sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Augustin: Brasil fará emissão soberana até o fim do ano

Por Adriana Fernandes e Renata Veríssimo


O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirma categoricamente que haverá uma emissão externa soberana até o fim do ano. No fim da entrevista à imprensa sobre contas públicas nesta sexta-feira, 27, ele foi questionado sobre a possibilidade e respondeu em tom forte: "Vai ter". Em seguida, deixou a sala sem dar detalhes da operação. 
 
Augustin avaliou como "neutro" o resultado primário de agosto, que alcançou um superávit de apenas R$ 87 milhões - o pior para o mês na série histórica. "Está em linha com o nosso esforço de cumprir a meta. Lógico que não é um resultado ótimo." 

Ele se comprometeu a trabalhar para o governo divulgar uma previsão de arrecadação com os parcelamentos tributários incluídos na Medida Provisória (MP) 615. A MP foi aprovada este mês pelo Congresso e o governo conta com esses recursos para reforçar o caixa. "Não tenho expectativa neste momento; não vou fazer a estimativa", afirmou, acrescentando que caberia à Receita Federal informar.

Confrontado com a informação de que o secretário-adjunto da Receita, Luiz Fernando Nunes, não quis dar a informação em entrevista coletiva da arrecadação, na última segunda-feira, 23, Augustin se comprometeu a conversar internamente no Ministério da Fazenda para ter a estimativa.

O secretário designou o subsecretário do Tesouro, Cléber Oliveira, para informar quando os recursos do primeiro pagamento do Refis entrarão no caixa, se em novembro ou dezembro. A informação também não foi transmitida na segunda-feira pela Receita Federal.

O secretário do Tesouro defendeu a negociação dos Refis pelo governo. "Há uma avaliação nova que esses Refis permitirão que uma conjunto de contenciosos judiciais seja resolvido administrativamente."

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Cachaça de café está entre os 11 produtos que vão representar o Brasil no Exterior


Serão investidos R$ 5,6 milhões para promover produtos com características nacionais

Por Luiz Gustavo PACETE

A Enivrance, agência francesa de design de alimentos e bebidas, no Brasil desde 2010, vai lançar nesta quinta-feira (26), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o projeto “Seleção Brasileira de Alimentos”. A ideia, segundo o CEO da agência, Edouard Malbois, é levar 11 produtos, entre eles açaí, cachaça, pão de queijo e vinho para serem expostos em feiras na Europa, Ásia e Estados Unidos. 

Com a assinatura dos chef´s David Hertz e Katia Barbosa, a “turnê” vai até julho de 2014. Participam do projeto as empresas Baggio Café, Bauducco, Globalbev, JBS, Maricota, Seara, Servida Alimentos, Vinícola Aurora e outras. O valor total do projeto é de R$ 5,6 milhões, investimento conjunto da Enivrance e da Apex-Brasil que inclui o desenvolvimento da linha de produtos, projetos de comunicação, eventos e a turnê mundial. 
 
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Um dos produtos desenvolvidos, a rosquinha de Romeu e Julieta
 
Malbois explica que o principal objetivo do projeto é aumentar as exportações da indústria alimentícia nacional em mercados potenciais como Ásia, Europa e Américas. “Percorreremos o mundo em feiras do setor alimentício, em encontros com a imprensa e em eventos com empresários. O próximo passo será a fabricação desses produtos, sendo que alguns já estão nesse processo.”
 
Entre os principais produtos estão misturas de tradicionalismo e inovação como é o caso do café torrado com cachaça ou dos cubos de carne suína cobertos por sementes e frutas secas. O grupo também é composto por suco de açaí, pão de queijo com goiabada e macaron de carne seca. 
 
Futebol na mesa
 
O número 11 é uma homenagem à Seleção Brasileira de Futebol e para entrarem no projeto as empresas tinham como principal critério serem representativas em seus segmentos. “Cada empresa investiu um valor determinado para desenvolver o conceito dos produtos. Ao todo foram propostos seis conceitos de produtos nos quais a empresa é a detentora dos direitos comerciais”. 
 
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Cachaça de café
 
O aprimoramento na utilização dos produtos fica por conta dos chef´s David Hertz e Katia Barbosa que viajarão junto com a seleção de alimentos. “Eles foram escolhidos para comporem o time junto com as outras empresas porque têm um trabalho reconhecido de comprometimento com a comida brasileira e sua identidade”, explica Malbois.
 
A Enivrance foi criada em 2002 e sempre atuou no Brasil abrindo seu escritório em São Paulo no ano de 2010. A agência desenvolveu por aqui projetos juntamente com as empresas PepsiCo, McDonald’s e Cargill.
 

Em NY, investidores mostram dúvidas sobre solidez de projetos de infraestrutura

 
 



Dilma no evento em NY
Durante evento, Dilma afirmou concessões têm regras 'claras e bem definidas'


A presença de cerca de 300 investidores internacionais em um seminário sobre projetos de infraestrutura no Brasil realizado nesta quarta-feira, em Nova York, demonstrou não apenas o grande interesse despertado pelas oportunidades de investimento no país, mas também as dúvidas que ainda pairam entre os estrangeiros.

Entre investidores americanos, canadenses e europeus que lotaram o centro de conferências do banco Goldman Sachs para ouvir o que as autoridades brasileiras tinham a dizer no seminário "Oportunidades em Infraestrutura no Brasil", houve muitas perguntas sobre os possíveis riscos de se investir em infraestrutura, sobre regulação, definição das regras, a situação geral da economia no país e até o futuro do grupo OGX, petrolífera do empresário Eike Batista.
Em resposta, a presidente Dilma Rousseff – que encerrou o evento –, os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e os presidentes do Banco Central, Alexandre Tombini, e do BNDES, Luciano Coutinho, repetiram que o programa de concessões tem regras claras e bem definidas e que o Brasil tem tradição de cumprir contratos.

"Oportunidade"

 

Mantega, que já havia se encontrado com investidores no dia anterior, repetiu que o Brasil representa uma das únicas oportunidades no mundo de investimento "sólido e rentável".
Questionado por jornalistas sobre o aparente clima de incerteza entre os investidores, apesar do interesse demonstrado em relação ao Brasil, Mantega disse que as preocupações não são específicas sobre o país.
"Há um clima de incerteza sobre a economia mundial. Isso coloca os investidores em alerta", disse o ministro.
"Há um clima de incerteza sobre a economia mundial. Isso coloca os investidores em alerta. Claro que querem ter certeza de que as regras não serão mudadas."
Guido Mantega, ministro da Fazenda

"Claro que querem ter certeza de que as regras não serão mudadas", afirmou.

Os esforços das autoridades brasileiras para atrair investidores estrangeiros ocorrem dias após confirmada a procura abaixo do previsto de interessados em participar de leilões de concessão de rodovias e do pré-sal.
No caso das rodovias, não houve interessados pelo trecho da BR-262 entre Viana (ES) e João Monlevade (MG). No caso do pré-sal, grandes empresas do setor, como a Exxon Mobil e a BP, decidiram não participar do leilão do campo de Libra, que será realizado no mês que vem.

Segundo Mantega, No caso das rodovias, não se trata de um problema no modelo, e sim na escolha da via.
O ministro reafirmou que já no próximo mês uma nova rodovia será oferecida e que haverá "melhoria de atratividade" nos próximos leilões.

Relações bilaterais

 

Um dia após o discurso duro da presidente na Assembleia Geral da ONU, condenando as ações de espionagem dos EUA no Brasil, Mantega disse que o atual momento de tensão entre os dois países não prejudica as relações comerciais e financeiras.

"Estas vão muito bem", disse. "A presença financeira e econômica dos EUA (no Brasil) só tende a aumentar."

Os leilões de concessão de rodovias integram o Programa de Investimentos em Logística, que pretende dar fôlego à economia brasileira ao atrair R$ 240 bilhões para a construção de estradas, ferrovias, portos e aeroportos no Brasil.

As autoridades brasileiras reforçaram que o Brasil não possuiu recursos financeiros suficientes para dar conta de todos os projetos.

"Estamos contando com os bancos privados, sejam nacionais ou estrangeiros, para participar do financiamento desses projetos", disse Mantega.

Locomotiva

 



Para Mantega, pouco interessa no leilão das rodovias não deve atrapalhar investimentos
Durante o seminário em Nova York, promovido pelo Goldman Sachs, pelo jornal Metro e pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, os brasileiros se empenharam também em demonstrar a solidez da economia brasileira.

Mantega disse que o Brasil chegará a 2014 com bom crescimento econômico.
"Este ano, o que esta determinando o crescimento da economia é o investimento. E será importante que todas essas concessões venham reforçar este investimento que já esta ocorrendo, de modo que o investimento seja a locomotiva do crescimento brasileiro nos próximos anos", disse.

Segundo o ministro da Fazenda, embora Brasil tenha sido afetado pela turbulência internacional, tem situação mais resiliente do que outros emergentes.

A avaliação parece ser compartilhada por investidores.
Um relatório divulgado nesta quarta-feira pelo Bank of America e pelo banco de investimentos Merrill Lynch afirma há uma mudança de humor entre investidores europeus em relação ao Brasil.

Segundo a análise do banco, feita após visitas a investidores na Europa na semana passada, a expectativa de um cenário de baixo crescimento para o país nos próximos anos já foi "digerida".

Há ainda a percepção de que as condições em outros mercados emergentes sofreram deterioração mais forte do que no Brasil.
 
 
 
 

Editorial: Brasil fora da moda


Não é segredo que o Brasil está entre os piores países do mundo quando o assunto é custo, burocracia ou infraestrutura. É notório que empresas globais, ao se instalarem por aqui, encontram nessas dificuldades um obstáculo ao desenvolvimento de seus negócios. 

Tome-se o caso da Zara, companhia têxtil espanhola que se internacionalizou com coleções de giro rápido e custo acessível, o que demanda eficiência na gestão de estoques e na distribuição em escala mundial. Presente em 86 países, a empresa teve que repensar seu modelo para poder operar no Brasil. 

Percebeu, para começar, que a burocracia nos portos e os altos impostos tornavam impossível gerir a distribuição centralizada na Espanha. Por isso, teve que nacionalizar 40% de sua produção. 

Pela criação de empregos no Brasil, tal solução parece boa. É preciso considerar, porém, que o custo de produção interna mais alto, somado aos impostos, deixa os preços até 76% maiores. Marca popular em outros países, a Zara se fixou em um nicho mais rico no Brasil. 

Esse é o padrão. A americana GAP, popular mundialmente, acaba de abrir sua primeira loja no país com produtos entre 30% e 40% mais caros que nos EUA. A diferença, segundo a empresa, decorre de elevados custos de importação e logística. No fim das contas, o consumidor paga mais, e o empresário lucra menos. 

Tais exemplos evidenciam outro problema grave: o isolamento das empresas brasileiras. A competitividade passa pela integração às cadeias globais de produção, o que demanda tarifas de comércio baixas, logística eficiente e simplicidade tributária. 

Nada disso existe no modelo atual. Como a competitividade é baixa, busca-se proteger a indústria com mais isenções pontuais --que pouco adiantam-- e barreiras tarifárias --que terminam prejudicando o consumidor. 

A questão dos impostos assume lugar central na lista de problemas. Não só pelo nível elevado, mas sobretudo pela complexidade. No ano passado, a indústria de transformação gastou R$ 24,6 bilhões somente com burocracia para pagar tributos --o dobro do que investiu em inovação. 

O Banco Mundial põe o Brasil em 156º lugar, entre 185 países, no quesito da dificuldade para saldar impostos. Uma empresa típica gasta nada menos que 2.600 horas por ano para quitar as obrigações tributárias, contra 176 horas na média dos países mais desenvolvidos. 

O Brasil jamais será competitivo se não se integrar ao mundo. O desafio é gigantesco, e não parece haver nos formuladores da política econômica determinação para alcançar esse objetivo.

Carta aberta a Aécio Neves

Blogs e Colunistas



Prezado senador Aécio Neves,

Talvez você tenha visto a carta aberta que escrevi para seu colega José Serra, fazendo um apelo para que ele não só desista da candidatura própria, como permaneça no PSDB lhe dando apoio. Saberemos a decisão dele em poucos dias.

Agora é a vez de me dirigir a você. Posso compreender que o “jeito mineiro” de fazer política é diferente, mais “low profile”, discreto, comendo pelas beiradas. Mas não posso concordar com uma postura tão cordial e amigável como a que tem sido adotada até agora. Vamos conversar? Vamos bater um “papo reto”?

Vamos. Aécio, o Brasil vive um momento bastante delicado, caso ainda não tenha notado. Corremos o sério risco de virar uma Venezuela, uma Argentina. Àqueles que duvidam, vale lembrar que os venezuelanos nunca pensaram que seriam a próxima Cuba, e os argentinos jamais acreditaram que seriam a próxima Venezuela.
O PT aparelhou toda a máquina estatal, e isso inclui o STF. O bastião de resistência tem sido a imprensa, ou uma pequena parte dela, justamente aquela difamada e acusada de “golpista” pelos verdadeiros golpistas. Esta Veja aqui é uma das últimas vozes com coragem de fazer oposição firme ao projeto bolivariano do PT. O risco é sério.

E uma das principais preocupações que temos – nós todos que não desejamos virar a próxima Venezuela – é a acovardada oposição política. Basta salientar que o PSB de Eduardo Campos, até ontem governo, passou a ser uma das grandes esperanças de muitos empresários. Um partido que se diz socialista e foi governo com o PT nos últimos 10 anos! Entenda nosso desespero, Aécio.

O que me remete ao meu apelo: seja oposição! Não tente competir com o PT em “simpatia popular”, em bandeiras “progressistas”, pois nisso eles têm o monopólio do discurso. Conseguiram criar uma narrativa de que são o povo, defendem o povo, e representam a esquerda. Você vai realmente enfrentá-los sendo parecido com eles, atuando no mesmo tom, ou em cinquenta tons diferentes de vermelho? Derrota certa.
Eles têm o Lula, mito popular. O Bolsa Família, esmolas que compram votos populares. E cerca de um terço do eleitorado fiel à legenda. Esses votos já são deles, Aécio. Se você tentar ser “um pouco melhor” ou “um pouco diferente” do PT, para “fazer mais”, não vai convencer ninguém.

Para ter mais do mesmo, essa gente vai de PT, pois já conhece e sabe o que esperar (ainda que não saiba o resultado final disso). Essas pessoas enxergam o PSDB como “elitista”. E isso não vai mudar com maquiagem de marqueteiro algum.

Por falar em marqueteiro, li na Folha essa semana que o seu pensa que o mensalão não comove os eleitores. Como assim? E a classe média? E os 20 milhões de votos que teve Marina Silva? Marina. Falemos um pouco dela. O que é esse fenômeno?

Marina foi do PT a vida toda, fez parte do governo Lula, e de repente é vista como alternativa a tudo isso que está aí, por ser apartidária ou apolítica? Como pode? Maurício Moura, do Instituto Ideia, em reunião com integrantes de sua campanha, disse: “O mito Marina Silva é muito superior à candidata Marina Silva”. Exato.

Em eleições, os mitos importam. O que o eleitor pensa que o candidato representa é determinante. Quem vota em discurso burocrático de “mais eficiência” na gestão pública? O voto daqueles que sabem que você será mais eficiente que o PT – o que é moleza, convenhamos – você já tem. Mas e os demais?

Não, Aécio. Não será com esse tipo de abordagem que os quase um terço de eleitores ainda indecisos ou de saco cheio da política, sem falar os quase 20% da própria Marina que não sabemos ainda se vai ou não disputar, vão migrar para o seu PSDB e digitar 45 nas urnas em 2014.

Qual é o mito Aécio? Quais são as bandeiras tucanas que realmente diferem tal alternativa do modelo petista que está aí há mais de década? Ser um pouco menos progressista? Ser um pouco mais eficiente? Ser esquerdista com perfume francês? Desculpa, não convence, não cativa, não conquista.

Será que vocês ainda não perceberam que há uma demanda reprimida enorme por uma oposição de verdade, por alguém que vá claramente contra esse modelo atual? Sim, eu falo de bandeiras bem mais liberais ou mesmo conservadoras, firmes, que condenem sem rodeios o bolivarianismo petista, a degradação de valores morais, tradicionais e familiares, o avanço estatal sobre nossos bolsos e nossas vidas. Aonde está essa opção?

Não existe. Há uma hegemonia de esquerda na política nacional, e o PSDB faz parte dela. É apenas mais light, mais civilizado, mais moderado e bem mais eficiente na economia do que os socialistas do PT. Mas isso é pouco! Milhões de brasileiros, órfãos de representação político-partidária, querem mais. Muito mais!
Preencha esse vácuo, Aécio. Suba o tom, deixe claro que não apenas discorda do governo petista, mas abomina tudo aquilo que essa corja autoritária tem feito com nosso país. Fale abertamente que, com você, o Brasil não será a próxima Venezuela ou Argentina mas, ao contrário, voltará a abraçar o respeito à democracia republicana, e que os Estados Unidos devem ser amigos e aliados, não a ditadura cubana.

Pensa que isso é suicídio político? Discordo. Suicídio político é tentar ser parecido com o PT, apenas um pouco melhor. Ou fazer “oposição” de forma tímida, cheia de cuidados e sorrisos camaradas. É o que isso, telhado de vidro? Ao aceitar ser candidato, você já sabia o que o lado de lá iria fazer. É assim que eles jogam: sujo.

O grande equívoco dos opositores do PT e da esquerda radical sempre foi acreditar que, se sinalizassem uma boa vontade amigável para um debate mais civilizado, o lado de lá faria o mesmo, sem golpes baixos, sem demonização do adversário. Acordem !

O PT é um partido capaz de acusar vocês, tucanos, de “entreguistas”, ao mesmo tempo em que anuncia um leilão de privatização com participação de vários grupos estrangeiros! Ficar na defensiva é pedir para apanhar mais e mais.

A definição de canalha é não se importar com o código de ética aceito pela sociedade, ora bolas! Achar que é possível lidar com essa turma nos mesmos termos que lidamos com opositores sérios e civilizados é ingenuidade demais. É convidar um crápula para um chá das cinco na esperança de que ele vai te aliviar.

E então, Aécio: você será uma alternativa mal definida de “oposição” ao PT, ou será realmente a imagem de alguém que rejeita com todas as forças o destino que nos aguarda se o PT continuar no poder? Ainda que tal imagem seja mais mito que realidade, lembre-se: eleitores votam em mitos, não em planilhas burocráticas de “choque de gestão”.

Os eleitores brasileiros, os outros 65% que não casam com o PT “no matter what”, estão carentes de um mito de legítima oposição. Seja essa oposição, Aécio! Em 2014 não resta nenhuma outra alternativa. Ao povo tem que ser vendida a seguinte escolha: Venezuela ou Aécio Neves.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Servidores do Itamaraty vão ao desespero com as trapalhadas de Dilma Rousseff em Nova York




Chave de hospício – O que a presidente Dilma Rousseff fala tem prazo de validade curto, de poucas horas no máximo. A situação piora quando o palavrório é balbuciado de plateia de importantes, ou quase isso. Durante o discurso que proferiu na ONU, na abertura da 68ª Assembleia-Geral, Dilma fez uma sugestão com viés de exigência: a criação de regras para a utilização da internet e o fim da espionagem. Ou seja, a presidente do Brasil continua acreditando que é dona do mundo.

Nesta quarta-feira (25), ainda em Nova York, Dilma mudou o discurso e disse que, para eliminar eventuais dúvidas, a situação não pode ficar como está. O que a petista tentou, mas não conseguiu, foi ter o apoio da ONU para um eventual controle da rede mundial de computadores, sonho de qualquer comunista obcecado pelo totalitarismo, mesmo de maneira disfarçada.

Ciente da besteira que representou a primeira parte de seu discurso na ONU, ocasião em que mandou recados ao presidente Barack Obama, a petista Dilma destacou que a parceria com os Estados Unidos é estratégia para ambos os países. Mesmo assim, ela insiste em um pedido de desculpas por parta da Casa Branca, o que não acontecerá, pois o assunto da espionagem continua no campo das denúncias, por conseguinte sem comprovação alguma. 

Quando muitas pessoas comparam a presidente Dilma Rousseff à figura da Mônica, a personagem dentuça e mal humorada das histórias em quadrinho de Maurício de Souza, não o fazem sem pensar. Assim é a presidente, dificílima no trato e avessa a qualquer opinião alheira. Em suma, ou prevalece o seu desejo ou nada feito. É por essas e por outras que o Brasil continua no atoleiro da crise econômica, porque é de Dilma a última palavra sobre o tema.

Enquanto Dilma protagonizava mais um fiasco, desta vez no plenário da ONU, integrantes do Ministério das Relações Exteriores iam ao desespero diante dos televisores. Em São Paulo, um grupo de servidores de carreira da diplomacia brasileira passou boa parte do tempo de cabelo em pé durante reunião na região da Avenida Paulista. Um dos servidores da pasta não suportou o fiasco e rasgou o verbo: “Demoramos tanto tempo para estreitar as relações com os Estados Unidos e essa mulher coloca tudo a perder”. A informação foi passada ao ucho.info por um dos participantes do encontro.

Estabanada conhecida, Dilma só encontra guarida na plateia da esquerda latino-americana, que sem saber a razão já se acostumou com o ofício de bater palma para maluco dançar. Para essas pessoas que rezam pela cartilha chicaneira de Havana, enfrentar o inimigo maior, os Estados Unidos, é a senha para o orgasmo ideológico.

Desse episódio vergonhoso que teve lugar na ONU chega-se à conclusão, mais uma vez, que a política de relações internacionais do governo petista de Dilma Rousseff é absolutamente equivocada. Dilma fala grosso com o norte-americano Barack Obama, de quem exige a confissão de culpa por um crime sem comprovação e que continua na seara das denúncias, mas fala fino com o boliviano Evo Morales, uma marionete do cadáver de Hugo Chávez que surrupiou uma instalação industrial da Petrobras e submete o Brasil a vexames diplomáticos sem precedentes. 

Mas os brasileiros nada podem esperar em termos de diplomacia de um governo que tem como chanceler genérico o trotskista arrogante Marco Aurélio Garcia, que horas depois do maior acidente da aviação brasileira comemorou o resultado de um laudo de encomenda com gestos obscenos, em claro desrespeito às vítimas fatais e suas respectivas famílias.

Eis o Brasil, que tão bem cabe naquela profética declaração de um conhecido comunista de boteco, “nunca antes na história deste país”.

BRASIL PRECISA DE MAIS PROFISSINAIS – NÃO APENAS MÉDICOS

‘Mais Médicos’ é só o começo de uma discussão que promete se acirrar na próxima década em outros áreas e alcançar as empresas privadas.

Sem conseguir formar mão de obra qualificada no mesmo ritmo da demanda, o Brasil precisará contar com o reforço do trabalho estrangeiro contra o apagão já identificado nos ramos da engenharia, desenvolvimento de sistemas de informática, saúde, produção de energia eólica, construção naval, petróleo e gás e na indústria química, além da educação.

“Enquanto não resolve esse déficit, o Brasil deve abrir o mercado para a importação de mão de obra, o que ajudará o país a responder a demanda”, defende o coordenador do Centro de Políticas Públicas do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Naércio Menezes Filho.

Concorda com ele, mas ressalvando que é necessária a criação de uma política brasileira de desenvolvimento de mão de obra qualificada, o professor de história econômica e economia brasileira Alexandre Freitas Barbosa, do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (USP).

“Não podemos ter uma postura xenófoba em relação aos trabalhadores estrangeiros que vierem, no entanto, o país tem uma força de trabalho capaz de ascender e muito boas universidades e escolas de ensino técnico para formá-la”, afirma.

No 1º semestre DE 2013, o Brasil concedeu vistos de trabalho a 29,4 mil profissionais estrangeiros, respondendo à demanda das empresas em solo brasileiro. Desse universo, 99%, tinham algum tipo de qualificação, com destaque para profissionais com curso superior completo.

Naércio Filho, do Insper, comparou dados dos censos de 2000 e 2010. Segundo ele, a área que menos experimentou expansão da oferta de profissionais foi exatamente a medicina, que, como resposta à falta de médicos, valorizou em 20% os salários no período. Outras áreas envolvem as tecnologias e também a engenharia de modo geral. Também não houve expansão da oferta para as ciências físicas e da terra, segmentos como arquitetura e estatística. A pesquisa analisou 50 ramos de formação.

O ingresso de estrangeiros no mercado de trabalho do setor privado joga pelo menos mais dois ingredientes no caldeirão que alimenta a polêmica da importação de médicos. Para as empresas, manda a oferta e a procura de mão de obra e qualquer contratação só é decidida depois de comparados os custos da admissão e o retorno do investimento no profissional.


Obstáculos


As empresas terão, ainda, de vencer o desafio da burocracia, combinada à rigidez das normas de imigração, observa Hegel Botinha, diretor comercial do grupo Selpe, especializado na contratação de pessoal. Há seis meses, ele conduziu a tentativa de contratação de profissionais do exterior por uma grande indústria, que acabou desistindo. “O processo se tornou tão complicado e lento na esfera pública que ficou inviável quando considerados os prazos e os custos que a empresa teria”, afirma Botinha. A extensa documentação e as justificativas exigidas para a concessão do visto se juntaram a uma demora superior a três meses para uma única manifestação do Ministério do Trabalho e Emprego sobre o pedido.

Para quem cruzou as fronteiras e encontrou campo fértil de trabalho, estímulos não vão faltar aos estrangeiros, avalia o engenheiro turco Enver Burak Kayacan, de 40 anos. Decidido a se aproveitar do período de expansão da economia brasileira no começo dos anos 2000, ele chegou ao Brasil em 2004, trabalhou em grandes indústrias, e dois anos mais tarde abriu o negócio próprio, como representante da VITG, empresa especializada em tecnologia da informação e serviços. Burak desembarcou no país depois de ter trabalhado durante quatro anos nos Estados Unidos, onde fez MBA em informática.

Recordando a chegada ao Brasil, ele não tem dúvidas, hoje, de que os pontos fortes do currículo – a comunicação fluente na língua inglesa e a experiência de trabalho no exterior – são justamente o que mais falta aos profissionais brasileiros. “Eu vejo nessas deficiências o grande problema. Para avançar na carreira no ramo da informática, é necessário o domínio do inglês. A experiência de trabalho fora do país, com certeza, também reforçaria muito o currículo do profissional brasileiro”, afirma.


Marinella Castro e Marta Vieira