sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Carnes sobem 5,8% em outubro e têm maior alta mensal em 4 anos, diz IBGE

 


Carnes no açougue - Crédito: Valter Campanato/Agência Brasil

 

A inflação do Brasil acelerou para 0,56% em outubro, o que representou 0,12% ante ao mês anterior (0,44%). O resultado foi influenciado principalmente por habitação (1,49%) e alimentação e bebidas (1,06%). Este último impulsionado pelo aumento das carnes (5,81%).

Trata-se da maior variação mensal de carnes desde novembro de 2020, quando foi de 6,54%. Alguns cortes se sobressaíram, caso do acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%).

“O aumento de preço das carnes pode ser explicado por uma menor oferta desses produtos, por conta do clima seco e uma menor quantidade de animais abatidos, e um elevado volume de exportações”, explica André Almeira, gerente do IPCA e INPC.

Os dados são do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado nesta sexta-feira, 8, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Confira abaixo as principais altas entre os alimentos, segundo o IBGE:

 

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Herlon Brandão: Temos valor recorde em importação e corrente de comércio para meses de outubro

 


O diretor de Planejamento e Inteligência Comercial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Herlon Brandão, afirmou nesta quarta-feira, 6, que o valor de importações em outubro bateu recorde para este mês na série histórica, com US$ 25,1 bilhões comprados. O feito também foi registrado na corrente de comércio do mês retrasado, que fechou em US$ 54,6 bilhões.

As importações estão crescendo no ano. Em outubro, houve avanço de 22,5%, crescimento puxado pelo aumento de volume comprado, que subiu 34,2%, contra uma queda de 8,5% nos preços.

No ano, as importações crescem 9,4%, com valor de US$ 221,4 bilhões. Esse movimento reduz o saldo comercial da balança, que está em US$ 63 bilhões até outubro, contra US$ 80,8 bilhões registrados na mesma época em 2023.

Entre os destaques das importações estão os bens de capital, com avanço de 21,2%, os bens intermediários, com crescimento de 17,1%, e os bens de consumo, com alta de 27,4%. Só em outubro, as compras da China tiveram alta de 46,7%. No ano, o crescimento do que chega da China é de 20,4%. Brandão deu destaque também para a importação de veículos automóveis de passageiros, que cresceu 63% de janeiro a outubro, em relação ao mesmo período do ano passado.

Na contramão de Lula, Gleisi Hoffmann e ministro Paulo Teixeira criticam Trump

 Ficheiro:Foto oficial de Luiz Inácio Lula da Silva (2023 ...


Mesmo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha parabenizado Donald Trump por vencer as eleições, alguns aliados do petista já mostraram menos pragmatismo. O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT-SP) atacou Trump nas redes sociais. A presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, afirmou que a eleição do empresário acende o “sinal de alerta para o campo democrático”. Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que “o dia amanheceu mais tenso” com o resultado do pleito nos EUA.

Em sua conta no X (antigo Twitter), Paulo Teixeira disse nesta quarta-feira, 6, que Trump cultiva “os piores valores humanos”. Ele também apontou o negacionismo do republicano para as mudanças climáticas.

Mesmo criticando o candidato vencedor, 1h depois Teixeira repostou a publicação de Lula parabenizando Trump. Na contramão do ministro, o presidente disse que “o mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade”.

Gleisi Hoffmann não atacou Trump, mas avaliou em uma publicação no X nesta quarta-feira, 6, que a derrota de Kamala Harris mostra que o mundo mantém a polarização. A petista defende que a esquerda tem de se preparar para as disputas no Brasil. “temos de nos preparar para enfrentá-la também aqui no Brasil, onde a extrema direita já se assanha com o resultado”, escreveu

Para Hoffmann, a esquerda brasileira tem que entregar respostas e soluções para o povo, sem cair no neoliberalismo. Para ela é necessário “dar respostas concretas às necessidade e expectativas do povo, que não cabem na receita neoliberal que o mercado quer impor ao governo e ao país”.

Dólar cai 1,2% e fecha a R$ 5,67, em dia de decisão sobre juros e na expectativa por medidas fiscais

 


Após superar os R$ 5,86 no início da sessão, na esteira da vitória de Donald Trump na disputa presidencial dos Estados Unidos, o dólar à vista perdeu força no Brasil e fechou nesta quarta-feira, 6, em queda firme, abaixo de R$ 5,70, com investidores à espera de medidas efetivas do governo Lula para conter gastos.

Na noite desta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anuncia sua decisão sobre a taxa de juros. A expectativa do mercado é por uma alta de 0,50 ponto percentual.

A disparada de ordens de “stop loss” (parada de perdas) no mercado durante o dia também favoreceu a queda do dólar ante o real, ainda que no exterior a moeda norte-americana sustentasse fortes altas ante as demais divisas.

O dólar à vista fechou o dia em baixa de 1,21%, cotado a R$ 5,6774. No ano, porém, a divisa acumula alta de 17,02%.

Às 17h04, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,28%, a 5,6925 reais na venda.

Após mostrar dólar acima de R$ 6, Google admite erro e tira cotação das buscas

 


Prédio do Google em Manhattan, Nova York

Prédio do Google em Manhattan, Nova York

Eduardo Vargasi

 

O Google deixou de exibir nesta quarta-feira, 6, o painel de cotação do dólar nas buscas feitas na ferramenta após mostrar, de forma errada, um câmbio acima de R$ 6, o que confundiu internautas e provocou confusão. Por volta das 13h30, por exemplo, a plataforma exibia a cotação da moeda a R$ 6,17.

“Recursos da Busca como o ‘câmbio de moeda’ são baseados em dados de terceiros e, em caso de imprecisões, nós removemos as informações da Busca e trabalhamos com o provedor dos dados para ajustá-las o mais breve possível”, disse o Google, em nota, ao admitir o erro.

A plataforma deixou de exibir também cotações de outras moedas, como euro, iene ou peso mexicano.

Ainda é possível buscar o painel de cotação do dólar no Google Finance, que a partir da tarde começou a mostrar o preço correto, na casa dos R$ 5,70.

Atualmente, a plataforma utilizada pelo Google para angariar os dados de câmbio e outros é a Mornigstar.

Em sua página de ‘exoneração de responsabilidade’, o Google declara que “todos os dados e informações são fornecidos ‘no estado em que se encontram’ somente para fins informativos, e não para fins de negociação ou recomendação sobre investimentos, tributos, questões jurídicas, financeiras nem outros assuntos. Consulte seu agente ou representante financeiro para verificar os preços antes de executar qualquer negociação”.

Cotação do dólar

Com a vitória de Trump, dólar chegou a R$ 5,86 por volta das 10h30, com uma valorização de quase 2% no intradia. Depois, a moeda recuou e caminha para encerrar o dia abaixo de R$ 5,70, conforme a Reuters.

O dia também é de valorização da bolsa de valores de Nova York. Em Wall Street, o S&P 500 subiu 2,4% ao passo que o Dow Jones avançou 3,4%.

“A apreciação do dólar frente ao real se deve, na maior parte, às expectativas de maiores juros na gestão Trump, especialmente pelo lado fiscal expansionista de seu governo, com os ambiciosos cortes de impostos. O plano de Trump tem um viés bastante inflacionário, que deve ser combatido com maiores taxas de juros, aumentando a atratividade do dólar e dos ativos norte-americanos frente aos pares emergentes”, explica José Alfaix, economista da Rio Bravo.

Superávit comercial do Brasil cai 52,7% em outubro, para US$4,343 bi, diz MDIC

 

Navios no Porto de Santos

 

BRASÍLIA (Reuters) -A balança comercial brasileira registrou um superávit de 4,343 bilhões de dólares em outubro, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) nesta quarta-feira, uma queda de 52,7% sobre o resultado positivo apurado no mesmo mês do ano passado.

O saldo veio abaixo das expectativas de economistas consultados pela Reuters, que previam saldo positivo de 4,976 bilhões de dólares para o período.

As exportações somaram 29,462 bilhões de dólares no mês, uma baixa de 0,7% em relação a outubro de 2023. As importações, por outro lado, cresceram 22,5% em relação ao mesmo período, totalizando 25,119 bilhões de dólares.

Nos primeiros dez meses do ano, o saldo comercial foi de 63,022 bilhões de dólares, uma queda de 22% em relação ao observado no mesmo período de 2023. As exportações somaram 284,460 bilhões de dólares (+0,5%) no acumulado do ano, e as importações, 221,438 bilhões de dólares (+9,5%).

A Indústria de Transformação foi o setor que teve maior aumento de exportações no mês, com alta de 10,9% frente a outubro de 2023, para 17,264 bilhões de dólares. A Indústria Extrativa registrou a maior baixa, de 14,5%, para 6,396 bilhões de dólares, seguida pela Agropecuária, com queda de 12,8%, para 5,603 bilhões de dólares.

Já nas importações, as vendas do setor de Agropecuária saltaram 32,6% e as do setor de Indústria de Transformação avançaram 25,5%. Já o setor da Indústria Extrativa recuou 9,6%.

O saldo comercial do mês foi particularmente pressionado pela queda na exportação da soja (-31,3%) e milho (-32,8%) frente ao mesmo período em 2023. O diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão, destacou que esse movimento já era esperado devido à queda da safra e aos embarques antecipados, além da recuperação da safra da Argentina.

Ao fazer sua revisão trimestral de projeções dos dados comerciais para o ano em outubro, o MDIC estimou que a balança fechará 2024 com um saldo positivo de 70,4 bilhões de dólares, ante previsão anterior de superávit de 79,2 bilhões de dólares. A redução refletiu uma redução da projeção para as exportações, para 330,3 bilhões de dólares, e aumento da estimativa de importações, a 274,9 bilhões de dólares.

“A gente está esperando uma leve queda de exportação, mas é muito incerto. Como os valores exportados de 2023 e 2024 são muito próximos, qualquer movimento, um dia útil a mais ou a menos, pode causar um leve aumento ou uma leve queda”, afirmou.

(Por Victor Borges; edição de Isabel Versiani)

Anfavea diz que acompanhará se haverá alguma mudança nas rotas de descarbonização com Trump

 AutoData - Anfavea renova logotipo para adequá-lo aos novos ...


Com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, surge um ponto de interrogação sobre a transição da indústria automotiva norte-americana em direção aos carros elétricos. Nesta quarta-feira, 6, durante a apresentação dos resultados do setor em outubro, a direção da Anfavea, associação das montadoras instaladas no Brasil, avaliou que podem haver mudanças nas rotas de descarbonização.

Presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite lembrou que Trump já manifestou posicionamento favorável a uma transição energética mais suave no tempo. O investimento maciço na substituição dos combustíveis fósseis, inclusive com incentivos à aquisição de carros elétricos e produção de baterias, foi uma das marcas do governo do presidente atual, Joe Biden.

Leite observou, assim, que houve uma mudança de posicionamento na indústria automotiva americana nos últimos quatro anos. A partir de janeiro, com Trump voltando à Casa Branca, a expectativa, comentou, é sobre qual será o apetite em relação a questões de meio ambiente, descarbonização e novas rotas tecnológicas. A impressão é de que “tudo pode acontecer”.

“Vamos acompanhar com um pouco mais de atenção. Tudo que vinha sendo discutido como política do governo americano pode passar por revisão pelo fato de Trump ter posicionamento um pouco diferente em relação a essas questões”, disse o presidente da Anfavea.

Ele ponderou que é difícil antecipar o caminho que será tomado pelos Estados Unidos porque, ao mesmo tempo em que já defendeu uma transição energética mais gradual, Trump está próximo a empresas “com viés de eletrificação”, referindo-se, embora sem citar o nome, à Tesla, do empresário Elon Musk, aliado do presidente eleito dos Estados Unidos.

“Sem dúvida estamos acompanhando, e isso pode impactar, sim, as empresas e o mercado como um todo”, afirmou Leite em relação aos possíveis desdobramentos na indústria de automóveis a partir da troca de governo nos Estados Unidos.

Em relação ao comércio exterior, o presidente da Anfavea não espera impacto relevante ao Brasil, apesar da perspectiva de maior protecionismo comercial no segundo mandato de Trump. A eleição de Trump traz a possibilidade, apontada por analistas, de as barreiras nos Estados Unidos desviarem as exportações chinesas a outros mercados, como o Brasil, onde um a cada quatro carros importados já vem da China.

O presidente da Anfavea ponderou, no entanto, que os carros elétricos chineses já enfrentam, com Biden, uma tarifa elevada, de 100%, para entrar nos Estados Unidos.