domingo, 2 de julho de 2023

Um novo ecossistema de negócios, porque juntas podemos nos ajudar mais

A evolução do conceito de ecossistema de negócios liderados por mulheres é um reflexo da crescente conscientização sobre a importância da diversidade e da inclusão feminina no mundo empresarial. 

 

Um novo ecossistema de negócios, porque juntas podemos nos ajudar mais

Mulheres trazem uma perspectiva única e valiosa para o mercado e podem ser muito bem-sucedidas em seus negócios. A maioria de empreendimentos criados e comandados por mulheres já nascem com algumas características distintas – afinal elas têm perspectivas diferentes sobre os problemas de mercado, são criativas o bastante para pensar em soluções inovadoras e muito boas em conciliar a vida pessoal com a profissional, gerenciando várias tarefas ao mesmo tempo.

Cada vez mais os empreendimentos liderados por mulheres estão sendo reconhecidos como uma força importante no mercado. Com isso, surgiu a necessidade de criar um ecossistema de negócios que apoie e promova tais empreendimentos.  

E assim as mulheres têm se unido em parcerias e colaborações para compartilhar recursos, conhecimento e experiência. Isso tem ajudado a impulsionar a inovação e a criar novas oportunidades, formando ecossistemas poderosos.

A evolução do conceito de ecossistema de negócios femininos é um reflexo da crescente conscientização sobre a importância da diversidade e da inclusão no mundo empresarial. No passado, as mulheres enfrentavam barreiras significativas para entrar neste universo e, quando o faziam, muitas vezes enfrentavam discriminação e falta de apoio.  

Esse ecossistema tem como objetivo fornecer as empreendedoras uma rede de suporte que inclui mentoria, acesso a recursos financeiros, bancos de dados e informações sobre oportunidades do mercado. Além disso, esse ecossistema também ajuda a criar conexões entre mulheres empresárias, permitindo que elas compartilhem conhecimentos e experiências. É uma forma de remediar essa desigualdade e garantir que mais mulheres tenham acesso aos recursos e ao apoio necessários para iniciar e expandir suas atividades. 

 

Mas, e o que é um ecossistema de negócios?

Ecossistema de negócios é um conjunto de empresas, organizações e indivíduos interdependentes que compartilham recursos, conhecimentos, informações e estratégias com a finalidade de gerar valor em um determinado mercado. Essas empresas podem operar em diferentes áreas, mas estão conectadas em função de seus objetivos comuns.

Atualmente o conceito é muito utilizado em inovação, empreendedorismo e gestão estratégica. O objetivo é criar um ambiente colaborativo, onde as empresas possam trabalhar juntas e se beneficiar da sinergia gerada da cooperação entre elas. É uma forma de aumentar a competitividade de um mercado e, consequentemente, gerar benefícios para todas as partes envolvidas.

 

Um ecossistema de negócios é composto por uma variedade de organizações, recursos e redes, tais como:

  • Organizações de apoio às mulheres empreendedoras: suporte específico incluindo acesso a capital, mentoria, treinamento e networking.
  • Aceleradoras e incubadoras de negócios: recursos e suporte para empresas em estágio inicial, incluindo treinamento, orientação, networking e acesso a capital.
  • Grupos de networking e comunidades de mulheres empreendedoras: conexão, compartilhamento de experiências, recursos e parcerias.
  • Eventos e conferências voltados para mulheres empreendedoras: oportunidade para se conectarem, aprenderem com especialistas e líderes de negócios.
  • Recursos de financiamento específicos para mulheres empreendedoras: acesso a capital, incluindo fundos de capital de risco, empréstimos e outros tipos de financiamento.
  • Programas de mentoria para mulheres empreendedoras: fornecem orientação e suporte de líderes experientes e bem-sucedidos em seus setores.
  • Recursos de treinamento e capacitação: cursos on-line, workshops e programas de treinamento em tópicos como finanças, marketing, liderança e desenvolvimento de negócios.

 

Conheça alguns dos ecossistemas que ajudam mulheres a desenvolver negócios 

O primeiro clube de mulheres empresárias do World Trade Center (WTC), player de negócios conhecido internacionalmente, foi lançado no Brasil no início deste ano, em Florianópolis (SC). À frente dessa iniciativa estão as empresárias Daniella Abreu, presidente do WTC em unidades do Sul, Brasília e Sinop, Virgínia Peluffo, presidente do WTC Woman, e Marina Ramos, vice-presidente do novo clube de mulheres. Para participar do WTC Woman é preciso ser empresária ou CEO de uma empresa internacional ou que tenha interesse em se globalizar. O grupo promove encontros presencias com palestrantes relevantes do mundo empresarial e de desenvolvimento pessoal, pelo menos uma vez ao mês. 

O Movimento Mulher 360 é uma associação independente sem fins lucrativos que foi criada em 2011 a partir de uma iniciativa do Walmart. Em 2015, ele se tornou uma associação independente, formada por meio da união entre organizações protagonistas do cenário empresarial brasileiro, comprometidas em promover a equidade de gênero e o aumento da participação das mulheres no ambiente corporativo, nas comunidades e nas cadeias de valor. De acordo com Margareth Goldenberg, gestora executiva, o MM360 atua para engajar e mobilizar empresas, organizações, governos e sociedade civil em torno da promoção da equidade de gênero e da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres. Para isso, o Movimento desenvolve programas, projetos e iniciativas que visam a conscientização, a capacitação e a promoção de boas práticas relacionadas à equidade de gênero, além de realizar pesquisas e estudos sobre o tema. 

Women Leaders in Fintech, criado por Kaliane Abreu, Adriana Camargo, Dayana Uhdre e Mareska Tiveron,  em 2022, com o objetivo de aumentar a representatividade feminina nas startups financeiras do país. Para isso o WLF vai realizar encontros de networking, debates técnicos e mentorias, visando criar um ecossistema inclusivo e diversificado, onde as mulheres possam desenvolver habilidades e construir redes de contatos para que possam avançar em suas carreiras e ocupar cargos de liderança nas fintechs.

Erica Fridman, Flavia Mello,  Jaana Goeggel  e Mariana Figueira criaram uma plataforma de investidoras que só seleciona startups do universo feminino. A Sororitê é uma comunidade de investidoras-anjo, que conta com mais de 70 investidoras com experiências em diferentes áreas, avaliando as startups em estágio inicial (pre-seed) de maneira abrangente.

Camila Farani criou o ElaVence, que nasceu para ajudar empreendedoras, intraempreendedoras ou mulheres interessadas em ter o seu próprio negócio.

Jéssica Silva Rios e Luana Ozemela fundaram a BlackWin, primeira plataforma no Brasil que apoia mulheres negras a se tornarem investidoras-anjo, conectando-as ao ecossistema de inovação e à oportunidades de investimento em negócios liderados por pessoas negras.

O MIA – Mulheres Investidoras Anjo, fundado por  Maria Rita Spina Bueno, apoia startups que criam soluções inovadoras para problemas reais. Ela criou um movimento de fomento ao investimento anjo feminino para estimular a entrada de mais mulheres como investidoras e empreendedoras de startups.

 

A união faz a força e contribui para a inovação e o sucesso nos negócios

Compartilho da visão de que fazer parte de ecossistemas pode trazer benefícios significativos para todos os envolvidos. Enquanto negócios geralmente são vistos como competidores, trabalhar em conjunto para identificar e desenvolver soluções inovadoras pode criar um ambiente mais saudável, justo e eficiente para todos, incluindo comunidades, consumidores e, claro, as próprias empresas.

Malala Yousafzai, ativista pelos direitos das mulheres e da educação, disse: “Acredito no poder das mulheres. Acredito que todas nós podemos criar o futuro que queremos se tivermos coragem e visão”. Eu também acredito! 

 

 https://istoe.com.br/mulher/noticia/um-novo-ecossistema-de-negocios-porque-juntas-podemos-nos-ajudar-mais/

Scholz defende que partidos isolem ultradireita


Chanceler diz que receita para barrar avanço da ultradireita é oferecer “uma perspectiva de futuro” e defendeu que legendas tradicionais não cooperem com a AfD, que tem avançado nas pesquisas.O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, afirmou neste domingo (02/07) que a receita para contrapor o avanço da ultradireita é oferecer “uma perspectiva de futuro” e defendeu que os partidos tradicionais mantenham um cordão sanitário e evitem cooperar com a sigla Alternativa para a Alemanha (AfD), cujo crescimento nas pesquisas tem sido encarado com apreensão no país europeu.

“Sempre houve partidos populistas de direita de mau humor em muitos países europeus e também na Alemanha”, disse Scholz, em entrevista à rede de TV alemã ARD. “É preciso responder com uma perspectiva de futuro para o nosso país e com a questão do respeito” aos cidadãos, disse o chanceler, filiado ao Partido Social-Democrata (SPD), acrescentando que os cidadãos devem ter “a segurança de que há um bom futuro” para eles e para os netos.

Scholz ainda defendeu a manutenção de um “cordão sanitário” em relação à AfD. “Porque a AfD é um partido no qual estão representadas muitas posições extremistas de direita e com o qual não deve e não pode haver qualquer cooperação”, disse o chanceler. Scholz ainda disse que foi correto todos os partidos tradicionais, incluindo legendas de centro-esquerda e esquerda, terem apoiado recentemente um candidato conservador na recente eleição distrital de Sonneberg para tentar barrar um candidato da ultradireitista AfD – ainda assim, tal estratégia não funcionou, e o candidato da AfD venceu o pleito.

De acordo com uma pesquisa divulgada na sexta-feira pelo canal público ZDF, se as eleições fossem hoje a União Democrata-Cristã (CDU), o partido da ex-chanceler Angela Merkel e atualmente na oposição, seria vencedora, com 28% dos votos. Em segundo lugar ficaria a AfD, com 19%. Já o SPD de Scholz, que vendeu a última eleição, teria 18%.

Preocupação com tensão na França

Na mesma entrevista, Scholz manifestou preocupação com os tumultos na França, que levaram ao cancelamento da visita de Estado do presidente francês, Emmanuel Macron, à Alemanha, que deveria ter início neste domingo.

“Temos laços de amizade com França e somos uma dupla para garantir que a União Europeia, tão importante para o nosso futuro, funcione bem, e é por isso que observamos com preocupação”, disse Scholz.

jps (dpa, Lusa, ots)

 

Feninfra se reúne com Tarcísio por adiamento da votação da reforma tributária

Representantes da Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra) se reuniram ontem, 30, com o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), para contestar a proposta de reforma tributária discutida no Congresso Nacional e pleitear apoio ao adiamento da votação na Câmara.

A Feninfra questiona o aumento de carga tributária ao setor de serviços, enquanto Tarcísio organiza uma resistência contra a centralização da arrecadação dos entes subnacionais por um Conselho Federativo.

Segundo a Feninfra, a reunião com Tarcísio aconteceu para “estabelecer parceria” pelo adiamento da votação da reforma tributária. O governador escutou o pleito.

A votação está prevista para este mês, antes do recesso parlamentar, como tentam o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e o governo federal. Tarcísio tenta articular com a bancada de São Paulo, além de outros governadores e deputados, oposição à matéria. Nesse sentido, terça-feira, haverá reunião do Consórcio de Integração Sul e Sudeste, considerada decisiva para a empreitada contra a proposta.

A Feninfra aponta risco iminente de demissões caso a proposta de reforma tributária sobre o consumo seja aprovada sem estudos mais aprofundados. Por isso pede o adiamento da votação do substitutivo da PEC 45/2019, que propõe a criação da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).

A presidente da entidade, Vivien Suruagy, reitera que a alíquota ventilada para o IVA, de 25%, significa aumento expressivo da carga tributária para o setor. Ela observa que a concessão de benesses fiscais para diversas atividades, constante do substitutivo, não atenua os ônus da taxação majorada. “Não há sentido, por exemplo, que o setor de serviços de telecomunicações seja prejudicado fortemente com a reforma, colocando-se em risco o emprego dos seus trabalhadores”, diz. Segundo ela, os setores representados pela Feninfra reúnem 2,5 milhões de pessoas com empregos formais.

Em nota, a presidente da Feninfra reconhece que o Brasil precisa de uma reforma tributária que “atenue a carga, simplifique e desburocratize o processo de arrecadação e estabeleça isonomia de alíquotas entre todos os setores”. “Entretanto, onerar uma atividade que é a maior empregadora do País, como a de serviços, é um risco para milhares de empresas, milhões de postos formais de trabalho e a própria economia nacional”, diz.

A longa batalha de Appy pela reforma dos impostos

Consumo não terá carga tributária maior, diz Appy | Brasil | Valor Econômico

O texto da reforma tributária – previsto para ser votado no plenário da Câmara dos Deputados nesta semana, após 35 anos de tentativas frustradas – tem a cara de Bernard Appy, um economista que está debruçado sobre o atual projeto há oito anos ininterruptos.

Escolhido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para comandar uma secretaria extraordinária criada especialmente para trabalhar pela aprovação da reforma em duas etapas ao longo de 2023, Appy prefere ficar distante desse rótulo e deixar o protagonismo para o Congresso. Mas também está por trás das negociações, seguindo a máxima que é sempre repetida em Brasília: sem a participação do governo, a reforma não avança.

Em Brasília, o apelido “Apinaldo” se tornou a síntese do texto da reforma. Enquanto Appy é o formulador técnico da proposta, o relator, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), faz costuras políticas para criar as condições para aprovação.

O embate com os setores de serviços e do agronegócio e com tributaristas, os mais resistentes desde o início das discussões da reforma, custou a Appy a fama de “intransigente” e de estar sendo “financiado pela indústria”.

Críticas que continuam sendo usadas pelos que querem barrar a reforma, mas que vêm perdendo força à medida que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pavimenta o caminho para a votação. Os que contavam que a reforma seria barrada agora correm para negociar.

Não é a primeira vez que Bernard Appy comanda as discussões no Poder Executivo para implementação da reforma. Ele começou a se aprofundar no assunto quando estava à frente da Secretaria de Política Econômica, entre 2008 e 2009, no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Antes de assumir a Secretaria de Política Econômica de Lula, Appy havia passado pelo cargo de secretário executivo da Fazenda, no qual, segundo já afirmou, passava 80% de seu tempo tentando segurar os gastos públicos. Ele chegou ao governo petista graças a uma experiência que havia tido no início da carreira, como assessor econômico da liderança do PT na Câmara dos Deputados, entre 1989 e 1991.

Appy havia sido, nos anos 80, colega na Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA-USP) de Fernando Sampaio, filho de Plínio de Arruda Sampaio. O então deputado petista convidou Appy para trabalhar como assessor na casa. Lá, ele teve contato com os processos de criação de um projeto de lei, o que lhe ajudaria na elaboração do texto da reforma.

CRISE

Appy deixou Brasília em 2009, após ver que a reforma tributária não avançaria e depois de passar 2008, assim como todo o Ministério da Fazenda, focado na crise financeira que abalava o mundo. Ao regressar a São Paulo e após uma breve passagem pela BM&FBovespa, voltou a trabalhar na consultoria LCA, empresa da qual havia sido sócio entre 1995 e 2002.

Até os adversários da reforma destacam o trabalho de persistência de Appy em manter vivo por anos o tema da reforma tributária, enquanto poucos estavam fazendo isso. Para aliados, ele é visto como técnico preparado, que inequivocamente conhece o tema do IVA e encontrou no ministro Haddad o capital político para levar a proposta à frente.

Entre empresários, governadores e prefeitos, a desconfiança que recai sobre ele, Haddad e o presidente Lula segue sendo a do risco de elevação da carga tributária – tema que exigirá mais negociações.

Procurado pelo Estadão para comentar o relatório de Ribeiro, Appy seguiu o script de falar pouco para não se comprometer: “O parecer confirma a manutenção das principais diretrizes de uma reforma da tributação do consumo baseada nas melhores práticas internacionais, respeitando as especificidades do federalismo brasileiro, e que contribuirá para gerar crescimento econômico, emprego e renda”.

Antes mesmo da votação, Appy já está debruçado na regulamentação da PEC e na elaboração da segunda fase da reforma, que vai tratar da tributação do Imposto de Renda. Por uma conjunção de fatores políticos, ele chegou ao centro da reforma quando, em 2019, o então presidente da Câmara, Rodrigo Maia, precisou de uma proposta para modernizar o sistema tributário. Quem tinha uma pronta era ele. Agora, está mais próximo do que nunca nesses últimos 35 anos de vê-la aprovada.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

terça-feira, 27 de junho de 2023

Aporte na Rede - Tok&Stok renegocia dívidas e fecha 17 lojas

Sócios Fazem A

 

 

 

 

 

 

Sócios Fazem Aporte na Rede
  A Tok&Stok assinou um acordo de renegociação de toda sua dívida bancária e recebeu um aporte de capital de R$ 100 milhões dos seus sócios. Como parte de seu processo de reestruturação, a rede fechou 17 lojas consideradas não rentáveis. Esse movimento manteve a presença física em todos os estados onde já atuava e, segundo a varejista, as 51 lojas restantes operam no positivo. "O aporte fortalece o caixa da companhia em um momento que a dívida bancária de aproximadamente R$ 350 milhões foi reestruturada, liberando os próximos dois anos de pagamento aos bancos e permitindo que a operação volte a ser prioridade", afirma a Tok&Stok em comunicado divulgado ao mercado. 

Processo de reestruturação
 
  A varejista tem focado na redução de despesas e melhoria operacional e, de acordo com informações da empresa, já apresenta geração de caixa positiva em 2023. A Tok&Stok afirma, ainda, que tem buscado desenvolver frentes como simplificação de seu organograma, gestão de processos em lojas, operação no centro de distribuição e transformação digital rentável. 
 
 
 https://www.gironews.com/redes-shopping/socios-fazem-aporte-na-rede-72112/

 

Para dirigente do FMI, inflação demora a voltar à meta no mundo e BCs devem manter compromisso


Gita Gopinath disse que a batalha contra a inflação "está em andamento", com queda no índice cheio da inflação, mas o núcleo se mostrando mais persistente (Crédito: Flickr/ FMI) 

 

Primeira vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath defendeu, em discurso nesta segunda-feira, 26, que os bancos centrais mantenham a luta contra a inflação “agora”. Ela falou em evento do Banco Central Europeu (BCE) em Sintra, Portugal, e comentou sobre algumas “verdades inconvenientes” do cenário atual.

Gita Gopinath disse que a batalha contra a inflação “está em andamento”, com queda no índice cheio da inflação, mas o núcleo se mostrando mais persistente. Uma “verdade inconveniente” é que a inflação está demorando “muito para voltar à meta”, e com isso os bancos centrais precisam seguir comprometidos em lutar contra a inflação, “apesar dos riscos de um crescimento econômico mais fraco”.

Segundo ela, outro fato “inconveniente” atual é que os estresses financeiros “poderiam gerar tensões entre os preços almejados e os objetivos de estabilidade financeira.

Caso a inflação persista e os bancos centrais tenham de apertar suas políticas bem mais que o mercado espera, as condições financeiras “modestamente apertadas” de hoje poderiam abrir caminho para uma rápida reprecificação de ativos e para um forte avanço nos spreads de crédito. “Temos visto no último ano como, sob certas circunstâncias, o aperto na política pode vir com estresses financeiros significativos, incluindo na Coreia do Sul, no Reino Unido e mais recentemente nos EUA”, apontou.

A terceira “verdade incômoda” destacada por Gopinath em sua fala é que os bancos centrais devem enfrentar mais riscos de alta à inflação que antes da pandemia. Ela menciona questões como mudanças estruturais que afetam a oferta agregada, impulsionadas pela pandemia e pela guerra na Ucrânia, e nota que esses fatores podem gerar “choques mais persistentes”. A autoridade do FMI vê ainda “risco considerável que choques de oferta mais voláteis da época da pandemia persistam”.

Gita Gopinath comenta que muitos países buscam concentrar cadeias em seu próprio território, mas diz que isso tende a elevar custos e, “ironicamente, torna os países menos resistentes e mais suscetíveis a choques do lado da oferta”. Os riscos oriundos da mudança climática também devem amplificar flutuações de curto prazo na inflação e na produção, destaca ela.

Nesse contexto, Gita Gopinath defende cautela nas estratégias políticas de “olhar para além dos choques na oferta”. Os bancos centrais podem ter de agir de modo mais duro, em caso de choques disseminados na oferta, recomenda.

Ela também nota que uma abordagem “preventiva” pode permitir um ritmo mais gradual no aperto, o que reduziria riscos à estabilidade financeira.

 

Copom acena com possibilidade de queda dos juros a partir de agosto


Selic está em 13,75% ao ano desde agosto de 2022 
 
A reunião do Copom ocorreu nos dias 20 e 21 de junho

 

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira (27) pelo Banco Central, informa que a "avaliação predominante" manifestada durante a última reunião foi de uma expectativa de maior confiança para uma queda da taxa de juros a partir de agosto. A reunião do Copom ocorreu nos dias 20 e 21. O Copom manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, sob a justificativa de que "é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante". A taxa está nesse nível desde agosto de 2022, e é a maior desde janeiro de 2017.

De acordo com o documento divulgado nesta terça-feira, "a avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião [em 1 e 2 de agosto]". A ata informa ainda que os membros do Comitê foram unânimes na ponderação de que os passos futuros da política monetária dependerão de fatores relativos à evolução, expectativas e projeções da inflação. Na avaliação manifestada pelo comitê, a conjuntura atual é caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação desancoradas, o que, segundo o comitê, torna necessário manter "cautela e parcimônia" visando o cumprimento das metas, tendo, na manutenção da taxa da Selic, ferramenta "adequada para assegurar a convergência da inflação". Leia a íntegra da ata clicando aqui.

Com Agência Brasil