domingo, 17 de fevereiro de 2013

Recessão empurra crianças europeias para a pobreza

Redação da Rede Brasil Atual


Quase um terço das crianças em Grécia, Irlanda, Portugal, Itália e Espanha foram empurradas para os limites da pobreza por causa de medidas recessivas adotadas por esses países diante da crise financeira, disse nesta quinta-feira a ONG católica Caritas.

Segundo a entidade, os países estão criando uma geração de jovens subnutridos, com moral baixo e poucas perspectivas profissionais. As medidas recessivas são uma exigência da comunidade financeira internacional, que condiciona ajuda econômica a cortes de investimentos que levam à perda de emprego e de direitos, por exemplo.

“Essa pode ser a receita não só para uma geração perdida na Europa, mas para várias gerações perdidas”, disse a Caritas.

Nos cinco países avaliados, o aumento na taxa de pobreza infantil coincide com o auge da crise de 2008, e cresceu ano após ano até 2011. A Caritas atribui isso a medidas governamentais que afetam duramente o bem-estar das famílias, como os cortes no seguro-desemprego e em benefícios sociais, o aumento do imposto sobre consumo e a maior taxação dos combustíveis.

“Tornou-se um fato estabelecido que as crianças estão sob maior risco de pobreza do que qualquer outro grupo demográfico”, disse Deirdre de Burca, da Caritas.

Os números da Comissão Europeia mostram que em 2011 mais de 30% das crianças gregas e espanholas estavam sob risco de pobreza ou exclusão, um aumento de 4 pontos percentuais em relação a 2005. Em Portugal, a cifra é de 28,6%.

Os dados de 2011 não estavam disponíveis para Irlanda e Itália. Em 2010, 37,6% das crianças irlandesas estavam ameaças de pobreza ou exclusão. Na Itália, eram 28,8%.

Uma criança é considerada sob risco de pobreza ou exclusão quando vive em famílias em que a renda é de no máximo 60% da renda média nacional, ou em que os pais estão desempregados ou precariamente ocupados, ou em lares onde faltam itens essenciais, como alimentos ricos em proteínas, calefação e roupas.

A Caritas disse que os governos devem se perguntar o que essas tendências significarão para as crianças em longo prazo.

“Elas estão olhando para um futuro em que a perspectiva de desemprego está se estendendo à sua frente”, disse De Burca.

A IMPRENSA QUE ALIMENTA O PRECONCEITO

Não é a primeira vez que relatamos nesse espaço exemplos de jornalismo sem moral que, em vez de informar, só alimenta a suspeição e o preconeceito. Eis mais uma amsotra. Omissão, incompetência ou manipulação?

Segundo o jornal mato-grossense-do-sul online “Capital do Pantanal“,  a Polícia Federal prendeu no final da tarde de quinta-feira, 15 de fevreiro, em Corumbá, duas bolivianas pelo crime de introduzir estrangeiro clandestinamente no país. Elas foram flagradas após uma denuncia anônima nos arredores de um mercado da região, transportando três estrangeiros ilegais vindos da Bolívia.

Conduzidas à delegacia, as bolivianas confessaram o crime e afirmaram que cobravam R$ 50,00 por pessoa pelo trajeto. Ao término dos procedimentos, o veículo utilizado foi apreendido. As presas pagaram fiança e aguardarão ao julgamento em liberdade.

No mês de janeiro, o Capital do Pantanal, exibiu uma matéria o qual falava sobre a entrada de estrangeiros sem documentação. No caso, dois bolivianos foram presos em flagrante em um ônibus com destino ao Rio de Janeiro com vistos falsos de entrada ao território brasileiro. Já em março de 2011, uma mulher também de origem boliviana foi presa com cartões falsos de entrada e saída expedidos pelo setor de controle de imigração da Polícia Federal

O registro de casos de falsificação do documento vem aumentando, informou o delegado federal André de Oliveira, a esta equipe de reportagem. Os falsificadores estariam atuando nos postos de venda de passagem para os ônibus com linha direta ao Rio de Janeiro, em Puerto Quijarro. Em julho de 2012, uma mulher boliviana foi detida e confessou que comprou o visto de um estranho por R$ 80.

A Polícia Federal intensifica na fronteira com a Bolívia o controle e a fiscalização da entrada de bolivianos e estrangeiros de outras nacionalidades ao Brasil para combater a falsificação de documentos. A retirada destes documentos, podem ser feitos no posto de imigração da Polícia Federal, na Fronteira Brasil-Bolívia.

O problema com essa matéria é que bolivianos, além de não precisar de visto para entrar no território nacional, ainda são beneficiados pelo Acordo de Residência e Livre Trânsito do Mercosul. O jornal deveria explicar melhor a natureza da suposta infração e, principalmente, averiguar a origem da denúncia anônima. Jornalismo de verdade começa com autonomia de pauta e espírito crítico. Senão, corre o risco de se tornar porta-voz de forças escuras e gente mal-intencionada.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Governo vai apresentar projetos de infraestrutura a embaixadores estrangeiros


15/02/2013 - 17h08
 
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil


Brasília - O governo vai apresentar projetos de infraestrutura para embaixadores estrangeiros no Brasil na próxima segunda-feira (18). Será a segunda etapa do road show (seminário itinerante) de infraestrutura que o governo está tocando para atrair investimentos para grandes obras no país. Na primeira etapa, as opções de investimento foram apresentadas a empresários em São Paulo no começo do mês.

Desta vez, os ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota; da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; e o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, vão comandar a apresentação para embaixadores no Palácio do Itamaraty. O road show ainda passará por Londres e Nova York.

No leque de projetos estão a expansão da infraestrutura de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, além de empreendimentos nas áreas de energia e exploração de petróleo.
 
Edição: Carolina Pimentel
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Câmbio não é instrumento para frear inflação, diz Mantega


Na Rússia, onde participa de reunião do G-20, ministro diz que a taxa de juros é o principal instrumento de controle da inflação no Brasil

O Ministro da Fazenda, Guido Mantega (Foto: EFE)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que está em Moscou, na Rússia, para participar de uma reunião do G-20,  afirmou nesta sexta-feira (15/02) que a taxa de juros - e não o câmbio - é o principal instrumento de controle da inflação no Brasil, que em janeiro atingiu o maior patamar desde abril de 2005. Segundo ele, o Banco Central tem de estar "vigilante" e tomar "as devidas providências" na hipótese de o índice de preços não desacelerar "espontaneamente".
 
Mantega observou que o "sinal de alerta" do governo acende sempre que a inflação supera os 4,5% que são o centro da meta deste ano. Perguntado se os juros iriam subir em razão da alta de preços registrada em janeiro, o ministro respondeu que essa é uma questão que tem de ser endereçada ao Banco Central. O índice de preços atingiu 0,86% em janeiro, o maior patamar para o igual mês desde 2003 e o mais elevado desde abril de 2005. Anualizado, o percentual significa uma inflação de 6,15%.
Por causa da declaração de Mantega, os juros futuros operam em alta consistente desde a abertura dos negócios desta sexta-feira. De acordo com um gestor da área de renda fixa, com as declarações, "Mantega deu sinal verde para o BC subir o juro, o que é uma medida inteligente, pois quanto antes fizer o aperto menos doloroso será". "A alternativa para o BC postergar o aumento do juro seria usar o câmbio, mas já vimos que tem um limite para apreciação e o swap reverso anunciado nesta sexta-feira só referenda isso (que o câmbio não será usado para o controle de preços)", disse.
Mantega disse que a taxa de inflação neste ano deverá ficar abaixo do nível de 5,85% visto em 2012 e que permitir uma apreciação do real para conter os preços não é uma solução. "A taxa de câmbio não pode ser usada para combater a inflação e o Banco Central não faz isso", acrescentou. Ele disse também que espera que a economia do país crescerá entre 3% e 4% em 2013, ante a expansão de 1% no ano passado.
Câmbio
O ministro Mantega ressaltou que o governo não tem uma meta para a cotação do real em relação ao dólar, mas reconheceu que o nível atual é mais "equilibrado". Segundo ele, a valorização registrada nos últimos dias, que levou o dólar a R$ 1,956, não é uma resposta à alta da inflação e decorre de movimentos normais do mercado.
A apreciação da moeda pode ajudar no controle de preços na medida em que torna mais baratas as importações - são necessários menos reais para pagamento do valor em dólares."Não houve mudança na política cambial", disse, observando que o regime é de "flutuação" e "vigilância" para evitar excesso de volatilidade.
O ministro afirmou que vários países exportadores estão encontrando cada vez mais dificuldades para competir com outros que estão adotando medidas para enfraquecer suas moedas. "A guerra cambial ser tornou mais explícita agora porque os conflitos comerciais se tornaram mais pronunciados", afirmou Mantega em entrevista à Dow Jones. "Os países estão tentando desvalorizar suas moedas devido à queda do comercial global. Assim, muitos deles estão em uma situação difícil."
Guido Mantega (Foto: Fernando Bizerra Jr/EFE)

Ele disse que, apesar da importância do debate sobre as chamadas guerras cambiais entre os membros do G-20, o comunicado final da reunião não deverá incluir comentários sobre o assunto. "Há países que não reconhecem a existência de uma guerra cambial", afirmou. "Eles querem continuar a evitar qualquer referência a isso. O comunicado precisa refletir o consenso de todos os membros do G-20, mas meus funcionários estão trabalhando para incluir os termos mais adequados possíveis.

A rodada de medidas de estímulo mais recente provocou novas acusações de que alguns países podem estar buscando enfraquecer deliberadamente suas moedas e ganhar vantagem ao impulsionar suas exportações às custas das exportações de outros países.

Em um esforço para dar aos países em desenvolvimento uma participação maior nos assuntos econômicos globais, Mantega disse que os Brics, grupo que incluiu Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, estão fazendo progresso para estabelecer um banco de desenvolvimento, que poderá entrar em operação em um período de um ano.

Segundo ele, outras instituições financeiras, como o Banco Mundial e o Banco de Desenvolvimento da Ásia, baseado em Manila, nas Filipinas, não têm dinheiro suficiente para realizar todos os investimentos necessários para as economias emergentes. "(O banco de desenvolvimento" deverá entrar em operação em um ano a partir de agora", afirmou Mantega. "Inicialmente, ele envolverá somente membros dos Brics, mas mais tarde ele poderá expandir dinheiro para outros países em envolvimento. Nós estamos discutindo onde a sede do banco será localizada e a configuração de seu capital." Os membros dos Brics se reunirão em março, na África do Sul, e discutirão o estabelecimento do banco de desenvolvimento.
 
Selic

O sócio-diretor da Global Financial Advisor, Miguel Daoud, diz que uma inflação que em um único mês atinge 0,86%, com índice de difusão na marca dos 75% e acumulado em 12 meses na faixa de 6,15% - próximo ao teto da meta -, só pode ser combatida com aumento de juros. Para ele, as afirmações feitas por Mantegare forçam sua visão de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deveria elevar a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual já no seu próximo encontro (5 e 6 de março), para 7,50% ao ano.

Para Daoud, de certa forma o ministro está preparando o mercado para um eventual aumento de juros caso necessário, o que vai ao encontro da sua defesa de que elevação da Selic será o único remédio para esta inflação que já se mostra disseminada. "Nada segura uma inflação cujo Índice de Difusão atinge 75,1%", observa o sócio diretor da Global Financial Advisor.

Estadão

PRÓXIMO EXAME DE PROFICIÊNCIA EM PORTUGUÊS

Estão abertas as inscrições para exame que confere Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros. Até o dia 8 de março é possível fazer a inscrição para exame que acontecerá no Brasil e em outros países, entre os dias 23 e 25 de abril.

O único certificado oficialmente reconhecido de proficiência em português como língua estrangeira é o Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras), desenvolvido e aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), com o apoio do Ministério das Relações Exteriores.

Ele funciona como comprovante de competência em língua portuguesa, exigido por algumas empresas e por universidades para ingresso em cursos de graduação e pós-graduação, além de servir para validar diplomas de profissionais estrangeiros que pretendem trabalhar no país.

Até o dia 8 de março é possível fazer a inscrição para exame que acontecerá no Brasil e em outros países, entre os dias 23 e 25 de abril.

A inscrição consiste em três etapas. Primeiramente é necessário preencher a ficha de inscrição.  

Depois, deve-se efetuar o pagamento da taxa de inscrição de acordo com a orientação disponível no posto aplicador. Por final, é preciso entregar uma cópia de documento de identificação atual (passaporte, carteira de identidade para estrangeiro ou documento oficial de identidade do país onde reside) e do comprovante de pagamento da taxa de inscrição no posto aplicador, onde o Exame será realizado. O manual do candidato também poderá ser acessado no site do Exame.

Além dos estrangeiros, podem se inscrever os brasileiros cuja língua materna não seja o português, contanto que os candidatos possuam, no mínimo, 16 anos e que tenham completado o equivalente ao ensino fundamental.
 
A data prevista para a divulgação do resultado do exame é 20 de junho de 2013. A partir do resultado são conferidos certificados em quatro níveis: intermediário, intermediário superior, avançado e avançado superior, dependendo da pontuação obtida.

A prova, que acontece duas vezes ao ano, é dividida em duas partes: uma oral e outra escrita. A parte escrita, que deve ser realizada em até três horas, é composta por questões que testam a compreensão oral, a leitura e a produção escrita. Já a parte oral, consiste em uma atividade de interação com duração de 20 minutos.

Veja, aqui, a estrutura do exame e exemplos de prova.
Acesse, aqui, o manual do examinando
Maiores informações no site do INEP

Dilma recebe até 2ª feira relatório preliminar sobre eventual acordo EUA-UE


 
 
 
A presidente Dilma deverá receber do Itamaraty,     do Ministério  do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e do Ministério da Agricultura e   Abastecimento     (Mapa) neste   final   de         semana avaliação preliminar sobre  o impacto   na            economia brasileira  e  no  Mercosul de eventual   acordo   de     livre comércio   entre                os 
EUA e   os   27   países   da   União   Europeia (UE). A negociação do acordo EUA-UE foi anunciada pelo presidente americano, Barack Obama, e pelo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso (foto).   O Itamaraty acredita que, se houver acordo e este ficar limitado  a   bens  e   normas, o  impacto não  será tão significativo para o Brasil, mas a inclusão de serviços e compras governamentais pode reduzir a participação de empresas brasileiras nestes setores, porque   companhias americanas e europeias teriam mais vantagens em competir entre si nos dois mercados.   Outra preocupação brasileira é que as  negociações   com   os   americanos   tomará    tempo dos europeus e poderá prejudicar o andamento das tratativas para o livre  comércio entre  Mercosul  e   UE. Segundo fontes do setor agroexportador   as  negociações  de  um acordo    UE-Mercosul, que se arrastam há mais de dez anos, devem ficar em segundo plano para os europeus.     Técnicos do governo e de empresas do mercado exterior prevêem  alterações   nas normas do comércio internacional.    Hoje normas de segurança sanitária, de qualidade para produtos e de comportamento concorrencial  no  mercado externo são negociadas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC)  a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).          Evidentemente, as negociações entre EUA e União Europeia podem resultar em normativos    próprios e estas regras tenderiam, naturalmente, a ser seguidas pela OMC,  FAO  e até    por outros parceiros comerciais do Brasil, podendo prejudicar os países emergentes.           A professora de relações internacionais Miriam Gomes Saraiva, que atualmente pesquisa as relações  Brasil-Europa na Universidade de Oxford, disse à BBC que a   tentativa   de   acordo EUA-UE é resposta dos centros tradicionais de poder econômico  e  político  globais  à   crise   econômica   e   ao      fortalecimento dos BRICS - que pressionam por um mundo mais multipolar.    "Para o Brasil e outros emergentes que vinham se esforçando   para  ter  mais peso em   fóruns multilaterais e debates econômicos globais, em um primeiro momento um projeto que  aponta para um maior alinhamento entre Europa e EUA não parece uma boa notícia", afirmou ela.                Erik van der Marel, especialista em negociações comerciais  da  London  School  of   Economics, disse que é cedo para entender até que ponto o acordo poderia  fazer  produtores  de  outros países   perderem mercados americanos e europeus para concorrentes locais.   No caso do Brasil, Saraiva diz que há muita convergência nas pautas de exportação brasileiras para os EUA e para a Europa - o que limitaria o impacto do acordo.   
Fontes: redação com Estado de S. Paulo, Agência Brasil, Beef Point, BBC Brasil.

 
 
 

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

EUA e UE querem fechar acordo comercial até 2015


União Europeia e EUA comprometeram-se ontem a completar em dois anos as negociações de um novo acordo comercial, um prazo ambicioso para um projeto de imenso potencial comercial, mas repleto de complicações.

A ideia de um pacto entre as duas potências comerciais, elogiada pelo presidente americano Barack Obama durante seu discurso sobre o Estado da União, na noite de terça-feira, vem sendo discutida há décadas. 

Agora, no entanto, políticos europeus e americanos mostram-se desesperados para apresentar a seus eleitores planos tangíveis para reanimar o crescimento e criar empregos, enquanto criam uma frente unida diante da concorrência contra a China e outros países emergentes.

Para José Manuel Barroso, presidente da Comissão Europeia, um acordo unindo parceiros comerciais responsáveis por quase a metade da produção econômica mundial iria "mudar o jogo".

"Juntos, vamos criar a maior zona de comércio do mundo [...]. É um impulso a nossas economias que não custa um centavo em dinheiro dos contribuintes", disse.

Michael Froman, que assessora Obama em política econômica internacional, disse: "Isso poderia aumentar drasticamente os empregos e o crescimento tanto nos EUA como na Europa, integrar ainda mais nossas economias e ajudar a determinar regras mundiais que poderiam contribuir para fortalecer o sistema de comércio multilateral".

Karel De Gucht, o comissário de Comércio Exterior da UE, afirmou que qualquer padrão legal ou técnico adotado pelo bloco econômico e pelos EUA poderia tornar-se referência internacional. "Isso é da maior importância para os nossos negócios."

O prazo de dois anos fixado por De Gucht, e endossado pelos EUA, coincide com o fim do mandato da atual Comissão Europeia (o órgão executivo da UE). Se o acordo comercial não for concluído em 2015, suas perspectivas seriam incertas sob uma nova liderança. Qualquer acordo teria de ser aprovado pelos 27 países-membros da UE, pelo Parlamento europeu e pelo Congresso dos EUA.

Washington se mostra relutante em lançar negociações, quando vê pouca probabilidade de sucesso e desperdício capital político e recursos administrativos.

"Dissemos que se formos pegar essa estrada, queremos chegar ao fim com um tanque de gasolina", disse Froman. "Não queremos passar dez anos negociando questões bem conhecidas e não chegar a um resultado."

Conseguir um acordo expressivo entre UE e EUA será uma tarefa difícil. As tarifas comerciais já são baixas, e os dois lados já se comprometeram a eliminar as que persistem, de forma que as negociações terão como foco barreiras não tarifárias e padrões de regulamentação.

Washington e Bruxelas já travaram batalhas épicas em quase todas as áreas, de subsídios e aeronaves até o tratamento com hormônios para o gado e a lavagem com cloro da carne de frango. Embora autoridades dos dois lados venham tentando aplainar as divergências antes das negociações, ainda persistem diferenças substanciais.

De Gucht admitiu que não sobraram mais "frutas fáceis de pegar", mas enfatizou o potencial dos benefícios para os dois lados. "Nosso foco é o futuro. Esta não é uma negociação, por exemplo, com o objetivo principal de encontrar uma solução para o frango com cloro. O que queremos fazer é criar um mercado entre os EUA e a UE."

As iniciativas transatlânticas anteriores de comércio exterior foram, em grande parte, decepcionantes. Hugo Paemen, ex-embaixador da UE em Washington, disse que os EUA deveriam se esforçar mais para ampliar os laços comerciais com a Ásia.

Em seu discurso, na terça-feira à noite, Obama elogiou outro projeto comercial, a Parceria Transpacífica (TPP, na sigla em inglês), antes de mencionar o pacto entre UE e EUA.
"Claramente, a motivação no lado europeu é maior que no americano", disse Paemen.