Fuga das techs: Tiger Global perde 70% do que acumulou em 21 anos
O flagship de hedge fund do fundo Tiger Global vive dias de horror com a fuga dos investidores de papéis de tecnologia na bolsa. A firma perdeu US$ 17 bilhões nos quatro primeiros meses deste ano – quase dois terços do que acumulou desde 2001 — de acordo com cálculos da LCH Investments feitos para o Financial Times. A situação atual do fundo chama a atenção dos investidores, que chegam a classificar as perdas como “de tirar o ar”, para a mídia norte-americana, já que marca uma das maiores quedas para um fundo de hedge na história.
A queda acompanha a aversão de investidores ao risco de empresas de tecnologia na bolsa norte-americana – setor priorizado pelo fundo e que rendeu ganhos durante a pandemia. Um cenário totalmente diferente em 2022: companhias como Microsoft e JD.com, investidas pelo fundo, passaram a ter momentos difíceis na bolsa neste ano. Além delas, outros nomes conhecidos como Sea Ltd. (dona da Shopee) e Nu Holdings também estavam entre os maiores investimentos do fundo no último ano. Reforçando o óbvio: todas passaram por momentos amargos na bolsa em 2022.
Se a correção dos valores de empresas de tecnologia no pós-pandemia já era, em alguma medida, prevista pelo mercado no início do ano, o “combo” atual de aumento significativo dos juros pelo Fed e
Nasdaq: tombo de ações vira peso para fundos mais expostos ao segmento (Divulgação/Daniel Barry)
O flagship de hedge fund do fundo Tiger Global vive dias de horror com a fuga dos investidores de papéis de tecnologia na bolsa. A firma perdeu US$ 17 bilhões nos quatro primeiros meses deste ano – quase dois terços do que acumulou desde 2001 — de acordo com cálculos da LCH Investments feitos para o Financial Times. A situação atual do fundo chama a atenção dos investidores, que chegam a classificar as perdas como “de tirar o ar”, para a mídia norte-americana, já que marca uma das maiores quedas para um fundo de hedge na história.
A queda acompanha a aversão de investidores ao risco de empresas de tecnologia na bolsa norte-americana – setor priorizado pelo fundo e que rendeu ganhos durante a pandemia. Um cenário totalmente diferente em 2022: companhias como Microsoft e JD.com, investidas pelo fundo, passaram a ter momentos difíceis na bolsa neste ano. Além delas, outros nomes conhecidos como Sea Ltd. (dona da Shopee) e Nu Holdings também estavam entre os maiores investimentos do fundo no último ano. Reforçando o óbvio: todas passaram por momentos amargos na bolsa em 2022.
Se a correção dos valores de empresas de tecnologia no pós-pandemia já era, em alguma medida, prevista pelo mercado no início do ano, o “combo” atual de aumento significativo dos juros pelo Fed e de guerra da Ucrânia tornou tudo ainda muito mais complicado. Nos Estados Unidos, a segunda-feira foi amarga na bolsa, que teve recordes de baixa. Dentro desse bolo, empresas de tecnologia já perderam mais de US$ 1 trilhão em valor de mercado em três sessões.
Apesar de surpreendente pelo tamanho do tombo, as perdas do fundo não acontecem de forma isolada. Ainda segundo o Financial Times, os fundos de hedge perderam US$ 4 trilhões nos últimos anos, que incluem os US$ 12 bilhões perdidos pelo grupo Bridgewater no auge da pandemia em 2020 e as perdas de US$ 7 bilhões do Melvin Capital por causa da GameStop.
À onda do pessimismo, se soma o gestor Alister Hibbert, da BlackRock, que comunicou nesta terça-feira as piores perdas do fundo de hedge de todos os tempos. Segundo informações da Bloomberg, o BlackRock Strategic Equity Hedge Fund caiu 13% neste ano até abril. A empresa também tinha papéis de tecnologia como principais apostas, principalmente Microsoft e Mastercard.
No Brasil, o cenário caminhava na contramão até 2020. Apesar da configuração diferente do que se tem hoje nos Estados Unidos, executivos de bancos estavam deixando cargos para se tornarem sócios de fundos de ações, por exemplo. Mesmo assim, é impossível deixar de notar as perdas: a Locaweb, uma das principais representantes do setor no país, viu o preço da ação encolher 14% em um único pregão – o de ontem.
O que fica, depois das perdas, é uma questão a respeito da confiança que as casas – teoricamente criadas com base nesse atributo – poderão oferecer em tempos tão turbulentos. E como agentes como fundos de pensão e seguradoras, que contribuem em larga medida para o setor, devem se comportar daqui para frente.
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