quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Reforma tributária não contribui para elevação das atuais alíquotas modais do ICMS, diz Fazenda

Portal de Dados Abertos

A Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda divulgou nota nesta quarta-feira, 22, afirmando que a reforma tributária não contribui para a elevação das atuais alíquotas modais do ICMS, como alguns Estados vêm argumentando. Mais cedo, o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) mostrou que o secretário da Pasta, Bernard Appy, já rechaçava essa tese.

O argumento de alguns Estados para elevar a alíquota modal do ICMS é que a futura divisão do tributo estadual, o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), dependerá da receita média entre 2024 e 2028.

Na avaliação do grupo de Estados do Sul e Sudeste, eles seriam prejudicados em relação a Estados do Norte e Nordeste que já elevaram suas alíquotas modais. Para a Fazenda, essa futura divisão do IBS “não parece ser a razão para o aumento das alíquotas do ICMS neste momento”.

A Pasta lembra que o texto da tributária em discussão no Congresso define que haverá uma alíquota de referência estadual do IBS, a ser fixada pelo Senado, e adotada automaticamente na transição. Ela manterá a proporção entre a carga tributária e o PIB, com previsão de trava para redução em caso de excesso em relação à média do período 2012 a 2021.

“Mas a Reforma Tributária mantém a autonomia para os Estados fixarem a sua alíquota do IBS abaixo ou acima da alíquota de referência. Caso algum estado julgue que sua arrecadação no período de 2024 a 2028 não reflete adequadamente sua participação histórica no total da arrecadação do ICMS, nada impede que ele eleve sua alíquota do IBS”, argumenta a Fazenda.

A nota prossegue afirmando que, para a arrecadação do IBS estadual, haveria o mesmo efeito caso haja uma elevação do ICMS entre 2024 e 2028 ou da alíquota do IBS a partir de 2029 – ou a partir de 2033, quando o IBS passa a vigorar integralmente. “A Reforma Tributária não justifica, portanto, a elevação no curto prazo da alíquota modal do ICMS como forma de proteger a arrecadação futura do IBS”, diz a pasta.

A Fazenda pontua que a redução da alíquota do ICMS sobre energia elétrica, comunicações e combustíveis, em decorrência da Leis Complementares 194/2022 e 192/2022, teve efeitos sobre a arrecadação estadual. “Essa, aliás, foi a razão apresentada por 17 estados que já elevaram suas alíquotas modais de ICMS desde o final de 2022, antes da publicação do relatório da PEC 45 contendo a referência ao período de 2024 a 2028”, diz a nota. A Pasta frisa que o Comitê dos Secretários de Fazenda dos Estados e do DF (Comsefaz) já publicou nota calculando qual deveria ser a elevação da alíquota modal do ICMS para recompor a perda de receita decorrente das duas leis.

“No mesmo sentido, a própria nota assinada pelos Secretários da Fazenda de seis dos sete Estados do Sul e Sudeste que apontam a Reforma Tributária como motivo para a elevação da alíquota modal do ICMS indica que a perda de arrecadação decorrente das mudanças introduzidas na legislação federal em 2022 é também uma razão para a elevação das alíquotas modais do imposto”, diz o texto.

Segundo a Fazenda, o efeito das mudanças sobre arrecadação de ICMS com combustíveis, energia, transporte e comunicações é muito relevante. “De uma média histórica próxima a 2,4% do PIB, a receita de ICMS sobre as blue chips caiu para 1,6% do PIB no período recente. Pelo exposto, não há razão técnica para apontar a Reforma Tributária como justificativa para a elevação da alíquota modal do ICMS neste momento”, encerra a nota.

 

Brasil tem superávit de US$ 2 bilhões e corrente de comércio de US$ 10 bilhões na 3ª semana de novembro



Resultado é referente a exportações de US$ 6,05 bilhões e importações de US$ 4,09 bilhões. Números foram divulgados nesta segunda-feira pela Secex/MDIC 

 Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

A balança comercial da 3ª semana de novembro de 2023 registrou superávit de US$ 1,963 bilhão e corrente de comércio de US$ 10,148 bilhões, resultado de exportações no valor de US$ 6,055 bilhões e importações de US$ 4,092 bilhões.

Os números foram divulgados nesta segunda-feira (20) pela secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC). 

No mês, as exportações somam US$ 17,226 bilhões e as importações, US$ 11,222 bilhões, com saldo positivo de US$ 6,003 bilhões e corrente de comércio de US$ 28,448 bilhões.

No ano, as exportações totalizam US$ 300,014 bilhões e as importações, US$ 213,502 bilhões, com saldo positivo de US$ 86,512 bilhões e corrente de comércio de US$ 513,516 bilhões.

 Comparativo Mensal


Nas exportações, comparadas as médias até a 3ª semana de novembro/2023 (US$ 1, 56 bilhão) com a de novembro/2022 (US$ 1,38 bilhão), houve crescimento de 13,3%. 

 

Comparando-se este período com a média de novembro/2022, houve crescimento de 5,3% na corrente de comércio.

Exportações por Setor e Produtos


No acumulado até a 3ª semana do mês de novembro/2023, comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores pela média diária foi o seguinte: crescimento de US$ 79,97 milhões (32,2%) em Agropecuária; crescimento de US$ 86,9 milhões (24,7%) em Indústria Extrativa e crescimento de US$ 19,77 milhões (2,6%) em produtos da Indústria de Transformação.

 

Importações por Setor e Produtos


No acumulado até a 3ª semana do mês de novembro/2023, comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores pela média diária foi o seguinte: queda de US$ 2,01 milhões (-9,8%) em Agropecuária; queda de US$ 18,93 milhões (-23,0%) em Indústria Extrativa e queda de US$ 24,79 milhões (-2,6%) em produtos da Indústria de Transformação.

Safra questiona pedido da Americanas para agendar assembleias de credores


Homem passa em frente às Lojas Americanas em Brasília

Homem passa em frente às Lojas Americanas em Brasília (Crédito: REUTERS/Ueslei Marcelino)

 

O Banco Safra está questionando na Justiça como é possível à Americanas solicitar o agendamento oficial de assembleias de credores sem ao menos ter cumprido os ritos estabelecidos na legislação. De acordo com o banco, a empresa age como se tudo pudesse, como se houvesse exceções a seu favor, em detrimento a outras empresas que entram no regime de recuperação judicial e passam por todas as exigências que a lei lhes impõe.

Além dos constantes atrasos, injustificados, a empresa ainda não apresentou os balanços referentes aos últimos três anos. Isso significa omitir dos credores o status de sua real saúde financeira. Para o Safra, são documentos essenciais que podem permitir aos credores conhecer a situação econômica da empresa antes de, por exemplo, votar o plano de recuperação judicial. Além disso, esses balanços são exigidos expressamente pela legislação.

Segundo o Safra, a Americanas não pode pleitear o agendamento das assembleias sem que tenha cumprida outra condição essencial e prévia para o andamento do processo. Há a falta de uma lista de credores atualizada para o dia 19 de janeiro de 2023, como já decidido pelo Tribunal de Justiça do Rio em recurso do próprio Safra. O administrador judicial do processo preparou somente uma lista com data de 12 de janeiro de 2023 e ignorou a data de 19 de janeiro.

Essa lista do dia 19 de janeiro de 2023, informa o banco, é importante para que todos saibam quem são os credores e quais são os valores dos créditos, para fins de verificação dos quóruns nas assembleias de credores.

 

É importante insistir no arcabouço fiscal, reitera Campos Neto

Líder do Governo quer que Campos Neto explique no Senado | Política

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reiterou nesta quarta-feira, 22, que é importante insistir no arcabouço fiscal. O banqueiro central defendeu que o grande benefício da regra é permitir a projeção de decisões futuras. “Se você faz e abandona, os economistas terão dificuldade para estimar qual será a dívida do Brasil no futuro. Se tem dificuldade, insere incerteza e prêmio de risco. Isso significa que o juro fica mais caro no longo prazo”, emendou.

Campos Neto repetiu que não há uma relação mecânica entre as políticas fiscal e monetária, mas disse que no Brasil há uma história grande de conexão entre elas.

Sobre as metas de resultado fiscal, o presidente do BC afirmou que há uma dissonância entre o que mercado espera e o que o governo tem prometido, muito atrelada à dúvida sobre a capacidade de o governo atingir a arrecadação necessária.

Em outro momento, ao falar sobre a manutenção da meta de inflação em 3% e o efeito benéfico dessa decisão sobre as expectativas do mercado, o banqueiro central disse que “gerar ruídos em relação a metas ou fazer a meta e depois desacreditá-la tem um custo de credibilidade muito grande”.

Campos Neto participou de café da manhã com a Frente Parlamentar pelo Livre Mercado, no Senado Federal.

 

CAE aprova, em votação simbólica, PL das offshores e suspende sessão para buscar acordo final


CAE aprova, em votação simbólica, PL das offshores e suspende sessão para buscar acordo final

O relator, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), acatou emendas de redação de parlamentares da oposição para viabilizar a aprovação da proposta. As emendas esclarecem o que são considerados como "bolsas de valores e mercados de balcão organizado no País". (Crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado )

 

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou nesta quarta-feira, 22, em votação simbólica, o projeto de lei de taxação dos fundos offshore e dos fundos exclusivos. Em seguida, o presidente do colegiado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), suspendeu a sessão para que o governo busque um acordo com parlamentares para evitar a votação de destaques que estão previsto.

A aprovação ocorreu de forma simbólica, ou seja, sem que cada parlamentar registrasse seu voto.

Os únicos senadores que manifestaram voto contrário foram Carlos Portinho (PL-RJ) e Carlos Viana (Podemos-MG)

O relator, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), acatou emendas de redação de parlamentares da oposição para viabilizar a aprovação da proposta. As emendas esclarecem o que são considerados como “bolsas de valores e mercados de balcão organizado no País”.

A proposta estabelece uma alíquota de 15% para os fundos no exterior. Os fundos exclusivos de curto prazo terão uma alíquota de 20% e os de longo prazo, de 15%.

Além disso, no caso dos fundos exclusivos, na votação na Câmara, os deputados definiram uma alíquota de 8% para o contribuinte que optar por antecipar o pagamento do Imposto de Renda sobre os rendimentos acumulados dos fundos até 31 de dezembro de 2023.

O relator no Senado manteve o texto. O governo havia proposto uma taxa de 10%.

 

OpenAI anuncia retorno de Sam Altman como CEO


OpenAI anuncia retorno de Sam Altman como CEO

"Alcançamos um acordo de princípio para que Sam retorne à OpenAI como CEO com um novo conselho, formado por Bret Taylor (presidente), Larry Summers e Adam D'Angelo", anunciou a empresa na rede social X. (Crédito: OLIVIER DOULIERY / AFP)

 

A empresa de tecnologia americana OpenAI, que desenvolveu a plataforma de Inteligência Artificial (IA) ChatGPT, anunciou na terça-feira à noite o retorno de seu cofundador Sam Altman ao cargo de CEO, poucos dias após o anúncio de sua demissão pelo conselho de administração.

“Alcançamos um acordo de princípio para que Sam retorne à OpenAI como CEO com um novo conselho, formado por Bret Taylor (presidente), Larry Summers e Adam D’Angelo”, anunciou a empresa na rede social X.

Após a demissão surpreendente na sexta-feira (17), Altman foi contratado pela Microsoft para liderar uma nova equipe de pesquisa avançada em IA.

Altman afirmou que tem o apoio do CEO da Microsoft, Satya Nadella, para retornar ao comando da OpenAI, que tem uma parceria com a gigante do setor de tecnologia.

“Com o novo conselho e o apoio de Satya, estou ansioso para retornar à OpenAI e construir nossa forte parceria com (a Microsoft)”, escreveu no X.

A saída de Altman provocou uma onda de choque no mundo da IA e uma série de anúncios e reações. Na segunda-feira, dia do anúncio da contratação de Altman pela Microsoft, Emmett Shear, cofundador da Twitch, informou que aceitou o convite para assumir o posto de CEO interino da OpenAI.

A demissão de Altman também provocou uma rebelião na empresa que criou o ChatGPT. Uma carta publicada em vários meios de comunicação americanos informava que quase 700 dos 770 funcionários da OpenAI ameaçavam pedir demissão se Sam Altman, 38 anos, não retornasse ao comando do grupo.

– Corrida pela IA –

O lançamento da primeira versão do ChatGPT, em 30 de novembro de 2022, foi o tiro de largada de uma corrida pela IA generativa, que tem a capacidade de criar conteúdo na forma de texto, imagens e sons a partir de instruções do usuário.

Além de Altman, também retorna à OpenAI o seu colega Greg Brockman, que presidia o conselho de administração da empresa e que também havia anunciado que trabalharia na Microsoft.

A OpenAI foi fundada em 2015 como uma associação sem fins lucrativos. Estabeleceu uma parceria com a Microsoft, que investiu bilhões de dólares e permitiu acesso a sua infraestrutura tecnológica para permitir o desenvolvimento de modelos de IA cada vez mais eficientes.

A queda surpreendente de Sam Altman recordou a algumas pessoas do Vale do Silício a demissão de Steve Jobs pela Apple em 1985.

Jobs retornou anos depois ao grupo que havia fundado para iniciar uma etapa de grande avanços da Apple, com o lançamento de produtos como o iPhone.

– Experiência –

O novo conselho de administração da OpenAI continua tão pequeno quanto o anterior, mas com uma diferença drástica em termos de experiência dos novos integrantes, todos homens.

A nova diretoria é presidida por Bret Taylor, 43 anos, um dos criadores do Google Maps, ex-executivo da empresa especializada em softwares Salesforce, diretor técnico do Facebook e membro do conselho de administração do Twitter até a aquisição da rede social por Elon Musk.

Larry Summers, 68 anos, professor de Harvard, já foi secretário do Tesouro dos Estados Unidos e economista-chefe do Banco Mundial.

Adam d’Angelo, 39 anos, é uma figura muito conhecida no Vale do Silício. Ele é um dos sobreviventes do conselho anterior. Ele fundou o site de perguntas e respostas Quora.

O comunicado não cita Ilya Sutskever, cientista chefe da OpenAI e cofundador da empresa, nem a empresária Tasha McCauley ou Helen Toner, diretora de estratégia de um instituto de pesquisas em novas tecnologias, o que pode ser um indício de que não participarão na nova etapa do grupo.

Ilya Sutskever já havia expressado muitas preocupações com os avanços da IA.

Alguns especialistas consideram que a IA generativa terá a capacidade de transformar setores inteiros da economia. A tecnologia gera entusiasmo, mas também grandes preocupações sobre o potencial perigo para a democracia (desinformação em larga escala) ou para os empregos.

 

Em comissão da Câmara, Marina diz apoiar maioria do agronegócio

Ao vivo: Marina Silva participa de comissão da Câmara

Convocada pela Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse nesta terça-feira, 21, que defende uma pauta de conciliação com o agronegócio e reafirmou que a sua pasta está empenhada em ações de enfrentamento às mudanças climáticas.

Iniciativa dos parlamentares Rodolfo Nogueira (PL-MS) e Zé Vitor (PL-MG), a convocação tem por objetivo esclarecer acusações de que o Ministério do Meio Ambiente age reprimindo “os produtores rurais”. Em sua colocação, o deputado Nogueira citou dois exemplos de ações que considera inapropriadas. “Para a senhora, nós somos o ogronegócio, os vilões do campo. Vi recentemente ações absurdas, como ameaçar suspender o Cadastro Ambiental Rural dos produtores. É um escárnio com quem coloca comida na mesa do Brasil e do mundo. Outro absurdo foi o confisco de gado por parte do Ibama, órgão ligado ao seu ministério. Essa ação pode facilmente ser vista como apropriação indébita, ou seja, crime.”

Conjuntamente, a bancada agro ainda criticou uma portaria publicada pelo ministério que aumenta as responsabilidades do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e isso, segundo os parlamentares, pode torna mais difícil o licenciamento ambiental para o setor.

Em suas respostas, a ministra Marina destacou que a pasta sob seu comando está focada no combate ilegalidades praticadas por uma minoria de membros do agro. “Aqueles que defendem queimadas e grilagem não podem ser os porta-vozes do agro brasileiro, porque eles vão trancar as portas e as oportunidades que o Brasil tem de cumprir com a missão de ajudar na segurança alimentar do planeta”, disse ela.

De acordo com Marina, o gado que foi confiscado pelo Ibama estava indevidamente localizado em área protegida no Estado do Pará.

Em sua fala na comissão, a ministra também manifestou respeito ao agronegócio e disse admirar os esforços de modernização tecnológica. Por fim, ela ainda lembrou das ações recentes do governo em apoio ao setor, como o Plano Safra focado na transição para a agricultura de baixo carbono.

“O Brasil é uma potência hídrica, é uma potência florestal, é uma potência ambiental e, talvez por isso, seja uma potência agrícola. É perfeitamente possível ser as três coisas sem destruir mais florestas, pelas vantagens comparativas que temos. Basta usarmos as áreas que já estão abertas e, pelo uso de tecnologia, aumentarmos a produção por ganho de produtividade”, afirmou.