domingo, 1 de setembro de 2013

Jim Rogers diz não investir no Brasil por erros do governo


Por Camila Dias, Eduardo Campos e Talita Moreira* | Valor
 
CAMPOS DO JORDÃO  -  O megainvestidor americano Jim Rogers afirmou que, apesar de ser otimista em relação ao Brasil, não tem investimentos no país porque o governo brasileiro “continua cometendo muitos erros”.


Rogers fez críticas a medidas que taxam o capital estrangeiro e à tentativa de controlar o câmbio, além da restrição a investimentos externos em terras.

“O Brasil precisa de investimentos, de capital e de experiência”, disse Rogers, em apresentação no 6º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais, promovido pela BM&FBovespa em Campos do Jordão. “Por essas razões, acho que a abordagem do governo está errada.”


Incapacidade gerencial


Ao ser questionado se acredita haver incapacidade gerencial da presidente Dilma Rousseff, Rogers disse que sim.

Segundo ele, historicamente quando passa o boom das commodities, os governos brasileiros tomam medidas restritivas. “Mas ela começou antes”, afirmou.

Rogers disse também que, se Dilma for reeleita, vai continuar a não investir no Brasil, a não ser que ela reveja essas questões.

Retirar controles ao capital estrangeiro, eliminar subsídios e abrir mais a economia são medidas que, na opinião de Rogers, deveriam ser adotadas pelo governo.

“O Brasil deveria ser um dos países mais importantes do mundo, mas infelizmente não vai ser”, afirmou.
(*Os repórteres viajaram a convite da BM&FBovespa)


Grupos empresariais brasileiros aumentaram negócios no exterior



 
 
Grupos empresariais brasileiros, como O Boticário, expandiram seus negócios no exterior entre 2010 e 2012, apesar das dificuldades das economias de alguns países, segundo uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira.  
 
O Índice de Internacionalização de 153 empresas que participaram do estudo do Núcleo de Pesquisas em Negócios Internacionais da Fundação Dom Cabral cresceu de 16% em 2010 para 18% em 2012. Esse índice considera os ativos da empresa, a receita e o número de funcionários.Além disso, nesse período as companhias pesquisadas aumentaram suas margens de lucro no mercado internacional de 11,82% para 13,75%, de acordo com o estudo. 
 
O mercado com maior presença de empresas brasileiras é o dos Estados Unidos, com 41 subsidiárias ou franquias, seguido de países da América Latina como a Argentina, com 35, e o Chile, com 30.Das 63 multinacionais brasileiras consultadas pelo Núcleo de Pesquisas, 44,4% consideram que as diretrizes da política externa do governo contribuíram para sua presença em outros países, mas ações diplomáticas polêmicas e as limitações de crédito para investimentos internacionais são alguns dos fatores que podem prejudicar a expansão de negócios no exterior. 
 
O coordenador do Núcleo de Pesquisas, Sherban Cretoiu, disse que entre os principais países de entrada de produtos brasileiros no último ano se destaca Angola pela proximidade cultural e idiomática.  
 
"As visitas brasileiras em países africanos foi maior do que na América do Sul durante o governo Lula, e isso pode ter impactos na entrada de empresas brasileiras nesses países para expansão de negócios", explicou Cretoiu. Apesar disso, o maior destino internacional das empresas brasileiras continua sendo a América do Sul, que concentra atualmente 77,8% dessas multinacionais, e depois a América do Norte, com 69,8%. 

Fonte: EFE

Tatiana Prazeres, ex-secretária de comércio exterior do Brasil, assume na OMC


 
 
 
O futuro diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevedo, nomeou Tatiana Prazeres (foto), ex-secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) do Brasil, como uma das quatro assessoras em seu gabinete. 

Tatiana Prazeres tem grande conhecimento do sistema multilateral do comércio e função exercida em uma das maiores economias emergentes, o que a credencia para o posto na OMC. Tatiana trabalhou como gerente e coordenadora da área internacional da Agência 
 
Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).Foi consultora de relações internacionais da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e funcionária da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra. Ela é bacharel em Direito (UFSC) e em relações internacionais (Univali-SC), mestre em direito internacional (UFSC) e doutora em relações internacionais (UnB e Universidade de Georgetown, EUA).

Ao contrário de Lamy, que preferia ter cada assessor cuidando de temas específicos, com Azevedo a ideia é de a assessoria ter multifunções, incluindo esforços para retomar as negociações multilaterais. Temas específicos mesmo vão ser tratados diretamente entre Azevedo e os diretores de divisões da entidade global.

Fonte: OMC
 

Indústria brasileira espera que Azevêdo mude regras de comércio internacional


 
 
Com a promessa de buscar novos caminhos para o comércio internacional, a posse de Roberto Azevêdo, que assume a diretoria-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), no próximo dia 9, é aguardada com expectativa pela indústria brasileira. O setor espera que Azevêdo promova mudanças no regime de comércio mundial capazes de facilitar regras, reduzir taxas e agilizar o desembaraço de mercadorias.

Em uma nota divulgada hoje (30), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) destacou que Azevêdo trará estímulos e novas oportunidades para os negócios e garantiu que o otimismo não tem relação com o fato do novo diretor ser brasileiro. As indústrias nacionais acreditam que o novo dirigente da OMC buscará o acordo de modernização dos procedimentos aduaneiros e o fim de entraves burocráticos.  
 
O diretor de desenvolvimento industrial da CNI, Carlos Abijaodi, disse que essas medidas compõem a agenda de competitividade para a indústria nacional. Abijaodi lembrou que os custos de transações vão além do custo de produção, por incluírem as perdas decorrentes de burocracia, pagamentos de taxas, dificuldade de acesso à informação e insegurança. No texto, a confederação ainda destaca um levantamento da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que indica que o acordo poderia reduzir em 10% os custos de transações para países desenvolvidos e entre 13% e 15% para países em desenvolvimento.  
 
Azevêdo vai assumir a organização com praticamente toda a equipe formada, incluindo especialistas de diferentes nacionalidades. A cerimônia de posse estava prevista para o dia 1º, mas foi remarcada pela OMC e será realizada no dia 9. O processo de eleição de Azevêdo foi iniciado em março, quando nove candidatos disputaram a vaga. Em abril, a escolha ficou entre Azevêdo e o mexicano Herminio Blanco e o brasileiro saiu vitorioso.
 
 

sábado, 31 de agosto de 2013

Embraer produz peças em Portugal e exporta para o Brasil. Faz isso porque é privada, e está certa!

Rodrigo Constantino

Fonte: Embraer

Deu na Folha: Embraer fabrica peças em Portugal e traz para o Brasil

Com a queda da competitividade brasileira, a Embraer está fabricando peças de aviões em Portugal e exportando para o Brasil.

Nas duas fábricas que a empresa tem em Évora estão sendo montados componentes para a cauda e as asas dos jatos Legacy 500. As peças são mandadas por navio para o Brasil e aí entram na montagem final do avião.

No início de 2014, as fábricas da União Europeia passam a fabricar também componentes para o KC 390, o avião militar que a Embraer vai produzir, segundo João Taborda, diretor de relações externas da Embraer Europa.

“Isso demonstra que o Brasil não perdeu competitividade apenas para a China, mas também para países europeus”, diz Antônio Corrêa de Lacerda, professor de Economia Política da PUC-SP.
“Fabricar em outros países está relacionado à lógica de se integrar a cadeias globais de fornecimento, mas, se o custo não compensasse, não fariam isso.”

Segundo Lacerda, todos os indicadores de competitividade no Brasil -carga tributária, logística, custo de mão de obra- pioraram, e a questão cambial se agravou.

A Embraer adota essa estratégia globalizada que visa à maximização de sua rentabilidade porque é uma empresa privada atualmente. Está certa ao agir assim. A busca pela excelência deve ser a meta das empresas. Dessa forma, elas atendem melhor seus clientes e garantem bons retornos para os acionistas. Eis a lógica do capitalismo competitivo.

Quando a empresa era estatal, isso não ocorria. Sua “função social” era diferente, seguia critérios nacionalistas e de cunho político. Como conseqüência, dava constantes prejuízos, não arrecadava muitos impostos para os cofres públicos, empregava menos pessoal e tinha produtos piores. A empresa mudou de patamar apenas depois de privatizada.

Tratei do caso Embraer em Privatize Já, naturalmente. Eis alguns dados interessantes:
A empresa, durante os fins dos anos 1980 e começo dos anos 1990, estava no buraco. Em 1990, foram demitidos 4 mil funcionários, quase 30% do quadro total. Os prejuízos de 1990 a 1991 passaram de US$ 500 milhões. Seu endividamento acumulado estava na casa dos US$ 850 milhões. O Banco do Brasil acabou tendo que desembolsar mais de US$ 400 milhões em um programa de refinanciamento para a Embraer.

Um deputado do PSTU de São Paulo, Ernesto Gradella, chegou a apresentar uma emenda excluindo a Embraer do Programa Nacional de Desestatização. A tentativa não foi adiante, mas seu argumento ilustra a mentalidade de muitos ataques contra a privatização: “A Embraer, empresa do ramo aeronáutico que lida com tecnologia de ponta é estratégica para o desenvolvimento científico e tecnológico do país. Mais que necessidade, é imprescindível para o Brasil que a Embraer continue sob controle da União”.

Ela não ficou sob o controle da União, e isso não foi de forma alguma negativo para o país. Atualmente, a empresa emprega diretamente mais de 17 mil pessoas, e possui clientes em dezenas de países. Em 2000, já tinha 10 mil colaboradores. O crescimento e o salto na produtividade após a privatização foram fantásticos. Vamos aos dados!

Já em mãos privadas e focada no lucro, a Embraer criou em 2000 o Centro de Realidade Virtual, que possibilitou a redução do prazo de desenvolvimento do avião EMBRAER 170 em 22 meses, quando comparado ao ERJ 145, que levou 60 meses para conclusão do projeto, na era estatal.
Neste mesmo ano, a empresa abriu seu capital, lançando ações no Brasil e nos Estados Unidos. A receita líquida da empresa, que estava abaixo de R$ 300 milhões em 1995, primeiro ano com gestão privada, saltou para R$ 824 milhões já em 1997. Chegou a R$ 5,1 bilhões em 2000, e dobrou em 2004, ultrapassando a marca de R$ 10 bilhões. A empresa mudou de patamar, e teria receitas desta ordem de grandeza nos anos seguintes.

Para que a Embraer siga na rota do sucesso, ela precisa ser livre para tomar decisões com base em critérios econômicos, de acordo com a visão dos gestores e acionistas daquilo que é melhor para a empresa. Se ela produz em Portugal e exporta para cá, é porque nossas condições não estão favoráveis.

Que o governo ataque a raiz dos problemas para atrair não só a Embraer, como outras empresas. Melhor infraestrutura, mão de obra mais qualificada, impostos menores e mais simples, burocracia menos asfixiante, leis trabalhistas menos marxistas, enfim, o governo deve garantir regras melhores para atrair os bons jogadores.

Não adianta, com base em argumentos nacionalistas, querer impor “cotas nacionais” que preservam apenas a ineficiência, como faz com as estatais. A Embraer se destaca internacionalmente como um caso de sucesso justamente porque não está mais sob tais amarras. Ao contrário da Petrobras, dos Correios, do Banco do Brasil, da Caixa, da Infraero, dos nossos portos e estradas federais etc.
Privatize já!

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Número de expatriados deve aumentar em 2013


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As empresas estão ainda mais dispostas a enviar seus funcionários para o exterior. Uma pesquisa global da consultoria Mercer revelou que, neste ano, 70% das companhias esperam investir em expatriações de curto prazo (que duram 4, 8 ou 13 meses) e 55% planejam transferências de longo prazo (de 1 a 5 anos).

O estudo mostrou que de 2010 para 2011, mais da metade das organizações consultadas contabilizaram um aumento nas expatriações longas (52%) e curtas (53%) – que estão em alta na atualidade.

Essas movimentações são justificadas por diversos fatores, como a necessidade de desenvolver novas habilidades – técnicas ou comportamentais – no profissional enviado ou de atender as demandas de um projeto específico, já que, por vezes, os países de destino não possuem mão de obra qualificada a disposição.

“As transferências internacionais tornaram-se mais diversificadas para atenderem a evolução dos negócios e as necessidades da força de trabalho global”, afirma Anne Rossier-Renaud, diretora na área de mobilidade global da Mercer. Para a executiva, cabem aos profissionais de recursos humanos e de áreas relacionadas à mobilidade a tarefa de lidar com um grande número e diferentes tipos de expatriações e suas complexidades.

Assuntos relacionados à família, como o nível de educação oferecido aos filhos em um novo local, continuam a ser um grande obstáculo para a mobilidade dos executivos, especialmente quando o cônjuge possui uma carreira de sucesso e não quer comprometê-la.

Gerenciar o retorno desse investimento para o negócio é outro desafio delegado à área de RH e mobilidade. Dois em cada três empregadores (65%) não possuem ferramentas específicas para acompanhar e gerenciar as transferências e os custos relacionados – a não ser por meio de ferramentas básicas como Excel e Word. Apenas 6% das companhias utilizam métricas para acompanhar as movimentações.

Fonte: VOCÊRH

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Secretaria de Comércio e Serviços recebe comitiva de entidades financeiras


29/08/2013
Secretaria de Comércio e Serviços recebe comitiva de entidades financeiras

Brasília (29 de agosto) - A Secretaria de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), recebeu nessa quarta-feira (28), uma comissão formada pelas principais associações de entidades financeiras do país. No encontro, a presidente do Conselho de Administração do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Sandra Guerra, expôs a necessidade de unir forças para melhorar o acesso dos empreendimentos a recursos mais baratos. O objetivo, segundo ela, é criar uma agenda positiva para aproximar o investidor, principalmente o de mercado de capitais, do empreendedor nacional.

Apesar dos avanços econômicos, o mercado de capitais nos últimos dois anos encontra-se estagnado com a participação reduzida tanto de investidores quanto de empreendedores. Sandra Guerra citou como exemplo a Índia, país que atualmente conta com mais de seis mil empresas no mercado aberto. Já nos Estados Unidos, de acordo com a executiva, são quatro mil. No Brasil, o número ainda não ultrapassa 400 empresas.

Para o secretário de Comércio e Serviços do MDIC, Humberto Ribeiro, o desejo do grupo converge com as ações do Governo Federal voltadas ao fortalecimento do empreendedorismo no Brasil. Ele citou como exemplo o Catálogo de Oportunidades para Investimentos no Brasil. Em sua segunda edição, o documento conta com quase um trilhão de reais em projetos para investimento privado e facilita o acesso dos investidores às oportunidades.

Humberto Ribeiro também citou a importância de integrar a melhoria de acesso ao mercado de capitais à pauta de discussões sobre tributos e investimentos no Brasil e lembrou que o Simpósio Brasileiro de Políticas Públicas para Comércio e Serviços (Simbracs 2013), discutirá este e outros assuntos correlatos. O Simbracs acontece em Brasília nos dias 12 e 13 de novembro.

Para o especialista em projetos da Agência Brasileira de Desenvolvimento e Inovação (ABDI), Cássio Rabello, é imprescindível a necessidade de que a sociedade via entidades de representação, e governo, unam-se para criar e fortalecer iniciativas de desenvolvimento e crescimento econômico sustentável.

O encontro contou a presença da BM&F Bovespa, Instituto Brasileiro do Mercado de Capitais (IMBEC), Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (ABVCAP), Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), Associação dos Investidores no Mercado de Capitais (Amec), Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri) e Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF).

Mais informações para a imprensa: Assessoria de Comunicação Social do MDIC
(61) 2027-7190 e 2027-7198
ascom@mdic.gov.br