quarta-feira, 14 de junho de 2023

“Eletrobras foi sequestrada pela 3G Radar e ninguém vai tirá-la de lá”, diz Ikaro Chaves

 

Acionistas mais influentes não possuem 1% das ações, porém somam experiência em quebrar grandes empresas, como as Americanas e a Light.

Reprodução

O TVGGN 20 Horas desta segunda-feira (12) contou com a participação de Ikaro Chaves, diretor da Associação dos Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobras, que denunciou o sequestro da empresa pela 3G Radar, cujos sócios são os responsáveis pela quebra de outras grandes companhias, como as Americanas e a Light.

Chaves comenta que a associação já está denunciando há uito tempo a influência de Jorge Paulo Lemann, Marcelo Telles e Carlos Alberto Sicupira no processo de privatização da então estatal ainda no governo de Michel Temer (MDB). A influência, aliás, continuou ao longo do mandato de Jair Bolsonaro e culminou na venda da companhia no passado.

O convidado se indigna pelo fato de que o governo, maior acionista da Eletrobras não ter representatividade nas decisões da empresa, enquanto o grupo 3G Radar consegui indicar quatro conselheiros, mesmo detendo apenas 0,05% as ações.

“Por que o governo tem 43% das ações ordinárias da Eletrobras e não consegue votar com mais de 10%? Porque foi colocado uma limitação na Lei da Privatiação para que qualquer acionista só possa votar com 10%. Por acaso, o único acionista que continua com 10% da Eletrobras é o governo”, explica o diretor.

Ikaro Chaves reafirma que a Eletrobras foi sequestrada por Lemann e seu grupo, que mandam na empresa e “ninguém vai tirá-los de lá se as coisas permanecerem como estão”.

Privatização às avessas

Enquanto um processo normal de privatização seria feito por meio de um leilão, o que aconteceu na Eletrobras foi “uma privatização para eles mesmos”, em que os acionistas, especialmente os fundos internacionais, vão receber dividendos pelo processo de descotização.

Os acionistas também esperam lucrar com a venda de energia mais cara para o consumidor, enquanto os principais envolvidos na entrega a estatal para o mercado privado receberam altos salários.

Segundo Chaves, o presidente da Eletrobras ganhava R$ 50 mil por mês. Após a privatizaçãao, a remuneração saltou para R$ 300 mil mensais, sem contar os bônus.

Até os conselheiros, que recebiam R$ 5 mil mensais, lucraram com a privatização e chegam a faturar até R$ 200 mil, já que a ideia dos maiores interessados na privatização foi “ganhar muito dinheiro rápido”.

Confira a entrevista na íntegra:

 https://jornalggn.com.br/economia/tvggn-eletrobras-foi-sequestrada-pela-3g-radar-e-ninguem-vai-tira-la-de-la-diz-ikaro-chaves/

 

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