quarta-feira, 31 de julho de 2024

WEG ganha R$ 18 bi em valor de mercado com ações disparando após divulgação de balanço

 


Às 11:40, os papéis avançavam mais de 9%, a R$ 50,16, liderando com folga as altas do Ibovespa

 

 

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As ações da WEG disparavam nesta quarta-feira, 31, renovando máximas históricas, após o balanço do segundo trimestre da fabricante de motores elétricos mostrar resultado operacional medido pelo Ebitda de R$ 2,12 bilhões, com avanço de receita e no retorno sobre capital investido.

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Às 11:40, os papéis avançavam mais de 9%, a R$ 50,16, liderando com folga as altas do Ibovespa, que subia 0,9%. Tal performance era equivalente a um ganho de R$ 18 bilhões em valor de mercado. Na máxima até o momento, as ações chegaram a R$ 50,34.

A multinacional brasileira, cujos produtos equipam desde veículos e fábricas a geradores de energia eólica, também aprovou dividendos intermediários relativos aos resultados do primeiro semestre de R$ 786,9 milhões.

“Um trimestre extraordinário”, escreveram os analistas do Bradesco BBI no título do comentário a clientes sobre os números da WEG, destacando que o Ebitda divulgado pela companhia, que cresceu 15,7% ano a ano, superou as suas expectativas e as previsões no mercado.

Eles reiteraram a recomendação “neutra” para as ações, mas elevaram o preço-alvo de R$ 43 para R$ 50.

A receita líquida da companhia — que no segundo trimestre passou a consolidar os números de sua maior aquisição, a norte-americana Regal Rexnord — somou R$ 9,27 bilhões de abril ao final de junho, crescimento de 13,5%. O retorno sobre capital investido atingiu 37,4%, alta de 3 pontos percentuais ano a ano.

Na visão dos analistas do Citi, além do Ebitda acima do esperado, o balanço mostrou um começo “auspicioso para integração da Regal”. “Havia alguns temores de que as margens da Regal seriam significativamente menores do que as da WEG, o que não pareceu ter se materializado”, afirmaram em relatório.

A margem Ebitda ficou em 22,9% no segundo trimestre, de 22,4% um ano antes e 22% no primeiro trimestre.

Petrobras é a vencedora do lote 1 do leilão da PPSA de petróleo

 

A Petrobras arrematou o lote 1 do leilão de petróleo da União, referentes ao óleo produzido no navio-plataforma (FPSO, da sigla em inglês) Guanabara, no campo de Mero. A oferta vencedora foi de um desconto de US$ 1,85 por cada um dos 12 milhões de barris de petróleo estimados.

O certame é promovido pela estatal Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), que ao todo licita nesta quarta-feira, 31, os direitos sobre 37,5 milhões de barris de petróleo da União, referentes à produção dos campos de Mero e Búzios.

Estavam habilitadas na licitação as empresas Galp, Petrochina Prio, Refinaria de Mataripe, Shell Trading, TotalEnergies,CNOCC e Petrobras. Destas, a Prio e a Shell não ofereceram propostas pelo lote.

Esses volumes são estimativas da futura parcela de petróleo da União nesses campos, que contemplam incertezas inerentes ao processo de produção.

Ao arrematar um lote, o comprador terá à disposição toda a carga nomeada em 2025, que pode ser maior ou menor do que o volume estipulado no edital.

Boeing nomeia novo CEO e relata prejuízo significativo

 


Imagem sem data do novo CEO da Boeing, Robert "Kelly" Ortberg - BOEING/AFP

 

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A Boeing nomeou, nesta quarta-feira (31), Robert “Kelly” Ortberg como seu novo CEO, ao mesmo tempo em que relatou um prejuízo significativo no segundo trimestre.

Ortberg, de 64 anos, tem uma vasta experiência no setor aeronáutico e dirigiu o grupo Rockwell Collins, que mais tarde se tornou subsidiária da RTX, da qual se aposentou em 2021.

O novo CEO ingressará na Boeing no momento em que a fabricante de aviões tenta se recuperar de uma série de problemas de segurança, controle de qualidade e uma baixa na produção.

Ortberg substituirá Dave Calhoun, que anunciou sua saída da empresa antes do final do ano.

Em um comunicado separado, a Boeing publicou resultados para o segundo trimestre bem abaixo das previsões dos analistas, com um prejuízo líquido de 1,44 bilhão de dólares (8,1 bilhões de reais) devido a menores entregas de aeronaves comerciais.

A receita caiu 14,6%, para US$ 16,9 bilhões (95,5 bilhões de reais na cotação atual).

Esses resultados também foram impactados pelos negócios de defesa da Boeing, com contratos a preços fixos nos quais registrou perdas devido a dificuldades na cadeia de suprimentos, maiores custos de engenharia e problemas técnicos.

– Nova liderança –

A Boeing está sob a lupa das autoridades americanas depois que, em janeiro, um 737 MAX, operado pela Alaska Airlines, teve que fazer um pouso de emergência depois que um painel da fuselagem caiu em pleno voo.

O acidente causou indignação no Congresso americano e preocupou os clientes da Boeing.

Dave Calhoun assumiu o cargo em 2020, depois que seu antecessor, Dennis Muilenburg, renunciou após dois acidentes fatais em 2018 e 2019 com o modelo MAX, que foi retirado pelas companhias aéreas por um longo período.

Segundo especialistas no setor, o novo CEO tem que ter experiência em engenharia, no setor aeroespacial, gestão em projetos de grande produção, foco em segurança e habilidades de comunicação, fundamentais para enfrentar o escrutínio das audiências no Congresso.

Em uma mensagem aos empregados, o presidente do conselho diretor da Boeing, Steve Mollenkopf, descreveu Ortberg como um “experiente líder que a indústria aeroespacial respeita profundamente”.

“Há muito trabalho a ser feito, e estou ansioso para começar”, disse Ortberg em um comunicado.

O congressista democrata Rick Larsen, membro do influente Comitê de Transportes na Câmara dos Representantes, recebeu a nomeação de forma positiva.

“O senhor Orberg é um engenheiro mecânico (…) espero que isso signifique que se assegurará que sua principal mensagem para todos seja construir o melhor avião é construir o avião mais seguro do mundo”, escreveu Larsen na rede social X.

Ortberg assumirá o cargo logo depois de uma audiência de dois dias, organizada pela Junta Nacional de Segurança de Transporte em Washington, sobre o incidente da Alaska Airlines.

Após os acidentes de 2018 e 2019, Boeing aceitou se declarar culpada por fraude na certificação do modelo MAX, como parte de um acordo com o Departamento de Justiça, informaram as autoridades em 24 de julho.

O que esperar da decisão de hoje do Copom e para a taxa Selic até o fim do ano

 


Cenário econômico ainda aponta para permanência da pressão inflacionária e incertezas sobre questão fiscal; cenário geopolítico também deve influenciar

 

 

Sede do Banco Central, em Brasília

 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne novamente para decidir como fica a taxa básica de juros da economia no país, a chamada Selic. A decisão será anunciada no início da noite desta quarta-feira, 31.

O mercado dá como certa a manutenção da taxa em 10,50% ao ano. Isso porque no comunicado da decisão anterior, em junho, o Copom disse que “optou por interromper o ciclo de queda de juros” e já apontava para manutenção da taxa para as próximas decisões, devido à avaliação de que o processo desinflacionário no país está mais lento, demandando “serenidade e moderação na condução da política monetária”.

A manutenção da Selic na última decisão interrompeu uma sequência de cortes iniciada em agosto de 2023, após a taxa permanecer por um ano em 13,75%.

O que esperar do placar

O economista Ricardo Rocha, professor de Finanças no Insper, acredita que, apesar da pressão do presidente Luis Inácio Lula da Silva para a queda dos juros, a decisão pela manutenção da taxa deve ser unânime mais uma vez.

“Apostaria que, sobre os juros, não haverá divergência. Não acredito que algum dos membros, ainda que indicados pelo governo, vá tomar decisões para agradar o governo. Eles têm um currículo e um nome a zelar. Vai prevalecer o bom senso”, afirma Rocha.

O professor destaca, além da pressão inflacionária na economia doméstica, a questão fiscal e o panorama geopolítico, como as eleições nos Estados Unidos e, recentemente, na Venezuela, como fatores de atenção que deixam o ambiente econômico ainda mais em cenário de riscos e incertezas, pontos que os agentes econômicos costumam olhar para tomada de decisões. “A questão do déficit publico não está pacificada, é um problema grande”. Por isso que, para Rocha, o comunicado deve apontar para um clima de cautela no comitê.

Joelson Sampaio, professor da Escola de Economia da FGV, também reforça que os dados de inflação devem basear a decisão do Copom, ainda que ela não seja unânime, em manter a taxa em 10,50% até o final do ano. “A decisão [em manter] será basicamente porque temos uma perspectiva de inflação maior do que semanas atrás”.

Em relatório macroeconômico, o economista-chefe do Itaú avalia que esta decisão se dá em cenário “mais complexo desde a decisão anterior”, por conta da percepção de risco local ainda elevada, dados de atividade econômica que seguem mostrando perspectiva de aumento da inflação, especialmente o último IPCA-15, que surpreendeu ao registrar aumento de 0,30% dos preços em julho, atingindo 4,45% em 12 meses e se aproximando do teto da meta de inflação.

“O comitê deve renovar a promessa de vigilância, e afirmar que avaliará se a estratégia de manutenção da política monetária em patamar contracionista por tempo suficiente será capaz de assegurar o processo de desinflação e reancoragem das expectativas”, disse o Itaú.

Marcelo Bolzan, estrategista de investimentos, planejador financeiro, CGA e sócio da The Hill Capital, também espera um comunicado mais duro, motivado pela piora de alguns indicadores, principalmente a inflação, com Boletim Focus trazendo a perspectiva de um IPCA a 4,1%, e em cenário de valorização do dólar, que pode impactar o índice – para cima –  no curto prazo.

Pela sexta semana consecutiva, os economistas mantiveram a expectativa para o patamar da taxa básica de juros Selic neste ano e no próximo, a 10,50% e 9,50%, respectivamente, segundo o boletim Focus do BC.

O mandato de Roberto Campos Neto termina no fim de 2024 e o presidente Lula ainda não anunciou quem irá indicar para a presidência do BC.

Fed também anuncia decisão de juros nesta quarta

Nesta quarta-feira, o banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), também divulga sua decisão sobre juros por lá. A expectativa em relação aos EUA que o Fomc (o comitê de política monetária do Fed) também decida pela manutenção dos juros, hoje no intervalo entre 5,25% e 5,50%.

Mas, ao contrário do que o mercado espera do Brasil, a perspectiva é de que na próxima reunião, em setembro, o Fed inicie o corte dos juros, apesar de os dados de inflação do país apontarem ainda para um cenário de preços elevados. A meta de inflação nos EUA é 2% ao ano.

terça-feira, 30 de julho de 2024

CCT aprova a proposta do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial

 


Prévia do Plano será entregue ao presidente Lula nesta terça-feira, 30, na abertura da 5ª Conferência Nacional de C, T & I
 

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Foto: Luara Baggi (ASCOM/MCTI)
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Foto: Luara Baggi (ASCOM/MCTI)

 

Nesta segunda-feira (29), foi aprovado pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), a proposta do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). Ele será entregue nesta terça-feira (30), durante a abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“O presidente pediu este plano em março deste ano e pediu que a gente apresentasse na Conferência”, explicou a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos que presidiu a reunião.

A representante do MCTI destacou que durante quatro meses foi feito um esforço de elaboração para a construção do plano. “Foi um processo muito participativo, com mais de 300 pessoas, muitas oficinas, conversas bilaterais com a iniciativa privada, especialistas, sociedade civil organizada, procurando fazer uma sinergia do ecossistema na direção de cuidar para que o Brasil possa garantir sua autonomia, sua soberania”, ressaltou a ministra.

O plano aprovado tem entre os objetivos equipar o Brasil com infraestrutura tecnológica avançada com alta capacidade de processamento, incluindo um dos cinco supercomputadores mais potentes do mundo, alimentada por energias renováveis; desenvolver modelos avançados de linguagem em português, com dados nacionais que abarcam nossas características culturais, sociais e linguísticas, para fortalecer a soberania em IA e promover a liderança global do Brasil em IA por meio do desenvolvimento tecnológico nacional e ações estratégicas de colaboração internacional.

“Este é um debate estratégico e que impacta diretamente no mundo e no Brasil as cadeias econômicas porque ao mesmo tempo que a inteligência artificial tem riscos, ela traz muitas oportunidades”, concluiu a ministra.

As recomendações da proposta do Plano estão divididas em cinco eixos, com destaque para a Infraestrutura e Desenvolvimento de IA, e a Inteligência Artificial para a melhoria do Serviço Público e para a Inovação Empresarial.

Um exemplo de ação é o investimento em um supercomputador para o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), que possa atender a demanda de pesquisas na área, tanto pelos centros de pesquisa, como pela iniciativa privada.

Também estavam presentes no evento o ministro da Casa Civil, Rui Costa, a ministro do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Mariana Silva, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro e o ministro substituto do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Fernando Elias Rosa.

“Esse esforço coletivo busca responder o desafio do presidente Lula [de elaboração do Plano] em diversas áreas informações sobre a inteligência artificial”, disse o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

O ministro também destacou que atualmente a divisão social do trabalho internacional se dá a partir da propensão do desenvolvimento tecnológico. “Um país que queira estar entre os primeiros lugares e garantir o bem-estar para o seu povo não pode abrir mão disso”, comentou.

Ao fim da reunião, o secretário-executivo do MCTI, Luis Fernandes fez uma avaliação positiva da reunião do Conselho e do Plano que será entregue ao presidente. “Houve um endosso entusiasmado do que foi apresentado, porque nós conseguimos conceber um plano que é simultaneamente audacioso, robusto, responsável e realista ao mesmo tempo”, avaliou.

Fernandes também ressaltou o esforço para a construção da proposta do PBIA que foi realizado num curto espaço de tempo. “Chegamos agora, em julho, com a elaboração desse plano de forma participativa, com todos reconhecendo a solidez da proposta desse tema que é crucial para o desenvolvimento do Brasil”, disse.

Por fim, o secretário-executivo do MCTI, enfatizou que o país está na direção correta se comparado aos países que estão investindo em IA. “Aprovamos hoje a proposta do PBIA, e isso será apresentado ao presidente Lula que dará desdobramentos a esse plano para robustecê-lo ainda mais para que se torne um plano do governo brasileiro”, finalizou.


segunda-feira, 29 de julho de 2024

Qatar Airways negocia compra de 66 jatos da Embraer de companhia da África do Sul

 


Qatar Airways negocia compra de 66 jatos da Embraer de companhia da África do Sul
(Foto: Jato Embraer E195 da Airlink com pintura especial / AL)    Qatar Airways

 

A Qatar Airways está prestes a fechar um acordo para adquirir uma participação na maior companhia aérea regional da África do Sul, a Airlink. A empresa sul-africana, com uma frota de 66 aeronaves, incluindo jatos Embraer das séries ERJ-135/145, E170/175 e E190/195, transporta anualmente mais de 3 milhões de passageiros para mais de 15 países na África Subsaariana, como África do Sul, Botsuana e Tanzânia.

Este movimento faz parte da ambiciosa expansão da transportadora do Golfo no continente africano. As negociações entre as duas partes estão avançadas, embora ainda não tenha sido firmado um acordo final, segundo fontes próximas ao assunto, divulgou o portal do Financial Times.

EXPANSÃO ESTRATÉGICA

O investimento fortaleceria a rede da Qatar Airways no sul da África, proporcionando acesso a passageiros de cidades regionais e aumentando o tráfego no hub de Doha. O CEO da Qatar Airways, Badr Mohammed Al Meer, afirmou que estão nos “estágios finais” para concluir um investimento em uma companhia aérea do sul da África, sem citar diretamente a Airlink.

BENEFÍCIOS DO ACORDO – Qatar Airways

O potencial acordo entre Qatar Airways e Airlink é visto como estratégico, visando aumentar o tráfego, expandir o alcance de mercado e reduzir custos operacionais. Joachim Vermooten, economista de transportes da Universidade de Joanesburgo, destacou que a Airlink emergiu mais forte da pandemia e capturou uma maior fatia do mercado regional após a crise da South African Airways.

DESAFIOS REGULATÓRIOS

Um dos desafios para o acordo são as regras de licenciamento aéreo da África do Sul, que exigem que companhias aéreas nacionais sejam 75% controladas por sul-africanos. No entanto, Vermooten observou que essas restrições estão sendo relaxadas globalmente para permitir maior investimento estrangeiro nas companhias aéreas locais.

A Qatar Airways já voa para cerca de 30 destinos na África, uma região onde a demanda por viagens aéreas deve crescer rapidamente nos próximos anos. A fabricante Boeing estima que o tráfego de passageiros intra-africano quadruplicará nas próximas duas décadas, reforçando a estratégia da Qatar Airways de expandir sua presença no continente.

 

 https://www.cbnvale.com.br/qatar-airways-negocia-compra-de-66-jatos-da-embraer-de-companhia-da-africa-do-sul/

China investe em produção ‘altamente subsidiada’, com impactos para UE e globais, diz BCE

 

Xi Jinping é confirmado como líder pelos próximos 5 anos na ...

O Banco Central Europeu (BCE) avalia, em boletim econômico divulgado nesta segunda-feira, 29, que o modelo de crescimento puxado por investimentos da China “está ficando sob crescente pressão”. Como resposta a desafios, o governo do país tem redobrado esforços para fomentar o crescimento com políticas impulsionadas para o investimento, mas a análise da instituição discute o modelo do país, desequilíbrios entre oferta e demanda em seu setor manufatureiro, bem como potenciais efeitos secundários da política chinesa para outras nações.

Com o tempo, as altas taxas de investimento da China têm gerado retorno menor, aponta o BCE. Além disso, fatores estruturais e cíclicos cada vez mais pesam na demanda, nota a instituição, em parte por questões estruturais, como a queda desde 2011 da população chinesa em idade de trabalhar.

A análise do BCE considera que a crise no setor imobiliário chinês afetou um dos três principais pilares do crescimento do investimento do país. Segundo o boletim, há sinais de que o crescimento recente da produção manufatureira cria distorções no mercado chinês, com a oferta superando a demanda, o que eleva estoques e derruba preços, afetando a rentabilidade das empresas.

Os esforços da China em investir mais em capacidade produtiva em setores “altamente subsidiados” têm implicações globais, destaca o BCE. Ao cortar preços ou elevar exportações de produtos muito subsidiados, o crescimento nas exportações do país pode levar a efeitos internacionais de pressões de desinflação, adverte o banco central. Isso poderia ser mais exacerbado se parceiros comerciais de outros países cortarem preços, para se manter competitivos. Por fim, o desenvolvimento da China de capacidades industriais avançadas, sobretudo em setores de tecnologia verde, e o tamanho relativamente maior dos subsídios estatais no país também poderiam afetar a competitividade de parceiros nesses setores relativamente novos e com manufatura cada vez mais avançada.

O boletim ainda diz que, nesse contexto, o papel da União Europeia como um mercado exportador para a China “poderia potencialmente se tornar mais central”. Caso países de fora da UE fechem mais mercados para produtos chineses, Pequim poderia redobrar esforços para exportar à UE, exacerbando o impacto sobre a Europa em termos de pressões desinflacionárias crescentes, a perda de competitividade nos setores avançados manufatureiros e um corte na parcela tanto na produção quanto nas exportações manufatureiras. Com isso, o boletim defende uma resposta política europeia “cuidadosamente calibrada” para garantir um campo justo de disputa.