quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Cade aprova proposta de Tanure para compra da Braskem

 

O Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, por unanimidade e sem restrições, a aquisição de ações da NSP Investimentos – e, indiretamente, do controle da Braskem – pelo fundo de investimentos em participação Petroquímica Verde, ligado ao empresário Nelson Tanure, conforme comunicado ao mercado da Braskem nesta quarta-feira.

A companhia cita correspondência sobre a atualização do processo recebida pela acionista Novonor, no qual ela acrescenta que “os termos e condições do ato de concentração submetido à apreciação do Cade não possuem caráter definitivo e vinculante quanto à potencial transação”.

A Novonor também ressaltou na correspondência à Braskem que “a depender da evolução das tratativas entre NSP Inv e Fundo, as quais seguem em curso, novos termos e condições quanto à potencial transação poderão vir a ser ajustados entre as referidas partes”.

Sinal verde

O Cade já tinha dado o aval para uma potencial transação envolvendo as ações de emissão da NSP Investimentos em meados de julho.

A Novonor recebeu em maio uma proposta do fundo Petroquímica Verde para aquisição do controle da Braskem, cujo prazo para exclusividade expirou em agosto sem um desfecho. Bancos credores e a gestora IG4, conforme publicado na mídia, passaram a negociar sobre as ações da Braskem.

Na última sexta-feira, a Braskem afirmou que contratou assessores financeiros e jurídicos para auxiliar a companhia na elaboração de um diagnóstico de alternativas econômico-financeiras para otimizar a sua estrutura de capital.

Como funciona o comércio de metanol no Brasil

 

Compra e comercialização de metanol são restritas e regulamentadas pela ANP. Produto usado no país é importado. Polícia Federal investiga uso da substância na adulteração de bebidas.A Polícia Federal abriu nesta terça-feira (30/09) um inquérito para investigar a distribuição de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol no Brasil. A investigação busca identificar a origem da substância e uma possível rede de distribuição. Por ser um produto altamente tóxico e impróprio para consumo humano, a sua compra e comercialização são restritas e regulamentadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O metanol, atualmente, não é produzido no Brasil, ou seja, todo o produto que circula no país é importado, segundo a ANP, e apenas empresas com autorização do órgão podem fazer essa aquisição. “Para realizar importação, é preciso obter autorização da ANP como agente de comércio exterior ou distribuidor de solventes, e cada carga importada precisa receber anuência da agência, por meio de licenças de importação”, disse a ANP em nota à DW.

No Brasil, o metanol é usado principalmente na produção de biodiesel. A resolução 987/2025 estabelece as regras para a venda dele para empresas do ramo. Segundo o documento, as empresas com autorização da ANP para a importação desse tipo de produto devem detalhar a quantidade de metanol comprada e também à sua destinação. Essas informações devem ser fornecidas mensalmente.

Além disso, os produtores de biodiesel não podem vender metanol. “Fica vedada a venda de metanol pelos produtores de biodiesel autorizados pela ANP, sendo, também, de sua responsabilidade, a destinação indevida do produto”, diz o artigo 21 da resolução.

Outro uso comum do metanol é na indústria, para a fabricação de formol, ácido acético, tintas, solventes e plásticos, além de estar em produtos como limpa-vidros e removedores de tinta.

Nesse caso, a resolução 937 de 2023 é que determina as regras que devem ser seguidas pelos distribuidores de solventes compreendendo tanto produtores quanto os importadores de metanol. Essas empresas também precisam ter cadastro junto à ANP para fazer a importação e aquisição do metanol e enviar mensalmente ao órgão os dados de movimentação de produtos.

Rastreabilidade do metanol

“A ANP monitora o metanol desde sua importação até a distribuição interna. A agência atua fortemente no combate ao uso irregular do produto, agindo tanto na ponta da cadeia, com fiscalização intensiva dos postos; como também na origem do produto, com análise minuciosa das licenças de importação e da veracidade dos dados do destinatário (capacidade de armazenamento e de produção, por exemplo)”, acrescentou o órgão.

A relação das licenças de importação de metanol no país fica disponível às autoridades e também para qualquer pessoa no Relatório de Licenças de Importação Deferidas, disponível no portal da ANP.

Além disso, a agência também tem um Painel de Monitoramento de Metanol na Produção de Biodiesel, que monitora o uso da substância na produção de biodiesel e permite que o mercado e a sociedade também façam esse acompanhamento.

“Pouca gente sabe sobre essa rastreabilidade do metanol. É importante que empresas que usam esse produto em algum de seus processos e também as pessoas fiquem atentas e em qualquer suspeita de irregularidade denuncie na Vigilância Sanitária”, diz Carlos Rayol, advogado especialista em direito do consumidor.

Por se tratar de um insumo utilizado em vários tipos de indústrias, a venda do metanol não é proibida no Brasil desde que tenha origem comprovada. Em plataformas de comércio online, por exemplo, é possível encontrar o produto para compra em pequenas quantidades, como galão de um ou cinco litros.

Para fiscalizar esse ambiente, a ANP tem um acordo de cooperação com plataformas de marketplace, que prevê a remoção de anúncios desses produtos que estejam sendo vendidos de forma irregular. A agência tem ainda acesso a informações que “podem ser utilizadas como vetores de inteligência em suas ações de fiscalização, aumentando ainda mais sua atuação no combate às irregularidades do mercado”, acrescentou o órgão.

Possível origem do metanol

Por ser mais barato do que o etanol, o metanol acaba atraindo a atenção de fraudadores que atuam no setor de combustível, que usam o produto para adulterar principalmente gasolina e álcool.

Em agosto, uma operação do Ministério Público de São Paulo contra o crime organizado constatou o uso da substância em combustível adulterado. Um dos principais eixos dessa fraude foi justamente a importação irregular de metanol.

O produto, que chega ao país pelo porto de Paranaguá (PR), não estaria sendo entregue aos destinatários indicados nas notas fiscais. Em vez disso, a substância estaria sendo desviada e transportada clandestinamente, com documentação fraudulenta, e direcionada a postos e distribuidoras, nos quais é utilizado para adulterar combustíveis.

Em entrevista à TV Brasil, Rodolpho Ramazzini, diretor da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), disse que o metanol importado pelo crime organizado para adulterar combustíveis pode ter sido redirecionado para distribuidoras clandestinas de bebidas, o que, segundo ele, explicaria os casos de intoxicação em São Paulo.

Segundo Ramazzini, este redirecionamento teria ocorrido principalmente após a Operação Carbono Oculto, do Ministério Público e órgãos parceiros, que desmantelou, no final de agosto, um esquema de fraudes, lavagem de dinheiro e falsificação no setor de combustíveis.

Divergências sobre a possível origem do metanol

Em entrevista coletiva nesta terça, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Augusto Passos Rodrigues, afirmou que a ligação do crime organizado com a adulteração de bebidas alcoólicas com metanol está sendo investigada pelo órgão federal. Segundo ele, há possível conexão com investigações sobre a importação de metanol que chega pelo porto de Paranaguá.

Por outro lado, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, descartaram a participação do PCC (Primeiro Comando da Capital) nos casos de adulteração de bebidas alcoólicas.

Conselho da Gerdau aprova capex de R$ 4,7 bi para 2026 e manutenção de R$ 6 bi para 2025

 

A Gerdau anunciou que seu Conselho de Administração aprovou nesta quarta-feira, 1º de outubro, seu plano de investimentos em capex para 2026, no valor de R$ 4,7 bilhões. Para 2025, o capex permanece inalterado em R$ 6,0 bilhões. Segundo a empresa, o montante, para ambos os anos, se destina a projetos voltados à manutenção e à competitividade.

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa destaca que os projetos de manutenção estão associados ao prolongamento da vida útil e às melhorias operacionais dos equipamentos, com o objetivo de preservar o desempenho das unidades.

Já os projetos de competitividade estão relacionados ao crescimento de produção, aumento de rentabilidade e modernização das plantas.

Do total previsto para 2026, R$ 2,9 bilhões serão direcionados a projetos de manutenção e R$ 1,8 bilhão a iniciativas de competitividade. Já neste ano, o valor será dividido igualmente entre os dois segmentos, ou seja, R$ 3 bilhões para cada um.

Em relação aos projetos de manutenção, a companhia estimou ainda um investimento médio de cerca de R$ 3 bilhões por ano, para os próximos cinco anos, considerando o estado atual dos ativos, os patamares correntes de câmbio e inflação.

A empresa observa que a execução do plano de investimentos estará diretamente relacionada às condições de mercado e ao cenário econômico dos países em que opera e dos setores em que atua. “Qualquer alteração na percepção ou nos fatores acima descritos podem fazer com que os resultados concretos sejam diferentes das projeções ora apresentadas”, afirma.

Reforma do IR: veja quem será beneficiado e quanto será o alívio no salário

 

O projeto de reforma do Imposto de Renda (IR) e da ampliação do número de isentos está pautado para ser votado nesta quarta-feira, 1º de outubro, na Câmara do Deputados.

Prioridade da pauta do governo Lula para o ano, a reforma do IR prevê que quem ganha até R$ 5 mil mensais passará a ser isento de Imposto de Renda. Segundo o governo, com isso, serão incluídas, de imediato, 10 milhões de brasileiros na lista dos isentos, ampliando para 20 milhões o total de brasileiros livres do recolhimento de IR.

O texto, relatado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), prevê também redução parcial do imposto para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350. E a partir de R$ 7.351, passa a incidir as alíquotas progressivas existentes atualmente de 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%.

Para compensar a perda de arrecadação com a ampliação do número de isentos, o texto base que irá para votação prevê uma alíquota extra progressiva de até 10% para quem ganha acima de R$ 600 mil por ano, ou R$ 50 mil por mês.

Para quem recebe R$ 50 mil ou mais como renda do trabalho, CLT, por exemplo, nada muda, continua pagando a alíquota de 27,5%. A nova tributação atingirá apenas rendimentos hoje isentos como dividendos. Veja mais abaixo simulações.

Em resumo, mais brasileiros serão isentos de IR, uma parcela passará a pagar menos e os chamados super-ricos passarão a pagar um imposto mínimo, mas ainda assim uma alíquota menor que a de um trabalhador CLT.

O governo estima que este contingente no topo da pirâmide reúna hoje 141,4 mil brasileiros – apenas 0,13% do total de contribuintes e 0,06% da população do país. Segundo o governo, essas pessoas pagam hoje uma alíquota efetiva média de imposto de renda de apenas 2,54%.

A ampliação do número de isentos tem o apoio da maioria do Congresso. O desafio é garantir que as medidas de compensação sejam aprovadas sem desidratação de forma que a reforma não acarrete em perda de arrecadação.

+ A articulação do Centrão para tirar a taxação de super-ricos da reforma do IR

O Instituto Justiça Fiscal (IJF) critica, por exemplo, a emenda de Arthur Lira que exclui da cobrança os lucros e dividendos distribuídos em 2026 que forem referentes a resultados empresariais apurados até 2025. A mudança, segundo a crítica, adiaria na prática a nova tributação aos mais ricos, enquanto a classe média já começaria a pagar menos imposto a partir de janeiro de 2026.

reforma do IR
Material de divulgação do governo sobre quem será beneficiado com a reforma do IR

Veja simulações de alívio no bolso com a reforma do IR

O que muda para quem ganha hoje R$ 3.000

  • Alíquota de Imposto de Renda será zero
  • Você vai economizar R$ 79,60 por mês

O que muda para quem ganha hoje R$ 4.000

  • Alíquota de Imposto de Renda será zero
  • Você vai economizar R$ 248,05 por mês

O que muda para quem ganha hoje R$ 5.000

  • Alíquota de Imposto de Renda será zero
  • Você vai economizar R$ 490,04 por mês

O que muda para quem ganha hoje R$ 6.000

  • Alíquota de Imposto de Renda será de 10,1%
  • Você vai economizar R$ 156,44 por mês

O que muda para quem ganha hoje R$ 8.000

  • Alíquota de Imposto de Renda será de 16,4%
  • Sua contribuição permanece a mesma. Ou seja, não pagará mais nem menos imposto

O que muda para quem ganha hoje R$ 10.000

  • Alíquota de Imposto de Renda será de 18,6%
  • Sua contribuição permanece a mesma. Ou seja, não pagará mais nem menos imposto

Os exemplos foram extraídos da ferramenta www.calculadoradajustica.com.br, desenvolvida pelo Instituto Lamparina, pelo Made/FEA-USP, pelo Sleeping Giants Brasil e pela Teia de Criadores, que mostra o impacto da reforma no bolso do contribuinte. Faça aqui a simulação.

Exemplos divulgados pelos governo do impacto do projeto de tributação de super-ricos
Exemplos divulgados pelos governo do impacto do projeto de tributação de super-ricos (Crédito:Reprodução)

terça-feira, 30 de setembro de 2025

Excesso de energia limpa atrai mineradoras de criptomoedas ao Brasil

 

Empresas de mineração de criptomoedas estão negociando ativamente contratos com geradoras de energia brasileiras, como a Renova Energia, para aproveitar o excedente de energia renovável do país sem sobrecarregar a rede elétrica nos períodos de pico.

Na esteira do anúncio de investimento da gigante das criptomoedas Tether, em julho, há pelo menos seis negociações em andamento para projetos de pequeno e médio porte, além de um empreendimento maior de até 400 megawatts (MW), segundo fontes de seis diferentes empresas ouvidas pela Reuters.

A Tether, maior empresa de ativos digitais do mundo, afirmou que vai aproveitar a recente aquisição da Adecoagro para utilizar fontes renováveis, como a energia proveniente das operações de cana-de-açúcar, em um projeto de mineração de bitcoin no Brasil.

A Renova disse à Reuters que está desenvolvendo um dos primeiros grandes investimentos no setor de mineração cripto, um projeto de US$200 milhões para um cliente não revelado no Estado da Bahia. O empreendimento de cerca de 100 megawatts consiste em seis data centers que serão alimentados por um parque eólico já operacional da empresa.

“Buscamos expandir a companhia e entrar em novos mercados”, disse o CEO da Renova, Sergio Brasil. “Percebemos que, ao prover toda a infraestrutura (para mineração de cripto), estávamos um passo à frente dos nossos concorrentes.”

Excesso de energia limpa

Embora as máquinas de mineração, que resolvem problemas matemáticos complexos para validar transações de criptomoedas, tenham sobrecarregado redes elétricas em diversos países, no Brasil — onde a atividade ainda é incipiente — elas podem ajudar a resolver um problema crônico de excesso de energia limpa, que já custou quase US$1 bilhão às empresas de geração nos últimos dois anos, segundo cálculos de associações setoriais.

Mineradoras de criptomoedas podem escalar suas operações rapidamente, de acordo com a disponibilidade de energia, oferecendo uma base de consumo flexível para o excedente energético sem sobrecarregar a rede nos horários de pico.

O excesso de energia no Brasil é resultado de anos de incentivos tarifários que impulsionaram investimentos em energia solar e eólica. No entanto, o ritmo de desenvolvimento da geração superou a expansão da infraestrutura de transmissão, e algumas usinas chegam a desperdiçar até 70% da energia gerada.

“Há um potencial enorme”, disse John Blount, um dos fundadores da Enegix, mineradora de criptomoedas baseada no Cazaquistão, à Reuters. “Vamos tentar desenvolver data centers móveis”, acrescentou, observando que as instalações seriam conectadas diretamente às usinas.

A Enegix está avaliando acordos no Nordeste, região com maior excedente energético, incluindo o aproveitamento de energia solar e eólica no Piauí.

A Penguin, sediada no Paraguai — um dos maiores polos de mineração de criptomoedas do mundo –, também está negociando projetos no Brasil, mas preferiu não divulgar detalhes.

A chinesa Bitmain, uma das maiores fabricantes de equipamentos de mineração, também está explorando oportunidades no país, segundo um executivo que pediu anonimato para discutir negociações privadas.

Mineradoras são ‘diamantes’ para as geradoras de energia

A instalação de fazendas de mineração de criptomoedas desperta interesse das geradoras de energia, especialmente das que vêm sofrendo com corte da produção de suas usinas.

A Casa dos Ventos, que tem como sócia a francesa TotalEnergies, e a Atlas Renewable Energy, do GIP, confirmaram suas intenções à Reuters.

A subsidiária da Engie no Brasil e a Auren Energia, joint venture entre Votorantim e CPP Investments, também estão avaliando projetos para monetizar energia não utilizada, segundo três fontes. As empresas preferiram não comentar.

As geradoras veem “consumidores como esses como se fossem diamantes”, disse Raphael Gomes, advogado que atua em diversos projetos cripto. As empresas estão avaliando diferentes modelos, incluindo a compra de equipamentos para minerar por conta própria.

Na Bahia, a Eletrobras, maior geradora de energia brasileira, está instalando máquinas de mineração ASIC, junto com uma microrrede alimentada por turbina eólica, painéis solares e baterias, como parte de um projeto-piloto. “Queremos entender como essa indústria funciona”, disse Juliano Dantas, vice-presidente de inovação da Eletrobras.

Recursos naturais dificultam avanço do setor de criptomoedas

A iniciativa pode ajudar as empresas de energia a se posicionarem para atuar junto a data centers, um setor que o governo brasileiro está tentando atrair como parte da estratégia para impulsionar uma economia baseada em energia renovável.

O avanço dessa nova indústria no Brasil, por outro lado, gera preocupações com o uso da água — recurso utilizado em sistemas de resfriamento das máquinas –, já que algumas das regiões com maior excedente energético também enfrentam secas. O Brasil também enfrenta problemas de infraestrutura e carece de regulamentações específicas para a mineração de criptomoedas.

“Fomos atrás de 400 MW — foi como uma jornada de Sísifo, um pouco difícil”, disse Bruno Vaccotti, executivo da Penguin. “Ainda estamos explorando o Brasil, mas não é tão fácil.”

Alckmin agradece a diretores da CNI empenho do setor privado para resolver tarifaço

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O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, participou nesta terça-feira, 30, da reunião de diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Aos presidentes de federações das indústrias de todos os estados, Alckmin agradeceu a atuação do setor privado brasileiro e americano nas negociações em torno do tarifaço aplicado pelo governo Donald Trump.

Ele disse que a participação do setor privado tem sido muito importante para as negociações que buscam reverter o tarifaço aplicado pelos EUA sobre as exportações brasileiras.

“Foi muito importante a ida da CNI e da delegação de empresários aos Estados Unidos”, disse o ministro.

A missão empresarial a Washington ocorreu no início de setembro e reuniu cerca de 130 empresários de diversos setores, que tiveram reuniões com autoridades do governo e do parlamento norte-americano.

O embaixador Roberto Azevêdo, consultor da CNI, fez uma sustentação oral perante o Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) com base na Seção 301 da Lei de Comércio. Essa investigação ajudou a embasar a taxa de 50% aplicada pelo governo americano sobre produtos brasileiros.

“A Amcham e a US Chambers também têm ajudado, então essa parceria é muito importante para nos ajudar a resolver essa questão. Agradeci ao presidente Alban o empenho do setor privado brasileiro e americano para esclarecer ao governo dos Estados Unidos que não tem justificativa este tarifaço”, prosseguiu Alckmin.

O vice-presidente disse que houve avanços nas últimas semanas, com a retirada da celulose e do ferro-níquel do tarifaço. Ele não apresentou novidades sobre o encontro bilateral de Trump com o presidente Lula.

Por sua vez, o presidente da CNI, Ricardo Alban, disse que a relação entre Brasil e EUA “certamente” ainda passará por vários processos de negociação. Para Alban, a parceria do setor produtivo com o governo tem sido crucial para o enfrentamento do tarifaço.

“Se falamos tanto em complementaridade entre o setor público e o privado, eles têm e precisam se complementar para serem eficientes e mitigar os hiatos. Queremos transformar os desafios em oportunidades e chegarmos a discussões construtivas. A possibilidade do encontro entre os dois presidentes demonstra a força dessa convergência”, disse Alban, referindo-se às possibilidades de negociações bilaterais relacionadas a datacenters, minerais críticos e terras raras e Combustível Sustentável de Aviação (SAF).

Camex prorroga por até 5 anos antidumping em laminados de aço chineses

 CAMEX: veja a função e a importância da Câmara de Comércio ...

O Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) prorrogou por até cinco anos a aplicação de direito antidumping definitivo sobre “laminados planos de aços inoxidáveis austeníticos tipo 304 (304, 304L e 304H) e de aços inoxidáveis ferríticos tipo 430, laminados a frio, com espessura igual ou superior a 0,35 mm, mas inferior a 4,75 mm, originárias da China e de Taipé Chinês”. O Brasil aplica a medida sobre o produto chinês desde 2013.

O órgão também prorrogou por até cinco anos a aplicação de direito antidumping definitivo sobre “laminados planos de baixo carbono e baixa liga provenientes de lingotamento convencional ou contínuo, podendo ser processados através de laminação convencional ou controlada e tratamento térmico, de espessura igual ou superior a 4,75 milímetros(mm), podendo variar em função da resistência, e largura igual ou superior a 600 mm, independentemente do comprimento (chapas grossas), originárias da China, Coreia do Sul e Ucrânia”.

O Brasil aplica a medida sobre o produto desses países também desde 2013.

Alho

O Comitê-Executivo de Gestão da Camex também prorrogou por até cinco anos a aplicação de direito antidumping definitivo sobre alhos frescos ou refrigerados da China, com uma tarifa adicional de US$ 0,79 por kg.

A resolução, publicada no Diário Oficial da União (DOU), também homologa compromissos de preço firmado pelas companhias chinesas Shandong Trans-High Imp & Exp Co., Ltd., Jining Foreign Trading Co., Ltd., Jining Freen Agri-Produces Co., Ltd. e Shandong Goodfarmer International Trading Co., Ltd.

O Brasil aplica direito antidumping sobre o alho chinês desde 1995. A medida passou por revisões em 2000, 2006, 2012, 2015, 2017, 2018 e 2024.