terça-feira, 19 de setembro de 2023

Brasil deve ter superávit de US$ 80 bi em 2023, turbinado pela agropecuária, mostra Icomex

Rio, 19 – A balança comercial brasileira deve alcançar um superávit de US$ 80 bilhões em 2023, turbinado pela agropecuária, previu o relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado nesta terça-feira, 19, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

De janeiro a agosto deste ano, o superávit comercial brasileiro foi de US$ 62,4 bilhões, superando o montante de US$ 61,8 bilhões arrecadados em todo o ano de 2022.

O superávit da agropecuária somou US$ 53,4 bilhões de janeiro a agosto deste ano, seguido de US$ 33,4 bilhões registrados pela indústria extrativa. Por outro lado, a indústria de transformação teve um déficit comercial de US$ 24,1 bilhões no período.

“A agropecuária lidera as exportações seguida da indústria extrativa com aumento de volume num cenário de recuo nos preços”, frisou a FGV. “Uma projeção pessimista seria de um superávit ao redor de US$ 70 bilhões (em 2023), pouco provável, e um otimista ao redor de US$ 80 bilhões.”

O Icomex relembra que a balança comercial do Brasil tem mostrado superávit através de um aumento do volume exportado e um recuo no volume importado, enquanto que os preços recuaram para ambos os fluxos.

De janeiro a agosto de 2023, o volume exportado cresceu 9,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o volume importado caiu 1,6%. Os preços das exportações recuaram 8,2%, e os das importações caíram 8,7%. Em valores, as exportações caem 0,1% no acumulado do ano, enquanto as importações recuam 10,4%.

“No acumulado do ano até agosto de 2010, no auge do boom nos preços das commodities, a participação nas exportações totais do Brasil da agropecuária era de 11,5%, a da extrativa 22,2% e a da transformação, 66,3%. Nesse mesmo período em 2023, essas participações foram: agropecuária (25,1%); extrativa (21,5%); e, transformação, 53,2%. A principal mudança foi o avanço do setor de agropecuária ao longo dos anos, e o do petróleo bruto que ocupou a liderança na indústria extrativa no lugar do minério de ferro, com a desaceleração dos investimentos chineses em infraestrutura”, lembrou a FGV.

De janeiro a agosto de 2023, ante o mesmo período do ano anterior, o volume exportado pela agropecuária subiu 20,2%; o da indústria extrativa cresceu 20,7%; e o da indústria de transformação aumentou 0,2%. Já o volume importado pela agropecuária no período encolheu 20,2%; o da indústria extrativa caiu 4,5%; e o da indústria de transformação diminuiu 0,6%.

De janeiro a agosto, a China se manteve como o principal destino das vendas de produtos brasileiros, com uma aquisição de 30,2% de tudo o que foi exportado pelo Brasil, seguida pela União Europeia (13,5%), Estados Unidos (10,5%) e Argentina (5,6%).

“O superávit com a China explicou 53% do saldo positivo da balança comercial em 2022 e 2023 no acumulado do ano até agosto”, observou a FGV.

No comércio com a China, o Brasil passou de um superávit de US$ 23,1 bilhões de janeiro a agosto de 2022 para um superávit de US$ 33,1 bilhões de janeiro a agosto de 2023. Nas trocas com os Estados Unidos, o Brasil saiu de déficit de US$ 10,4 bilhões de janeiro a agosto de 2022 para déficit de US$ 2,6 bilhões de janeiro a agosto de 2023. No comércio coma Argentina, o Brasil passou de superávit de US$ 1,9 bilhão de janeiro a agosto do ano passado para superávit de US$ 4,4 bilhões de janeiro a agosto de 2023.

“Em termos de valor, as exportações só cresceram (no acumulado do ano) para a China (8,0%) e a Argentina (19,7%) e as importações recuaram para todos os mercados”, completou a FGV.

A estiagem na Argentina explica o avanço nas exportações brasileiras para o país, apesar da crise econômica. A seca fez as exportações de soja do Brasil para a Argentina crescerem 989%, em valor, entre janeiro e agosto de 2022 e janeiro a agosto de 2023, passando a ser o principal produto da pauta comercial, com 15% das exportações.

“No entanto, com o agravamento da crise e medidas cambiais de restrição às importações, era esperado que o volume exportado entrasse numa trajetória declinante”, frisou a FGV.

O relatório do Icomex mantém a expectativa de menor ritmo de crescimento nas exportações brasileiras até final do ano.

“No entanto, é possível que recentes medidas do governo chinês para estimular o consumo possam trazer novos efeitos positivos nas exportações da agropecuária. No caso das importações, as revisões com viés de alta do crescimento do PIB poderão estimular o aumento das importações”, concluiu a FGV.

 

Lula abre assembleia geral da ONU em Nova York


Presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Crédito: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, nesta terça-feira (19), em Nova York, da abertura da 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Tradicionalmente, cabe ao governo brasileiro fazer o primeiro discurso da Assembleia Geral da ONU, seguido do presidente dos Estados Unidos. Essa tradição vem desde os princípios da organização, no fim dos anos 1940. Em mensagem nas redes sociais, Lula diz que vai discursar na ONU às 9h (horário local, 10h no Brasil), 20 anos depois de sua primeira assembleia e 14 anos após o último discurso como presidente.

É a oitava vez que o presidente brasileiro abrirá a assembleia da ONU. A comitiva do Brasil é formada por 12 ministros. Sete ministros participarão de eventos ligados diretamente à assembleia. Os demais não fazem parte da delegação, mas estão na cidade cumprindo agendas oficiais.

Na manhã dessa segunda-feira (18), Lula teve encontros com o ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, e com o com o presidente da Confederação Suíça, Alain Berset. No domingo (17), um dia após chegar a Nova York, o presidente participou de reunião com empresários e de um jantar oferecido pelo presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes.

Amanhã (20), o presidente vai se reunir com o líder da Ucrânia, Volodimir Zelensky. O encontro foi confirmado pelo Palácio do Planalto e deverá ocorrer na parte da tarde, mas o horário exato ainda não foi informado. A reunião bilateral será a primeira entre os dois líderes desde que Lula assumiu o mandato. O Brasil é um dos países, como a Índia e a China, que vem proclamando publicamente uma postura de neutralidade na guerra entre a Ucrânia e a Rússia. Por isso, havia uma expectativa do encontro entre Lula e Zelensky desde maio deste ano, quando ambos participaram da Cúpula do G7, no Japão, o que acabou não ocorrendo.

No mesmo dia do encontro com Zelensky, Lula será recebido pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em evento que já estava previsto há algumas semanas. Os mandatários vão lançar uma iniciativa global para promoção do trabalho decente.

 

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Pix receberá prêmio de organização internacional em Miami por papel em inclusão financeira

O Pix será um dos quatro homenageados da premiação anual do Conselho das Américas (COA) por seu papel na promoção da inclusão financeira no Brasil. O COA, uma organização empresarial internacional, anunciou, no dia 13 de setembro, os homenageados deste ano do Prêmio Bravo de Negócios, que reconhece a excelência e a liderança nos negócios e em políticas no Ocidente. A premiação ocorre no dia 20 de outubro, em Miami (EUA).

O Pix vai ganhar o Prêmio Bravo Beacon of Innovation e a organização destacou o “profundo” impacto da iniciativa do Banco Central brasileiro na promoção de inclusão financeira. A organização ainda informa que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, vai receber a premiação em nome da autarquia.

“Desde o seu lançamento a menos de três anos atrás, Pix tem tido um tremendo sucesso, agora em uso por mais de 700 instituições financeiras e por 80% dos brasileiros adultos, avançando em inclusão financeira no Brasil em uma taxa sem precedentes”, diz o texto do COA.

A organização ainda destacou que o Pix transformou o ecossistema de serviços financeiros no País, reduzindo desafios associados a pagamentos e transferência de recursos. “O Pix se tornou um modelo para a inclusão financeira no mundo, com outros bancos centrais da região e globalmente buscando criar iniciativas parecidas nos seus próprios mercados.”

São patrocinadores da premiação o Bank of America, JeffreyGroup, The AES Corporation, Grupo Mariposa, Pfizer, CHUBB Latin America, Diageo Plc, Fitch Ratings, Mastercard, Moodys Investors Service, Salesforce, SAP, FedEx Express, and Grupo Promerica.


 

Para presidente da Apex, ambiente do Brasil hoje é saudável, sinônimo de oportunidades

Apex Brasil Logo PNG Vector

O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Jorge Viana, avaliou nesta segunda-feira, 18, que o Brasil hoje tem um “ambiente saudável” e que é “sinônimo de oportunidades”. “O ambiente de investimento e prosperidade no Brasil, de fazermos as grandes mudanças, está posto”, afirmou Viana, durante participação no painel “Brasil em foco: mais verde e comprometido com o desenvolvimento sustentável” da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Nova York.

Na avaliação de Viana, esse cenário é resultado do esforço das lideranças políticas nos últimos anos. “O Brasil só tira proveito de um evento como esse por conta do ambiente que foi construído pelas lideranças; ambiente é saudável, que é sinônimo de oportunidades”, pontuou.Durante sua fala, o presidente da Apex reforçou, porém, que até o ano passado, a imagem do País, principalmente na Europa, estava “comprometida”, por questões como o desmatamento e o ataque às comunidades indígenas, mas que o governo federal e o Congresso têm avançado em pautas importantes.

“Oito meses depois, o cenário é completamente outro; o Congresso tem hoje aprovado, por exemplo, o maior programa social do mundo; temos reduzido o desmatamento e temos uma previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima de 3,0%, em um mundo que vive suas múltiplas crises”, destacou Viana.

 

Empresário brasileiro vira empregado da Receita, por dedicação ao fisco, diz presidente do TCU

BRUNO  BRASILIA DF  16/12/2022  BRUNO DANTAS/PRESIDENTE TCU CAFÉ IMPRENSA    NACIONAL OE -  O Presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro  Bruno Dantas (FOTO), convidou a imprensa para um café da manhã,  e concedeu uma entrevista coletiva,  nesta sexta-feira (16) na sede do tribunal  em Brasilia-DF.  FOTO:  WILTON JUNIOR / ESTADÃO

O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, disse que, em muitas vezes, o empresário brasileiro vira “empregado” da Receita Federal ao ter que cumprir determinadas obrigações.

“O empresário no Brasil precisa se dedicar a dar eficiência ao seu negócio, e não receber da Receita Federal do Brasil uma série de obrigações acessórias, que ele leva – pelos cálculos que temos da OCDE – mais de 60 dias dedicando exclusivamente sua energia ao fisco. Ou seja, vira empregado da Receita. Evidentemente que nós não podemos compactuar com isso”, afirmou Dantas durante participação no painel “Brasil em foco: mais verde e comprometido com o desenvolvimento sustentável” da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Nova York.Nesse sentido, na avaliação de Dantas, as instituições brasileiras estão promovendo uma série de mudanças que visam trazer simplificação, como a reforma tributária e o projeto de lei que simplifica o licenciamento ambiental.

“Quando se fala de simplificar licenciamento ambiental, não é simplesmente ‘passar a boiada’, mas permitir que a instituições exerçam suas competências e atribuições dentro de uma racionalidade de interesse público no Brasil”, ponderou.

Em relação à reforma tributária, o presidente do TCU reforçou que a medida permitirá eliminar uma “porção de obrigações acessórias” que “drenam a energia do empresário brasileiro”. “E esse movimento revela a maturidade do Congresso brasileiro, que veio para ficar”, acrescentou.

 

Previsão para Selic no fim de 2023 segue em 11,75%; para 2024, continua em 9,00%, diz Focus


Previsão para Selic no fim de 2023 segue em 11,75%; para 2024, continua em 9,00%, diz Focus

A expectativa segue a sinalização dada pelo Copom de continuidade do ritmo de corte de juro em 0,50 ponto porcentual, assim como na reunião de agosto, que inaugurou o ciclo de queda (Crédito: Marcello Casal Jr / Agência Brasil)

 

A poucos dias do Comitê de Política Monetária (Copom), a expectativa para taxa Selic no fim de 2023 foi mantida pela sexta semana consecutiva no Boletim Focus. A mediana para a Selic no encerramento deste ano ficou em 11,75%.

A expectativa segue a sinalização dada pelo Copom de continuidade do ritmo de corte de juro em 0,50 ponto porcentual, assim como na reunião de agosto, que inaugurou o ciclo de queda. Atualmente, o juro básico da economia está em 13,25%.

+ Copom deve cortar Selic em 0,5 p.p. e sinalizar manutenção do ritmo, diz Goldman Sachs

Para o término de 2024, a mediana se manteve em 9,00%. Há um mês, a estimativa já era essa. Considerando apenas as 104 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2023 também permaneceu em 11,75%. Para o fim de 2024, continuou em 9,00%, com 104 atualizações na última semana.

A decisão de agosto do Copom surpreendeu parte do mercado, que apostava majoritariamente em uma queda mais “parcimoniosa”, de 0,25pp. Nas comunicações oficiais e em eventos públicos depois do encontro, os membros do colegiado repetiram que a “barra” é alta para acelerar o ritmo de cortes.

Diante disso, o mercado financeiro convergiu para aposta de uma nova baixa de 0,50pp esta semana, para 12,75%, conforme as 69 estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, mas há uma parcela que prevê aceleração do ritmo até o fim do ano.

Em entrevista ao Broadcast/Estadão, o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, destacou o papel do tamanho do ciclo de juros para garantir a convergência da meta de inflação. “O orçamento vai ser o que for necessário para atingir o centro da meta.”

O Boletim Focus ainda mostrou que a projeção para a Selic no fim de 2025 e de 2026 continuaram em 8,50%, mesma mediana de quatro semanas atrás.

 

Lira quer união dos 3 Poderes no debate sobre mercado de carbono

 Foto do(a) deputado(a) Arthur Lira


O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu nesta segunda-feira, 18, que o Congresso e o Poder Executivo discutam conjuntamente, sem “nenhuma paternidade definida”, a pauta envolvendo a regulamentação do mercado de carbono. Ele disse ainda que a atuação do Poder Judiciário em auxiliar o debate será importante para evitar que o tema seja “judicializado” no futuro.

“(Na regulamentação do mercado de carbono) o Poder Executivo tem suas propostas. Existem projetos em tramitação no Senado, existem projetos em tramitação na Câmara, e sem nenhuma paternidade definida, (é importante) a unidade e a união de todos os três, com auxílio de um poder sempre que provocado, (que) vem com auxílio de regulamentação, resoluções e decisões que é o Poder Judiciário. Quanto menos judicializado esse tema, melhor”, disse Lira, durante evento na Bolsa de Nova York (Nyse), organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e Confederação Nacional das Indústrias (CNI).

O presidente da Câmara repetiu que a “pauta verde” está entre as prioridades da Casa no segundo semestre. No curto prazo, além da apreciação do mercado de carbono, serão analisados também dois marcos regulatórios, um que trará regras para instalação de usinas eólicas em alto-mar, e outro sobre transição energética com ênfase no uso de hidrogênio.

Ele voltou a defender um avanço na discussão sobre o porcentual de participação de biocombustíveis na mistura com combustíveis fósseis e reafirmou a importância de criar incentivos a fontes de produção para biocombustíveis.

O tema, segundo ele, foi tratado no domingo durante encontro com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Lira afirmou ainda que se reuniu com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para que as duas Casas possam discutir conjuntamente com o Executivo medidas que regulamentem e deem credibilidade a temas envolvendo as matrizes energéticas limpas do Brasil.