sexta-feira, 27 de outubro de 2023

JBS inaugura duas fábricas de processados de frango no Paraná, com investimento de R$ 1 bilhão

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Com investimento de R$ 1 bilhão, a JBS vai inaugurar nesta sexta-feira, 27, duas fábricas destinadas à produção de empanados de frango e de salsichas da marca Seara, no complexo industrial de Rolândia (PR). As novas unidades fazem parte do plano de investimentos de R$ 8 bilhões anunciado pela empresa em 2019. De acordo com o CEO da JBS, Gilberto Tomazoni, as unidades “refletem o foco absoluto em qualidade superior por meio de inovações e crescimento no mercado”, disse ele ao Broadcast Agro.

A expansão, segundo o executivo, é parte do plano de fortalecimento da posição da companhia em produtos de alto valor agregado, a fim de expandir a plataforma multiproteínas da empresa, que resultou também na aquisição de marcas nos mercados europeu e norte-americano, além da construção de uma fábrica de especialidades italianas da Principe, em Missouri, nos Estados Unidos.

Com a inauguração das duas unidades, o centro fabril do Paraná permitirá à Seara avançar em sua estratégia de expansão em produtos de maior valor agregado, em particular no segmento de empanados de frango. Hoje, a Seara – que é o braço de suínos e aves da JBS – já detém mais de 30% de participação de mercado brasileiro de cortes de frango, segundo pesquisa do Instituto Kantar. “A Seara não tinha disponibilidade de alguns produtos processados. O grande objetivo é aumentar a capacidade da empresa”, disse Tomazoni.

Para o CEO da JBS, a tecnologia da fábrica também permitirá que a companhia industrialize produtos até agora indisponíveis no mercado doméstico. “Colocamos uma camada adicional de valor na nossa produção”, disse. Segundo Tomazoni, a penetração de empanados de frango nos lares brasileiros ainda é baixa, com cerca de 30%, quando comparada a mercados como Reino Unido (66%) e Estados Unidos (54%).

Nesta nova etapa, a empresa pretende mudar de patamar no mercado de salsichas de frango, inicialmente com a oferta de uma linha do produto. “Esse é um mercado com alta penetração no Brasil, queremos agregar qualidade tanto na marca quanto na embalagem, com ofertas para os ‘dogueiros'”, disse ao Broadcast Agro o CEO da Seara, João Campos. A nova fábrica também tem estrutura de processamento a partir de outras proteínas animais.

“Quando falamos das marcas, temos um foco muito grande no consumo para fazer as mudanças. O brasileiro adora empanados, o mercado não crescia tanto porque a oferta não fazia jus ao que o consumidor demandava”, comentou. De acordo com Campos, a capacidade das plantas será ampliada conforme os indicativos do consumidor, seguindo os diferenciais já presentes nos produtos da empresa como inovação, qualidade e sabor.

A nova planta destinada à produção do embutido será a mais automatizada da Seara no Brasil e uma das mais modernas da JBS no mundo, compatível com padrões globais de segurança sanitária, garante a empresa. De acordo com a JBS, a fábrica terá o segundo maior forno de cozimento e defumação de salsichas do mundo (o primeiro fica na Romênia) e contará com robôs para as esteiras de produção e de embalagem. A fábrica também já nasce com protocolos de sustentabilidade, como coleta de águas pluviais e utilização de veículos elétricos para trânsito interno.

Antes das novas fábricas, o complexo industrial abrigava cerca de 3.800 colaboradores. A planta tem capacidade para expansão, contemplando mais cinco linhas de empanados e duas de salsicha. Essa ampliação será definida de acordo com o crescimento do negócio e a demanda de mercado. Quando isso ocorrer, a unidade poderá chegar a 6 mil funcionários. O plano, afirma o CEO da Seara, é “aumentar o portfólio e desafiar o mercado a crescer nesse segmento, como já estamos fazendo com os empanados de frango. Tudo isso graças à alta tecnologia embarcada nessa planta”, disse Campos.

Com essas etapas de expansão do complexo realizadas em 2023, já estão em operação três linhas de produção, sendo duas de empanados e uma de salsicha, acrescentando 700 novos empregos.

 

"Longe do ideal, reforma tributária é melhoria substancial"


Em entrevista à DW, Edmar Bacha destaca importância desta reforma para a economia brasileira. Mudança deve trazer mais arrecadação a médio prazo e longo prazo.Longe de ser ideal pelo volume de reduções ou isenções de alíquotas, a reforma tributária poderá representar “melhoria substancial” na tributação do consumo no país, caso o parecer do relator seja acolhido no Senado. A avaliação é do economista Edmar Bacha, um dos formuladores do Plano Real, sobre o relatório da reforma apresentado nesta quarta-feira (25/10) pelo senador Eduardo Braga (MDB/AM).

“Gostei especialmente da determinação que todas as isenções sejam submetidas a cada cinco anos a uma avaliação de custo-benefício, podendo ser reduzidas ou eliminadas”, disse o economista à DW.

Para Bacha, a reforma tributária teria o potencial de impactar a economia nacional de maneira semelhante ao Plano Real, caso não tivesse sido modificada com a inclusão de jabutis – regras alheias à proposta original – durante a tramitação na Câmara dos Deputados. O plano econômico, adotado na década de 1990, foi um marco no combate à inflação, estabilizou a economia e criou condições positivas para a atividade e o investimento.

A previsão é que a proposta do relatório seja votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na primeira semana de novembro e então seguirá para a avaliação do plenário.

A reforma unifica a legislação tributária e transforma cinco tributos (ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins) em três: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo. Cada um terá um período de transição para entrar em vigor.

Em entrevista à DW, Bacha comentou ainda a evolução da economia brasileira este ano, a situação fiscal e a fragilidade do ambiente externo, com as guerras em curso e o turbulento processo eleitoral argentino.

DW: Que eixos devem ser encarados pelo governo para um arranjo econômico melhor para o país?

Edmar Bacha: A coisa mais importante é reforma tributária. A reforma tributária, da maneira como foi concebida inicialmente, poderia ter um impacto sobre a economia brasileira parecido com o que o Plano Real teve. Uma unificação dos impostos, simplificação tributária, tarifa única para todos os produtos, bens e serviços. Isso seria extraordinário porque a complexidade do sistema tributário sobre o consumo no Brasil é extraordinária. As firmas têm de criar sistemas contábeis complexos. Têm de estar permanentemente acionando o governo. A quantidade de disputas policiais tributárias que existem no Brasil é sem paralelo no mundo.

Como avalia a tramitação na Câmara?

Resolver esse problema seria uma maravilha, mas para isso é preciso haver uma unificação. Em parte, porque o presidente Lula não se empenhou e em parte porque o Arthur Lira [presidente da Câmara dos Deputados] queria mandar a coisa para a frente. De qualquer jeito, criaram uma proposta que foi aprovada na Câmara com uma centena de jabutis, que distorcem totalmente a ideia inicial dessa simplificação e unificação dos impostos. Então, agora, a expectativa seria uma recomposição da proposta original no Senado. Mas para isso é preciso que o governo esteja lá dentro.

Como avalia o relatório da reforma tributária apresentado pelo senador Eduardo Braga?

Numa primeira e rápida leitura me parece que o parecer, embora longe do ideal dado o número de exceções ao tributo padrão, se acolhido representaria uma substancial melhoria em relação ao atual sistema de tributação do consumo. Gostei especialmente da determinação que todas as isenções sejam submetidas a cada cinco anos a uma avaliação de custo-benefício, podendo ser reduzidas ou eliminadas por legislação infraconstitucional.

Quais as expectativas de médio e longo prazo com a reforma?

Essa reforma tributária do consumo não necessariamente vai gerar a curto prazo aumento de impostos. A médio prazo e longo prazo sim, não porque aumenta a carga tributária, mas porque aumenta o PIB. Aumentando o PIB, aumenta a arrecadação. Então um eixo fundamental que falta seria concentrar esforços para uma reforma tributária de consumo de primeiro mundo, como era na proposta original. Agora para poder fazer isso, é preciso cuidar da segunda parte, que é a redução do gasto. Porque senão o déficit aumenta, mas aí o governo fica concentrando esforços em outras coisas para aumentar a receita. Essa é uma questão central que precisaria ser remediada.

Este ano a economia avançou de alguma forma e que desafios existem?

Em geral, podemos dizer que a economia está se comportando melhor do que os economistas prediziam no começo do ano, dado especificamente o fato de o Congresso ser dominado pelo Centrão e o governo do PT ser muito ainda dentro de lógica estatal protecionista e muito pouco reformista, como o Brasil precisa. Então, havia essa perspectiva de que a maneira de conciliar o nacional estatismo do lulo-petismo com a voracidade do Congresso, do Centrão, seria gastar mais. E isso oferecendo uma perspectiva muito ruim, em termos não somente fiscal, mas do crescimento da dívida e da necessidade de o Banco Central manter juros reais muito altos por muito tempo.

E como foi a evolução?

Comparado com essa perspectiva, estamos indo melhor do que se esperava. Apesar de o Centrão estar basicamente sob o controle de Arthur Lira. Por um lado, tem esse lado fisiológico, mas por outro também tem uma certa preocupação com a situação fiscal. De fato, o controle da situação fiscal está na mão do ministro da Fazenda, o Fernando Haddad, que é uma pessoa muito sensata. E, nesse sentido, as coisas estão melhores do que a gente previa.

Ele faz um bom trabalho?

Com certeza. O problema do Haddad, nem é a oposição. O problema do Haddad é o ‘fogo amigo' e a dificuldade de lidar com essa voracidade característica tanto do Centrão quanto essa visão ideológica do PT, sintetizada anos atrás pela ex-presidente Dilma Rousseff de que “gasto é vida”. Essa ideia de que o país vai para frente se o governo gastar mais. Ele está tratando de lidar com essa situação. Agora, a questão fiscal brasileira continua fundamentalmente em aberto. O que preocupa? Há a discussão sobre a dificuldade de cumprir os superávits fiscais previstos estes dois anos.

Visto de hoje, é praticamente impossível cumprir a meta fiscal. Porque o governo insiste em gastar mais, se recusa a considerar propostas de reforma administrativa, reforma previdenciária, prosseguir no programa de privatizações, que poderiam reduzir o gasto. E fica nessa crença de que, entre aspas, taxando os ricos eles vão conseguir tapar o buraco. Nós sabemos, obviamente, que a taxação dos fundos offshore, dos fundos fechados, é mais do que devida. Mas ela não vai gerar os recursos suficientes no nível que o governo necessita para cumprir as metas fiscais.

Na perspectiva da arrecadação, um crescimento maior ou alguma medida poderia beneficiar o atingimento das metas?

O problema é aonde que vai sair o crescimento. Este ano está surpreendendo, não é? Mas o ambiente externo está muito ruim. Há mais uma guerra no mundo, como se não bastasse a Ucrânia ser invadida pela Rússia. A tensão contínua entre a China e os Estados Unidos. O ambiente externo está muito frágil.

E localmente, na nossa região, as eleições na Argentina, enfim, estão totalmente turbulentas. Tudo indica que a Argentina vai entrar numa hiperinflação. O que será péssimo para eles, mas muito ruim também para o Brasil. Nessas circunstâncias, era preciso um pouco mais de tranquilidade. E fazer uma revisão dos gastos para assegurar que o Brasil mantenha alguma perspectiva de continuado acesso ao mercado internacional tanto de bens quanto de capital.

Acredita que a Argentina precisará passar por uma experiência de extrema direita, como o Brasil passou?

Acho que não é uma questão de extrema direita. É questão de como a Argentina vai conseguir lidar com essa inflação galopante. E com uma defasagem, já deve estar até mais 150%, o dólar blue [cotação paralela] deve estar chegando a quase mil pesos. E acelerando, com a perspectiva de Javier Milei ameaçando fazer uma dolarização imediata. A Argentina tem reservas internacionais negativas e isso só pode ser feito se liquidar o valor do peso, ou seja, se houver uma hiperinflação, que será extremamente penosa, especialmente para as classes mais baixas da Argentina. Os trabalhadores que não têm acesso a dólares.

A desvalorização, caso feito, seria um novo choque de empobrecimento no país?

Com certeza, mais ainda do que está acontecendo. Quem carrega peso hoje em dia são os trabalhadores, o pessoal mais pobre. Enfim, se você acelerar a inflação, quem vai sofrer, vai ser um sofrimento terrível. Sabe-se lá o que é que vai resultar disso? Enfim, a situação é muito preocupante.

 

Mapfre lucra 95% mais no Brasil de janeiro a setembro e anuncia Felipe Nascimento como CEO


Mapfre lucra 95% mais no Brasil de janeiro a setembro e anuncia Felipe Nascimento como CEO

A alta do resultado no Brasil foi a maior da Mapfre em todo o mundo em base anual. (Crédito: Divulgação / Mapfre)

A unidade brasileira da seguradora Mapfre registrou lucro líquido de 181,7 milhões de euros (o equivalente a R$ 957 milhões) nos nove primeiros meses deste ano, um crescimento de 95,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Os números foram anunciados nesta sexta-feira (27) junto com os do grupo espanhol, que também informou que a partir de janeiro de 2024, o atual CEO de seguros no Brasil, Felipe Nascimento, assumirá o comando de toda a operação brasileira.

A alta do resultado no Brasil foi a maior da Mapfre em todo o mundo em base anual. Por aqui, a arrecadação da companhia foi de 4 bilhões de euros de janeiro a setembro, alta de 7,3% em 12 meses. Os seguros rural e de vida, que cresceram 9,9% e 8,8%, respectivamente, puxaram os resultados.

No Brasil, a Mapfre é sócia da BB Seguros na Brasilseg, seguradora que está entre as líderes de mercado nos ramos rural e de pessoas. “Estamos muito satisfeitos com os resultados do terceiro trimestre de 2023, que refletem o planejamento estratégico da companhia na busca por uma operação rentável e com modelos de subscrição adequados à realidade do mercado nacional”, diz o atual CEO da Mapfre no Brasil, Fernando Pérez-Serrabona, em nota.

“O seguro rural é um segmento estratégico para a Mapfre no Brasil, um país líder na produção agropecuária mundial. Após as perdas sofridas em 2022, estamos observando uma incidência menor de safras catastróficas, o que favoreceu nosso balanço”, afirma ele. No ano passado, os efeitos do fenômeno climático La Niña levaram o mercado de seguro rural a perdas bilionárias.

No mundo, a arrecadação da Mapfre cresceu 10,9% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2022, para 20,6 milhões de euros. O lucro líquido somou 545,6 milhões, alta de 11,7% no período.

Novo CEO

A partir de janeiro, Felipe Nascimento sucederá a Serrabona no posto de CEO no Brasil. Serrabona voltará à Espanha após cinco anos no Brasil, e o processo de sucessão já vinha sendo planejado, de acordo com a companhia.

Nascimento está na Mapfre há 15 anos, e ocupou posições executivas também na Espanha. “O Brasil é um mercado estratégico para a Mapfre, e estou muito honrado pela oportunidade. Também me sinto desafiado a avançar no plano da companhia de ser cada vez mais próxima dos nossos clientes e distribuidores, sempre amparados por uma forte gestão técnica em todas as suas linhas de negócio”, afirma.

A empresa terá ainda novos executivos à frente das áreas de Negócios e Financeiro e Operações. Os dois reportarão diretamente a Nascimento, e seus nomes serão anunciados futuramente.

 

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Intelbras (INTB3) faz acordo com empresa chinesa bilionária


A Intelbras (INTB3) anunciou, nesta terça (24), um acordo de cooperação com a chinesa FiberHome.

Segundo o documento divulgado ao mercado, o objetivo do acordo “é unir a expertise das empresas”. A Intelbras irá incorporar em seu portfólio a linha de produtos da FiberHome com foco inicial no mercado de provedores de internet (ISPs)”.

A Intelbras pretende, com a união, “oferecer uma solução completa aos clientes, suporte especializado e alta tecnologia para atendimento de projetos de pequeno, médio e grande porte”.

A empresa informou ainda que a partir de 1° de janeiro de 2024 passará a fabricar e comercializar, de forma exclusiva no Brasil, “soluções para o mercado de provedores de internet, buscando uma presença ainda maior no segmento e capilaridade dos negócios”.

Intelbras (INTB3) faz acordo com empresa chinesa

Intelbras & Fiberhome

Segundo a companhia brasileira, a Fiberhome “é o único fornecedor global de soluções ópticas ponta a ponta de dispositivos optoeletrônicos, pré-forma de fibra óptica, fibras e cabos para sistemas de comunicação óptica”. A receita anual supera US$ 11 bilhões;.

A empresa de capital aberto tem sete no ‘Optical Valley’, em Wuhan, e está presente em mais de 100 países. “É referência global no desenvolvimento de produtos e soluções para o mercado de telecomunicações e infraestrutura”, de acordo com a Intelbras.

 

 https://fusoesaquisicoes.com/hr/intelbras-intb3-faz-acordo-com-empresa-chinesa/?mc_cid=9b8801fcea&mc_eid=cca20f1b20#google_vignette


 

'Se países ricos cumprissem promessas, teriam mais moral para cobrar', diz negociador-chefe do Brasil para o clima


André Corrêa do Lago

Crédito, Marcelo Seabra/Agência Pará

 Legenda da foto,

 O diplomata André Corrêa do Lago é o negociador-chefe do Brasil para o clima. Segundo ele, Brasil vai pressionar países ricos a destinarem US$ 100 bilhões por ano para combater mudanças climáticas

 

“Se países ricos cumprissem suas promessas, teriam mais moral para cobrar”. É assim que o principal negociador ambiental do governo brasileiro, o secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, André Corrêa do Lago, definiu em entrevista à BBC News Brasil parte da postura do Brasil na cúpula do clima da Organizações das Nações Unidas (ONU), a COP-28. O evento será realizado entre novembro e dezembro deste ano em Dubai, Emirados Árabes Unidos, e deverá reunir chefes-de-Estado de todo o mundo para discutir medidas para reverter ou mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

A declaração de Corrêa do Lago é uma menção direta à promessa feita em 2009 pelos países desenvolvidos de destinar US$ 100 bilhões até 2020 a países em desenvolvimento para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Estimativas apontam que a meta nunca foi cumprida e o prazo foi estendido para 2025.

Juntamente com outros ministérios, como o do Meio Ambiente, Corrêa do Lago é um dos responsáveis pela condução das negociações durante a COP-28. O evento é visto nos bastidores como uma espécie de vitrine para o novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e como uma preparação para a COP-30, que será realizada em Belém, em 2025.

Corrêa do Lago é diplomata de carreira e começou a atuar na área climática em 2001. Ele já atuou como negociador-chefe do Brasil para mudanças climáticas no passado, inclusive durante a Rio+20, em 2012. Antes de assumir a secretaria, no início deste ano, ele era embaixador do Brasil na Índia.

A delegação brasileira chegará a Dubai embalada por dados favoráveis em relação à queda do desmatamento na Amazônia (queda de 57% em setembro deste ano na comparação com o ano passado) e seguindo a linha adotada por Lula nos últimos meses, que colocou o meio ambiente como um dos pilares da sua política internacional. Um dos exemplos da diplomacia ambiental internacional de Lula foi realização da COP-30 em Belém, em 2025, já confirmada pela ONU.


https://www.bbc.com/portuguese/articles/ck7w313gmn4o

Menos de um mês para a Black Friday: saiba os principais golpes e como evitar danos para o cliente


Menos de um mês para a Black Friday: saiba os principais golpes e como evitar danos para o cliente

Cerca de 36% dos profissionais do setor varejista relataram que 2022 foi caracterizado por um crescimento nas investidas de fraudes no Brasil (Crédito: Freepik)

Black Friday acontece no próximo dia 24 de novembro, e o esperado evento de vendas oferece uma oportunidade única para os varejistas aumentarem suas vendas e conquistarem novos clientes. No entanto, à medida que a popularidade da data cresce, também aumentam os riscos de golpes e práticas enganosas que podem prejudicar a reputação das marcas.

Cerca de 36% dos profissionais do setor varejista relataram que 2022 foi caracterizado por um crescimento nas investidas de fraudes no Brasil, segundo informações do Relatório Varejo 2023. De acordo com Eduardo Daghum, CEO e fundador da Horus Group, varejistas estão tomando medidas para se precaver e manter a integridade durante essa temporada de ofertas frenéticas. O especialista também listou os principais golpes para ficar atento à prevenção de fraudes. Confira:

Golpe com cartão de crédito

O golpe envolve o uso não autorizado de dados do cartão de crédito de terceiros para compras ou transações fraudulentas. Nesse caso, quando o verdadeiro dono do cartão identifica a compra fraudulenta acaba pedindo o dinheiro de volta, causando transtornos para o lojista.

Sua prevenção inclui verificação rigorosa dos dados do cliente e validação da venda junto às administradoras de cartão de crédito, autenticação em duas etapas e monitoramento constante também podem ajudar neste processo.

“A utilização de soluções de detecção de fraudes é capaz de identificar padrões e comportamentos suspeitos. Além disso, manter uma política de privacidade clara que explique como os dados dos clientes são coletados, usados e protegidos, é indispensável”, explica o especialista.

Chargeback 

Embora o chargeback seja uma proteção para os consumidores, também pode ser abusado por pessoas mal-intencionadas para obter produtos ou serviços gratuitamente, resultando em perdas para os varejistas.

O chargeback é o recurso usado quando o titular contesta uma transação diretamente com o emissor do cartão, seja por não reconhecer a operação ou acreditar que foi cobrado incorretamente. O emissor do cartão investiga a disputa e, se considerar que o motivo é válido, reverte a transação, devolvendo o valor ao titular do cartão.

Para se proteger, os lojistas devem manter registros detalhados de suas vendas, utilizar métodos de entregas rastreáveis, que exijam assinaturas na entrega, possibilitando assim a comprovação da entrega ao destinatário. Desta forma é possível reduzir a probabilidade do chargeback”, esclarece Daghum.

Invasão de conta

Nesse caso, os golpistas invadem uma conta já existente e se apropriam de sua identidade e de suas informações para realizar compras fraudulentas. Essa prática vem se popularizando e torna-se desafiadora para ser detectada, pois requer o uso de técnicas avançadas para não passar despercebido.

“Fortalecimento do processo de autenticação, atualização dos sistemas de confirmação de dados, análise do histórico de compra dos clientes e a verificação de identidade digital e de ferramentas de biometria são práticas indispensáveis para se prevenir deste tipo de operação fraudulenta e garantir a integridade do seu negócio”, finaliza.

De olho nos preços

Durante a BF, é importante sempre desconfiar dos preços muito baixos, além de tomar cuidado com sites e perfis falsos idênticos aos de grandes marcas e lojas, golpe chamado de “phishing-as-a-service”. É fundamental se atentar, também, com sites cujo endereço possa que contenham erros de digitação, como letras em duplicidade, letras faltantes, erros de digitação, o chamado “typosquatting”.

“Caso o consumidor tenha recebido um produto e está desconfiado da sua autenticidade, ele pode fazer uso do seu direito de arrependimento e devolver a mercadoria”, alerta David Rodrigues, advogado especializado em ações de combate à pirataria do escritório Montaury Pimenta, Machado & Vieira de Mello.

O advogado orienta, ainda, que os consumidores devem ter cuidado ao realizar pagamentos via boleto bancário, conferindo se os dados do “recebedor” conferem com os da empresa ou grupo empresarial de quem está adquirindo o produto. Outra dica é ter atenção ao acessar ofertas recebidas via e-mail ou WhatsApp, checando se o remetente é de fato da empresa que afirma ser.

A Fundação Procon-SP recomenda que os consumidores consultem a lista “Evite esses Sites” neste link abaixo, que são sites que o Procon não recomenda que os consumidores façam compras. Veja a lista aqui.

País teve recorde de 5,196 milhões de empresas privadas em atividade em 2021, mostra IBGE

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O Brasil registrou um recorde de 5,196 milhões de entidades empresariais formais em 2021. Em dois anos de pandemia, houve abertura líquida de mais de 512 mil empresas privadas no País. Os dados são do levantamento Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo 2021, divulgados nesta quinta-feira, 26, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foi o terceiro ano seguido de saldos positivos na abertura de empresas, depois de cinco anos consecutivos de extermínio de companhias.

Segundo o IBGE, o bom desempenho pode ter influência de diferentes fatores, entre eles os incentivos do governo a empresas e manutenção de empregos durante a crise sanitária, e a mudança recente na metodologia de cálculo do levantamento do IBGE, que tem como base o Cadastro Central de Empresas (Cempre) – e passou a incorporar também as informações do eSocial, num processo de substituição gradativa dos dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais).

Outro elemento que pode ter influenciado o resultado é o chamado empreendedorismo por necessidade, movimento de abertura de CNPJs por trabalhadores que perderam seus empregos ou que precisaram complementar a renda da família.

“Isso a gente vai ver principalmente nas empresas de pequeno porte. O crescimento acelerado fora do comum nas empresas de pequeno porte, que não contratam trabalhadores, significa que pode haver ali indicativo de empreendedorismo por necessidade”, diz Thiego Ferreira, gerente da pesquisa do IBGE.

O retrato apresentado pela pesquisa considerando o porte da empresa mostra que o recorde foi puxado justamente pela abertura de CNPJs sem pessoal ocupado assalariado, ou seja, sem funcionários contratados. Esse universo de empreendedores alcançou um ápice de 2,748 milhões em 2021. Em três anos de crescimento, o País ganhou mais de 728 mil entidades empresariais desse porte, sendo 439 mil delas abertas nos dois anos de pandemia (2020 e 2021).

No grupo de empresas com 1 a 9 trabalhadores assalariados, havia 1,976 milhão de empresas ativas, 71 mil a mais que no ano anterior, mas ainda aquém do recorde de quase 2 milhões alcançado em 2015.

Na faixa que empregava 10 ou mais funcionários assalariados, havia pouco mais de 472 mil empresas ativas, quase 29 mil a mais do que em 2020, mas ainda abaixo do auge, de cerca de 489 mil companhias existentes, em 2014.

Em 2021, as quase 5,2 milhões de empresas ativas no País empregavam 41,7 milhões de pessoas ocupadas, sendo 34,3 milhões (82,4%) como assalariadas e 7,3 milhões (17,6%) na condição de sócios ou proprietários. Os salários e outras remunerações pagos por essas entidades totalizaram R$ 1,2 trilhão. O salário médio mensal foi de R$ 2.823,92. A idade média das empresas era de 11,4 anos.

No ano de 2021, 82,2% das empresas ativas eram sobreviventes, 4,3 milhões. As demais (17,8%) existentes foram as que entraram no mercado, 926,1 mil empresas (776,9 mil nascimentos e 149,1 mil reentradas).

A taxa de entrada de empresas foi de 17,8%, enquanto a taxa de saída ficou em 11,7%, a mais baixa da série histórica. Em 2021, 605,8 mil empresas tiveram suas atividades encerradas, o que, considerando também as entradas, gerou um saldo positivo de 320,2 mil empresas a mais no ano, o maior da série histórica da pesquisa.

Segundo Thiego Ferreira, o saldo positivo no número de empresas foi mais influenciado pela queda na taxa de saída. No ano anterior, em 2020, a taxa de entrada foi de 16,9%, enquanto a taxa de saída foi de 13,0%, gerando um saldo positivo mais modesto, de 192 mil empresas a mais.

O segmento de comércio foi o que mais contribuiu para o saldo positivo de 2021, com 66 mil empresas a mais, seguido pelos ramos de atividades profissionais, científicas e técnicas, mais 53,4 mil, e saúde humana e serviços sociais, mais 45,2 mil.

Empresas de alto crescimento

O levantamento mostrou ainda que houve um aumento de 13,4% no número de empresas empreendedoras no País, totalizando 27,6 mil companhias de alto crescimento em 2021.

As empresas de alto crescimento, chamadas de empreendedoras, são aquelas com pelo menos 10 empregados assalariados que aumentaram as contratações acima de 20% ao ano por três anos.

Em 2021, as empresas empreendedoras ocupavam 3,971 milhões de assalariados, um aumento de 11,7% no total de funcionários atuando nessas entidades empresariais em relação ao ano anterior.

O levantamento do IBGE compreende apenas as entidades empresariais privadas consideradas ativas, ou seja, exclui órgãos da Administração Pública, entidades sem fins lucrativos e organizações internacionais listadas no Cempre. Os Microempreendedores Individuais (MEI) também não são considerados no estudo, frisou o IBGE.