domingo, 9 de junho de 2024

Conab exige que vencedoras de leilão do arroz comprovem capacidade técnica e financeira

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) convocou neste sábado, 8, por meio de comunicado em seu site, as Bolsas de Mercadorias para que comprovem a capacidade técnica e financeira das empresas que arremataram as 263,7 mil toneladas de arroz importado, em leilão realizado na quinta-feira, 6, pela companhia.

Segundo nota da estatal, as empresas foram representadas pelas Bolsas de Mercadorias, e, diante das “dúvidas e repercussões” a partir do resultado do leilão, o presidente da Conab, Edegar Pretto, resolveu tomar a medida. “A transparência e a segurança jurídica são princípios inegociáveis e a Conab está atenta para garantir segurança jurídica e solidez nessa grande operação”, afirmou Pretto, na nota.

Após o leilão, opositores ao governo, sobretudo a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina, atualmente senadora pelo Partido Progressistas, por Mato Grosso do Sul, levantaram suspeitas sobre a participação de empresas desconhecidas do mercado e que arremataram alguns lotes. Como mostrou o Estadão, das quatro companhias vencedoras, apenas uma – a Zafira Trading – é uma empresa do ramo. Também arremataram o leilão uma fabricante de sorvetes, uma mercearia de bairro especializada em queijoe uma locadora de veículos.

Em sua conta no X (ex-Twitter), Tereza Cristina divulgou, inclusive, que pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que fiscalizasse o leilão que qualifica como “milionário” realizado pela Conab. A senadora comentou ainda que “nunca usou” recursos públicos para comprar arroz. O TCU foi acionado pelo partido Partido Novo para apurar e suspender o resultado do leilão.

Ainda na sexta-feira, 7, diante da polêmica em torno do leilão, a Conab divulgou um esclarecimento em seu site, dizendo que o formato do leilão do arroz importado “utiliza as Bolsas de Mercadorias como intermediárias”. E prossegue: “Elas são previamente cadastradas e certificadas pela Companhia e se responsabilizam, sob as penas da lei, pelas propostas que apresentam em nome de seus clientes”.

Além disso, a Conab disse que “cabe a cada uma das Bolsas analisar a capacidade daqueles que representam em leilões oficiais, que são normativamente responsáveis pelos lances que realizam”. Esclareceu, ainda, que “qualquer desrespeito à legislação e às regras do leilão atrai punições”. Advertiu, também, que as Bolsas de Mercadorias “são responsabilizadas caso permitam a participação de empresas que não atendam às exigências do aviso e outras exigências que estão previstas no Contrato de Prestação de Serviço firmado com a Conab”.

“No dia 13 (quando as empresas terão de depositar uma garantia), a gente vai saber exatamente de quem nós estamos falando. Agora, eu não posso falar sobre quem vai ou quem não vai entregar o produto. Eu só tenho uma certeza que eu posso falar para você: a Conab vai fazer três fiscalizações. Prejuízo financeiro para o governo não vai ter nenhum”, afirmou ao Estadão o diretor de Operações e Abastecimento da Conab, Thiago dos Santos.

Também em nota divulgada no sábado, 8, a empresa Wisley A de Sousa Ltda., que foi a maior arrematadora dos lotes, com aquisição de 147,3 mil toneladas das 263,7 mil vendidas, lamentou que “grupos com interesses contrariados” estejam tentando afetar a imagem da empresa de Macapá (AP) e “deturpar a realidade num momento em que é essencial o País encontrar formas de assegurar o abastecimento de arroz para a população”, disse, a companhia, que atua no Norte do País, acrescentando ainda que tem mais de 17 anos de experiência no comércio atacadista de alimentos e faturamento de R$ 60 milhões no ano passado.

A companhia garantiu, também, que vai fornecer o arroz importado adquirido no leilão “dentro do cronograma estabelecido pela Conab e cumprindo rigorosamente as normas de controle e qualidade”.

Como mostrou o Estadão, quando foi fundada, em setembro de 2006, a mercearia Queijo Minas possuía capital social de apenas R$ 80 mil. No mesmo dia do anúncio do leilão pelo governo, em 29 de maio deste ano, a empresa alterou seu capital social para R$ 5 milhões, e deixou de ser uma microempresa, de acordo com informações da Junta Comercial do Amapá.

Na próxima quinta-feira, 13, a Conab vai reofertar as 36,63 mil toneladas de arroz importado remanescentes do lote inicial de 300 mil toneladas leiloadas no leilão de quinta-feira, 6. Os leilões têm sido realizados pelo governo federal para fazer frente à especulação de preços do grão após as enchentes no Rio Grande do Sul, o maior produtor de arroz do País.


Macron dissolve Parlamento e convoca eleições antecipadas na França

 


Emmanuel Macron, presidente francês, foi o único nome de primeira linha entre os políticos. Saem de cena a pauta global e a questão climática. Entra a tecnologia (Crédito:Halil Sagirkaya/Anadolu/AFP)

 

O presidente da França, Emmanuel Macron, convocou neste domingo (9) eleições legislativas antecipadas para 30 de junho e 7 de julho no país, após a vitória da extrema direita na votação para o Parlamento Europeu.

“Dentro de instantes assinarei o decreto de convocação das eleições legislativas cujo primeiro turno vai acontecer em 30 de junho e o segundo turno em 7 de julho”, anunciou Macron em uma mensagem televisionada, na qual qualificou o “aumento dos nacionalistas e demagogos” como “perigo”.

França vai assinar convênio com Alibaba para exportação de pequenas empresas para a China

 

O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, disse em viagem à sede do Alibaba, na China, que vai assinar um convênio para a exportação de produtos de empresas brasileiras por meio da plataforma de comércio eletrônico da companhia. O movimento acontece após a aprovação no Senado, na última semana, do fim da isenção do imposto de importação para compras internacionais de brasileiros de até US$ 50 em sites de comércio eletrônico. A matéria agora voltará para Câmara.

Na visita à sede da companhia ontem, França afirmou que o convênio a ser assinado deve mostrar como os comerciantes brasileiros poderão vender pequenos produtos, em pequenas quantidades, na China, com o incentivo do governo brasileiro.

Em vídeo compartilhado no X (antigo Twitter) França cita que o braço de logística do Alibaba entrega 5 milhões de pacotes por dia para todos os lugares do mundo. “Estamos buscando fortalecer as relações Brasil-China, encontrando ferramentas de cooperação para impulsionar o empreendedorismo no Brasil. Liderados pelo presidente Lula, estamos no rumo certo para impulsionar o crescimento do nosso setor!”, escreveu o ministro em sua página no X.

No Brasil, a plataforma do Alibaba de importação para pessoas físicas, o AliExpress, se posicionou de maneira contrária ao fim da isenção de importações de até US$ 50. No fim de maio, em entrevista ao Broadcast, a diretora-geral do AliExpress no Brasil, Briza Bueno, afirmou que, com o fim da isenção do imposto de importação para compras de até US$ 50, a carga tributária estimada sobre os produtos deveria ficar em cerca de 44,5%.

“Claro que vamos continuar comprometidos com o país. Continuamos fazendo os investimentos que temos no País, mas fomos bem surpreendidos com essa decisão. Esse tipo de decisão tem que ser tomada com cuidado, no sentido de ouvir o consumidor, que é o mais afetado nesse momento”, afirmou a executiva.

Ela disse que a companhia estudava quais seriam os movimentos dali em diante, caso a taxação fosse aprovada nas demais instâncias do Poder Legislativo. “Temos feito vários investimentos olhando para os sellers (vendedores) locais. Seguimos. Somos a plataforma que mais incentiva o seller com a comissão mais baixa do mercado: de 5% a 8%”, disse Briza, em maio.

Boca de urna/eleição europeia: conservadores e ultradireita levam a melhor na Alemanha

 


Sociais democratas, verdes e liberais, que governam a Alemanha desde 2021, devem fazer 30 dos 96 assentos no Parlamento Europeu – um a menos que os conservadores. Populistas AfD e BSW registraram crescimento notável.Com a votação na Alemanha encerrada às 18h do horário local (13h de Brasília) deste domingo, os conservadores dos partidos irmãos União Democrata Cristã (CDU) e União Social Cristã (CSU) devem manter a dianteira no Parlamento Europeu com 29,5% dos votos, o que garantiria a eles 29 dos 96 assentos na câmara baixa da União Europeia (UE), segundo pesquisas de boca de urna.

O resultado é idêntico ao da eleição anterior, em 2019, quando a CDU fez 23 cadeiras e o CSU, 6, e está em linha com os 30% projetados por pesquisas anteriores.

O segundo grande vencedor das eleições europeias deve ser a ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD), com 17 assentos – um crescimento de mais de 50% em relação a 2019, quando a sigla elegeu 11 eurodeputados.

Atrás da AfD vem o Partido Social Democrata (SPD), do chanceler federal Olaf Scholz, com 14 cadeiras pelas pesquisas de boca de urna – duas a menos que em 2019.

Já os outros dois membros da coalizão governista, o partidos dos Verdes e o Partido Liberal Democrático (FDP), também registraram baixas. Os Verdes sofreram o maior tombo, e devem perder quase metade das 21 cadeiras conquistadas em 2019, encolhendo sua bancada para 12 eurodeputados. O FDP deve perder um assento e ficar com quatro parlamentares.

Juntos, os partidos da coalizão de governo alemã têm, segundo as pesquisas de boca de urna, 31% dos votos – longe da maioria necessária que viabilizou a aliança que gere o país desde 2021, e que hoje é aprovada por apenas 22% do eleitorado.

Eleição é vista como teste eleitoral para Scholz

A eleição europeia é vista como um teste eleitoral para Scholz, cujo partido assumiu o posto máximo de governo do país em 2021 com 25,7% dos votos.

Diante da guerra na Ucrânia e no Oriente Médio, mas também do fraco desempenho da economia alemã, a popularidade do chanceler federal vem caindo junto com a de seus parceiros de governo.

A paz, a estabilidade social e a migração são considerados temas prioritários em detrimento da agenda climática, que em 2019 favoreceu uma expansão do partido verde alemão no Parlamento Europeu.

A discussão da proteção do clima tornou-se polarizada, e muitas medidas – como o banimento de carros novos com motor a combustão na UE a partir de 2035 – não são endossadas pela maioria do eleitorado alemão.

Novo partido emerge como 5ª maior força e desbanca esquerda

A julgar pelas pesquisas de boca de urna, o partido A Esquerda também deve diminuir sensivelmente, de cinco para três assentos – a sigla parece ter perdido uma parte do eleitorado que migrou para a recém-fundada Aliança Sahra Wagenknecht (BWS), ex-Esquerda, que faria, segundo as pesquisas, outros cinco eurodeputados.

O BWS é um partido populista que combina a defesa de políticas sociais a uma visão eurocética e anti-imigração. Seu reduto eleitoral é o leste alemão – ali, em setembro, três estados realizarão eleições regionais: Brandemburgo, Saxônia e Turíngia.

Siglas nanicas registraram uma leve expansão, e devem levar 11 assentos, dois a mais que em 2019.

Eleição não é muito popular entre os alemães

Com mais de 84 milhões de habitantes, a Alemanha é o país mais populoso da UE e detém, por isso, o maior número de assentos no Parlamento Europeu, seguida de França (86), Itália (76) e Espanha (61). Destes, 60,9 milhões alemães estavam aptos para votar, sendo que 4,8 milhões podiam fazê-lo pela primeira vez.

Esta é também a primeira eleição europeia aberta na Alemanha a jovens a partir dos 16 anos – esse direito, até então, era restrito a jovens a partir dos 18 anos.

A taxa de comparecimento às urnas, porém, ainda não foi divulgada. Até o início da tarde (horário local), 32% dos eleitores haviam comparecido às urnas – as eleições europeias têm tradicionalmente uma baixa taxa de comparecimento, mas o interesse do eleitorado vem aumentando desde 2014.

Eleições municipais em oito estados

Paralelo às eleições europeias, nove estados alemães realizam eleições municipais: Baden-Württemberg, Brandemburgo, Hamburgo, Meclemburgo-Pomerânia Ocidental, Renânia-Palatinado, Sarre, Saxônia, Saxônia-Anhalt e Turíngia, que volta às urnas para o 2º turno.

Ainda não se sabe como a AfD pontuará nas eleições regionais. Os resultados só devem ser conhecidos a partir de segunda-feira, após a contagem dos votos ao Parlamento Europeu.


Nova fábrica, franquias e café grátis: o plano da Dengo para chegar a 250 lojas até 2030

 


Dengo

Empresa investiu R$ 100 milhões em nova fábrica em Itapecerica da Serra (Crédito: Divulgação Dengo)

Fundada em 2017, a Dengo investiu no mercado de chocolates premium sendo uma empresa 100% brasileira. A empresa agora quer pisar no acelerador com a inauguração de uma nova fábrica e saltar de um total de 40 para 250 lojas até 2030. 

Para conseguir fazer essa conta fechar, a empresa investiu R$ 100 milhões em uma nova fábrica, na cidade de Itapecerica da Serra, para aumentar a produção e conseguir suprir a demanda cada vez mais crescente de chocolates premium no país. Além do mais, também vai lançar o modelo de franquia para acelerar a expansão. 

 “Nós estamos fazendo um piloto do modelo de franquias desde fevereiro. No momento contamos com duas e pretendemos fechar o ano com quatro a seis franquias. Estamos estudando e definindo qual vai ser o perfil do nosso franqueado. Esse piloto dando certo, nós já pretendemos lançar a partir do ano que vem”, afirmou o co-CEO da empresa Tulio Landin. 

De acordo com o projeto da empresa, das cerca de 100 lojas previstas para até 2026, metade será franquia. Ainda não há informações de valores envolvidos no negócio.  

A empresa não conta com nenhum fundo de investimento e ainda mantém o mesmo quadro societário de quando nasceu, com Landin, Estevan Sartoreli e Guilherme Leal, co-presidente do Conselho da Natura, como o maior investidor. 

Questionado sobre como a empresa vai sustentar um aumento tão grande de lojas mantendo a qualidade do produto, o executivo explicou que a estratégia dessa expansão foi pensada há alguns anos e que mudanças no portfólio de produtos oferecidos pode variar de loja para loja.

“Eventualmente a gente pode mudar o mix de produtos de acordo com a loja. De repente a gente pode oferecer produtos mais simples, como novos sabores de trufas ou barras de chocolate menores. Isso vai depender de ajustes e de identificar quais os hábitos dos clientes de determinada região do país”, explicou. 

Programa de fidelidade visa entender o público

Recentemente a empresa também lançou um programa de fidelidade, chamado de Meu Dengo. Para incentivar os clientes a realizarem o cadastro de clientes, a empresa está oferecendo agrados como cafés grátis e trufas grátis no mês de aniversário.

Túlio afirma que a necessidade de conhecer melhor os clientes aumentou depois do salto de 30 para 40 lojas em 2023 e da maior participação nas vendas via ecommerce. 

“Nos últimos dois anos a gente aplicou bastante tecnologia, coleta de dados, e começamos a ver que tínhamos clientes extremamente fiéis, mas queríamos entender melhor o que a gente poderia fazer pra que mais pessoas voltassem. Então a gente tinha algumas iniciativas em lojas e no ecommerce, mas agora a gente acabou centralizando isso nesse programa”, explicou. 

Nova fábrica

Atualmente a fábrica da Dengo funciona na zona sul da capital paulista, no bairro de Santo Amaro, mas isso está prestes a mudar. A companhia adquiriu um terreno na cidade de Itapecerica da Serra pensando em aumentar a produção para dar suporte ao crescimento do número de lojas pelo país. 

“A ideia é quintuplicar a nossa produção para dar vazão às novas lojas e ecommerce”, reforçou Landin, que espera que em maio de 2025 a fábrica já esteja funcionando. 

Relação com os produtores

Um dos pilares da empresa é a sustentabilidade e isso se dá também pela relação com os produtores de cacau principalmente no sul da Bahia, em que a marca paga valores maiores que as concorrentes. Em 2023 a empresa contou com mais de 200 famílias fornecedoras de cacau. Tulio conta que a ampliação das lojas terá que vir com um aumento no número de famílias, mas que a política da remuneração mais justa vai seguir. 

“Hoje a gente tem muitos produtores mapeados e já sabemos em quem podemos contar quando precisarmos da ampliação maior. Nossa ideia, no futuro, é chegar a 3 mil famílias associadas”, encerrou. 

Como serão os clubes de luxo que prometem praia e surf em SP ao lado da Marginal Pinheiros

 


Dois empreendimentos em construção na Zona Sul vão oferecer areia e piscina com ondas de olho em famílias de alta renda e na maior comunidade de surfistas fora do litoral de SP

 

Imagem do Beyond the Club

Beyond the Club: novo clube paulistano que deve abrir em 2025 com promessa de areia e ondas (Crédito: Divulgação/Beyond the Club)

A Marginal Pinheiros na cidade de São Paulo – uma via expressa de grande circulação de veículos – será, em breve, o caminho da praia. Não se trata de uma nova rota para o litoral, mas o endereço de dois empreendimentos que prometem areia e ondas no meio da metrópole.

O Beyond the Club, em Santo Amaro, e o São Paulo Surf Club, no Brooklin, ambos bairros da Zona Sul da cidade e ao lado da Marginal Pinheiros, têm perfis semelhantes: oferecem piscinas com ondas para a prática de surf, o grande atrativo desses empreendimentos. Mas, como os clubes, também há espaços tradicionais como quadras de tênis, academia, spa, salão de beleza, bar, e outros mais que em linha com o “novo normal”, como salas de reuniões e coworkings.

O valor para colocar de pé empreendimentos de alto padrão é bilionário. Segundo o Beyond the Club (BTC), o investimento previsto é de R$ 1,1 bilhão. Segundo a empresa, são mais de 70 mil m² de terreno e 100 mil m² de área construída. Já o São Paulo Surf Club (SPSC) não divulga o valor investido.

Os acessos aos espaços vão funcionar exclusivamente pela compra de títulos.

Projeto Beyond the Club
Projeto Beyond the Club (Crédito:Divulgação/Beyond the Club)

O SPSC tem previsão de ser inaugurado ainda neste ano, segundo Augusto Martins, presidente da JHSF. A empresa atua nos setores de shopping centers, incorporação imobiliária, hotelaria e gastronomia e é responsável pela construção e gestão do São Paulo Surf Club.

Já o BTC vai ser inaugurado em 2025 e é bancado por três empresas: a gestora de investimentos imobiliários KSM Realty, a empresa de varejo e investimento Realty Properties, e a distribuidora de valores e títulos imobiliários BTG Pactual Asset Management, do banco BTG Pactual.

Ser sócio de clube custa a partir de R$ 605 mil

Para comprar uma filiação ao SPSC, uma família precisa desembolsar R$ 900 mil. A compra dá direito à titularidade de sócios ao casal e seus dependentes. Também é possível comprar um título individual, no valor de R$ 605 mil. Além disso, os associados pagam uma anuidade de R$ 25 mil.

No BTC, os títulos são familiares e contemplam o casal, filhos e ascendentes acima de 70 anos, sem limite para o número de agregados. Embora não divulgue o valor cobrado, a empresa diz que mais de um terço dos 3 mil títulos previstos já foram vendidos.

 

Mapa Localização Beyond The Club
Beyond The Club está localizado na Marginal Pinheiros, próximo à Ponte Estaiada (Crédito:Divulgação/Beyond the Club)

 

Os acessos aos espaços vão funcionar exclusivamente pela compra de títulos. Os clubes não planejam atividades de day use, por exemplo. Segundo o Beyond the Club, o plano é vender três mil títulos familiares.

Já o São Paulo Surf Club diz que não tem ainda uma quantidade estabelecida. Segundo o presidente da JHSF, a limitação do número de sócios visa oferecer conforto aos associados. “Queremos garantir qualidade para os clientes surfistas, então vamos modular isso de acordo com a frequência e o hábito de uso dos membros, vamos sentir mês a mês”, diz Martins.

Mercado de luxo em São Paulo

A proposta do SP Surf Club já existe no interior do estado, na cidade de Porto Feliz. O Boa Vista Village, também administrado pela JHSF, foi lançado em julho do ano passado e é frequentado pelos moradores da Fazenda Boa Vista, condomínio residencial de luxo no campo.

A expansão do modelo pra São Paulo surgiu da identificação de uma demanda crescente pela prática de surf na capital, segundo Martins. “São Paulo é a cidade que não tem acesso à praia com a maior quantidade de surfistas do mundo, essa é uma particularidade importante. Então o crescimento da prática do surf no segmento de alta renda nos motivou”, conta.

O mercado de luxo e super luxo na capital de São Paulo se mostrou aquecido em 2023. No ramo imobiliário, as vendas cresceram 40% no ano passado frente ao crescimento geral de 12% do setor, segundo um levantamento feito pela consultoria Brain.

Os executivos do BTC dizem que “no plano de crescimento, está a replicação do projeto e do conceito em cidades como Rio de Janeiro, Brasília, Miami, Madri e Dubai”, e o objetivo é criar “uma comunidade ‘Beyond’ em vários países do mundo”.

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Meio-ambiente inteiro

 


A natureza influencia os negócios, sim 
 
 
Negócios de todos os porte e setores acabaram afetados por uma sequência de fortes chuvas previstas com apenas uma semana de antecedência

 

Você já deve ter visto uma ilustração assim. No centro, um retângulo com a identificação: "empresa". E em seu entorno, palavras soltas, como "leis", "política", "cultura", "economia", "concorrentes", "fornecedores" e "consumidor". Eis a maneira pela qual professores e livros-texto costumam apresentar o macroambiente em que uma organização está inserida, destacando as principais fontes de influência às quais está sujeita e, claro, a origem de obstáculos e oportunidades com que irá deparar. Raramente, no entanto, essa ilustração contempla o maior e mais abrangente fator de todos: o ambiente natural.

Se havia qualquer dúvida sobre a importância desse elemento, ela acabou mês passado, com as enchentes do Rio Grande do Sul. Negócios de todos os porte e setores acabaram afetados por uma sequência de fortes chuvas previstas com apenas uma semana de antecedência. Para evitar problemas assim – ou simplesmente sincronizar oferta e demanda, timing de chegada de produtos às gôndolas ou projetar ciclos de produção – é que grandes companhias têm se servido das agências de meteorologia.

Hoje, os ramos que tradicionalmente contratavam previsões climáticas, como agronegócio e energia, respondem por apenas 35% da carteira de clientes da Climatempo, maior consultoria da área no Brasil. O restante inclui varejistas, indústrias, prestadores de serviços e agências de propaganda. Segundo o sócio de uma dessas empresas, a Nottus, "eventos climáticos extremos (...) afetam a operação de setores cada vez mais diversos, que precisam colocar as variações do clima na sua planilha de custos e riscos" (Folha de S. Paulo, 18/05/24). Entre eles, alguns aos quais não costumamos atentar: construção civil (que precisa programar calendário de obras e justificar eventuais atrasos), fabricantes de inseticidas (cuja demanda aumenta com o calor), hospitais (para administrar o uso de geradores) e produtoras de show (como o recente espetáculo da Madonna no Rio).

Em uma projeção de médio e longo prazo, o aquecimento global tende a aumentar a importância de produtos como ares-condicionados e ventiladores, tornando-os essenciais em determinadas regiões, bem como de purificadores de água, refrigeradores e frigobares (Valor, 21/05/24). Tudo em função da natureza, que mal costuma aparecer no checklist das escolas e dos livros de administração, mas volta e meia dá as caras e mostra que, ao analisar um cenário de negócios, não se pode fazê-lo pela metade: nada de meio-ambiente, é ambiente inteiro.

 

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