terça-feira, 5 de novembro de 2024

Itaú registra maior lucro trimestral da história dos bancos de capital aberto no Brasil

 


Agência do Itaú Unibanco no Rio de Janeiro

 

O resultado impressionante divulgado pelo Itaú Unibanco na noite de segunda, 4, em seu balanço do 3º tri foi o maior lucro nominal trimestral da história dos bancos brasileiros. O Itaú ocupa agora as quatro primeiras posições da lista, elaborada pela consultoria Elos Ayta apenas com as instituições de capital aberto.

O Banco do Brasil é outro destaque no ranking dos 10 bancos com maior lucro nominal em períodos de três meses: aparece em cinco posições, a maior delas com o registro de R$ 8,97 bilhões no segundo trimestre de 2024.

Entre os maiores números, o mais antigo foi registrado em dezembro de 2022, também pelo Banco do Brasil. Veja o ranking completo no gráfico:

 

 

O estudo da Elos Ayta destaca o fato das quatro primeiras posições serem ocupadas por quatro balanços seguidos divulgados pelo Itaú desde o final de 2023 até agora. “Este desempenho robusto demonstra a capacidade do banco de manter uma trajetória ascendente de crescimento e rentabilidade, mesmo em um contexto econômico que pode ter seus desafios”, afirma.

Por que um desempenho tão impressionante?

“É número de banco em ascenção”, comenta sobre o resultado o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz. “Se a gente fosse comparar seria com uma fintech para ter retornos tão altos assim, mas o Itaú recorrentemente consegue manter.” Cruz destaca a força da carteira de crédito e a queda da inadimplência sobre o resultado do banco.

“Cresce com uma qualidade muito boa então quando a gente fala de de inadimplência da carteira ou qualidade da Carteira de crédito”, concorda o analista da Levante Investimentos, Matheus Nascimento.

O economista Bruno Corano, da Corano Capital, também comenta a construção de carteira de crédito “bem posicionada”, e fala também no atual patamar da Selic. “Infelizmente [o Brasil] tem um juros muito alto e um sistema de crédito ainda muito lucrativo para as instituições de punitivo para a população.”

O estudo da Elos Atyla destaca outros pontos de força do Itaú Unibanco: uma diversificação de linhas de receita, adoção de novas tecnologias e a gestão de risco do banco. “A capacidade de navegar pelas nuances da economia brasileira e internacional, mantendo a eficiência operacional, foi fundamental”, diz o relatório.

Nvidia ultrapassa a Apple e volta a ser empresa mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 3,4 trilhões

 


Com avanço de mais de 2% nas ações nesta terça-feira, 5, a Nvidia voltou a ser a companhia mais valiosa do mundo, segundo monitoramento do Companies MarketCap, ultrapassando o valor de mercado da Apple no começo desta tarde.

Por volta de 13h15 (de Brasília), a gigante dos semicondutores era avaliada em US$ 3,416 trilhões, enquanto a fabricante de iPhones tinha market cap de US$ 3,363 trilhões. Market cap é o valor de uma empresa baseado no valor de suas ações no mercado.

 

(crédito: reprodução/Companies MarketCap)

 

Nesta terça, as ações de empresas de semicondutores subiam em bloco, e os ganhos foram impulsionados após a divulgação do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços dos EUA em outubro, medido pelo instituto ISM.

Na comparação anual, a Nvidia se valorizou em mais de 200%, e já chegou a ser a empresa mais valiosa do mundo, mas perdeu valor de mercado em meio a uma correção em agosto.

Dow Jones Industrial

A Nvidia entrou no lugar da Intel no índice Dow Jones Industrial Average nesta semana. A Intel ocupava a posição há 25 anos. A mudança destacou o movimento no mercado de semicondutores e marcou um revés para a Intel.

Outrora a força dominante na fabricação de chips, a Intel cedeu nos últimos anos sua vantagem de fabricação para a rival TSMC e perdeu a oportunidade do “boom” da inteligência artificial generativa após passos em falso, incluindo a decisão de não investir na OpenAI, dona do ChatGPT.

As ações da Intel caíram 54% este ano, tornando a empresa a de pior desempenho do índice e deixando-a com o menor preço de ações no Dow, que é ponderado por preço.

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Danone reafirma que segue comprando soja brasileira: ‘Não há medidas restritivas’

 


A nova declaração ocorre após uma onda de críticas no Brasil, desencadeada por declarações do diretor financeiro de que a companhia estaria optando por fornecedores asiáticos de soja

 

 

(REUTERS/Benoit Tessier)

 

 

A presidente da Danone para a América Latina, Silvia Dávila, divulgou nesta sexta-feira, 1º, nova nota de esclarecimento na qual reafirma não haver restrições à compra de soja brasileira na cadeia de suprimentos da empresa. É a terceira manifestação da companhia sobre o tema em uma semana.

“Reafirmamos que não há medidas restritivas na compra de soja brasileira na cadeia de suprimentos da Danone em todo o mundo”, diz na nota, acrescentando que “a informação circulada sobre este tópico não é precisa” e que a soja brasileira “é um insumo essencial para nossos produtores de leite”. “Isso se aplica não apenas à cadeia de suprimentos brasileira, mas também a outros países onde operamos”, complementa o texto.

Dávila, que também integra o Comitê Executivo Global da Danone, havia se manifestado na quarta-feira, 30, por meio do LinkedIn da empresa, em uma nota mais extensa na qual reconhecia “o notável compromisso do governo brasileiro em preservar as florestas locais”.

A nova declaração ocorre após uma onda de críticas no Brasil, desencadeada por declarações do diretor financeiro da Danone, Jurgen Esser, que, em entrevista à Reuters, sugeriu que a empresa estaria optando por fornecedores asiáticos de soja em antecipação à legislação de combate ao desmatamento da União Europeia, a EUDR, que deveria entrar em vigor em janeiro de 2025.

A polêmica provocou reações imediatas de produtores brasileiros e de autoridades do setor agrícola. Na terça-feira, 29, a filial brasileira da Danone já havia divulgado um primeiro comunicado, assinado pelo presidente Tiago Santos, negando qualquer interrupção nas compras de soja nacional.

A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) classificou a postura da Danone como “um ato discriminatório contra o Brasil e sua soberania”. A entidade argumentou que os produtores brasileiros são “os únicos no mundo que preservam o meio ambiente para o Brasil e para a humanidade”, citando as exigências do Código Florestal.

O Ministério da Agricultura também se manifestou, afirmando que o Brasil não aceitará “restrições desproporcionais a produtos brasileiros” e criticando posturas consideradas “intempestivas e descabidas” por parte de empresas europeias. A pasta destacou que o País atinge “altos padrões” de sustentabilidade e mantém “compromisso com comércio justo e ambientalmente responsável”.

Usineiros brasileiros dizem que preços atuais do açúcar limitam crescimento da produção

 


Usina de cana de açúcar (Crédito - Reprodução) (Crédito: Foto: shutterstock)

 

Os atuais preços de referência do açúcar bruto não estão suficientemente altos para justificar o investimento em novas usinas, e os ganhos marginais na produção decorrentes de ajustes nas unidades existentes estão próximos do limite, disseram os usineiros brasileiros nesta segunda-feira, 04.

A demanda por açúcar continua a crescer cerca de 2% ao ano, enquanto a produção tem sofrido devido a fatores como mudanças climáticas e políticas de mistura de biocombustíveis, como na Índia. Essa situação tem mantido o mercado em um equilíbrio apertado entre oferta e demanda.

“Quando você faz uma análise de um possível investimento em uma nova usina de açúcar, com um mix de açúcar de 50%, a taxa interna de retorno é de 9%, portanto não há incentivo”, disse Rodrigo Penna de Siqueira, diretor financeiro da Jalles Machado, um dos maiores grupos de açúcar do Brasil.

Siqueira disse que os preços precisam subir e permanecer altos por mais tempo para permitir novos investimentos. Seus comentários foram feitos durante uma conferência organizada pelo banco BTG Pactual em São Paulo. Outros executivos tiveram opiniões semelhantes.

“A capacidade do Brasil de colocar mais açúcar no mercado está chegando ao limite”, disse Renato Junqueira, vice-presidente da Adecoagro, que opera três usinas no Brasil.

As usinas brasileiras fizeram investimentos nos últimos dois anos para aumentar o mix de açúcar, ou seja, a capacidade de desviar mais cana-de-açúcar para produzir açúcar e, consequentemente, produzir menos etanol à base de cana.

A consultoria FG/A estima que as mudanças no mix de açúcar resultaram em uma capacidade adicional de produção de açúcar de 2,6 milhões de toneladas no Brasil.

Os executivos disseram que há um limite para o que pode ser feito nas usinas existentes.

Qualquer capacidade adicional de produção de açúcar provavelmente ainda virá da cana-de-açúcar, e não da beterraba, disse Pierre Santoul, diretor da Tereos Brasil.

Ele acredita que a Índia, o segundo maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, não aumentará a produção de açúcar devido ao desvio do caldo de cana para o etanol a fim de atender ao seu programa de mistura, o que manterá o mercado global de açúcar apertado.

“Temos uma visão construtiva para os preços (daqui para frente)”, disse ele.

JBS vai exportar quase 1 mi t de carne para China em 2024, diz Batista

 


Funcionário em fábrica da JBS. Crédito: Reprodução/Facebook

 

A JBS vai exportar quase 1 milhão de toneladas de carne para a China em 2024, afirmou Wesley Batista, da família proprietária da empresa e integrante do conselho de administração. A fala ocorreu no AgroForum, promovido pelo BTG Pactual nesta segunda-feira, 4.

Batista não especificou qual proteína falava ou a origem das exportações da companhia, que também tem operações no Brasil, Estados Unidos e Austrália, entre outros países.

Sua declaração foi feita em um contexto sobre o crescimento das exportações brasileiras, em uma palestra cujo tema era a internacionalização de companhias do agronegócio nacional.

“O nosso setor é inacreditável. Olha o Brasil! Quando eu comecei na década de 90, o mercado que o Brasil exportava era a Europa. O Brasil exportava 300 mil toneladas por ano para a Europa. Só a JBS vai exportar quase 1 milhão de toneladas para a China este ano”, disse ele.

De acordo com Batista, “há poucos lugares no mundo que tem condição de aumentar a produção na magnitude que o Brasil tem para suprir uma demanda crescente”. Ele vê a demanda aumentando na China, mas também em países do Sudeste Asiático, como a Indonésia, além da Índia e Oriente Médio.

“Estou confiante que nós que estamos no agronegócio podemos continuar otimistas e investindo no negócio, porque comida não vai parar de crescer.”

Lá fora é mais fácil

Batista, que como executivo comandou a unidade do JBS nos Estados Unidos no passado, disse que incentiva empreendedores brasileiros a expandirem as operações em outros países, porque é mais “fácil” operar no exterior. Segundo o empresário, no Brasil há questões tributárias e trabalhistas “complicadas”.

“Ser bem-sucedido aqui é sentar numa canoa e remar contra o rio. Você vai para os Estados Unidos é sentar na canoa e remar a favor do rio, você desce com ele, você vai junto”, disse Batista, lembrando que chegou aos EUA “sem falar uma palavra de inglês para tocar um negócio que era bem maior do que o nosso (no Brasil)”.

Ele disse que o Brasil tem um custo tributário “monstruoso”. “Temos um manicômio tributário, vem com um problema sério de insegurança, judicialização entre Estados…”, afirmou, lembrando que o departamento tributário da JBS no Brasil tem 300 pessoas, enquanto nos EUA são apenas 18.

Batista comentou ainda que, no momento, a indústria no Brasil enfrenta problema de mão de obra para expandir seu negócios. “Tem fábrica que só não aumenta (a produção) porque não tem gente”, afirmou, citando as unidades de Diamantino (MT) e Dourados (MS).

Por outro lado, ele citou que o Brasil tem uma das indústria frigoríficas mais sofisticadas do mundo.

Consórcio de construtoras arremata segundo leilão de escolas de Tarcísio

 

 

O Consórcio SP + Escolas arrematou o Lote Leste da concessão para construção e administração de unidades escolares no Estado de São Paulo. A oferta vencedora foi de R$ 11,546 milhões, desconto de 22,51% ante o valor máximo estipulado pelo governo para ser pago mensalmente à concessionária após a realização das obras.  O certame ocorreu sob protestos nesta segunda-feira, na sede da B3 em São Paulo.

O SP + Escolas, composto pelas construtoras Agrimat Engenharia, CDL, CBI, DP Barros e A100X Empreendimentos, desbancou outros dois proponentes: CS Infra Social, do Grupo Simpar, e o Consórcio Jope ISB, formado pela Jope, 4UM e a Perfin. Eles ofertaram deságios de 16,24% e 12,04%, respectivamente. Por causa da diferença maior do que a estipulada pelo edital, a disputa não foi a viva-voz.

A concessão, que faz parte da parceria público-privada (PPP) Novas Escolas, prevê a construção de 16 novas unidades escolares, com 476 salas de aula e 17,6 mil vagas. O investimento estimado é de R$ 1,1 bilhão ao longo de 25 anos de concessão. A atuação da concessionária ficará concentrada em atividades não pedagógicas.

Na última terça-feira, o Consórcio Novas Escolas, formado pela gestora Kinea e a Engeform, arrematou o Lote Oeste, depois de competir com outros quatro concorrentes. A proposta vencedora foi de R$ 11,9 milhões, deságio de 21,43%. O investimento previsto também é de cerca de R$ 1,1 bilhão.

O certame de hoje foi o penúltimo da “maratona” promovida pelo Governo de São Paulo. Além dos dois lotes escolares, foram leiloados a Loteria Estadual e a Rota Sorocabana, também na semana passada. No total, o executivo paulista prevê levantar R$ 20 bilhões em investimentos com os projetos concedidos.

Protestos

Na quinta-feira passada, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) acolheu o recurso do governo de São Paulo e derrubou a liminar emitida um dia antes que suspendia os leilões do projeto Novas Escolas. A ação contrária aos certames foi movida pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP).

O leilão de hoje foi marcado por protestos em frente à sede da B3, na região central de São Paulo. A Polícia Militar foi acionada para conter os manifestantes.

Em resposta às críticas de entidades do setor, o governo do Estado reforçou que a parte pedagógica da administração das escolas irá continuar sob responsabilidade exclusiva da Secretaria Estadual da Educação, assim como a contratação de professores.

Após a construção da unidade escolar, o parceiro privado vai oferecer serviços não pedagógicos, como a manipulação de alimentos, vigilância e portaria, limpeza, jardinagem e controle de pragas, tecnologia da informação e serviços administrativos.

BNDES: Aprovações para infraestrutura alcançam R$ 78,4 bi em 18 meses

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O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou nesta segunda-feira, 4, ter aprovado R$ 78,4 bilhões em financiamentos para o setor de infraestrutura em um período de 18 meses. Os dados se referem aos valores aprovados no período entre janeiro e setembro de 2023 e entre janeiro e setembro de 2024.

O montante aprovado supera a soma de todas as aprovações registradas nos nove primeiros meses dos quatro anos anteriores, de 2019 a 2022, quando totalizaram R$ 67,6 bilhões.

“Entre janeiro e setembro de 2024, o Banco aprovou R$ 40,8 bilhões em crédito para o setor. O valor aprovado nos nove primeiros meses deste ano é 8% maior do que 2023 (R$ 37,6 bilhões) e 92% maior do que o mesmo período de 2022. Na série histórica, iniciada em 1995, o maior valor aprovado pelo banco para o setor de infraestrutura foi em 2014, com R$ 50,8 bilhões aprovados”, apontou o BNDES, em nota distribuída à imprensa.