito para carros
elétricos, instalados em parceria com a GreenYellow.
Do lado de dentro, apesar de oferecer mais serviços, as lojas
seguirão obedecendo à lógica atacarejista: custo baixo e volume de
vendas alto, o que garante um modelo rentável com preço baixo ao
cliente. No entanto, as diferenças serão perceptíveis: a loja da
Anhanguera, por exemplo, conta com açougue, empório de frios, cantinho
do churrasco e padaria, além da seção de vinhos.
EXPANSÃO
Até o fim do ano, o Assaí vai abrir 40 novas lojas convertidas do
Extra Hiper e mais cerca de 10 lançadas do zero. A empresa sinalizou a
investidores que sua margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos,
depreciações e amortizações) pode cair 0,5 ponto porcentual em 2022,
ante 2021. Essa queda não apareceu nos dois primeiros trimestres do ano,
mas o presidente do Assaí, Belmiro Gomes, diz que ela pode aparecer no
terceiro e no quarto trimestres.
Além dos custos de obras, ele explica que a empresa se prepara para o
aniversário da marca, com uma estratégia comercial diferenciada, que
pode pressionar a margem. Para o futuro, a empresa indica manutenção de
margem de lucro e diluição de gastos para garantir investimentos. “Hoje
há menos ceticismo de que vamos alcançar guidance (meta)”, diz Gomes,
sobre o receio inicial do mercado em relação à transação. Com os números
do segundo trimestre de 2022 anualizados, ele entregou a meta de R$ 80
bilhões de faturamento.
O Assaí prometeu para 2024 uma receita bruta de R$ 100 bilhões e,
para isso, conta não só com as aberturas de 2022, mas com o restante das
61 lojas compradas do Extra que já estão confirmadas. Essas 21 lojas
devem ser abertas no início de 2023 – o segundo trimestre de 2023 será o
primeiro com todas as conversões finalizadas.
Restam ainda nove pontos comerciais que estavam na negociação mas
aguardam aval dos donos dos terrenos ou outras permissões burocráticas
para que a compra seja finalizada. Gomes diz que há uma chance pequena
de algumas delas ficarem de fora da companhia.
Analistas da XP, Danniela Eiger, Thiago Suedt e Gustavo Senday
elevaram o preço-alvo do Assaí de R$ 20 para R$ 22, potencial alta de
20% em relação ao último fechamento. Eles explicam que as previsões de
aumento de vendas e de rentabilidade para as lojas que pertenciam ao
Extra é baseada em conversões feitas anteriormente pela companhia. Os
analistas chamam a atenção para o fato de os atacarejos terem despontado
como um modelo vencedor de varejo alimentar.
Segundo a Nielsen, o formato respondeu por aproximadamente 19,7% do setor em 2021.
A expectativa da empresa é de que, nesse novo formato, a loja venda
três vezes mais do que o Extra que funcionava ali, chegando a R$ 500
milhões de faturamento por ano.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.