terça-feira, 11 de junho de 2024

Inflação acelera e reforça apostas de que Selic será mantida em 10,50%

 


Batatas

Dentro os alimentos com alta, a batata-inglesa é destaque, com aumento de 20,61% (Crédito: Arquivo/Agência Brasil)

Os dados referentes à inflação oficial de maio, registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aumentam as apostas de analistas do mercado financeiro de que o ciclo de cortes na Selic está próximo do fim. A alta do índice foi de 0,46% em maio, ante 0,38% em abril.

A Selic está atualmente em 10,50% ao ano. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) acontece nos dias 18 e 19 de junho. O Boletim Focus divulgado na segunda-feira, 11, trouxe a previsão da taxa básica de juros em 10,25% no final do ano, o que simboliza mais um corte de 0,25 ponto percentual ainda em 2024. Os dados porém são anteriores à divulgação da inflação.

+IPCA: inflação acelera para 0,46% em maio, puxada por alimentos; preço da batata salta 20,6%

“O IPCA veio acima da projeção esperada de 0,41%”, diz Volnei Eyng, CEO da Multiplike. “Esse número no teto da projeção vai deixar reflexo na reunião da semana que vem da Selic, tirando as esperanças de corte. Com certeza joga um balde de água fria na expectativa da redução da Selic de 10,5% para 10,25%.”

“Não é uma inflação fora de controle, mas é uma inflação que não vai chegar na meta”, reforça Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master. No ano, a alta acumulada da taxa é de 2,27%. A meta para 2024 é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 percentual para baixo ou para cima.

O economista e mestre em economia política André Perfeito destaca a alta da inflação em Porto Alegre, que foi de 0,95% no mês, influenciada pela batata inglesa, botijão de gás e gasolina. Para ele, o último corte da taxa básica de juros no ano deve ocorrer na próxima reunião do Copom.

“Os dados reforçam a perspectiva mais hawkish [de maior aperto monetário] do Banco Central do Brasil e devem aumentar as apostas para apenas mais um corte da SELIC”, diz o economista André Perfeito.

Sócio da Equus Capital, Felipe Vasconcellos lembra que os dados ainda não pegaram todo o impacto da tragédia climática que atinge o Rio Grande do Sul. Nos próximos meses, o analista acredita que um aumento no preço dos combustíveis é provável. Assim, aposta que já na próxima reunião não deve haver cortes da Selic.

Analista de investimentos da Unicred, Carlos Magno concorda que a próxima reunião do Copom já deve manter a Selic em 10,5%. O especialista destaca que os dados de juros e inflação dos EUA terão influência decisiva no futuro da Selic este ano.

segunda-feira, 10 de junho de 2024

Agricultura: Lesoto abre mercado para ovos e aves vivas do Brasil

 

El Salvador abre mercado para ovos e carne de aves do Brasil

O Brasil agora tem autorização para exportar ovos férteis, pintos de um dia e aves vivas para o Reino do Lesoto, na África, conforme informado em nota conjunta pelos Ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores. A aprovação foi divulgada nesta segunda-feira, 10.

Este anúncio segue a aprovação anterior, em 17 de maio, em que Lesoto permitiu a importação de carne de aves do Brasil. As negociações para essa liberação tiveram início em novembro do ano passado. Nos últimos 31 dias, foram abertos 15 novos mercados em 10 países para o agronegócio.

Rio Tinto aumenta participação majoritária em joint venture de fundição de alumínio

 

File:Rio-Tinto-logo.png - Wikimedia Commons

Rio Tinto vai adquirir uma participação adicional de quase 12% na joint venture que supervisiona uma fundição de alumínio australiana, reforçando a participação majoritária da empresa no projeto.

A empresa disse que concordou em comprar a participação de 11,65% da Mitsubishi na Boyne Smelters, que possui e opera a fundição de Boyne Island em Gladstone, na Austrália. A compra eleva a participação da Rio Tinto para 73,5% na joint venture.

Os termos financeiros da venda não foram divulgados. A expectativa é que o negócio seja finalizado no segundo semestre. A Boyne Smelters tem capacidade para mais de 500 mil toneladas métricas de alumínio por ano, segundo o site da Rio Tinto.

Picchetti: No Brasil, devemos ser surpreendidos em 2024 por atividade forte

 

Indicados ao BC criticam erros do passado na política monetária

O diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Paulo Picchetti, avaliou nesta segunda-feira, 10, que a tendência é que a atividade econômica surpreenda novamente para cima em 2024, como ocorreu em 2023 e 2022.

Picchetti ponderou que o crescimento não deve ser tão grande quanto o registrado nos últimos dois anos, mas que há possibilidade de revisões para cima nas projeções atuais, para acima de 2%.

Esse cenário, afirmou, ocorre junto com desaceleração da inflação, apesar do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) continuar acima da meta no horizonte relevante da política monetária.

A dinâmica da inflação no Brasil, frisou, tem muito a ver com a de serviços, e nesse momento a inflação de serviços acima da meta é um desafio. Picchetti voltou a mencionar o mercado de trabalho robusto, mas pontuou que não existe transmissão direta da renda para os preços, e que é necessário atenção do Banco Central com esse tema.

Além dessas questões, pontuou o economista, há ainda o desafio adicional da desancoragem recente das expectativas.

Alta da renda

O diretor de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central disse que há uma grande incerteza sobre o comportamento do mercado de trabalho no pós-pandemia. No Brasil, é possível que a reforma trabalhista tenha sido responsável por permitir um aumento da renda sem pressão na inflação de serviços, o que seria uma boa notícia para o BC, afirmou.

“Pode ser que isso esteja explicando como o aumento de rendimentos aqui não foi seguido, até agora, por um aumento da mesma proporção da inflação de serviços”, disse. “Se isso for verdade, é uma boa notícia, porque vai mostrar um comportamento benigno do que nos preocupa no BC, que não é aumento de salários, aumento de empregos.”

Ele explicou que a preocupação da autoridade monetária é com os riscos para a inflação. Picchetti participou de um webinar organizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) na noite de hoje.

Dasa diz que negociação para fusão com Amil está em ‘estágio avançado’

 


Exames de saúde

A Dasa é dona da rede de laboratórios Delboni Auriemo (Crédito: Imagem de MasterTux por Pixabay)

A Dasa confirmou nesta segunda-feira, 10, que está em negociações com a operadora de planos de saúde Amil para uma combinação de negócios e acrescentou que as conversas estão em “estágio avançado”.

Com a fusão, cada empresa deteria 50% do capital da nova companhia, denominada “Ímpar”, segundo fato relevante da Dasa, que é dona de redes de laboratórios como Delboni Auriemo e Lavoisier. A empresa acrescentou que haverá uma transferência de dívida da Dasa para a Ímpar, com o valor atualmente discutido de R$ 3,85 bilhões.

Doze hospitais da companhia de medicina diagnóstica fariam parte da transação, enquanto os hospitais Rede Américas no Ceará e no Rio Grande do Norte, além dos hospitais verticalizados da Amil, não fariam parte do negócio, segundo o documento.

A empresa destacou, contudo, que atualmente não há qualquer acordo ou decisão da administração da companhia aprovando a transação.

“A companhia não pode garantir nesse momento que tal negociação será concluída ou que os termos finais da transação estarão de acordo com as negociações atualmente em curso”, acrescentou.

A Dasa confirmou ainda que recebeu do empresário Nelson Tanure documento visando uma potencial combinação de negócios com a Alliança Saúde, mas esclareceu que não há qualquer decisão da administração da companhia quanto à proposta.

A Amil não respondeu imediatamente a pedido de comentário da Reuters.

Às 13h43 (horário de Brasília), as ações da Dasa subiam 5,13%, a R$ 4,1 cada, durante o pregão na bolsa paulista.

São Paulo privatizará linhas de trens com 17 milhões de usuários/mês

 

Imagens vetoriais Bandeira são paulo | Depositphotos

O governo de São Paulo vai privatizar as linhas 11 – Coral, 12 – Safira e 13 – Jade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Está prevista para o próximo dia 19 a primeira de três audiências públicas sobre o processo de concessão. Segundo a Secretaria Estadual de Parcerias em Investimentos, nos encontros o governo vai pedir contribuições e opiniões da sociedade civil a respeito do projeto.

Juntas, as três linhas transportam mais de 17 milhões de pessoas por mês. De acordo com levantamento da CPTM com base em outubro de 2023, a Linha Coral transporta, em um mês, 11,7 milhões de passageiros, a Linha Safira leva 5,4 milhões de pessoas e a Jade, 431,2 mil usuários.

A Linha 11 sai da região central paulistana e vai em direção à zona leste, passando por Poá e chegando a Mogi das Cruzes. A Linha 12 faz um trajeto paralelo, passando por Itaquaquecetuba até Poá. A Linha 13 liga a parte central da capital paulista ao Aeroporto Internacional de Guarulhos.

O processo de transferência das linhas para a iniciativa privada prevê, segundo o governo de São Paulo, a ampliação da Linha Jade, com a construção de dez novas estações. A empresa que assumir essa parte do sistema deverá ainda requalificar a infraestrutura das linhas.

Pendências

Segundo levantamento do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE), as obras de readequação e ampliação do sistema de suprimento de energia das linhas 11 e 12, que deveriam ter sido entregues em agosto de 2015, não foram finalizadas e estão paralisadas.

O contrato para as melhorias do sistema elétrico das duas linhas foi assinado em 2012 com a empresa alemã Siemens, com um valor inicial de cerca de R$ 106 milhões. Ao longo dos anos, após seis aditamentos, de acordo com o TCE, foram pagos R$ 149,4 milhões para execução do contrato.

A CPTM afirma, no entanto, que “obra foi concluída em outubro 2023 e as linhas 11-Coral e 12-Safira operam sem impacto ao passageiro”. De acordo com a estatal, faltam apenas os “ajustes finais” para emissão de documentos de encerramento do contrato, o que está previsto para acontecer no próximo mês de julho.

A Secretaria Estadual de Parcerias em Investimentos diz que “tem estruturado suas novas concessões em trilhos para que haja um período adequado de transição entre a empresa pública e privada, mitigando os riscos na operação”.

Falhas e indenização

Em 2022, as linhas 8 – Diamante – e 9 – Esmeralda – da CPTM passaram a ser operadas pela Viamobilidade, consórcio formado pela CCR e pelo Grupo Ruas. Primeiras linhas do sistema de trens metropolitanos de São Paulo a serem privatizadas, ambas apresentaram falhas sucessivas no início da concessão.

Os problemas levaram o Ministério Público de São Paulo a abrir uma investigação sobre o funcionamento das linhas concedidas. Em março de 2023, um relatório da promotoria apontou a necessidade de ações emergenciais para garantir a segurança na Linha Diamante.

No ano anterior, a linha havia registrado dois acidentes. Em março de 2022, um trem bateu contra uma barreira de proteção na Estação Júlio Prestes, na região central paulistana. Em dezembro, a mesma composição descarrilou na Estação Domingos de Moraes, na zona oeste da cidade. Ninguém ficou ferido em nenhuma das situações.

Na curva onde o trem descarrilou constatou-se que os dormentes – peças transversais que sustentam os trilhos – eram parte de madeira e outra parte de concreto, o que gera uma diferença na distância da bitola. Além disso, parte dos dormentes de madeira estava apodrecida.

O parecer elaborado pela área técnica do Ministério Público apontou que o acidente poderia ter sido evitado se as composições já estivessem equipadas com o Sistema de Sinalização e Controle de Trens (CBTC), que faz o controle automático dos trens. Segundo o documento, o sistema havia começado a ser implantado, mas ainda não estava em funcionamento.

Em agosto do ano passado, a ViaMobilidade assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público para promover melhorias nas duas linhas e com pagamento de indenização como forma de compensação pelos danos causados pela série de falhas.

O valor total do acordo ficou em R$ 150 milhões, sendo R$ 97 milhões em investimentos em infraestrutura e o restante para outras ações, como construção de escolas e centros educacionais nos municípios que ficam no trajeto das linhas.

Mercado volta a elevar projeções de inflação e vê só mais um corte na Selic em 2024

 


Copom

Mercado volta a elevar projeções de inflação e vê menos afrouxamento em 2025 (Crédito: Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil)

A expectativa do mercado para a inflação voltou a subir na pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira, 10, com os especialistas vendo também menos afrouxamento na taxa básica de juros em 2025.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA passou a 3,90% em 2024 e 3,78% em 2025, de 3,88% e 3,77% antes.

Na sexta-feira, o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, ressaltou que o Brasil tem tido surpresas positivas no desempenho do mercado de trabalho, mas alertou que evidências mostram que esse cenário pode gerar um processo de desinflação mais custoso e lento.

Para 2026 e 2027, a conta permaneceu respectivamente em 3,60% e 3,50%. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, enfatizou no fim de semana a importância de se observar as expectativas para os preços à frente na condução da política monetária.

O centro da meta oficial para a inflação em 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Trajetória da Selic

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que eles seguem vendo a taxa básica de juros em 10,25% ao final deste ano, com um último corte na reunião deste mês do Comitê Política Monetária, de 0,25 ponto percentual. A Selic está atualmente em 10,50%.

Mas para 2025 as indicações são de menos afrouxamento, com a Selic estimada agora em 9,25%, de 9,18% na mediana das projeções da semana passada.

Já a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 melhorou em 0,04 ponto percentual, a 2,09%, permanecendo em 2,0% em 2025.

Câmbio

A estimativa para a cotação do dólar no fim de 2024 seguiu em R$ 5,05, ante R$ 5,00 de um mês antes. Para 2025, por sua vez, a mediana passou de R$ 5,05 para R$ 5,09. A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020