Atuação: Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Brasil tem uma das moedas mais sobrevalorizadas do mundo, segundo índice Bic Mac
- Levando em conta o preço do sanduíche e o PIB per capita das nações, país está no topo do ranking
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RIO - Apesar das tentativas do governo de conter a valorização da
moeda brasileira, o real continua a ser uma das moedas mais
sobrevalorizadas do mundo, destacou a revista “The Economist”. Segundo o
índice Big Mac, em sua versão ajustada, divulgado pela publicação na
quinta-feira, que leva em conta o preço médio do sanduíche nos países e o
PIB per capita de 48 nações, incluindo a zona do euro, o Brasil estaria
no topo do ranking, praticando o preço de US$ 5,64, o que corresponde a
uma sobrevalorização de 92,3% ante o que é cobrado nos Estados Unidos
(US$ 4,37). Na sequência, vêm Colômbia, com um Big Mac de US$ 4,85 e
sobrevalorização de 79,2%, e Turquia, com um preço de US$ 4,78 e com sua
moeda 68,4% sobrevalorizada.
Os países de valor mais próximo dos
EUA são Coreia do Sul (US$ 3,41, ou sobrevalorização de 2,6%) e Polônia
(US$ 2,94, ou subvalorização de 0,7%).
Já levando-se em
consideração apenas o preço do sanduíche, pelo Índice Big Mac
tradicional, o país ocupa a quinta posição no ranking: o que corresponde
a uma sobrevalorização de 29,2% da moeda. Nessa lista, à frente do
país, estariam Venezuela, com a moeda sobrevalorizada 107,9% e um Big
Mac de US$ 7,84; Noruega, com sobrevalorização de 79,6% e preço de US$
7,84; Suécia (75,5% e US$ 7,62) e Suíça (63,1% e US$ 7,12).
O
Índice Big Mac foi criado em 1986 pela “Economist” com base na teoria
econômica da Paridade do Poder de Compra, que considera que os preços
nacionais para um mesmo produto seriam iguais quando mensurados em uma
mesma moeda, sem contar os custos de transação e de barreiras ao
comércio internacional. O índice seria um guia para se analisar o câmbio
de forma mais “palatável” para as pessoas e é considerado por pouco
preciso por analistas. A versão ajustada, segundo a própria revista,
reflete melhor a realidade dos países.
Na ponta oposta do ranking
do índice ajustado, vêm Hong Kong, com o Big Mac a R$ 2,19, ou a moeda
42,3% subvalorizada; e China, com subvalorização de 2,5%, cobrando US$
2,57 pelo Bic Mac. Sem considerar o PIB per capita, estariam nas últimas
posições África do Sul, com o sanduíche valendo US$ 2,03 e
subvalorização de 53,6%, e Índia, com a moeda 61,8% subvalorizada e o
preço a US$ 1,67.
O Globo
A Petrobras perdeu até o senso
- Lembram-se de toda aquela campanha do governo Lula comemorando a autossuficiência em petróleo? Pois é, foi só marketing eleitoral. Só não, porque a estatal, que não pertence só ao governo, muito menos ao PT, pagou por aquela fraude
ARTIGO - CARLOS ALBERTO SARDENBERG
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Sabe qual a melhor coisa que poderia acontecer para a Petrobrás? Uma
forte queda do preço internacional do petróleo. Isso derrubaria também
as cotações da gasolina e do diesel, produtos que estão quebrando a
estatal brasileira. Como não há produção interna suficiente desses
combustíveis, a companhia tem que importá-los. Como o governo Dilma
segura os preços internos para conter a inflação, a Petrobrás se vê na
situação esdrúxula de comprar caro e vender barato – que perdura mesmo
depois do reajuste anunciado na última terça. Prejuízo na veia.
Logo, se o governo não deixa aumentar mais o preço interno, resta torcer pela queda da cotação internacional.
Pode? Uma companhia petrolífera, dona de reservas elevadas, dependendo de uma queda no preço de seu principal ativo!
Acrescente
aí uma forte valorização do real e o quadro “melhoraria” ainda mais
para a estatal. Se o dólar voltasse, digamos, para R$ 1,70, a Petrobrás
economizaria cerca de 15% nas suas compras externas de combustível.
Claro
que, nesse caso, também cairia o valor das reservas da Petrobrás. De
novo, pode? Uma companhia precisando de queda no valor de seu
patrimônio.
Por outro lado, que sempre tem, a queda do preço
internacional de petróleo colocaria em risco a operação no pré-sal.
Ainda não se sabe o custo exato, pois a tecnologia está em
desenvolvimento, mas certamente será muito caro retirar o óleo lá do
fundão do oceano. Assim, se a cotação global cair muito, o pré-sal
torna-se economicamente inviável.
Consequências: a Petrobrás não
conseguiria financiamento para as novas operações e os estados e
municípios perderiam os royalties pelos quais tanto brigaram.
Ou seja, é uma ideia de jerico torcer pela queda dos preços internacionais do óleo e dos combustíveis.
De outro lado, ainda, um dólar mais barato facilitaria as importações de equipamentos para extração e refino. Bom, não é mesmo?
Seria,
se as políticas para o setor tivessem alguma lógica. Ocorre que a
Petrobrás é obrigada pelo governo a dar preferência ao produtor
nacional, mesmo pagando mais caro, até um certo nível. Ora, com o real
valorizado, a diferença de preços entre o local e o estrangeiro ficará
bem maior, de modo que a estatal não terá como justificar a compra do
equipamento made in Brasil.
Isso destruiria a política do governo
para estimular a indústria nacional ou, caso o modelo fosse mantido,
aumentaria os custos da Petrobrás em reais.
Ou seja, é outra ideia de jerico torcer pela valorização do real neste caso.
Voltamos
assim ao senso comum, pelo qual uma companhia de petróleo deve se dar
bem quando o preço do petróleo está em alta. Esta lógica não mudou. O
que a subverte é a gestão do governo brasileiro. Um desastre de grande
competência: não é fácil fazer uma petrolífera perder dinheiro.
Outra
coisinha: lembram-se de toda aquela campanha do governo Lula
comemorando a autossuficiência em petróleo? Pois é, foi só marketing
eleitoral. Só não, porque a estatal, que não pertence só ao governo,
muito menos ao PT, pagou por aquela fraude. Custo na veia da população.
Protecionista quem?
Andam
dizendo por aí que as negociações comerciais entre Mercosul e União
Europeia (UE) não avançam por causa por causa do protecionismo dos dois
lados.
Curioso. A UE, só na América Latina, tem acordos de livre
comércio fechados com Chile e México (já em vigor) e mais Peru, Colômbia
e América Central (a vigorar neste ano). Fora da região, tem acordos
com diversos países da Ásia, inclusive Coreia do Sul, e esta prestes a
iniciar negociações com os Estados Unidos.
Já o Mercosul tem acordos com Israel e Jordânia.
Mas, dizem governo Dilma e aliados, neste ano as conversas com a Europa vão avançar.
Sério?
Se
o Brasil não consegue ter livre comércio nem com a Argentina, principal
sócia no Mercosul, se a Argentina, pelo calote, está excluída do
mercado financeiro global, e se a Venezuela, nova sócia, só quer acordos
com os amigos bolivarianos, Cuba, por exemplo, quem mesmo vai negociar
com a UE?
No último fim de semana, a Comunidade dos Estados da
América Latina e Caribe, Ceal, reuniu-se com a UE – encontro de cúpula,
solene. Olhando bem, no entanto, os líderes europeus mantiveram duas
conversas bem diferentes. Uma com o pessoal do Mercosul – só protocolar,
para os fotógrafos.
Outra, para valer, com o chamado bloco do
Pacífico, liderado por Chile, Peru, Colômbia e México.
Enquanto o
Mercosul torna-se cada vez mais restrito ao grupo bolivariano de Chávez,
Cristina Kirchner e outros menores, o bloco do Pacífico já tem acordos
com os EUA, Europa e negocia um megatratado com a Ásia.
Devem estar todos equivocados, não é mesmo?
Carlos Alberto Sardenberg é jornalista
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
Problemas de caixa da Petrobras começam a contaminar parceiros
-
Arquivo Folha Imagem
RIO DE JANEIRO, 31 Jan (Reuters) - A Petrobras tem atrasado pagamentos a
fornecedores e provocado dificuldades financeiras na cadeia de
prestadores de serviços, após ter adotado uma política de redução de
custos em meio a prejuízos na sua divisão de Abastecimento, aumentos de
custos e produção estagnada.
Há também o atraso de pagamento para fundos de recebíveis criados para
financiar esses prestadores de bens e serviços, segundo afirmaram fontes
à agência de notícias Reuters, observando que a estatal alterou sua
política de pagamentos recentemente e vem olhando com mais rigor os
contratos.
Com isso, tem demorado mais tempo para liberar os recursos. Em uma
espécie de efeito dominó, os prestadores de serviços também atrasam seus
compromissos financeiros.
"Não vou dizer que a Petrobras é inadimplente, mas que está em atraso.
Enquanto algumas companhias estão sofrendo, estou confiante que os
pagamentos serão feitos", disse à Reuters Fernando Werneck, gestor de um
portfólio de fundos creditórios na BI Invest, exclusivos de
fornecedores da Petrobras.
Alguns dos fundos de investimento dedicados exclusivamente aos fornecedores da Petrobras registraram aumento da inadimplência.
Os pagamentos em atraso em cinco Fundos de Investimento em Direitos
Creditórios (FIDC) saltaram 58,6%, para R$ 18,4 milhões, em 31 de
dezembro, ante R$ 11,6 milhões em setembro, segundo uma pesquisa da
Reuters junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
O FIDC existe para ajudar a Petrobras a terceirizar o negócio de
financiamento aos fornecedores. Fundos de investimento fazem empréstimos
às empresas que possuem contratos com a estatal utilizando como
garantia os recebíveis junto à Petrobras.
Ao longo dos últimos dois anos a Petrobras aportou cerca de R$ 7 bilhões para ajudar os fornecedores.
Pedidos de falências
Problemas financeiros já empurraram algumas empresas fornecedoras da
estatal menores, como a GDK, a um processo de recuperação judicial.
Grandes empresas, tais como a Lupatech, tiveram que vender ativos e
levantar capital novo para evitar o pior.
Preocupações sobre como fazer negócios no Brasil, onde a Petrobras é
responsável por mais de 90% da produção de petróleo, levaram a uma queda
de 34% nas ações da italiana Saipem na quarta-feira.
A empresa prestadora de serviços e equipamentos offshore disse que os
problemas do Brasil poderiam ajudar a cortar o seu lucro em 80% em 2013.
As concorrentes Subsea 7 e Technip França, ambas também fornecedoras da
Petrobras, chegaram a cair mais de 6% na quarta-feira (30).
O programa de redução de despesas, que visa cortar custos de R$ 32
bilhões no período de 2013 a 2016, foi anunciado no final do ano
passado, após a Petrobras ter acumulado nos nove primeiros meses de 2012
mais de R$ 17 bilhões em prejuízo na área de Abastecimento
(combustíveis), ao mesmo tempo que tem um plano de cinco anos de
investir mais de US$ 200 bilhões.
Nessa conjuntura que favorece o crescimento do passivo, a agência de
classificação de risco Moody's alterou em dezembro para negativo o
rating da dívida da companhia.
Dificuldade para receber
Segundo fontes de empresas que prestam bens e serviços à estatal, a
Petrobras tem demorado mais tempo para liberar os aditivos aos
contratos.
Nas licitações, as empresas ganhavam oferecendo um orçamento abaixo do
valor de mercado e depois recorriam aos aditivos, uma prática comum, já
que depois esses aditivos eram liberados com mais facilidade.
"Agora há um rigoroso processo de avaliação por parte da estatal e
sempre há a necessidade de mais e mais documentos. Enquanto isso, o
dinheiro não sai", disse uma fonte de uma empreiteira de médio porte que
presta serviço à Petrobras.
Com a demora na liberação dos pagamentos, as empresas precisam tomar
empréstimo de curto prazo, disse a fonte, a custos altos, gerando um
desequilíbrio nas contas.
"Em geral tem demorado uns meses a mais. Como dois terços do nosso
faturamento depende de contratos com a Petrobras, há um desajuste",
disse à Reuters o executivo, na condição de não ter seu nome divulgado.
Algumas empresas têm quase a totalidade das receitas atreladas aos
contratos com a Petrobras e podem acabar falindo com o atraso dos
pagamentos.
É o caso da Tenace Engenharia, que com 90% de faturamento oriundo da estatal pediu falência no fim do ano passado.
A empresa tinha um grande contrato de construção de uma unidade de
gasolina e diesel no Polo de Guamaré, no Rio Grande do Norte. Também
prestava serviços para a estatal em Urucu, no Amazonas.
Segundo uma fonte da empresa, a Petrobras não concordou em renegociar
aditivos aos contratos. A Tenace enviou um comunicado aos seus credores
responsabilizando a estatal pelo seu fechamento, segundo a fonte, que
preferiu não ser identificada.
A construtora GDK, também grande fornecedora da estatal, teve o seu
pedido de recuperação judicial aprovado no dia 10 de janeiro pela
Justiça da Bahia, segundo nota enviada pela empresa à Reuters.
E a construtora Egesa, responsável por parte das obras de uma unidade
de fertilizantes da Petrobras, também anunciou recentemente aos seus
funcionários e credores que "está passando por uma reestruturação
financeira em função do cenário econômico atual".
Segundo a Petrobras, os pagamentos de seus compromissos "reconhecidos"
são realizados de acordo com os prazos estabelecidos contratualmente.
Procurada pela Reuters, a estatal disse em nota que os eventuais
pleitos de pagamentos adicionais aos contratados por parte dos
fornecedores são submetidos a uma avaliação técnica por uma comissão
constituída para este fim, bem como a uma avaliação jurídica.
"Após a conclusão deste processo, que está de acordo com contrato e com
a legislação vigente, a negociação é submetida à aprovação das
instâncias corporativas competentes. Dessa forma, eventuais pleitos não
representam a existência de dívida por parte da Companhia", disse a
estatal.
Parlamento Debate a Reforma Migratória
A Câmara analisa proposta que poderá reformular o chamado
Estatuto do Estrangeiro e ampliar os direitos dos imigrantes. As medidas
estão previstas no Projeto de Lei 5655/09, de autoria do Poder
Executivo.
O Estatuto é uma lei de 1980 (Lei 6.815/80) que estabelece os
princípios para visita, estada e permanência de um estrangeiro no
Brasil. Ao longo do tempo, no entanto, a lei foi bastante alterada e os
números sugerem que ela precisa ser revista.
Nos primeiros nove meses de 2012, mais do que triplicaram as
autorizações concedidas a estrangeiros com pouca escolaridade para
trabalhar legalmente no Brasil. O número de trabalhadores com baixa
qualificação aumentou 246% em relação aos nove meses do ano anterior.
O número cresceu muito mais do que no caso das permissões para
trabalhadores com doutorado, mestrado e pós-graduado, os chamados
superqualificados, que são o objetivo do governo e a maioria dos
autorizados a trabalhar no País. Em 2010 eram 961 mil estrangeiros
vivendo regularmente no Brasil, número que aumentou para quase 1,46
milhão no ano passado.
A ajuda humanitária do Brasil no Haiti, desde o terremoto ocorrido no
país em 2012, contribui para esse aumento. Já entraram no País cerca de
4 mil haitianos.
A relatora da proposta na Comissão de Relações Exteriores, deputada
Perpétua Almeida (PCdoB-AC), acha que a reforma do Estatuto do
Estrangeiro precisa avançar. O projeto, de autoria do Executivo, tramita
há três anos, mas o turismo foi o assunto mais discutido até agora, já
que a Comissão de Turismo e Desporto aprovou o texto em novembro do ano
passado.
Para Perpétua Almeida, na Comissão, o debate precisa ser aprofundado.
“Vou ouvir as instituições que lidam com esse assunto, inclusive do
governo federal. Acho importante trazer algumas personalidades
importantes em áreas importantes para o Brasil para que a gente possa
fazer a discussão”, detalha.
Segundo a parlamentar, sem dúvida é possível fazer o debate com
tranquilidade e abertura. “Se nós provarmos e comprovarmos de que há uma
necessidade hoje em áreas estratégicas do Brasil, há um interesse
nacional sobre o assunto, temos que estar abertos a essa discussão e
inclusive a adotar essas medidas”, argumenta.
Perpétua Almeida pretende promover audiências públicas para discutir o assunto ainda no primeiro semestre deste ano.
O presidente da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva
(PDT-SP) considera a questão polêmica, pois os estrangeiros tiram os
bons empregos dos brasileiros. Ele cobra maior fiscalização por parte do
Ministério do Trabalho. “Acho que o Ministério do Trabalho tem que
aumentar a fiscalização na questão do trabalhador imigrante que vem ao
Brasil. Pra montar uma estrutura, pra montar uma empresa tudo bem. O que
ele não pode é ficar permanente aqui e tirar os empregos dos
brasileiros, e, principalmente, repetindo, os melhores empregos, e tem
acontecido exatamente isso”, critica.
O texto do projeto que reformula o Estatuto do Estrangeiro, já
aprovado pela Comissão de Turismo e Desporto, cria o visto eletrônico,
feito por meio da internet, e modifica o projeto original do Executivo
para estabelecer o prazo de validade de dez anos para o visto de
turista, com a possibilidade de o ministro das Relações Exteriores
alterar esse prazo, considerando o interesse nacional.
A proposta altera, ainda, o prazo de permanência do turista no país,
que passa de 90 para 180 dias a cada 12 meses, prorrogável por 30 dias
em caso de viagens de negócios.
Após análise na Comissão de Relações Exteriores, a proposta segue para a Comissão de Constituição e Justiça.
(Cenário MT – 30/01/2013)
Por que a Petrobras vale menos do que a Ecopetrol, mesmo produzindo mais?
Companhia brasileira foi ultrapassada novamente pela colombiana na última sexta-feira, refletindo falta de confiança com a política nacional, aponta Financial Times.
A Ecopetrol, companhia colombiana de petróleo, mais uma vez superou a Petrobras como a maior empresa de energia de capital aberto por valor de mercado na última sexta-feira (25), segundo informações do Financial Times divulgadas nesta segunda (28). Entretanto, a colombiana produz cerca de três vezes menos do que a petrolífera brasileira. O que explica essa diferença?
Isso se deve à postura política "mais amigável" da Ecopetrol em relação aos negócios, atraindo assim os investimentos da indústria internacional de petróleo. Vale ressaltar que o governo colombiano possui 80% do capital da gigante do petróleo, respondendo também por cerca de 80% da produção do país - o que afasta qualquer comentário leviano de que a Petrobras é mal vista pelo mercado pelo fato de ser controlada pelo governo brasileiro.
No fechamento da última sexta-feira (25), o valor da Ecopetrol atingiu os US$ 129,5 bilhões, em comparação aos US$ 126,8 bilhões da brasileira. Entretanto, segundo a publicação, a valorização dos papéis da petrolífera colombiana não se justificam pelos fundamentos de seu negócio, mas sim uma maior confiança dos investidores não só na Ecopetrol como também na Colômbia.
Até o próprio diretor executivo da Ecopetrol, Javier Gutiérrez, ao ser
questionado pelo Financial Times, ressaltou que não é possível
compará-las, porque a Petrobras é uma gigante em diversos aspectos.
Contudo, a percepção mais favorável dos investidores à empresa e ao país
em relação ao Brasil ajuda nessa performance.
Falta de confiança é o principal motivo
Em contraponto, está a situação complicada da Petrobras que, apesar da animação com as recentes descobertas de petróleo no pré-sal, perderam 45% do valor de mercado nos últimos três anos. Este movimento decorre do desapontamento dos investidores com os resultados financeiros, além das preocupações com o grande volume de investimento necessário para exploração das descobertas e com as políticas de regulação do preço dos combustíveis, que vêm trazendo prejuízos à Petrobras.
O Financial Times destaca ainda que, por pertencer ao governo, a Ecopetrol é bastante sensível às decisões políticas, além de contar com um mercado de ações local menor, o que contribui para a tamanha demanda para as suas ações.
Analistas avaliam ainda que o fluxo de investimentos é o que está por trás do bom desempenho da Ecopetrol, uma vez que as restrições dos fundos de pensão colombianos a investimentos estrangeiros aumentariam os investimentos para a petrolífera. Com os fundos recebendo maiores aplicações, eles estariam investindo mais na companhia.
Sucesso da Ecopetrol se explica pelo fracasso da Petro
Já o blog do Financial Times, Beyond Brics, destaca ainda que, como a
forte queda dos papéis da Petrobras é um dos principais motivos para a
Ecopetrol a ultrapassar em valor de mercado, um fator deve ser
considerado, uma vez que as duas companhias são estatais.
"A percepção é de que os investidores veem as decisões políticas do Brasil como menos amigáveis do que na Colômbia", avalia o blog
"A percepção é de que os investidores veem as decisões políticas do Brasil como menos amigáveis do que na Colômbia", avalia o blog
Petrobrás perde 40% de valor em 3 anos e cai em ranking de petrolíferas
31/01/2013 - 06:42:36
Empresa passou da segunda para a quarta colocação na lista de maiores empresas de gás e petróleo dos Estados Unidos e América Latina, segundo estudo da Economatica.
Empresa passou da segunda para a quarta colocação na lista de maiores empresas de gás e petróleo dos Estados Unidos e América Latina, segundo estudo da Economatica.
A Petrobrás perdeu 40% do seu valor de mercado em três anos e passou da
segunda para a quarta posição no ranking das maiores empresas de gás e
petróleo dos Estados Unidos e da América Latina, segundo levantamento da
consultoria Economatica para o Estado.
A estatal valia US$ 199,3 bilhões no dia 1º de janeiro de 2010, valor
que despencou para US$ 119,9 bilhões nesta quarta-feira - uma diferença
de quase US$ 80 bilhões. Em 2012, a Petrobrás foi ultrapassada pela
primeira vez pela Ecopetrol e a diferença agora se amplia. A empresa
colombiana está avaliada hoje em US$ 130,1 bilhões e ocupa o terceiro
lugar no ranking.
Com trajetória oposta à da concorrente brasileira, a Ecopetrol viu o seu
valor de mercado disparar 165% no mesmo período, roubando o posto da
Petrobrás de maior empresa latino-americana. As norte-americanas
ExxonMobil e Chevron, que atualmente lideram o ranking do setor, também
se valorizaram entre 2010 e 2013, com altas de 27,7% e 47,5%,
respectivamente.
Para o professor de finanças do Insper Ricardo Almeida, o principal
fator que explica o descolamento da Petrobrás é a decepção dos
acionistas minoritários com a bilionária capitalização da companhia,
realizada em setembro de 2010. "O governo fez a cessão onerosa de uma
forma que as regras ficaram muito questionáveis. Houve um desequilibro
entre as condições do governo e a dos outros investidores", explica
Almeida.
A chamada cessão onerosa foi uma troca feita entre a União e a
Petrobrás. O governo "cedeu" barris de petróleo do pré-sal para a
estatal e, em troca, recebeu ações da empresa. Nessa operação, na visão
do mercado , o governo aumentou a sua participação na companhia com base
em um valor superestimado do barril.
"Temos ainda um componente de incerteza que é a revisão dessa cessão
onerosa, quando teremos as mesmas dúvidas que ocorreram em 2010 em
relação ao preço do barril", destaca Almeida. Para ele, enquanto a
revisão estiver pendente, o papel da empresa seguirá pressionado. A nova
leitura está marcada para setembro de 2014.
Interferência
Para o analista-chefe da corretora SLW, Pedro Galdi, prevalece a
sensação de que o governo está interferindo fortemente na Petrobrás,
destruindo seu valor. "Lá na frente, a empresa pode ficar sufocada por
prejuízos e não conseguir nem mesmo tocar o pré-sal."
Na visão de Galdi, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI) impulsionou a produção de carros no País, sem que o refino de
combustíveis tenha crescido na mesma proporção. "Por esse motivo, a
companhia precisa importar e paga um preço maior lá fora do que vende
aqui dentro."
O reajuste de 6,6% para a gasolina e de 5,4% para o diesel, anunciado
pela estatal na última terça-feira, não foi suficiente para mudar o
ânimo dos investidores. Apenas no pregão desta quarta-feira, as ações ON
da Petrobrás recuaram 5,12%, enquanto as PN caíram 4,76%. Grande parte
dos analistas esperava um reajuste maior, entre 7% e 10%. Segundo Galdi,
mesmo com a alta nos preços, ainda resta uma defasagem de 6% no valor
da gasolina.
Ânimo minado
A perda de valor de mercado da Petrobrás nos últimos três anos também é
reflexo da frustração dos investidores com a empresa, afirma o analista
da corretora Coinvalores Bruno Piagentini. "O ânimo com o pré-sal foi
minado ao longo do tempo com números de produção abaixo da meta e
atrasos em projetos, que elevaram os custos." Segundo ele, o mercado
agora está apenas precificando a forte ingerência do governo na empresa.
Piagentini destaca, contudo, que a troca de comando na companhia - agora
presidida por Graça Foster - trouxe mais transparência, além de um
planejamento mais realista. "Não acredito que s papéis vão despencar
muito mais. Agora os investidores estão de olho nos números de
produção. " Os dados financeiros e de produção serão publicados na
próxima segunda-feira, dia 4
(O Estado de S.Paulo, 31/1/13)
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