segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Mulheres se preocupam mais com consumo sustentável do que homens

 


Pesquisa foi realizada pela Confederação Nacional do Comércio 
 
 
Entre as mulheres, 36% afirmaram que deixam de comprar produtos de vendedores ou fabricantes com práticas nocivas ao meio ambiente

 

 

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) realizou uma pesquisa com mais de 1 mil consumidores em todo o Brasil para compreender de que forma aspectos ambientais, sociais e econômicos impactam a tomada de decisão do consumidor e o comportamento de compra e também a escolha de produtos educacionais e serviços turísticos. O estudo foi segmentado por gênero, classe social, idade e geolocalização. Entre os resultados, 94% dos brasileiros declaram ter um hábito de consumo mais racional, fazendo, principalmente, pesquisa de preços, moderando as compras e evitando a compra por impulso. Os selos e certificações socioambientais são vistos como importantes para 58% dos consumidores. Para a maioria dos entrevistados, o consumo consciente está associado a questões ambientais como: redução da poluição (61%) e utilização responsável dos recursos naturais (58%).

O estudo aponta também a preocupação com questões sociais, como dar preferência a marcas não associadas ao trabalho infantil ou análogo à escravidão (56%). Mais de um terço dos consumidores entrevistados afirmam que deixam de comprar em empresas envolvidas em episódios de desrespeito aos empregados, de fraudes ou corrupção ou de prejuízos ao meio ambiente. "O resultado desta pesquisa nos mostra um consumidor cada vez mais consciente e preocupado com o impacto de suas escolhas. Isso reflete um amadurecimento do mercado e a necessidade de empresas se adequarem às novas demandas de sustentabilidade e responsabilidade social", afirmou José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac.

 

Escolhas sustentáveis por categorias de produto


A pesquisa mapeou atitudes de consumo para os segmentos do varejo: de roupas e acessórios, eletroeletrônicos, produtos de limpeza, alimentação e bebidas, higiene pessoal e beleza, lazer e turismo, e instituições de ensino. Por exemplo, no consumo de alimentos e bebidas, 25% declaram dar preferência à produção local/comunitária, 21% a embalagens recicláveis ou biodegradáveis, e 17% a produtos orgânicos. Quanto aos itens de higiene e beleza, 31% dos consumidores estão atentos a embalagens recicláveis ou biodegradáveis na hora da compra, enquanto 26% dão preferência a produtos com selos de bem-estar animal/não testado em animais.

Na categoria roupas e acessórios, 66% dos consumidores consertam ou reaproveitam as peças, e, quando esses itens não atendem mais às expectativas de uso, 73% afirmam doar para caridade. Para eletroeletrônicos, a intenção de reaproveitamento é ainda maior – 81% buscam consertar as peças antes de descartar, e mais da metade dos consumidores (55%) levam para cooperativas ou programas de logística reversa, fazendo o descarte apropriado dos equipamentos. Na escolha dos produtos de limpeza, o valor ainda é o mais relevante para 48% dos consumidores, 47% buscam embalagens de refil, e 45% compram embalagens recicláveis. Na educação, a atitude do consumidor foca o pilar social do ESG. Na escolha de uma instituição de ensino, 45% dos entrevistados buscam programas de combate ao racismo e a outras formas de preconceito, seguidos por 38% que buscam políticas de valorização da diversidade e inclusão, e 37% se preocupam que haja ações de combate ao bullying.

Entre as mulheres, 36% afirmaram que deixam de comprar produtos de vendedores ou fabricantes com práticas nocivas ao meio ambiente, 39% disseram rejeitar empresas envolvidas em escândalos de desrespeito aos empregados e 38% recusam marcas envolvidas em fraudes ou corrupção. Já entre os homens, foram registrados percentuais mais baixos em todos os três tópicos: 33%, 38% e 36%, respectivamente. O público feminino também é mais propenso a realizar muitas pesquisas de preços antes de realizar uma compra: 67% das mulheres afirmaram ter esse hábito. Entre os homens o índice foi 61%.

Para 56% dos consumidores brasileiros, as opções sustentáveis devem ter preços comparáveis a outros produtos, e 51% querem que os rótulos sejam mais compreensíveis. "O Comportamento do consumidor impulsiona a tomada de decisão nas empresas. Por isso, o mercado precisa oferecer produtos acessíveis e informações claras para os consumidores. O desafio é transformar a conscientização em práticas concretas que promovam um desenvolvimento sustentável mais amplo", destaca o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares. Já no recorte por região geográfica, nota-se que os consumidores nordestinos são os mais preocupados em realizar pesquisas antes de fazer uma compra. Esse hábito é assumido por 68%. De outro lado, a população que registra o maior percentual de pessoas que admitem comprar por impulso está no Sul: o comportamento é relatado por 9% dos consumidores da região.

 

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Cade aprova aquisição pela Tudo Serviços da Parati Crédito, das Americanas

 

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a aquisição pela Tudo Serviços da Parati Crédito, Financiamento e Investimento, que pertencia ao Grupo Americanas – que está em recuperação judicial.

O despacho foi publicado nesta segunda-feira, 5, no Diário Oficial da União (DOU).

A operação também precisa o aval do Banco Central.

“Como justificativa para a realização da operação, as requerentes explicam que, para a compradora, ela está alinhada com sua estratégia de assegurar melhorias nos aspectos estratégicos dos produtos e serviços ofertados pela Tudo Serviços e gerar sinergias por meio da contratação dos serviços de “Banking as a Service” (BaaS). Já para o grupo vendedor, a operação representa uma oportunidade de capitalização, dada a atual situação financeira do Grupo Americanas, em recuperação judicial”, alegaram as empresas, no processo.

Alckmin destaca que haverá novo recorde comercial em 2024 na relação Brasil-China

 

Candidate for Brazil's Vice-presidency Geraldo Alckmin speaks during a rally with evangelic leaders at Centro Cultural Seven Music on September 09,...

O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, destacou nesta segunda-feira, 5, que o ano de 2024 deverá marcar um novo recorde comercial na relação entre Brasil e China. O comércio entre os dois países cresceu 7,4% no acumulado de janeiro a julho deste ano, segundo Alckmin, na comparação com o mesmo período do ano anterior.

“Há 14 anos a China é o maior e mais importante parceiro comercial do Brasil”, destacou o presidente em exercício, durante sua participação, de forma remota, na conferência anual do Conselho Empresarial Brasil e China (CEBC) que, neste ano, celebrou os 50 anos das relações comerciais entre Brasil e China.

Alckmin destacou que o Brasil exporta muitos alimentos à China e que isso traz segurança alimentar para o país asiático.

O presidente em exercício citou ainda os embarques brasileiros de petróleo, ferro e celulose e lembrou que o Brasil importa diversos itens da China.

Alckmin salientou que “novas oportunidades” devem aparecer na relação comercial entre Brasil e China à frente, citando iniciativas dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em áreas como infraestrutura, logística, ferrovias, portos e energia.

Retrato em 2023

A China respondeu no ano passado por 52% de todo o superávit comercial brasileiro, informou o embaixador e presidente do CEBC, Luiz Augusto de Castro Neves, ao fazer a abertura do evento.

De acordo com o embaixador, no Brasil, de norte a sul e de leste a oeste, tem projetos chineses. No decorrer das últimas décadas a China vem investindo em 200 projetos em solo brasileiro somando US$ 70 bilhões.

“Nosso país está entre os dez no mundo que mais recebem investimentos chineses”, disse Castro Neves emendando que o setor energético é o que mais atrai investimentos da China no Brasil e que a infraestrutura responde por um quarto de todos os projetos de investimentos chineses no Brasil.

E continua sendo o setor energético o mais promissor para a China no Brasil na esteira da transição energética já que o Brasil tem vantagens comparativas muito significativas em relação a outros países quando se trata de economia verde por causa da sua grande vocação para produção do hidrogênio verde.

“A China também está de olho na setor de tecnologia brasileiro e tem feito investimentos neste segmento”, disse o presidente do CEBC, destacando a entrada de big techs chinesas no Brasil.

Fluxo comercial

Em termos de fluxo comercial, as exportações brasileiras para a China somaram US$ 104 bilhões em 2023. No entanto, de acordo com o embaixador, nos últimos 50 anos a pauta de exportação brasileira para a China pouco mudou. Continua ainda muito focada em agro de baixo valor agregado.

“Em termos históricos, a nossa pauta de exportações para a China quase não mudou. A pouca inovação se deu no setor do agro”, disse o embaixador.

Por lado, disse ele, as importações brasileiras provenientes da China vem toda da indústria da transformação “É notável que a China tem aumentado a sua pauta de exportações de maior valor agregado para o Brasil. Carros chineses tem entrado no País”, disse o presidente do CEBC.

Desafios

Também participante do evento, o diretor de Gestão Corporativa da Apex Brasil, Floriano Pesaro, destacou que o grande desafio hoje na relação bilateral Brasil-China é ampliar o leque de setores e produtos comercializados entre os dois países.

Do lado das exportações, Pesaro citou que os embarques de soja, petróleo e minério de ferro representam cerca de 75% de tudo que é exportado para a China.

Já nas importações, o diretor citou que o Brasil atende por apenas 5% do mercado chinês. “Podemos ampliar muito isso”, frisou.

Na avaliação de Pesaro, esse desequilíbrio na relação bilateral é um desafio do Brasil e o papel da Apex é auxiliar nessa mudança.

O diretor pontuou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem feito um papel importante nesse sentido, fazendo uma verdadeira “diplomacia comercial”, que é importante para aumentar o fluxo econômico brasileiro no mundo.

Mercado eleva previsão para inflação e para Selic ao fim de 2025, aponta Focus

 


Vista do prédio do Banco Central em Brasília

Analistas consultados pelo Banco Central elevaram novamente suas projeções para a alta da inflação neste ano e no próximo, assim como subiram sua expectativa para a Selic ao fim de 2025, de acordo com a mais recente pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira, 5.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que agora a expectativa para o IPCA ao final de 2024 é de alta de 4,12%, ante previsão de avanço de 4,10% na semana anterior. No próximo ano, o índice é visto em alta de 3,98%, de 3,96% anteriormente.

O centro da meta oficial para a inflação para este ano e o próximo é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

O novo aumento na projeção acompanha o resultado deste mês para o IPCA-15. O indicador, apesar de ter desacelerado em relação ao mês anterior, subiu mais do que o esperado na base mensal, 0,30%, com a taxa em 12 meses se aproximando do teto da meta de inflação em 4,45%.

Os dados do IPCA para o mês de julho inteiro serão divulgados na quinta-feira, com expectativa de analistas consultados pela Reuters de alta de 0,35% na base mensal e avanço de 4,47% em 12 meses.

Selic

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda os analistas passaram a ver a Selic fechando 2025 em um patamar mais alto, agora em 9,75% ao ano, de 9,50% há uma semana.

Pela sétima semana consecutiva, por outro lado, os economistas mantiveram a projeção para a taxa básica de juros ao fim deste ano em 10,50% ao ano.

A nova projeção vem na esteira da mais recente reunião de política monetária do Banco Central na semana passada, quando as autoridades decidiram manter a Selic em 10,50% ao ano pelo segundo encontro consecutivo. A ata da reunião será divulgada na terça-feira.

Dólar e PIB

Houve manutenção também na expectativa para o dólar em 2024, projetado para encerrar o ano em 5,30 reais. Segundo o Focus, a estimativa para a divisa norte-americana ao final de 2025 também ficou em 5,30 reais, uma elevação sobre os 5,25 reais previstos na semana anterior.

Para o PIB, houve novo avanço sobre a projeção para este ano, agora em alta de 2,20%, de 2,19% anteriormente. Em 2025, a expectativa é que o número desacelere para alta de 1,92%, ante 1,94% na semana anterior.

 

(Por Fernando Cardoso)

sábado, 3 de agosto de 2024

Algodão: Bahia mostra produção desta safra para compradores estrangeiros

 Lavoura de algodão: conheça práticas que elevam a produtividade

 

 

 Estadão Conteúdoi

Uma comitiva com cerca de 23 representantes de indústrias têxteis de países como Bangladesh, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Honduras, Índia, Paquistão e Turquia está na Bahia desde a quarta-feira, 31, para conhecer a produção do oeste do Estado. Segundo a Associação Baiana dos Produtores do Algodão (Abapa), a missão, promovida pelos cotonicultores brasileiros, por meio da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), tem o objetivo de ampliar as exportações.

“Estamos abrindo caminhos para que compradores de todo o mundo tenham a oportunidade de observar a tecnologia avançada aplicada à produção sustentável e ao sistema produtivo, ao mesmo tempo em que destacamos o algodão de qualidade produzido na Bahia”, disse em nota o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi.

“A receptividade dos compradores tem sido excelente. Eles viram que nosso algodão melhorou muito nos últimos anos, investimos em pesquisas, melhoramentos genéticos e boas práticas nas lavouras algodoeiras para obtermos uma das melhores qualidades do mundo”, disse o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel.

A Bahia é o segundo maior produtor de algodão do País. Na safra 2023/2024, em andamento, a previsão é que sejam colhidas 662,8 mil toneladas de pluma e caroço de algodão, com uma produtividade de 1.919 kg de pluma por hectare.

Grafite, cobalto e lítio podem impulsionar economias emergentes, aponta OMC

 

 OMC: o que é, objetivos, países-membros - Mundo Educação

 

Os países em desenvolvimento com recursos minerais, como grafite, cobalto e lítio – fundamentais das baterias dos veículos elétricos – podem se beneficiar do aumento da demanda dos materiais para a transição verde, informou a Organização Mundial do Comércio (OMC) em relatório divulgado na quinta-feira, 1º.

O texto revela que, enquanto as economias desenvolvidas obtêm tarifas mais baixas ao longo da cadeia de valor dos veículos elétricos, as economias em desenvolvimento enfrentam tarifas mais altas, o que dificulta o crescimento na cadeia de valor.

Para capitalizar sobre a crescente demanda por minerais críticos, o relatório sugere que as economias em desenvolvimento atraiam investimentos em refinamento e processamento, além de aumentar a transferência de tecnologia. Isso não apenas apoiaria a transição global para energia limpa, mas também promoveria o desenvolvimento sustentável, garantindo uma distribuição justa dos benefícios econômicos, ao mesmo tempo em que se consideram as implicações ambientais e sociais.

KPMG: Fusões e aquisições no Brasil saltam 16,7% no 2º trimestre e têm maior número em 2 anos

 O close-up dos empresários chegou a um acordo no escritório.

O volume de fusões e aquisições de empresas brasileiras voltou a subir e retomou a tendência de recuperação iniciada no segundo semestre do ano passado. De abril a junho, foram registradas 426 operações no Brasil, maior número em um trimestre em dois anos, mostra um levantamento da KPMG obtido com exclusividade pelo Broadcast sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).

Depois da queda de 5,9% no primeiro trimestre, as aquisições envolvendo companhias brasileiras subiram 16,7% no comparativo do último dado trimestral com igual período do ano passado. Com isso, o primeiro semestre terminou com 776 transações, 5,3% a mais do que nos seis primeiros meses de 2023.

A maior parte das operações – 60% do total registrado no segundo trimestre – são domésticas, ou seja, entre empresas brasileiras. Mas também há uma participação importante, equivalente a 28%, de aquisições feitas por estrangeiros de empresas sediadas no Brasil.

O novo pico de operações é atribuído a oportunidades abertas pela desvalorização cambial, que torna o valor das empresas brasileiras mais baixo em dólar.

Sócio da área de fusões e aquisições da KPMG no Brasil, Paulo Guilherme Coimbra conta ainda que muitos dos deals – ou seja, acordos – vieram de investidores que, ao perceberem que os juros não cairiam tanto quanto o esperado, desistiram de esperar pelo melhor momento para sair dos negócios.

Esse ambiente propiciou que as transações fossem concretizadas a preços mais baixos do que os colocados na mesa de negociação até seis meses atrás. “Temos visto vendas realizadas no momento de estresse, por empresas com dificuldade em ir ao mercado para captar dívida, e acabam sendo vendidas. Então, temos visto acontecer mais deals de oportunidade”, afirma Coimbra.

“Quando eu falo que a transação está mais atraente para quem está comprando, é porque tem uma pressão maior em cima do vendedor. O momento está mais favorável para quem é comprador e para quem tem liquidez”, acrescenta o sócio da KPMG.

Segundo ele, a tendência é de bom movimento de fusões e aquisições nos próximos trimestres, já que muitas das operações estão represadas. O estudo considera acordos superiores a R$ 50 milhões.