A finalidade da nova empresa é lucrar com a duplicação do fechamento de negócios na maior economia da América Latina
São Paulo - Três ex-executivos do Citigroup Inc., incluindo Gustavo
Marin, antigo CEO do banco no Brasil, iniciaram uma empresa de
assessoria para fusões para lucrar com a duplicação do fechamento de negócios na maior economia da América Latina.
Marin fundou a MKP Assessoria e Gestão com André Kok, ex-chefe de banco de investimento e de banco corporativo do Citigroup
no Brasil, e David Panico, que foi codiretor do negócio de banco de
investimento da empresa com sede em Nova York no Brasil, disseram os
três executivos em entrevista.
“Nosso capital é composto por nossas relações, pela confiança e pelo
acesso que temos a grandes homens de negócios no Brasil”, disse Marin,
56, em entrevista concedida em seu escritório particular, no Itaim, São
Paulo, onde a empresa irá operar até abrir sua própria sede.
A MKP se une a empresas americanas butique como Moelis Co. e Greenhill
Co. ao abrir escritório no Brasil em meio a um aumento de 120 por cento
nas fusões e aquisições neste ano.
As fusões subiram para US$ 27,4 bilhões, contra US$ 12,5 bilhões no
mesmo período do ano passado, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Os negócios cresceram 13 por cento, para US$ 75,4 bilhões em 2013.
A ideia é atender empresas que procuram serviços de assessoria para fusões de nível sênior, disse Kok, 48.
“Pode ser um valor de US$ 1 bilhão ou US$ 300 milhões, mas o mercado
brasileiro de fusões e aquisições é sempre relevante e suficientemente
profundo e há lugar para todo mundo”, disse ele.
A MKP começou a operar em fevereiro e está trabalhando em três negociações, segundo Kok.
Panico, 40, disse que a estratégia da empresa será continuar “pequena e
focada”. A empresa está “disposta a ter um pequeno número de projetos e
clientes que podem se beneficiar com nossa atenção total”, disse ele.
Negócio internacional
A MKP está trabalhando com um cliente estrangeiro, segundo Marin.
“Se você é estrangeiro e quer ter acesso ao CEO ou aos donos de uma
grande companhia brasileira você precisa trabalhar com alguém com esse
tipo de acesso”, disse Marin, que foi substituído no Citigroup por Hélio
Magalhães, em junho de 2012, após 32 anos no banco.
Marin, que agora tem cidadania brasileira, começou sua carreira como
estagiário na subsidiária do Citigroup no Uruguai, onde ele nasceu. Foi
também CEO do Citigroup no Peru e no Paraguai e chefe da América Latina.
Trabalhou no conselho de diretores da Febraban, a Federação Brasileira
de Bancos, e fez parte do Conselho de Desenvolvimento Econômico e
Social, um conselho de assessoria para políticas, na gestão do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Kok conheceu Marin no Citigroup quando começou sua carreira, em 1998.
Ele depois trabalhou no UBS AG e foi chefe de banco de investimento do
Banco Itaú BBA SA. Marin o contratou de volta para o Citigroup em março
de 2011.
Três meses depois, Kok contratou Panico, que na época estava na Merrill Lynch Co., do Bank of America Corp.
Negócios acionários
Os três executivos participaram de 70 ofertas acionárias ao longo de
suas carreiras e levantaram cerca de US$ 100 bilhões, disse Panico.
Kok e Panico assessoraram a fabricante de cimento Camargo Corrêa SA na
aquisição, por US$ 5,43 bilhões, de ações da Cimpor-Cimentos de Portugal
SGPS em 2012.
A transação deu à Camargo Corrêa, que tem sede em São Paulo, mais de 90
por cento da empresa portuguesa. Eles também trabalharam com a BR
Properties SA em sua negociação para adquirir a One Properties em 2012.
A Moelis, fundada pelo ex-executivo do UBS AG Kenneth Moelis, disse em
março que estava abrindo um escritório no Brasil, enquanto a Greenhill
Co., a assessoria para aquisições com sede em Nova York fundada por
Robert F. Greenhill, abriu sua primeira filial sul-americana em São
Paulo, em outubro.
A Moelis nomeou Otávio Guazzelli e Jório Salgado-Gama como diretores de
banco de investimento para o país. Guazzelli anteriormente dirigiu
bancos de investimento do BR Partners e do Citigroup no Brasil.
Salgado-Gama foi chefe de fusões e aquisições do BR Partners e também
trabalhou no Citigroup.
Daniel Wainstein, ex-sócio e presidente da unidade de banco de
investimento do Goldman Sachs Group Inc. no Brasil, se tornou chefe da
Greenhill no país em outubro.
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