sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Mercado reage mal a anúncio da Braskem sobre estrutura de capital

 

 

A Braskem anunciou nesta sexta-feira que contratou assessores financeiros e jurídicos para avaliar opções para sua estrutura de capital, em um momento de ciclo de baixa do mercado global petroquímico que ainda deve perdurar por vários anos, segundo avaliações da própria companhia.

“A Braskem…contratou assessores financeiros e jurídicos para auxiliar a companhia na elaboração de um diagnóstico de alternativas econômico-financeiras para otimizar a sua estrutura de capital”, afirmou a empresa sem dar qualquer detalhe. As ações da petroquímica desabavam na bolsa paulista, com queda de 14% por volta das 13h, a R$7,09, chegando a R$7,07 no pior momento, mínima intradia desde março de 2015.

“O anúncio reforça o momento desafiador da companhia, dado o aperto nas margens do setor de petroquímicos, enquanto tarifas de importação mais altas e a aprovação do REIQ/Presiq tornaram-se pré-requisitos para interromper o consumo de caixa em um futuro próximo”, afirmaram analistas do UBS BB.

“Além disso, o anúncio se soma a várias discussões em torno da estrutura da joint venture Braskem Idesa e possíveis ajustes no portfólio”, acrescentou a equipe do banco, que também publicou relatório nesta sexta-feira cortando a recomendação dos papéis da Braskem para neutra e o preço alvo de R$15 para R$10.

Na semana passada, a agência de classificação de risco S&P reduziu a recomendação de crédito da petroquímica de “BB-” para “B+”, e definiu a perspectiva em negativa.

A parceria da petroquímica no México, Braskem Idesa, já havia contratado a Lazard e outros dois escritórios de assessoria para auxiliá-la na avaliação de alternativas financeiras.

Alta alavancagem

A Braskem encerrou o primeiro semestre com uma alavancagem financeira de 10,59 vezes quando medida em dólares, acima do nível de quase 8 vezes de março e do múltiplo de 6,79 vezes do final de junho de 2024.

O presidente da Braskem, Roberto Ramos, fez no início de agosto uma veemente defesa da estratégia de reestruturação da empresa, focada em troca da matéria-prima nafta por gás e produção de químicos “verdes”, derivados de fontes renováveis como cana-de-açúcar e milho.

Na ocasião, o executivo afirmou que o problema da Braskem “não era tamanho da dívida”, citando que a empresa não tem nenhum vencimento de curto prazo e que não era “fã de venda de ativos para amortizar dívida” ao ser questionado sobre rumores na imprensa sobre eventual venda de ativos nos Estados Unidos.

A dívida bruta corporativa encerrou o trimestre em cerca de US$8,5 bilhões, com prazo médio de 9 anos e 68% dos vencimentos a partir de 2030. Ao final de junho, a posição de caixa, excluindo a operação mexicana Braskem Idesa, era de US$1,7 bilhão, sem considerar uma linha de crédito rotativo de US$1 bilhão disponível até dezembro de 2026, segundo dados da companhia.

Novo presidente dos Correios toma posse com desafio de reverter prejuízo bilionário

 

Emmanoel Schmidt Rondon assumiu o cargo de novo presidente dos Correios durante evento realizado nesta sexta-feira (26) em Brasília. A posse ocorre quase três meses após seu antecessor, Fabiano Silva, pedir demissão em meio a sequências de prejuízos registrados pela estatal.

Novo CEO, Rondon foi escolhido pelo presidente Lula após atuar como gerente executivo da diretoria de governo do Banco do Brasil, onde era funcionário de carreira. É economista graduado pela Universidade Federal Fluminense e possui MBA em Administração de Empresas pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais.

“Quem ama, cuida; e é esse amor incondicional pela empresa e a determinação em trabalhar em conjunto que vai restaurar o orgulho e a eficiência dos Correios, que desempenham um papel fundamental no Brasil. Conto com o apoio e a colaboração de todos para enfrentar os desafios e implementar as melhorias necessárias”, afirmou Rondon em seu discurso durante a posse do novo cargo.

A crise dos Correios

A pedido de Lula, Fabiano Silva permaneceu de modo interino no cargo após sua demissão enquanto se buscava um substituto. O centrão cobiçava o posto, porém o presidente optou por um nome com 25 anos de experiência no mercado financeiro como uma tentativa de salvar as contas da empresa.

A empresa registrou um prejuízo de R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre de 2025, crescimento de 222% em comparação às perdas de R$ 1,35 bilhão registradas no mesmo período do ano anterior. A empresa responde pela maior parte do déficit total das estatais brasileiras.

Na divulgação do balanço, a empresa afirmou que “enfrenta restrições financeiras decorrentes de fatores conjunturais externos que impactaram diretamente a geração de receitas” e fez referências a uma diminuição da operação internacional após a entrada em vigor da taxa das blusinhas.

Ao abordar o cenário financeiro adverso da estatal, a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, declarou em julho que a recuperação da empresa está condicionada a um ajuste fiscal. Segundo ela, o caminho envolve tanto a redução de custos operacionais quanto a busca por novas fontes de faturamento.

Entre as estratégias para ampliar os ganhos já anunciadas estão um plano de contingência e a criação de um marketplace próprio para entrada no segmento do e-commerce, em que a empresa concorrerá com gigantes como Mercado Livre, Shopee e Amazon.

 

Ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho cumprimenta o novo CEO dos Correios durante cerimônia de posse. 26/09/2026
Ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho cumprimenta o novo CEO dos Correios durante cerimônia de posse. 26/09/2026 (Crédito:Shizuo Alves/MCom)

Latam confirma cronograma de entrega da Embraer para E2 e foco em 30 novos destinos

 

A Latam Airlines vai receber os jatos E195-E2 encomendados junto à Embraer “relativamente rápido” e espera que a encomenda sirva para adicionar 25 a 30 destinos em sua malha aérea no Brasil, afirmou o presidente-executivo da operação brasileira do grupo chileno, Jerome Cadier, nesta sexta-feira.

“Uma importante parcela deles será entregue no próximo ano, até o final do próximo ano, e outra parte em 2027”, disse o executivo, acrescentando que a empresa vai decidir nos próximos seis meses que rotas os jatos vão atender.

A unidade brasileira da Latam é a maior companhia aérea em atuação no Brasil em participação de mercado. A empresa anunciou na segunda-feira encomenda firme de 24 aviões E195-E2, com opções de compra de outras 50 aeronaves.

Para Alckmin, há espaço para bom entendimento entre Brasil e EUA sobre tarifas

 

São Carlos, 26 – O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, vê espaço para um bom entendimento entre o Brasil e os Estados Unidos em relação às tarifas. Em meio aos acenos recentes entre os dois governos, afirmou que a postura brasileira sempre foi de diálogo e negociação.

“Gestos de Trump e Lula foram passo importante. Vamos dar agora novos passos para avançar mais e fazer um ganha-ganha, como deve ser o comércio exterior”, disse Alckmin.

O vice-presidente complementou dizendo que o Brasil não é um problema para os Estados Unidos, mas sim, uma solução. “Temos mais de 200 anos de amizade e parceria entre os dois países”, afirmou, reforçando ainda o superávit comercial para os EUA.

Alckmin disse ainda que a meta do governo é trabalhar no bom entendimento com os EUA. “Vamos trabalhar para reduzir a tarifa média e, ao mesmo tempo, excluir o máximo de produtos que a gente puder do tarifaço.”

Em relação ao papel de empresários nas negociações, ele foi sucinto. Disse apenas que o “empresariado americano e brasileiro atuaram junto aos governos” nessa pauta. Como exemplo, citou a Câmara Americana de Comércio.

Alckmin falou à imprensa após a inauguração de um novo hangar localizado no centro de manutenção da Latam em São Carlos (SP).

A estrutura é especializada na manutenção pesada de aeronaves Boeing 787 Dreamliner. Com R$ 40 milhões em investimentos, trata-se do maior aporte da companhia em seu complexo no interior paulista em dez anos.

Gol e Azul anunciam fim das negociações para fusão e de acordo de codeshare

 


As aéreas Azul e Gol anunciaram o fim das negociações para uma possível combinação de negócios entre as duas companhias aéreas brasileiras e do acordo de cooperação comercial (codeshare).

Em fato relevante, o grupo Abra, controlador indireto da Gol Linhas Aéreas informou, na noite de quinta-feira, que notificou a Azul de sua decisão de encerrar as negociações para uma possível combinação de negócios entre as duas companhias aéreas brasileiras.

“As partes não tiveram discussões significativas ou progrediram em uma possível operação de combinação de negócios por vários meses como resultado do foco da Azul em seu processo de Chapter 11”, disse Abra à Azul em uma carta, de acordo com fato relevante. 

Em comunicado ao mercado, a Azul destacou estar comprometida com “processo de fortalecimento da sua estrutura de capital” e que manterá os seus acionistas e o mercado em geral informados acerca de eventuais desdobramentos relacionados ao “encerramento das discussões comerciais acerca da potencial combinação de negócios”.

As empresas também anunciaram o fim do acordo de codeshare – compartilhamento de voos – com a Azul, firmado em maio de 2024. A parceria tinha como objetivo ampliar a conectividade no mercado doméstico.

Por meio de nota, o Ministério de Portos e Aeroportos disse que “o setor aéreo brasileiro continua em crescimento, com aumento na demanda por voos nacionais e internacionais, o que representa um número cada vez maior de passageiros voando pelo país”.

Além disso, a pasta acrescentou que a Gol concluiu, recentemente, seu processo de reestruturação internacional (Chapter 11) e segue em expansão. A Azul também está em fase de reorganização.

O ministério acompanha a decisão e reforçou que “o país continuará contando com três grandes companhias aéreas (Gol, Azul e Latam), o que garante competitividade e mais opções para os passageiros”.

A Gol e a Azul informaram que irão honrar os bilhetes comercializados no âmbito da parceria.

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Paulinho da Força diz que ‘não é fácil tocar’ redução de penas sem garantia de apoio no Senado

 

O relator do projeto que concede anistia aos condenados por atos golpistas, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), afirmou ao Estadão/Broadcast, nesta quinta-feira, 25, que o sentimento das bancadas é de que a falta de garantia do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), de pautar o projeto entre os senadores dificulta a tramitação da sua proposta na Câmara dos Deputados.

À reportagem, Paulinho da Força disse que ainda terá reuniões na próxima terça-feira com bancadas de partidos como PSD e PCdoB e indicou que a votação do texto na semana que vem está incerta. “Tudo é possível. Quando a Casa quer, faz. Mas o que eu senti dessas reuniões que fiz ontem é que se não tiver uma garantia de que o Senado vai pôr para votar, não é fácil tocar ele na Casa não”, afirmou o relator.

“Nós precisamos ter garantia do Davi se vai andar ou não. Então, por isso, nosso trabalho agora é convencer o Davi de pôr para votar lá no Senado depois”, acrescentou.

O parlamentar também disse que não ocorreu uma reunião da qual participaria na noite da quarta-feira, 24, com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e Alcolumbre, e que o encontro deve ser remarcado.

Paulinho da Força também afirmou que ainda não fechou as propostas de redução de penas com as bancadas. Na quarta, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), disse ter tomado conhecimento de um texto que reduziria em 11 anos a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três meses de prisão. “Essas contas eu não fiz ainda não”, disse o relator.

Paulinho da Força iniciou nesta semana as conversas com as bancadas partidárias. Tanto o PL quanto o PT têm demonstrado contrariedade à proposta de reduzir penas, considerada um “meio-termo” pelo relator.

Está marcada para a quarta-feira da semana que vem a votação da ampliação da isenção do Imposto de Renda na Câmara, com benefício para quem tem renda mensal de até R$ 7.350.

As declarações vêm após o desgaste entre a Câmara e o Senado pela PEC da Blindagem. Deputados afirmam que aprovaram o texto, porque havia uma sinalização de Alcolumbre para votá-lo diretamente no plenário do Senado. Após críticas nas redes sociais e em atos pelo Brasil, o Senado arquivou o projeto. A decisão causou um atrito entre os presidentes das duas Casas. Nesta quarta, perguntado se havia conversado com Motta, Alcolumbre respondeu: “Converso com ele muitas vezes por dia”.

Alcolumbre já manifestou apoio à redução de penas para o 8 de Janeiro, inclusive, tem um texto pronto sobre o tema. O senador, no entanto, decidiu esperar as movimentações da Câmara.

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