Levantamento sobre a movimentação de presidentes de grandes empresas nos últimos 10 anos mostra que frequência de executivas demitidas é maior do que de homens
São Paulo – Executivas do topo da hierarquia corporativa que se segurem no cargo. Pesquisa recente da Strategy& com 2,5 mil maiores empresas de capital aberto do mundo aponta que as chances de demissão são maiores para elas do que para os presidentes homens.
A conclusão parte da análise das movimentações de presidentes nos
últimos dez anos. Enquanto quase 40% das mulheres foram demitidas do
comando de empresas, no mesmo período, apenas 27% dos presidentes homens
receberam “bilhete azul” (ou seja, perderam o posto).
O coautor do estudo, Per-Ola Karlsson, disse em entrevista ao Financial Times
que a busca por mais mulheres em postos de comando – alavancada por
pressões culturais e políticas - leva empresas, muitas vezes, a escolhas
ousadas que podem não funcionar.
Conselhos de administração majoritariamente masculinos em sua
composição também contribuem para este cenário porque tornam árido o
ambiente de trabalho para as presidentes de empresa, segundo também
afirmou Karlsson ao Financial Times.
Maioria masculina no conselho pode, em alguns casos, se traduzir em
menos apoio à presidente, segundo Karlsson apurou ao longo de conversas
que teve com mulheres que ocupam postos de comando.
Pesquisa da Bain &Co. confirma em números o que Karlsson diz ter ouvido de executivas.
Segundo este estudo, 41% das mulheres em cargos de gestão apontam a
diferença de estilos entre os gêneros como o principal entrave para suas
carrreiras. Some-se a isso ao fato de 88% afirmarem que os chefes são
mais propensos a promover ou indicar profissionais com um estilo
semelhante ao deles mesmos e o cenário desfavorável à mulher ganha ainda
mais força.
Aliás, os conselhos de administração continuam sendo um “calcanhar de
Aquiles” da paridade de gênero entre os executivos. No Brasil, por
exemplo, apenas 7,7% das posições em conselhos são de mulheres, segundo estudo do Catalyst.org. Na Noruega, elas estão em 40,9% das cadeiras dos conselhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário