terça-feira, 24 de setembro de 2024

Amazon e outras empresas comprarão US$ 180 milhões em créditos de carbono da floresta amazônica

 


Logo da Amazon no centro de distribuição da empresa em Staten Island, Nova York (Crédito: REUTERS/Brendan McDermid)

A Amazon e outras empresas concordaram em comprar créditos de compensação de carbono que apoiarão a conservação da floresta amazônica no Pará, em um negócio avaliado em cerca de 180 milhões de dólares.

A Amazon e pelo menos cinco outras empresas farão a compra por meio da iniciativa de conservação florestal LEAF Coalition, que ela ajudou a fundar em 2021 com um grupo de empresas e governos, incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido.

O acordo é o primeiro negócio da LEAF na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, que é vital para conter as mudanças climáticas devido à enorme quantidade de gases de efeito estufa que suas árvores absorvem.

O governo do Pará e a Coalizão LEAF compartilharam pela primeira vez os detalhes do acordo exclusivamente com a Reuters. O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), deve anunciar o acordo na noite de terça-feira, durante a Semana do Clima de Nova York, quando cerca de 900 eventos serão realizados juntamente com a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Tem uma mensagem importante, uma companhia que tem como nome uma referência à Amazônia, está fazendo essa primeira comercialização com um estado da Amazônia”, disse Barbalho à Reuters. A Amazon confirmou a compra em um comunicado, enfatizando a importância da preservação das florestas tropicais no combate às mudanças climáticas.

Brasil na contramão da estagnação global

Embora a demanda por créditos de carbono tenha se estagnado globalmente, as gigantes da tecnologia Microsoft, Meta e Google fizeram compras de compensações no Brasil este ano.

A Amazon, a fabricante de medicamentos e produtos químicos Bayer, as consultorias BCG e Capgemini, a varejista de roupas H&M e a Fundação Walmart comprarão coletivamente 5 milhões de créditos a 15 dólares por crédito. Esse valor está muito acima da média da semana passada, de 4,49 dólares, para créditos de carbono ligados à natureza, de acordo com o provedor de dados Allied Offsets.

Cada crédito representa uma redução de 1 tonelada métrica de emissões de carbono provenientes da redução do desmatamento no Pará nos anos de 2023 a 2026.

Outros 7 milhões de créditos serão disponibilizados para outras empresas comprarem. Os governos dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Noruega garantiram uma parte desses créditos e os comprarão se as empresas não o fizerem.

O Pará sediará a cúpula climática COP30 da ONU no próximo ano, em uma ação que é o ponto central da tentativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de restaurar as credenciais ambientais do Brasil após anos de desmatamento crescente.

O Pará tem sido o principal Estado em termos de desmatamento desde 2005, embora a destruição esteja diminuindo desde 2021. Uma área maior do que a cidade de Nova York foi desmatada no Pará de janeiro a agosto deste ano, uma queda de 20% em relação ao ano anterior, de acordo com dados preliminares do governo federal.

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