"Como está sendo a inflação com relação à meta? Tem sido acima da meta em boa parte da amostra", afirmou economista da University College London
Rio - As previsões para a inflação no Brasil vêm trazendo sucessivamente números subestimados, segundo estudo apresentado por Wagner Gaglianone, economista do Banco Central, durante o XVI Seminário Anual de Metas para a Inflação, no Rio.
Para a economista Raffaella Giacomini, da University College London,
que foi escalada pelos organizadores para comentar o estudo, uma das
possíveis explicações para a sistemática subestimação seria o fato de
que o país vem apresentando taxas de inflação acima do centro da meta, o
que acaba criando expectativas por um arrefecimento.
De acordo com um economista de uma gestora de recursos, a explicação de
Raffaella colocou o Banco Central, que organizou o seminário, numa
"saia justa".
"Como está sendo a inflação com relação à meta? Tem sido acima da meta em boa parte da amostra", afirmou Raffaella.
Segundo a economista, os analistas erroneamente acreditaram que a
inflação poderia convergir para o centro da meta, mas essa prova de
confiança na habilidade do BC de controlar a inflação arrefeceu após
serem vistas seguidas violações da meta.
"As previsões erradamente acreditavam que a inflação poderia ser trazida para baixo na meta", acrescentou.
Mais cedo, o presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini,
tinha afirmado que o Brasil vive há 15 anos com a inflação sob controle.
Outra fonte do mercado financeiro explicou que, como o IPCA está há
muito tempo longe do centro da meta, isso coloca sempre nas projeções de
inflação um viés esperando que convirja para o centro.
"Ela fez uma crítica ao BC. Como o BC está há muito tempo com inflação
fora do centro da meta, acaba colocando viés nas projeções. Não foi uma
crítica direta, mas ficou esse recado", avaliou a fonte ao Broadcast.
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