Lucros caem, ações despencam, mas a presidente da estatal ganha voto de confiança dos investidores por sua franqueza
Graça Foster, presidente da Petrobras: horizonte difícil para 2013
São Paulo - Há cerca de um ano, Maria das Graças Silva Foster assumia a presidência da Petrobras.
Os meses passaram e o leme de uma das maiores empresas do país parece
ter ficado mais pesado: em 2012, a Petrobras viu seu lucro líquido cair
36% chegando a 21,2 bilhões de reais, seu pior resultado em oito anos.
E não foi só isso. A produção de petróleo diminuiu, o endividamento
rompeu o limite estabelecido como ideal pela própria empresa e a
importação de gasolina e diesel sangrou o caixa da companhia. Como o
governo não deu sinal verde para o reajuste integral dos combustíveis
com medo de alimentar a inflação, a Petrobras acabou pagando a conta do
subsídio.
Uma fatura, aliás, que superou os próprios ganhos da estatal: no ano
passado, o prejuízo na área de abastecimento, responsável pelo refino e
importação, foi de 22,9 bilhões de reais - uma escalada de 130% sobre o
ano anterior.
Se a olhada pelo retrovisor assombra os investidores, o horizonte
vindouro não é dos mais róseos: em teleconferência de resultados, a
própria Graça
admitiu que 2013 será um ano difícil, em especial no primeiro semestre.
Com paradas programadas nas plataformas, a Petrobras deverá novamente
enfrentar problemas na produção.
Transparência
Como se vê, o clima não é de festa na companhia. Mas, no mercado, muita
gente parece ver motivos para comemorar o aniversário de Graça à frente
da estatal. "Pelo lado positivo, há a franqueza e a coragem dela de
falar a verdade sobre o que está realmente acontecendo na empresa. Não é
o que víamos em gestões anteriores", afirma Adriano Pires, diretor do
Centro Brasileiro de Infraestrutura.
Publicamente, Graça continua levantando a bandeira pela paridade no preço dos combustíveis
e pelo aumento da eficiência dentro da Petrobras. A partir de abril, a
empresa contará com um data-room com informações sobre seus ativos à
venda. Tudo para fazer o programa de desinvestimento enfim deslanchar,
reforçando o caixa da companhia. Para preservá-lo, a Petrobras também
decidiu pagar um dividendo menor para as ações ordinárias.
Historicamente, os papéis recebiam o mesmo percentual das ações
preferenciais.
A Petrobras é um navio muito grande, conseguir virá-lo demora um
pouco", afirma Pedro Galdi, analista da SLW. "A empresa sempre foi
utilizada como um mecanismo político. O problema é que o valor da
companhia foi destruído nos últimos anos. Agora, estão tentando arrumar a
casa, com uma pessoa técnica na presidência para capitalizar a empresa
através desses movimentos."
Sem dia fácil
Para Lucas Brendler, da Geração Futuro, Graça está atravessando um período de ajustes para colher os frutos lá na frente, entre 2014 e 2015. Até lá, a presidente terá uma tarefa hercúlea pela frente.
"Agora é trabalhar a questão do fornecedor, o cumprimento de cronogramas, racionalidade de metas, principalmente em termos de produção, e a financiabilidade dos investimentos", opina.
Em sua primeira coletiva como presidente da Petrobras, Graça afirmou que ninguém na companhia trabalhava com conforto. "Aqui é desconforto 365 dias por ano, 24 horas por dia", chegou a dizer. Ao que parece, a tônica continuará a mesma para seu próximo ano no comando da gigante de petróleo brasileira.
Sem dia fácil
Para Lucas Brendler, da Geração Futuro, Graça está atravessando um período de ajustes para colher os frutos lá na frente, entre 2014 e 2015. Até lá, a presidente terá uma tarefa hercúlea pela frente.
"Agora é trabalhar a questão do fornecedor, o cumprimento de cronogramas, racionalidade de metas, principalmente em termos de produção, e a financiabilidade dos investimentos", opina.
Em sua primeira coletiva como presidente da Petrobras, Graça afirmou que ninguém na companhia trabalhava com conforto. "Aqui é desconforto 365 dias por ano, 24 horas por dia", chegou a dizer. Ao que parece, a tônica continuará a mesma para seu próximo ano no comando da gigante de petróleo brasileira.