segunda-feira, 8 de maio de 2023

Mercado Livre tem lucro três vezes maior no 1º trimestre


Crédito: Nacho Doce/Reuters

O Mercado Livre teve lucro líquido de 201,4 milhões de dólares de janeiro ao final de março (Crédito: Nacho Doce/Reuters)

Por Andre Romani

 

SÃO PAULO (Reuters) – O Mercado Livre teve um salto de 208,5% no lucro líquido no primeiro trimestre frente a igual período do ano passado, com avanço de receitas apesar de maiores custos, em especial com tecnologia, informou a companhia nesta quarta-feira.

O Mercado Livre, que opera um marketplace de mesmo nome e uma fintech, o Mercado Pago, teve lucro líquido de 201,4 milhões de dólares de janeiro ao final de março, contra expectativa média de analistas de lucro de 161 milhões, segundo dados compilados pela Refinitiv.

“Foi um resultado muito bem equilibrado”, disse à Reuters o vice-presidente sênior de estratégia, desenvolvimento corporativo, André Chaves. Ele destacou avanços de receita em dólar no Brasil, que representa mais de metade do faturamento da empresa, Argentina e México, bem como entre as divisões financeira e de comércio eletrônico.

O resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de 340 milhões de dólares, crescimento de 145% contra igual etapa de 2022. Analistas, em média, esperavam 397,8 milhões de dólares de Ebitda, de acordo com a Refinitv. A margem Ebitda foi de 11,2% no trimestre, ante 6,2% um ano antes.

A receita total da companhia ficou em 3 bilhões de dólares, uma alta 35,1% (58,4% em moeda constante) na base anual. Analistas, em média, projetavam receita de 2,87 bilhões de dólares.

No negócio de comércio eletrônico, a receita teve alta de 31,2% (53,9% em moeda constante), a 1,68 bilhão de dólares, diante de um volume de vendas medido pelo conceito GMV de 9,4 bilhões de dólares, aumento de 23,1% ano a ano.

Enquanto isso, a unidade de serviços financeiros da companhia viu a receita crescer 40,1% (64,3% em moeda local), para quase 1,36 bilhão de dólares. O volume total de pagamentos (TPV) via Mercado Pago foi de 37 bilhões de dólares no trimestre, alta de 46% frente a um ano antes.

A carteira de crédito da companhia atingiu 3 bilhões de dólares, leve alta ante os 2,8 bilhões de dólares no quarto trimestre de 2022, com a inadimplência de até 90 dias caindo de 10,3% para 9,5%.

“Temos continuado a melhorar os modelos de risco e crédito, e elevamos o foco em segmento de menor risco”, disse Chaves. Ele acrescentou que o Mercado Livre manteve uma postura conservadora em relação à originação de crédito, o que impactou o crescimento da empresa, embora tenha voltado a acelerar emissões de cartão de crédito “em algumas partes do negócio”. Março foi o mês de maior emissão em 14 meses.

A alta de lucro veio apesar de aumento dos custos. As despesas com desenvolvimento de produtos e tecnologia foram a 381 milhões de dólares, alta de 62,8% anualmente.

A empresa anunciou investimentos totais de 19 bilhões de reais no Brasil em 2023, alta de 11,5% anualmente, e contratações de cerca de 5,7 mil funcionários, sendo aproximadamente 400 na área de tecnologia e produtos.

As despesas gerais e administrativas subiram cerca de 13,2% em 12 meses, a 180 milhões de dólares.

COMPETIÇÃO

O setor de comércio eletrônico no Brasil ganhou os holofotes no último mês, após o governo federal estudar, e depois voltar atrás, o fim da isenção de impostos sobre remessas de encomendas de até 50 dólares entre pessoas físicas. O movimento mirava varejistas internacionais, em especial asiáticas, que supostamente estavam se beneficiando ilegalmente do benefício para vender produtos mais baratos.

Após a repercussão, a varejista de moda Shein, inclusive, anunciou planos para produzir no Brasil, com um investimento de 750 milhões de reais no país nos próximos anos.

Questionado sobre como o Mercado Livre viu essa discussão e se há temor de um maior cenário competitivo, Chaves disse que a partir do momento que se tem uma logística própria no país, “você consegue garantir que todo os produtos que estão rodando em sua logística própria são itens como nota fiscal”.

“Os jogadores tem que jogar de acordo com as regras. A grande questão aqui no fim das contas é, sendo a regra de 2022 ou de 2023, se outros agentes estavam jogando dentro das regras.”

A companhia disse que menos de 5% de suas vendas no Brasil são “realizadas por pessoas físicas, isentas de pagar tributos de acordo com o Código Tributário Nacional, ou por grandes redes que possuem seu próprio sistema automático de emissão de nota fiscal”. A China representa 0,5% do GMV do Mercado Livre no Brasil, de acordo com Chaves.


 

Ambev e PretaHub vão destinar R$7 milhões a empreendedores negros


Crédito: Ambev / Divulgação

Serão destinados R$ 7 milhões para capacitação, emprego e renda, que fazem parte do foco da empresa cervejeira (Crédito: Ambev / Divulgação)

 

A Ambev, em parceria com a PretaHub, abre inscrições para o Fundo Bora Cultura Preta para incentivar projetos de empreendedores e artistas negros. Serão destinados R$7 milhões para capacitação, emprego e renda, que fazem parte do foco da empresa cervejeira.

Interessados podem se inscrever até o dia 26 de maio. O edital completo e link de cadastro pode ser feito no site do Prosas. Serão contemplados projetos de artes, artes visuais, gastronomia, produção e difusão de conteúdo digital, negócios de impacto nas indústrias criativas, turismo, festivais, moda e literatura.

SPerifas Feira Preta – Evensen Photography

Os projetos serão avaliados por uma banca de profissionais externos e também de colaboradores e representantes do BOCK (Building Opportunities for Colleagues of all Kinds)  – grupo de afinidade racial da Ambev, composto por funcionários de todo o Brasil.

O Fundo Bora Cultura Preta conta com o apoio do Comitê Externo de Diversidade da companhia e da Adriana Barbosa, fundadora da Feira Preta e idealizadora da PretaHub.

O Fundo de Cultura Preta não é só sobre valorizar o potencial criativo da população negra, é também reconhecer o protagonismo intelectual e criativo. Com essa iniciativa, espero que os departamentos de marketing de outras empresas se inspirem e invistam financeiramente em proponentes negros, não apenas pelo cunho social, mas por entender o potencial de consumo de mais da metade da população do país”, afirma Adriana.

O objetivo é contemplar projetos de diversos setores da economia criativa que sejam liderados por pessoas negras, e puxar outras empresas para a pauta – mostrando que estimular a cadeia produtiva também é uma oportunidade para a área de marketing de experiência e de negócios.

“Queremos continuar movimentando o mercado e fomentar iniciativas que vão além de impacto social com recorte racial, mas que estejam focadas na inclusão produtiva e trazem experiências em que as pessoas se tornam protagonistas. Ao conectar essa iniciativa ao Bora, também vamos facilitar o acesso para centenas de brasileiros”, afirma Felipe Santiago, diretor de Patrocínios e Marketing de Experiência da Ambev.

Além do apoio financeiro, a Ambev também deseja impulsionar os produtores em uma jornada de longo prazo. Por isso, os selecionados participarão de um programa de conhecimento da PretaHub, o Afrolab, onde terão acompanhamento, suporte e capacitação.

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/ambev-e-pretahub-vao-destinar-r7-milhoes-a-empreendedores-negros/


sexta-feira, 5 de maio de 2023

Renner prevê abrir até 20 novas lojas no ano


De acordo com o planejamento da companhia, 75% delas ficarão em localidades que ainda não possuem unidades 
 
 
O cenário macroeconômico ainda desafiador tem afetado o poder de compra e hábito dos consumidores, nota a Renner

 

A Lojas Renner viu suas vendas obterem leve alta no primeiro trimestre enquanto o lucro despencou 75,6% em relação ao mesmo período de 2022 (veja os principais indicadores da varejista ao final desta reportagem). Segundo a companhia, a performance do varejo entre janeiro e março apresentou leve melhora em comparação com o mesmo intervalo do ano passado. O cenário macroeconômico ainda desafiador [com pressão inflacionária acumulada, além do endividamento das famílias em patamares recordes] tem afetado o poder de compra e hábito dos consumidores, segundo a Renner.

A Renner explica que as vendas foram impactadas por temperaturas médias ainda em patamares elevados e superiores ao esperado, especialmente no mês de março, período em que a coleção de outono-inverno já estava disponível nas lojas. "Neste mesmo período do ano passado, as temperaturas estavam baixas, que somadas à retomada de atividades sociais pós-pandemia, favoreceram as vendas, gerando uma base de comparação mais forte", compara a empresa, que também é dona das marcas YouCom, Ashua e Camicado.

Ainda em função das menores vendas do quarto trimestre de 2022 e o receio de atrasos na cadeia de fornecimento, a companhia decidiu reduzir a coleção de transição com itens de meia estação e antecipar a entrada de itens de inverno, buscando um melhor equilíbrio de estoque. "Esse ajuste acabou afetando ainda mais as vendas, pela falta dos produtos de meia estação, que tiveram demanda maior no período, dada a extensão das temperaturas mais elevadas ao longo de todo o mês de março", detalha a Renner. O lucro líquido até março foi inferior ao primeiro trimestre de 2022, em função da menor geração operacional dos segmentos de varejo e serviços financeiros. As despesas adicionais de baixa de ativos de R$ 16 milhões também impactaram esse resultado.

No ano, a companhia tem prevista a inauguração de cerca de 15 a 20 lojas Renner, sendo 75% em novas praças, 10 a 15 Youcom e cinco Ashua. Além disso, passado o período da pandemia, que impactou o fluxo e custos de algumas localidades, a empresa retomou de forma mais dinâmica o processo de avaliação da rentabilidade das suas operações e decidiu fechar algumas unidades, principalmente aquelas que poderiam ser absorvidas pelo parque de lojas, resultando em maior eficiência e redução de custos. Com isso, foram fechadas 20 unidades no trimestre, das quais 13 da Camicado, quatro da Renner e três da Youcom.

A Lojas Renner é a 12ª maior empresa da região e também a quarta maior do Rio Grande do Sul, de acordo com o ranking 500 MAIORES DO SUL, publicado pelo Grupo AMANHÃ com o apoio técnico da PwC. 

 

Pluria, startup que une equipes em ambientes corporativos flexíveis, recebe aporte de US$ 2 milhões

Pluria startup que une equipes em ambientes corporativos flexíveis recebe aporte de US$ 2 milhões

 

A Pluria, startup que une equipes em um ambiente de trabalho redefinido, acaba de receber um aporte no valor de US$ 2 milhões em liderada pela Eleven Ventures, empresa de capital de risco em estágio inicial. A Phoenix Venture Fund (EUA), Croton Capital (sindicato internacional de investidores-anjo) e WIT Angels Club (Romênia) também contribuíram para a rodada.

“Com o recente investimento, o Brasil se mantém como ponto de destaque em nossos planos para consolidar a Pluria como uma SaaS inovadora no acesso a espaços flexíveis e no Futuro do Trabalho na América Latina e Europa. Nossa estratégia segue focada em apoiar nossos parceiros, bem como empresas locais e internacionais com equipes distribuídas em todo o Brasil.”, comentou Mircea Marza, Country Launcher.

A plataforma já foi adotada por 150 líderes do setor na América Latina e Europa. Desenvolvida para abordar os desafios do engajamento e produtividade em equipes distribuídas, a solução oferece acesso a uma rede criteriosamente selecionada de mais de 500 espaços flexíveis em 9 países e 2 continentes de espaços de trabalho, como espaços de coworking, lounges de hotéis e cafés, onde os funcionários podem se reunir e colaborar em ambientes agradáveis e estimulantes.

“Estamos entusiasmados em investir na Pluria, que está abordando uma questão urgente associada ao modelo de trabalho remoto em crescente popularidade. Acreditamos que sua abordagem única de fornecer acesso a espaços de coworking é perfeitamente sincronizada para atender às necessidades do mercado e transformar a forma como as empresas e os funcionários abordam o trabalho remoto”, diz Valeri Petrov, sócio da Eleven Ventures.

“Após a adaptação ao trabalho híbrido e remoto, as empresas têm identificado as atividades que podem ser feitas no home-office e as que precisam de interação presencial. O compromisso da Pluria é facilitar o acesso a espaços de coworking especialmente para atividades colaborativas como: onboarding, treinamentos, suporte técnico, reuniões e teambuilding’’, comenta Mircea Marza.

A projeção de crescimento da empresa no Brasil está focada em expandir para mais cidades nos próximos meses, proporcionando uma cobertura mais abrangente a todos os usuários, com acesso a escritórios individuais, privativos e salas de reuniões

Noodle, fintech voltada à indústria criativa, recebe aporte de R$ 18 milhões

Noodle fintech voltada à indústria criativa recebe aporte de R$ 18 milhões

A Noodle, startup que oferece soluções financeiras para negócios do setor criativo, recebeu um aporte de R$ 18 milhões. Do total, R$ 16 milhões foram investidos pela SRM Ventures. O restante veio de um grupo de sócios e investidores, entre eles a Honey Island Capital, braço de investimentos da Ebanx.

Os serviços da Noodle incluem a oferta de conta digital, linhas de crédito, pagamentos internacionais e split de royalties para empresas do ramo criativo, como gravadoras, selos, editoras, distribuidoras, produtoras e equipes de gamers. A empresa afirma impactar mensalmente um total de 50 mil criadores, incluindo nomes como KondZilla e PineappleStorm.

Com o capital recebido, a fintech pretende movimentar cerca de R$ 300 milhões neste ano, um aumento de 130% em relação ao valor do ano passado, que foi de R$ 130 milhões. Além disso, a Noodle pretende ampliar seu leque de atuação para influencers, youtubers e gamers.

“O mercado de entretenimento no Brasil tem um potencial grande a ser explorado. Por isso, ter uma startup que possa oferecer soluções para este segmento é muito engrandecedor. Queremos fazer parte dessa jornada para possibilitar que a Noodle cresça ainda mais com a nossa parceria”, afirma o Head da SRM, André Szapiro.

GPA planeja vender sede em São Paulo por R$ 250 milhões

GPA planeja vender sede em São Paulo por R$ 250 milhões

 

O GPA tem planos para vender três ativos não estratégicos, com valores que podem ficar entre R$ 700 milhões e R$ 800 milhões. Esses projetos foram iniciados no começo do ano e devem ser concluídos até dezembro, estima o diretor e vice-presidente de finanças e de relações com investidores da companhia, Guillaume Gras.

Segundo o executivo, um dos projetos é a venda de 13 lojas, que representa pouco mais de R$ 300 milhões e deve ser concluído no fim do segundo trimestre. Há também planos de venda do edifício onde fica a sede administrativa da companhia, no Jardim Paulista, em São Paulo, que representa R$ 250 milhões. “No início do segundo trimestre devemos fechar a operação sobre a venda da sede”, afirmou, em teleconferência com analistas nesta quinta-feira.

Até o fim do ano também deverá ser realizada a venda de uma loja de hipermercado no Rio de Janeiro. A unidade, localizada na Barra da Tijuca, já está fechada e é avaliada em R$ 250 milhões, de acordo com o o diretor. “Há outros ativos pequenos, que representam menos de R$ 100 milhões”, disse.

A margem bruta do GPA deve ficar entre 26% e 27% após o trabalho de revisão de sortimentos que vem sendo realizado na companhia, afirmou o presidente Marcelo Pimentel.

“É um processo que se iniciou na bandeira Pão e agora começa a cascatear pelas lojas de proximidade e para as demais lojas, inclusive no digital”, disse em teleconferência com analistas. O resultado do primeiro trimestre mostra essa evolução, acrescentou.

Na comparação com o quarto trimestre de 2022, a margem bruta subiu 1,2 ponto percentual, para 24,4%, impactada pela melhora no crescimento de mesmas lojas do formato premium, negociações comerciais, aumento da penetração de perecíveis e redução da perda.

Já em relação ao mesmo trimestre de 2022, quando foi de 26,9%, houve recuo de 2,5 pontos da margem bruta. Segundo o GPA, isso se deu pela alta da inflação com impacto em custos de mercadorias, mão de obra e logísticos. Além disso, houve ajustes decorrentes do reposicionamento das bandeiras e formatos e que começam a mostrar “resultados efetivos” a partir do primeiro trimestre de 2023….

 

Buser quer dobrar de tamanho em dois anos e mira IPO

A controladora do aplicativo de reservas de viagens de ônibus Buser pretende dobrar de tamanho em dois anos, podendo abrir capital num horizonte de quatro a cinco anos, disse o co-fundador da empresa, Marcelo Vasconcelos, nesta quinta-feira.

Segundo ele, atualmente, a Buser opera 500 viagens ao dia com ônibus fretados ou de parceiros. A empresa criada em 2017 estima transportar aproximadamente 25 mil pessoas por dia.

A companhia mira elevar esse volume de viagens para 1.000 em dois anos, disse Vasconcelos a jornalistas no evento Riowebsummit.

O co-fundador da empresa disse que uma recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) criou uma perspectiva regulatória positiva para a abertura do mercado de transportes rodoviários no Brasil.

Fundos de investimento de risco estão entre os financiadores da Buser. A companhia já realizou até agora quatro rodadas de captação de recursos. Na última, em 2021, forma levantados 700 milhões de reais.

A perspectiva da empresa é fazer uma abertura de capital em um prazo de ao menos quatro anos. “No futuro, com certeza, faz parte dos nossos objetivos. Tivemos investimentos de fundos de venture capital e eles têm um prazo para dar liquidez aos seus investidores. Esse é o caminho natural para a empresa crescer…Se continuar nessa toada, num prazo de quatro a cinco anos”, afirmou o executivo.

Reuters