O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que o Tropical Forest Finance Facility (TFFF) será financiado, primeiro, por países. Na sua visão, a iniciativa, que prevê a criação de um fundo bilionário para a preservação de florestas, não substitui o mercado de crédito de carbono.
No período da manhã, Haddad participou de uma mesa redonda, em Nova York, para apresentar o TFFF a investidores estrangeiros. “Aqui não foi pedido recurso. O aporte tem de ser feito pelos países soberanos”, explicou.
Mais cedo, ele afirmou que países europeus têm demonstrado interesse na medida. Na visão de Haddad, o TFFF é “complementar” ao impacto positivo gerado pelo mercado de crédito de carbono, no qual o Brasil avança em termos de regulamentação.
“É um mecanismo adicional, que não concorre com o primeiro, mas que é complementar e necessário para preservação das florestas tropicais”, disse Haddad.
Países como o Brasil e nações da África e da Ásia mantêm florestas tropicais, como é o caso da Amazônia, mas não são remunerados pelos serviços ambientais que prestam, explicou. O objetivo do fundo é justamente captar recursos com países ricos e remunerar países em desenvolvimento e que mantêm as suas florestas em pé.
Os critérios para a distribuição desses recursos ainda estão sendo estudados bem como a sua governança está sendo construída, conforme o ministro. Ele ponderou, contudo, que já há simpatia pela iniciativa.
Haddad afirmou que mencionou as queimadas no Brasil em conversa com estrangeiros, mas que não houve questionamentos sobre elas. “Pelo contrário. O que aconteceu lá reforça a necessidade de um fundo de preservação, que hoje o mundo não dispõe. E não é particular do Brasil”, afirmou.
Conforme o ministro, as queimadas no Brasil têm sido causadas pela seca e por ações criminosas. “O crime só agrava a situação. Mas a situação já existe, a situação de fato, de uma floresta úmida que hoje é passível de queimada”, concluiu.
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